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A verdadeira historia do TITANIC (1)

Covinet

GF Ouro
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O "Titanic" em Belfast, 2 de Abril de 1912.
O ano era 1900 e Hans passava o comando da White Star Line
para Bruce Ismay, filho do fundador cujo maior sonho era levar a
empresa ao título de maior companhia de navegação do mundo e para isso
gastaria o que fosse necessário. A White Star Line era uma
companhia nova no mercado do transporte de passageiros e não era,
digamos, boa nesse ramo. Os seus navios eram de baixa qualidade e a
maioria naufragava, coisa que não acontecia com os da Cunard Line,
sua principal concorrente e possuidora do RMS Mauretânia e RMS
Lusitânia, os navios mais rápidos durante 20 anos. Bruce Ismay, com o
firme propósito de concorrer em igualdade com a Cunard, decide construir um trio de navios inigualáveis: O Olympic, o Titanic e o Britannic. Os três navios começaram a ser construídos nos estaleiros da Harland and Wolff, na Irlanda.
O Olympic foi o primeiro a ficar pronto, em 1911, visando luxo e comodidade, seguido pelo Titanic em 1912 e pelo Britannic em 1915. A White Star Line pretendia que estes navios fossem os melhores em luxo e exuberância da época e para isso estava disposta a abrir mão da Blue Ribbon, a tão cobiçada Fita Azul
que era entregue ao navio mais rápido, pois a empresa alegava que o
conforto de seus navios não seria agradável se fossem velozes demais. O
Titanic foi terminado depois do Olympic e os dez meses que se seguiram
serviram para instalação do maquinário e da decoração do interior. O
Titanic possuía 16 compartimentos estanques com portas
electromagnéticas que poderiam ser fechadas com o apertar de um botão na ponte de comando, isso o deu a fama de "Inafundável" [2].
Mas os tais compartimentos tinham aberturas no topo e serviam para
ventilação. Essas aberturas fizeram com que a água sobrepusesse o
compartimento alagado, inundando rápidamente o seguinte a medida que o
navio inclinava.
Além destas falhas técnicas, o ferro usado na construção não era dos
melhores, pois se fosse de boa qualidade o navio não teria se partido
em dois e o choque com o iceberg não teria feito tantos estragos. Além
de que não haviam botes suficientes, pois no projeto original deveriam
ter 64 (suficiente para alojar comodamente as 3000 pessoas que o navio
podia transportar mas o número foi reduzido a 16 botes e 4 botes
desmontáveis. As leis inglesas permitiam que com o comprimento de 100
metros e 1500 pessoas e com mais de 10 mil toneladas entre passageiros
e tripulação os navios levassem somente 16 botes. A White Star Line e a Cunard
construíram navios com mais de 200 metros e cada um com capacidade para
alojar até 3000 pessoas, significando que 16 botes não eram
suficientes, mesmo assim o navio levava 20 botes.O Titanic, era, na sua época um luxuoso palácio flutuante. A ideia
era fazer os ricos sentirem-se em casa. O navio, com capacidade para
3000 pessoas, tinha três classes: a primeira classe, destinada a ricos
milionários; a segunda, destinada a classe média e a terceira,
destinada a pessoas com poucos recursos, especialmete imigrantes.
Descrição de cada classe:

O Titanic em construção.






* Primeira Classe: Classe privilegiada, muito arejada, imaculadamente
limpa e com extravagâncias para a época. Uma escadaria esculpida na
madeira, com uma cúpula que iluminava o local e três elevadores. Havia
a bordo uma sala de estar, onde as ricas senhoras podiam tomar o chá
enquanto conversam, sala de fumantes, onde os milionários se gabavam
das suas riquezas, diversos restaurantes como o café parisiense,
destinado aos adolescentes; o restaurante a la carte, destinado aos
mais velhos; varanda de descanso, foi criada especialmente para os mais
velhos mas também podia servir para tomar o pequeno almoço. Havia uma
sala de jantar decorada com pilares dourados e objectos de prata,
também havia um local onde a orquestra tocava músicas suaves. Havia uma
lindíssima biblioteca, uma das mais recheadas do Atlântico. As suites
dos milionários eram verdadeiras mansões: sala de convívio, dois
quartos, casa de banho, dois vestiários e deque privado. Havia
novidades no Titanic: um barbeiro, algo raro de se ver, uma piscina, a
primeira num transatlântico e um banho turco, que podia alojar
comodamente 10 pessoas. Havia ainda um ginásio, com os equipamentos
mais modernos e os passageiros podiam enviar mensagens para os seus
amigos no continente usando o telégrafo Marconi sem fios, o mais
potente da altura.



* Segunda Classe: Classe média, prestigiada, arejada e limpa. Vivia
no deque C e E, com quartos de luxo equivalente a suites nos hotéis
mais luxuosos. Tinha uma sala de estar, de fumantes e de jantar, havia
uma biblioteca e podiam andar nas áreas livres do deque B. Apesar das
controvérsias, as instalações da segunda classe eram as mais luxuosas.



* Terceira classe: pouco privilegiada, destinada principalmete aos
imigrantes, era contida no interior do navio e ficava situada no deque
E, F e G, com quartos pequenos e corredores apertados. As únicas áreas
de convívio eram as salas de estar e jantar na popa cujo castelo era a
área ao ar livre. Apesar de tudo, a quem diga que as acomodações da
terceira classe eram melhores que as de primeira classe de alguns
navios.


A viagem inaugural


O Titanic chegou ao porto de Southampton no dia seis de Abril.
Representantes da alta sociedade americana que estava na Europa,
decidiram embarcar no Titanic. Os passageiros mais ricos eram: John
Jacob Astor IV, dono de uma vasta fortuna; Benjamin Guggenheim,
herdeiro de uma fortuna, Sr. e Sra. Straus, donos do magazine Macy's.
Ambos morreram no acidente. Na manhã do dia 10 de Abril não pararam de
chegar pessoas, todas impressionadas pelo tamanho do navio. O luxo e a
abundância atraíram milionários e muitos ricos estavam de regresso a
América. Ao meio-dia o Titanic zarpou do porto, puxado por rebocadores.
Eis o primeiro acidente: a força do navio é tal que um navio solta-se
do local e embate no cais, ferindo quatro pessoas. O que muitos
passageiros não sabiam é que havia um incêndio numa das salas das
caldeiras, mas é provável que tenha sido controlado, uma vez que o
navio não pareceu ficar danificado quando alcançou o oceano.
Eis que surge a primeira missão para a experiente tripulação do
navio: servir os passageiros. Os passageiros da primeira e segunda
classe foram levados até aos seus camarotes por camareiros, já os da
terceira tiveram de encontrar os seus sozinhos, possivelmente alguns só
puderam encontra-los no momento do naufrágio. Na primeira e segunda
classe criados e camareiros instalaram os passageiros, colocando vasos
de flores nas lareiras, transportando as malas e ajudando na divisão
das suites. À noite o Titanic chega ao porto de Cherbourg, na França,
onde embarcam muitos passageiros ricos e famosos. Os passageiros de
Cherbourg que viajavam em primeira e segunda classe receberam o mesmo
tratamento dos passageiros que embarcaram essa manhã. Entraram na sala
de recepção, foram encaminhados para os elevadores para depois serem
encaminhados para as suites, isto aconteceu durante o primeiro jantar
no Titanic. Na manhã seguinte o Titanic estava no cais de Quenstown,
Irlanda, para receber a última parcela de passageiros. Depois, o
Titanic estava pronto para navegar para o oceano.
Uma vez no oceano, o Titanic envolveu-se em festas e bailes, alegria
e diversão. O luxo, conforto e experiência da tripulação tornava a
viagem um sonho tornado realidade. A White Star Line escolheu,
para comandar o Titanic na sua viagem inaugural, o capitão Edward
Smith, experiente e prestigiado capitão que já havia comandado vários
navios de luxo. Aceitou comandar o Titanic porque pretendia fechar a
sua carreira com chave de ouro. O navio progredia bem e com um pouco de
velocidade extra, ganharia fama de ser um navio rápido. Era isso que
Bruce Ismay queria, mais publicidade para o seu super navio e para
isso, ordenou ao capitão para aumentar a velocidade. No dia 14, o
Titanic recebeu 12 avisos de gelo e à tarde a temperatura desceu
bastante.
A noite, um nevoeiro intenso cobria o mar, que calmo como um lago,
era iluminado pelas luzes do Titanic. Na sala de jantar, os passageiros
estavam comemorando um jantar de gala, que oferecido pelos Widner, um
casal milionário, honrava o capitão Smith. Na sala de telégrafo, o
operador estava enviando mensagens para Terra Nova quando o
Californian, um cargueiro não muito longe dali, pedia auxilio e dizia
que havia blocos de gelo enormes a frente do navio. O operador,
furioso, pediu-lhe que parasse pois estava ocupado "enviando mensagens
para Cape Race". A uma hora de distância, estava mesmo a frente do
Titanic o maior inimigo dos marinheiros: o implacável e solitário
iceberg.


O naufrágio


A Colisão



Primeira página do The New York Herald sobre o acidente





Ao anoitecer de 14 de Abril, o Comandante Smith mandou reforçar a vigia no mastro de proa
(frente do navio), e fornecer binóculos. Esses equipamentos não foram
encontrados e os vigias tiveram que fazer o seu trabalho apenas com a
sua visão. O Comandante Smith retirou-se para os seus aposentos e
deixou no comando na ponte, o seu imediato, o Primeiro Oficial William
Murdoch. A noite estava fria e calma, sem ondulação e sem vento.
Somente a luz das estrelas e do Titanic iluminavam a escuridão.
Às 22h30, a temperatura da água do mar era gélida, cerca de 0,5º abaixo
de zero, o suficiente para matar por hipotermia uma pessoa em apenas vinte minutos.
Às 23h40, um dos vigias do mastro, Frederick Fleet, avistou
uma sombra mais escura que o mar à frente. A imensa sombra cresceu
rapidamente e revelou ser um imenso iceberg
na direcção do navio. Imediatamente o pânico deu lugar aos reflexos e o
vigia tocou o sino de alerta do mastro três vezes e ergueu o
comunicador para falar com a Ponte de Comando. Preciosos segundos se
perderam até que o comunicador foi atendido pelo Sexto Oficial Paul
Moody onde Fleet gritou "Iceberg logo à frente". O Primeiro Oficial que
ouvira e vira a imensa massa de gelo na direcção do navio, entrou na
ponte de comando. Gritou, ordenando ao timoneiro "tudo a estibordo", e
à casa de máquinas, "máquinas a ré toda a força". Na ponte de comando e
no mastro de proa, os tripulantes observaram inertes o imenso iceberg
vindo em rumo de colisão.
Na casa das máquinas, a correria foi grande. O vapor que estava a
ser enviado para os motores tinha de ser fechado, a fim de parar os
pistões. Nas salas de caldeiras, os carvoeiros tiveram que parar de
alimentar as fornalhas e abrir os abafadores das caldeiras. Quando os
enormes pistões estavam quase parados, uma alavanca na base dos motores
fora accionada para reverter os giros das hélices centrais, e então as
válvulas tiveram que ser novamente accionadas para libertar o vapor
para entrar nos motores que começaram a girar no sentido inverso. A
hélice central assim que fora accionado o reverso dos motores parou de
funcionar, pois este não era accionado pelos motores do navio, mas por
uma turbina que era alimentada pela sobra do vapor dos motores.
A
proa do navio começa a deslocar-se do Iceberg, e 47 segundos após se
ter visto o Iceberg, não se consegue evitar a colisão. Esta ocorre às 23h40,
na Latitude 41º 46´N e Longitude 50º 14´W. Arestas do Iceberg colidem
com o casco do navio, fazendo com que se soltem os rebites entre as
placas de aço, resultando em pequenas aberturas no casco, tendo sido
afectados mais de noventa metros de casco deixando abertos os 5
compartimentos estanques. Apenas 20 minutos depois, o convés já tinha
começado a inclinar-se.

Mapa do Local de afundamento do Titanic





O vigia Fleet baixa-se no ninho da gávea do mastro de proa e sente o
navio tremer e pedaços de gelo são arremessados ao convés da proa. O
navio todo treme e na ponte de comando o oficial Murdoch acciona
imediatamente o encerramento das portas estanques. Nos porões de carga
do navio, a água jorra com imensa força. Seguiu-se então um estrondo e
a água do mar rompeu por toda a lateral da sala de caldeiras número
seis. As primeiras vítimas foram cinco operários que lutavam para
manter seguras as correspondências na sala de correios inundada logo
após a colisão. Morreram todos afogados tentando salvar as cartas que
rumavam para a América a bordo do navio.
Com o abanão provocado pela colisão, muitos passageiros acordaram. O
Comandante Smith dirigiu-se imediatamente para a ponte de comando e foi
informado do ocorrido. Ordenou imediatamente a paragem total das
máquinas. Com a paragem das máquinas, um barulho ensurdecedor é ouvido
na área externa do navio, devido à grande quantidade de vapor expelido.
O Comandante Smith chamou o Engenheiro-chefe, Thomas Andrews, e
solicitou um exame das avarias. Após alguns minutos, Andrews selou o
destino do Titanic dizendo: "O navio vai afundar, temos menos de duas horas para evacua-lo". Bruce Ismay, Presidente da White Star Line e o Comandante Smith mostraram-se incrédulos com o relato. "O Titanic
não pode afundar" - menciona Ismay - "é impossível ele afundar". Haviam
sido atingidos 5 compartimentos estanques. Com quatro compartimentos, o
Titanic ainda conseguiria flutuar, mas o peso de cinco
compartimentos cheios de água faziam a proa afundar e o navio perderia
o seu ponto de equilíbrio. A água do sexto compartimento passaria para
o sétimo compartimento, depois para o oitavo compartimento, e assim por
diante.
 

Covinet

GF Ouro
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A historia do TITANIC(2)

Por volta das 0h00 do dia 15 de Abril,
o Comandante Smith dirige-se à cabine de telégrafos e solicita para que
o operador do turno envie a posição do navio e um pedido de ajuda.
"SOS. Abalroamos um Iceberg. Afundamento rápido. Venham ajudar-nos".
Foi a primeira vez que o sinal internacional de SOS por rádio , foi utilizado num acidente, pois o primeiro navio a enviar um SOS foi o Arapahoe em 1909 quando se encontrava perdido. O navio de passageiros Carpathia, da "Cunard Line", estava a quatro horas de distância do Titanic. Foi o primeiro a acorrer ao local. O rádio operador do Carpathia antes de ir dormir, efectuou uma última verificação às comunicações e captou a mensagem do Titanic. Próximo ao Titanic, havia um navio que era visível, possivelmente o Californian.
O seu telegrafista não recebeu os pedidos de ajuda, pois acredita-se
que estava a dormir. Não era comum manter telegrafistas a trabalhar
durante a noite. Após o desastre do Titanic isso tornou-se obrigatório.
Às 0h05, o Comandante Smith reuniu os oficiais e informou-os
do ocorrido. Solicitou que os passageiros fossem acordados e que se
dirigissem ao convés onde se encontravam os botes salva-vidas para
serem evacuados. Sabiam que o número de botes era suficiente para
apenas pouco mais da metade das pessoas a bordo, mas mesmo assim pediu
para não haver pânico. Os empregados começaram a passar de cabine em
cabine na primeira e segunda classes, acordando os passageiros,
solicitando para colocarem os coletes salva-vidas
e para que se dirigissem para o convés dos botes imediatamente.
Enquanto isso, os passageiros da terceira classe permaneciam reunidos e
trancados no grande salão da terceira classe junto à popa
(parte de trás do navio). Muitos passageiros revoltaram-se, e alguns
aventuraram-se pelos labirintos de corredores no interior do navio para
tentar encontrar outra saída. Alguns conseguiram escapar com vida, mas
muitos deles acabaram sepultados dentro do Titanic. A evacuação havia sido feita de acordo com as classes sociais a que os passageiros pertenciam, valor até então aceitável.
Às 0h31, os botes começaram a ser preenchidos com "mulheres e
crianças primeiro". Os primeiros botes foram lançados sem ter a lotação
máxima permitida. Alguns sobreviventes relataram que a sensação ao
caminhar no convés de botes era como a de estar descendo um monte.
Como o navio que estava próximo não respondia, nem aos sinais do telégrafo, nem aos sinais da lanterna, às 0h45,
o Capitão Smith manda que fossem disparados os foguetes de sinalização.
É arriado o primeiro bote salva-vidas n.º 7. A fim de evitar o pânico,
o capitão solicitou que a orquestra de bordo viesse tocar junto ao
convés dos botes para acalmar os passageiros. A tradição diz que a
banda foi para o fundo a tocar "Nearer My God to Thee". Segundo o
testemunho do segundo operador de rádio, estava a tocar "Autumn", um
hino episcopal.

Comparação do tamanho do Titanic aos de uma pessoa, um carro, um ônibus e um Airbus A380 (o maior avião comercial do mundo).





Enquanto que nos primeiros botes tinha que se implorar para que as
pessoas entrassem, fazendo muitos deles descer praticamente vazios, nos
últimos, o tumulto era bem visível. Relatam-se tiros para o alto para
conter os mais afoitos. Faltando pouco mais de dois botes para deixar o
navio, os passageiros da terceira classe são liberados. Restavam apenas
esses dois botes e os dois desmontáveis que ficavam junto à base da
primeira chaminé. A água gélida já invadia os convés, quando os botes
desmontáveis conseguiram ser lançados.
Às 2h05, é arriado o último bote salva-vidas, o desmontável "D". Às 2h10,
é enviado o último sinal pelos telegrafistas. O Capitão Smith ordena
"cada um por si" e não é mais visto por ninguém. Já com a proa
mergulhada no mar e a água a atingir o convés de botes, o pânico é
geral. Heroicamente, os operários da sala de eletricidade resistem até
ao final para manter as luzes enquanto podem. Às 2h18, as luzes do navio falham.
A primeira chaminé, não aguentando mais a pressão exercida sobre
ela, tomba na água, vítimando dezenas de pessoas nos convés e na água,
inclusive, John Jacob Astor IV, homem mais rico do navio. O mesmo
acontece com a segunda chaminé. A água gélida avança rapidamente,
arrasando tudo o que há pela frente. Muitos são sugados pelas janelas
para dentro do navio pela força das águas. A popa do Titanic
sobe, mostrando suas imponentes hélices de bronze. O navio parte-se em
dois e caem as duas chaminés que restavam. Enquanto a proa submerge, a
mesma arrasta a popa, deixando-a na vertical e, segundos depois e
totalmente submersa, desprende-se e começa a afundar. Depois a popa
flutua pois dois minutos e também começa a afundar. Às 2h20 o navio
mergulha a pique pelas profundezas do oceano.
Resgate dos sobreviventes


Dos botes, os passageiros assistem às sombras do navio afundado para
sempre no meio de milhares de gritos de pavor e pânico. Mais de 1.500
pessoas estavam agora lançadas à água congelante. Após a popa
desaparecer, alguns segundos de silêncio são seguidos por uma fina
névoa branca acinzentada sobre o local do naufrágio. Esta névoa foi
provocada pela fuligem do carvão e pelo vapor que ainda havia no
interior do navio. O silêncio que parecia imenso deu lugar a uma
infinita gritaria por pedidos de socorro. Os que não tiveram a sorte de
morrer durante o naufrágio agora lutavam para se manter vivos nas
águas, tentando agarrar qualquer coisa que boiasse. Aos passageiros dos
botes não restava nada a fazer a não ser esperar passivamente por
socorro. Mas um bote não se limitou esperar. O bote comandado pelo
Quinto Oficial Lowe aproximou-se de outro, transferiu os seus
passageiros e retornou ao local do naufrágio para recolher alguns
possíveis sobreviventes. Praticamente todos já haviam morrido de hipotermia. Apenas 6 pessoas foram resgatadas ainda com vida.

Bote salva-vidas cheio de sobreviventes





As 4h10, de 15 de Abril de 1912, o navio Carpathia
resgata o primeiro bote salva-vidas. No local, apenas duas dezenas de
botes flutuando dispersos entre os destroços. Assim que os primeiros
raios de Sol surgiram no horizonte, outros navios começaram a chegar na
área do naufrágio. Entre eles, o Californian. Mas nada mais havia a fazer a não ser resgatar os corpos que boiavam. A recolha dos último salva-vidas aconteceu às 8h30. O Carpathia ruma a Nova Iorque com os sobreviventes pelas 8h50.
Das 2.223 pessoas a bordo, apenas 706 foram resgatadas. Mais de 1.500
morreram. Os tripulantes sobreviventes receberam cuidados no American Seamen's Friend Society Sailors' Home and Institute (Lar e Instituto da Sociedade Americana dos Amigos dos Marinheiros), sede da Sociedade Americana dos Amigos dos Marinheiros.
Depois disso, o nome Titanic, ficou o símbolo da maior tragédia
marítima da História. O Capitão Smith e o engenheiro-chefe Thomas
Andrews permaneceram no navio. No entanto, Bruce Ismay, Presidente da White Star Line, embarcou num dos últimos botes que deixou o navio. A sociedade da época nunca o perdoaria por esse feito.
Conclusões dos relatórios de inquérito

Para a Comissão de Inquérito dos EUA
foram 1.517 vítimas, para a Câmara de Comércio Britânica foram 1.503
vítimas, enquanto que para a Comissão de Inquérito Britânica foram
1.490 vítimas. O número da Câmara de Comércio Britânica parece o mais
convincente, descontado o fogueiro Joseph Coffy e o cozinheiro Will
Briths Jr., que desertaram em Queenstown. Dois inquéritos posteriores
viriam a julgar os culpados pela tragédia: um inglês e quatro
americanos. Com a perda do Titanic e das centenas de pessoas dessa
tragédia, as leis que regiam a construção de transatlânticos foram
alteradas. Todos os navios construídos depois do Titanic teriam que ter
botes salva vidas para todos a bordo. Os telegrafistas teriam que ficar
a trabalhar durante a noite. A Patrulha Internacional do Gelo foi
criada para monitorizar, alertar e até destruir Icebergs que viessem a
oferecer riscos à navegação.
Localização dos destroços


Somente nos finais de 1970 e inicio de 1980, um empresário americano patrocinou diversas expedições para tentar localizar o navio. Nenhuma delas teve êxito. Somente em 1985, numa expedição oceanográfica franco-americana, o Dr. Robert Ballard descobriu os destroços do Titanic submersos a 3.800 metros (ou 12.600 pés) de profundidade, a 153 km ao Sul dos Grandes Bancos de Newfoundland. A notícia correu o mundo. Ele passou a ser conhecido como "O Descobridor do Titanic". Retornou ao local em 1986,
com uma equipe de filmagem da "National Geographic Society" para fazer
as primeiras filmagens do transatlântico após 73 anos. Desde então, a
empresa "RMS Titanic, Inc" obteve os direitos de realizar operações de
salvamento no local e recuperou mais de 6 mil artefatos do navio.
Diversas empresas de turismo e produtoras de filmes também visitaram o
local em veículos submergíveis tripulados. O Dr. Ballard retornou ao Titanic em 2004, para averiguar os danos que o navio sofreu desde o seu descobrimento (1985-2004).
Constatou a aceleração da deterioração da estrutura do navio. Concluiu
ainda que os danos provocados pelas inúmeras expedições e visitas ao
local, só serviram para danificar o sítio arqueológico do Titanic.



Curiosidades



* 14 anos antes de o Titanic navegar, foi escrito um livro chamado Futility (Futilidade) de Morgan Robertson que descrevia um barco chamado Titan que seria inafundável; Cheio de gente rica e despreocupada, porém se choca com um iceberg e afunda numa noite fria de abril,
tendo as mesmas características e capacidade de passageiros que o
Titanic. É considerado que o autor usou o livro como uma forma de
prever o desastre, para outros é uma assombrosa coincidência.



* Um tripulante do Titanic, sonhou, dias antes da viagem inaugural, com gatos que brigavam em uma ventania, e logo que acordou, decidiu não embarcar;



* Se o Titanic tivesse se chocado de frente com o iceberg, somente 1
compartimento se inundaria, permitindo assim continuar a navegar
normalmente.



* Se o iceberg fosse visto 30s antes, o Titanic poderia ter evitado a colisão.



* Se o 1º Oficial Murdoch não tivesse dado a ordem de reversão dos
motores, a velocidade com a qual o navio estava, seria fácil fazer a
volta, com o risco de colisão quase mínimo.



* Se os vigias noturnos tivessem binóculos, a tragédia seria evitada, pois o iceberg seria visto de longe;



* Sucessivas falhas, falta de sorte e de inteligência causaram o que foi chamado de efeito Titanic, na qual precisou-se de uma coisa dar errado para que a catástrofe acontecesse.



* Na mesma noite em que Titanic se chocava com o Iceberg, dia 14 de Abril de 1912, era fundado, na cidade de Santos, o Santos Futebol Clube.



* Foi constatado que em aproximadamente 50 anos, os destroços do
Titanic, há aproximadamente 4000 metros da superfície, venham a
desaparecer completamente.
* No dia 10 de Abril de 1912 o Titanic partiu com 322 passageiros na
1ª classe, 275 passageiros na 2ª classe, 712 passageiros na 3ª classe e
898 pessoas da tripulação.


Destes passageiros:
1ªclasse – homens: 54 viveram, 119 morreram; Mulheres e crianças; 145 viveram, 10 mulheres e 1 criança morreram.
2ªclasse – homens: 15 viveram, 142 morreram; mulheres e crianças: 104 morreram, 24 morreram.
3ªclasse – homens – 69 viveram, 417 morreram; mulheres e crianças: 105 viveram, 119 morreram.
A tripulação – homens: 194 viveram, 682 morreram; mulheres: 20 viveram, 3 morreram


* Durante a noite, o Capitão Smith e o Quarto Oficial Boxhall
conseguiam ver luzes de um barco que estava apenas a 16 quilómetros – 6
a 10 milhas do barco. Então, à 00:45, foram mandados foguetes de cinco
em cinco minutos. A princípio, o barco parecia aproximar-se. Mas depois
as luzes desapareceram. As esperanças de ajuda desapareceram com as
luzes.


Por que estaria o navio tão perto? Por que é que não ajudou?
Algumas pessoas pensam que seria o Californian. De facto, a
tripulação do Californian viu luzes no céu e luzes de um navio. Mas o
navio parecia pequeno para eles. Quando tentaram mandar-lhe uma
mensagem, não houve resposta.
Será que os oficiais do Titanic viram um navio diferente? Cada vez
mais pessoas pensam que seria um barco norueguês. Por que é que não
ajudou? Se calhar estavam, a infringir as leis por estar naquela área.


TRABALHO EM HOMENAGEM AOS QUE LÁ FICARAM


Pedro Fernandes
 

Patolas

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Bom post amigo

Gostei

Um abraço

Patolas
 

gleise_sp

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:shy_4_02::shy_4_02::shy_4_02::shy_4_02::shy_4_02::shy_4_02:
O "Titanic" em Belfast, 2 de Abril de 1912.
O ano era 1900 e Hans passava o comando da White Star Line
para Bruce Ismay, filho do fundador cujo maior sonho era levar a
empresa ao título de maior companhia de navegação do mundo e para isso
gastaria o que fosse necessário. A White Star Line era uma
companhia nova no mercado do transporte de passageiros e não era,
digamos, boa nesse ramo. Os seus navios eram de baixa qualidade e a
maioria naufragava, coisa que não acontecia com os da Cunard Line,
sua principal concorrente e possuidora do RMS Mauretânia e RMS
Lusitânia, os navios mais rápidos durante 20 anos. Bruce Ismay, com o
firme propósito de concorrer em igualdade com a Cunard, decide construir um trio de navios inigualáveis: O Olympic, o Titanic e o Britannic. Os três navios começaram a ser construídos nos estaleiros da Harland and Wolff, na Irlanda.
O Olympic foi o primeiro a ficar pronto, em 1911, visando luxo e comodidade, seguido pelo Titanic em 1912 e pelo Britannic em 1915. A White Star Line pretendia que estes navios fossem os melhores em luxo e exuberância da época e para isso estava disposta a abrir mão da Blue Ribbon, a tão cobiçada Fita Azul
que era entregue ao navio mais rápido, pois a empresa alegava que o
conforto de seus navios não seria agradável se fossem velozes demais. O
Titanic foi terminado depois do Olympic e os dez meses que se seguiram
serviram para instalação do maquinário e da decoração do interior. O
Titanic possuía 16 compartimentos estanques com portas
electromagnéticas que poderiam ser fechadas com o apertar de um botão na ponte de comando, isso o deu a fama de "Inafundável" [2].
Mas os tais compartimentos tinham aberturas no topo e serviam para
ventilação. Essas aberturas fizeram com que a água sobrepusesse o
compartimento alagado, inundando rápidamente o seguinte a medida que o
navio inclinava.
Além destas falhas técnicas, o ferro usado na construção não era dos
melhores, pois se fosse de boa qualidade o navio não teria se partido
em dois e o choque com o iceberg não teria feito tantos estragos. Além
de que não haviam botes suficientes, pois no projeto original deveriam
ter 64 (suficiente para alojar comodamente as 3000 pessoas que o navio
podia transportar mas o número foi reduzido a 16 botes e 4 botes
desmontáveis. As leis inglesas permitiam que com o comprimento de 100
metros e 1500 pessoas e com mais de 10 mil toneladas entre passageiros
e tripulação os navios levassem somente 16 botes. A White Star Line e a Cunard
construíram navios com mais de 200 metros e cada um com capacidade para
alojar até 3000 pessoas, significando que 16 botes não eram
suficientes, mesmo assim o navio levava 20 botes.O Titanic, era, na sua época um luxuoso palácio flutuante. A ideia
era fazer os ricos sentirem-se em casa. O navio, com capacidade para
3000 pessoas, tinha três classes: a primeira classe, destinada a ricos
milionários; a segunda, destinada a classe média e a terceira,
destinada a pessoas com poucos recursos, especialmete imigrantes.
Descrição de cada classe:

O Titanic em construção.






* Primeira Classe: Classe privilegiada, muito arejada, imaculadamente
limpa e com extravagâncias para a época. Uma escadaria esculpida na
madeira, com uma cúpula que iluminava o local e três elevadores. Havia
a bordo uma sala de estar, onde as ricas senhoras podiam tomar o chá
enquanto conversam, sala de fumantes, onde os milionários se gabavam
das suas riquezas, diversos restaurantes como o café parisiense,
destinado aos adolescentes; o restaurante a la carte, destinado aos
mais velhos; varanda de descanso, foi criada especialmente para os mais
velhos mas também podia servir para tomar o pequeno almoço. Havia uma
sala de jantar decorada com pilares dourados e objectos de prata,
também havia um local onde a orquestra tocava músicas suaves. Havia uma
lindíssima biblioteca, uma das mais recheadas do Atlântico. As suites
dos milionários eram verdadeiras mansões: sala de convívio, dois
quartos, casa de banho, dois vestiários e deque privado. Havia
novidades no Titanic: um barbeiro, algo raro de se ver, uma piscina, a
primeira num transatlântico e um banho turco, que podia alojar
comodamente 10 pessoas. Havia ainda um ginásio, com os equipamentos
mais modernos e os passageiros podiam enviar mensagens para os seus
amigos no continente usando o telégrafo Marconi sem fios, o mais
potente da altura.



* Segunda Classe: Classe média, prestigiada, arejada e limpa. Vivia
no deque C e E, com quartos de luxo equivalente a suites nos hotéis
mais luxuosos. Tinha uma sala de estar, de fumantes e de jantar, havia
uma biblioteca e podiam andar nas áreas livres do deque B. Apesar das
controvérsias, as instalações da segunda classe eram as mais luxuosas.



* Terceira classe: pouco privilegiada, destinada principalmete aos
imigrantes, era contida no interior do navio e ficava situada no deque
E, F e G, com quartos pequenos e corredores apertados. As únicas áreas
de convívio eram as salas de estar e jantar na popa cujo castelo era a
área ao ar livre. Apesar de tudo, a quem diga que as acomodações da
terceira classe eram melhores que as de primeira classe de alguns
navios.


A viagem inaugural


O Titanic chegou ao porto de Southampton no dia seis de Abril.
Representantes da alta sociedade americana que estava na Europa,
decidiram embarcar no Titanic. Os passageiros mais ricos eram: John
Jacob Astor IV, dono de uma vasta fortuna; Benjamin Guggenheim,
herdeiro de uma fortuna, Sr. e Sra. Straus, donos do magazine Macy's.
Ambos morreram no acidente. Na manhã do dia 10 de Abril não pararam de
chegar pessoas, todas impressionadas pelo tamanho do navio. O luxo e a
abundância atraíram milionários e muitos ricos estavam de regresso a
América. Ao meio-dia o Titanic zarpou do porto, puxado por rebocadores.
Eis o primeiro acidente: a força do navio é tal que um navio solta-se
do local e embate no cais, ferindo quatro pessoas. O que muitos
passageiros não sabiam é que havia um incêndio numa das salas das
caldeiras, mas é provável que tenha sido controlado, uma vez que o
navio não pareceu ficar danificado quando alcançou o oceano.
Eis que surge a primeira missão para a experiente tripulação do
navio: servir os passageiros. Os passageiros da primeira e segunda
classe foram levados até aos seus camarotes por camareiros, já os da
terceira tiveram de encontrar os seus sozinhos, possivelmente alguns só
puderam encontra-los no momento do naufrágio. Na primeira e segunda
classe criados e camareiros instalaram os passageiros, colocando vasos
de flores nas lareiras, transportando as malas e ajudando na divisão
das suites. À noite o Titanic chega ao porto de Cherbourg, na França,
onde embarcam muitos passageiros ricos e famosos. Os passageiros de
Cherbourg que viajavam em primeira e segunda classe receberam o mesmo
tratamento dos passageiros que embarcaram essa manhã. Entraram na sala
de recepção, foram encaminhados para os elevadores para depois serem
encaminhados para as suites, isto aconteceu durante o primeiro jantar
no Titanic. Na manhã seguinte o Titanic estava no cais de Quenstown,
Irlanda, para receber a última parcela de passageiros. Depois, o
Titanic estava pronto para navegar para o oceano.
Uma vez no oceano, o Titanic envolveu-se em festas e bailes, alegria
e diversão. O luxo, conforto e experiência da tripulação tornava a
viagem um sonho tornado realidade. A White Star Line escolheu,
para comandar o Titanic na sua viagem inaugural, o capitão Edward
Smith, experiente e prestigiado capitão que já havia comandado vários
navios de luxo. Aceitou comandar o Titanic porque pretendia fechar a
sua carreira com chave de ouro. O navio progredia bem e com um pouco de
velocidade extra, ganharia fama de ser um navio rápido. Era isso que
Bruce Ismay queria, mais publicidade para o seu super navio e para
isso, ordenou ao capitão para aumentar a velocidade. No dia 14, o
Titanic recebeu 12 avisos de gelo e à tarde a temperatura desceu
bastante.
A noite, um nevoeiro intenso cobria o mar, que calmo como um lago,
era iluminado pelas luzes do Titanic. Na sala de jantar, os passageiros
estavam comemorando um jantar de gala, que oferecido pelos Widner, um
casal milionário, honrava o capitão Smith. Na sala de telégrafo, o
operador estava enviando mensagens para Terra Nova quando o
Californian, um cargueiro não muito longe dali, pedia auxilio e dizia
que havia blocos de gelo enormes a frente do navio. O operador,
furioso, pediu-lhe que parasse pois estava ocupado "enviando mensagens
para Cape Race". A uma hora de distância, estava mesmo a frente do
Titanic o maior inimigo dos marinheiros: o implacável e solitário
iceberg.


O naufrágio


A Colisão



Primeira página do The New York Herald sobre o acidente





Ao anoitecer de 14 de Abril, o Comandante Smith mandou reforçar a vigia no mastro de proa
(frente do navio), e fornecer binóculos. Esses equipamentos não foram
encontrados e os vigias tiveram que fazer o seu trabalho apenas com a
sua visão. O Comandante Smith retirou-se para os seus aposentos e
deixou no comando na ponte, o seu imediato, o Primeiro Oficial William
Murdoch. A noite estava fria e calma, sem ondulação e sem vento.
Somente a luz das estrelas e do Titanic iluminavam a escuridão.
Às 22h30, a temperatura da água do mar era gélida, cerca de 0,5º abaixo
de zero, o suficiente para matar por hipotermia uma pessoa em apenas vinte minutos.
Às 23h40, um dos vigias do mastro, Frederick Fleet, avistou
uma sombra mais escura que o mar à frente. A imensa sombra cresceu
rapidamente e revelou ser um imenso iceberg
na direcção do navio. Imediatamente o pânico deu lugar aos reflexos e o
vigia tocou o sino de alerta do mastro três vezes e ergueu o
comunicador para falar com a Ponte de Comando. Preciosos segundos se
perderam até que o comunicador foi atendido pelo Sexto Oficial Paul
Moody onde Fleet gritou "Iceberg logo à frente". O Primeiro Oficial que
ouvira e vira a imensa massa de gelo na direcção do navio, entrou na
ponte de comando. Gritou, ordenando ao timoneiro "tudo a estibordo", e
à casa de máquinas, "máquinas a ré toda a força". Na ponte de comando e
no mastro de proa, os tripulantes observaram inertes o imenso iceberg
vindo em rumo de colisão.
Na casa das máquinas, a correria foi grande. O vapor que estava a
ser enviado para os motores tinha de ser fechado, a fim de parar os
pistões. Nas salas de caldeiras, os carvoeiros tiveram que parar de
alimentar as fornalhas e abrir os abafadores das caldeiras. Quando os
enormes pistões estavam quase parados, uma alavanca na base dos motores
fora accionada para reverter os giros das hélices centrais, e então as
válvulas tiveram que ser novamente accionadas para libertar o vapor
para entrar nos motores que começaram a girar no sentido inverso. A
hélice central assim que fora accionado o reverso dos motores parou de
funcionar, pois este não era accionado pelos motores do navio, mas por
uma turbina que era alimentada pela sobra do vapor dos motores.
A
proa do navio começa a deslocar-se do Iceberg, e 47 segundos após se
ter visto o Iceberg, não se consegue evitar a colisão. Esta ocorre às 23h40,
na Latitude 41º 46´N e Longitude 50º 14´W. Arestas do Iceberg colidem
com o casco do navio, fazendo com que se soltem os rebites entre as
placas de aço, resultando em pequenas aberturas no casco, tendo sido
afectados mais de noventa metros de casco deixando abertos os 5
compartimentos estanques. Apenas 20 minutos depois, o convés já tinha
começado a inclinar-se.

Mapa do Local de afundamento do Titanic





O vigia Fleet baixa-se no ninho da gávea do mastro de proa e sente o
navio tremer e pedaços de gelo são arremessados ao convés da proa. O
navio todo treme e na ponte de comando o oficial Murdoch acciona
imediatamente o encerramento das portas estanques. Nos porões de carga
do navio, a água jorra com imensa força. Seguiu-se então um estrondo e
a água do mar rompeu por toda a lateral da sala de caldeiras número
seis. As primeiras vítimas foram cinco operários que lutavam para
manter seguras as correspondências na sala de correios inundada logo
após a colisão. Morreram todos afogados tentando salvar as cartas que
rumavam para a América a bordo do navio.
Com o abanão provocado pela colisão, muitos passageiros acordaram. O
Comandante Smith dirigiu-se imediatamente para a ponte de comando e foi
informado do ocorrido. Ordenou imediatamente a paragem total das
máquinas. Com a paragem das máquinas, um barulho ensurdecedor é ouvido
na área externa do navio, devido à grande quantidade de vapor expelido.
O Comandante Smith chamou o Engenheiro-chefe, Thomas Andrews, e
solicitou um exame das avarias. Após alguns minutos, Andrews selou o
destino do Titanic dizendo: "O navio vai afundar, temos menos de duas horas para evacua-lo". Bruce Ismay, Presidente da White Star Line e o Comandante Smith mostraram-se incrédulos com o relato. "O Titanic
não pode afundar" - menciona Ismay - "é impossível ele afundar". Haviam
sido atingidos 5 compartimentos estanques. Com quatro compartimentos, o
Titanic ainda conseguiria flutuar, mas o peso de cinco
compartimentos cheios de água faziam a proa afundar e o navio perderia
o seu ponto de equilíbrio. A água do sexto compartimento passaria para
o sétimo compartimento, depois para o oitavo compartimento, e assim por
diante.
 
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