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Para assinalar o ano de centenário do médico/escritor Miguel Torga, estão dois livros que foram editados recentemente e que fazem parte de uma série de trabalhos, académicos ou não, que vão deixar os cem anos de nascimento de Adolfo Rocha ( Miguel Torga ) registados no presente e consultáveis no futuro.
Sabe-se que até ao final do ano mais investigações estarão a decorrer, como é o caso da filha, que deverá editar correspondência recebida por Torga durante décadas (de Jean-Paul Sartre, por exemplo), e reeditados alguns dos seus livros (Poesia Completa, em dois tomos, entre outros).
Os dois volumes de que aqui se fala são interessantes exemplos do estudo de um autor que vincou a resistência no Portugal de antes do 25 de Abril de 1974 e que deixou à literatura nacional um conjunto de 55 obras que retratam o País como é raro acontecer (é o caso dos seus 16 diários, que percorrem a intimidade e retratam o mundo ao longo de seis décadas de entradas).
O primeiro destes volumes é O Calvário do Poeta, efectuado por ex-jornalistas, que compilam o contacto que durante bastantes anos tiveram com o autor na delegação de Coimbra do DN e o conhecimento da sua literatura.
Desta relação pessoal surgem algumas notas que fazem um perfil da ligação que os uniu durante os tempos em que Miguel Torga quase diariamente parava no n.º 68 da Rua Ferreira Borges antes de se dirigir ao seu consultório, um pouco mais à frente, no Largo da Portagem.
Dotado de uma série de fotografias, este Calvário surge como uma peça iconográfica de extrema importância para (re)conhecer fisicamente o poeta, pois as imagens permitem entender, muito para além da dureza com que o rosto foi esculpido, também a forma de ser de alguém que não posava. O fotógrafo aproveitou esse momento e publica neste álbum a mais íntima retratação de um homem que raramente autorizou sessões como aquela a que este fotógrafo teve direito, numa selecção de imagens que exibem alguns dos momentos que tornava rituais para além da simples vivência (como são as páginas 68 e 86, ao telefone no consultório e a servir o Porto sagrado em dois cálices).
O segundo volume que relembra Torga é de autoria de Bernardino Henriques e assume-se como não sendo "um livro para intelectuais, mas para pessoas comuns". (Quase) Na Primeira Pessoa.
Este (Quase) divide-se em capítulos que retratam o autor através da obra, oferecendo ao leitor mais e menos conhecedor a possibilidade de o encontrar, legando ainda três imprescindíveis índices: um remissivo de referências, outro com as localidades mencionadas no Diário e outro, alfabético, de toda a sua poesia.[/SIZE]
Ano centenário de Miguel Torga - Livros Editados
Para assinalar o ano de centenário do médico/escritor Miguel Torga, estão dois livros que foram editados recentemente e que fazem parte de uma série de trabalhos, académicos ou não, que vão deixar os cem anos de nascimento de Adolfo Rocha ( Miguel Torga ) registados no presente e consultáveis no futuro.
Sabe-se que até ao final do ano mais investigações estarão a decorrer, como é o caso da filha, que deverá editar correspondência recebida por Torga durante décadas (de Jean-Paul Sartre, por exemplo), e reeditados alguns dos seus livros (Poesia Completa, em dois tomos, entre outros).
Os dois volumes de que aqui se fala são interessantes exemplos do estudo de um autor que vincou a resistência no Portugal de antes do 25 de Abril de 1974 e que deixou à literatura nacional um conjunto de 55 obras que retratam o País como é raro acontecer (é o caso dos seus 16 diários, que percorrem a intimidade e retratam o mundo ao longo de seis décadas de entradas).
O primeiro destes volumes é O Calvário do Poeta, efectuado por ex-jornalistas, que compilam o contacto que durante bastantes anos tiveram com o autor na delegação de Coimbra do DN e o conhecimento da sua literatura.
Desta relação pessoal surgem algumas notas que fazem um perfil da ligação que os uniu durante os tempos em que Miguel Torga quase diariamente parava no n.º 68 da Rua Ferreira Borges antes de se dirigir ao seu consultório, um pouco mais à frente, no Largo da Portagem.
Dotado de uma série de fotografias, este Calvário surge como uma peça iconográfica de extrema importância para (re)conhecer fisicamente o poeta, pois as imagens permitem entender, muito para além da dureza com que o rosto foi esculpido, também a forma de ser de alguém que não posava. O fotógrafo aproveitou esse momento e publica neste álbum a mais íntima retratação de um homem que raramente autorizou sessões como aquela a que este fotógrafo teve direito, numa selecção de imagens que exibem alguns dos momentos que tornava rituais para além da simples vivência (como são as páginas 68 e 86, ao telefone no consultório e a servir o Porto sagrado em dois cálices).
O segundo volume que relembra Torga é de autoria de Bernardino Henriques e assume-se como não sendo "um livro para intelectuais, mas para pessoas comuns". (Quase) Na Primeira Pessoa.
Este (Quase) divide-se em capítulos que retratam o autor através da obra, oferecendo ao leitor mais e menos conhecedor a possibilidade de o encontrar, legando ainda três imprescindíveis índices: um remissivo de referências, outro com as localidades mencionadas no Diário e outro, alfabético, de toda a sua poesia.[/SIZE]
