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Letras Rio Grande

helldanger1

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A Fisga
Rio Grande
Composição: João Monge

Trago a fisga no bolso de trás
E na pasta o caderno dos deveres
Mestre-escola, eu sei lá se sou capaz
De escolher o melhor dos dois saberes

CO meu pai diz que o Sol é que nos faz
Minha mãe manda-me ler a lição
Mestre-escola, eu sei lá se sou capaz
Faz-me falta ouvir outra opinião

Eu até nem sequer sou mau rapaz
Com maneiras até sou bem mandado
Mestre-escola diga lá se for capaz
P´ra que lado é que me viro. P´ra que lado?

Trago ...
 

helldanger1

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A História de Zé Passarinho
Rio Grande
Composição: Indisponível

Música do Álbum: Dia de Concerto(1997)

Pala saída que tem
Da vadiagem alguém
Chamou-lhe o Zé Passarinho
Fala em verso e as mulheres
Ao fim de duas colheres
Leva-as no bico p'ró ninho

Sabe os fados do Alfredo
Rima que até mete medo
Nesta função é doutor
Tem os tiques de fadista
Mão no bolso, lenço e risca
"Baixem a luz por favor!"

Uma triste noite ao frio
Cantava-se ao desafio
Para aquecer as paixões
Quando um estranho se levanta
Para mostrar como se canta
Faz-se à Rosa dos Limões

O povo ficou sentido
Com aquele destemido
... morrer engasgado!
Palavra puxa palavra
Desata tudo à estalada
Com o posto ali ao lado

Nem foi preciso a carrinha
Tudo na sua perninha
Numa linda procissão
Das perguntas com carinho
Ficou preso o Passarinho
Só para investigação

Nasce o dia atrás da Sé
E ninguém arreda pé
Nem por dó, nem por esmola
O povo ficou sentado
Para ouvir cantar o fado
Passarinho na gaiola

 

helldanger1

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A Ilha
Rio Grande
Composição: Carlos Tê / Rui Veloso

Fiz-me ao mar com lua cheia
A esse mar de ruas e cafés
Com vagas de olhos a rolar
Que nem me viam no convés
Tão cegas no seu vogar

E assim fui na monção
Perdido na imensidão
Deparei com uma ilha
Uma pequena maravilha

Meio submersa
Resistindo à toada
Deu-me dois dedos de conversa
Já cheia de andar calada

Tinha um olhar acanhado
E uma blusa azul-grená
Com o botão desapertado
E por dentro tão ousado
Um peito sem soutien

Ancoramos num rochedo
Sacudimos o sal e o medo
Falámos de música e cinema
Lia Fernando Pessoa
E às vezes também fazia um poema

E no cabelo vi-lhe conchas
E na boca uma pérola a brilhar
Despiu o olhar de defesa
Pôs-me o mapa sobre a mesa

Deu-me conta dessas ilhas
Arquipélagos ao luar
Com os areais estendidos
Contra a cegueira do mar
Esperando veleiros perdidos



 

helldanger1

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A Paixão
Rio Grande
Composição: Carlos Tê / Rui Veloso

Música do Álbum: Dia de Concerto(1997)

Tu eras aquela que eu mais queria
para me dar algum conforto e companhia
era só contigo que eu sonhava andar
para todo o lado e até quem sabe ? Talvez casar

Aí o que eu passei só por te amar
a saliva que eu gastei para te mudar
mas esse teu mundo era mais forte do que eu
e nem com a força da música ele se moveu

(Refrão)

Mesmo sabendo que não gostavas
empenhei o meu anel de rubi
para te levar ao concerto
que havia no rivoli

Era só a ti que eu mais queria
ao meu lado no concerto nesse dia
juntos no escuro de mão dada a ouvir
aquela música maluca sempre a subir

Mas tu não ficaste nem meia-hora
não fizeste um esforço para gostar e foste embora
contigo aprendi uma grande lição
não se ama alguém que não ouve a mesma canção

(Refrão)

Foi nesse dia que percebi
nada mais por nós havia a fazer
a minha paixão por ti era um lume
que não tinha mais lenha por onde arder

 

helldanger1

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Deixa-me Rir
Rio Grande
Composição: Jorge Palma

Música do Álbum: Dia de Concerto(1997)

Deixa-me rir
Essa história não e tua
Falas da festa, do sol e do prazer
Mas nunca aceitaste o convite
Tens medo de te dar
E não e teu o que queres vender

Deixa-me rir
Tu nunca lambeste uma lágrima
Desconheces os cambiantes do seu sabor
Nunca seguiste a sua pista
Do regaço à nascente
Não me venhas falar de amor

Pois é, pois é
Há quem viva escondido a vida inteira
Domingo sabe de cor, o que vai dizer
Segunda feira

Deixa-me rir
Tu nunca auscultaste esse engenho
De que falas com tanto apreço
Esse curioso alambique
Onde são destilados
Noite e dia o choro e o riso

Deixa-me rir
Ou entao deixa-me entrar em ti
Ser o teu mestre so por um instante
Iluminar o teu refúgio
Aquecer-te essas mãos
Rasgar-te a mascara sufocante

Pois é, pois é
Ha quem viva escondido a vida inteira
Domingo sabe de cor, o que vai dizer
Segunda feira


 

helldanger1

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Dia De Passeio
Rio Grande
Composição: João Monge / João Gil

Pinta os lábios de vermelho
Passa meia hora ao espelho
Mostra-me do que és capaz
Hoje é dia de passeio
E enquanto eu me barbeio
Passa o pente no rapaz

A cidade é tão bonita
Quando vamos de visita
À saída da portagem
E mais tarde pela 'linha'
Bebe-se a brisa marinha
E aprecia-se a paisagem

Quando acaba o casório
Onde não chega o Bugio
Vem a Boca-do-Inferno
O mar em contestação
Se isto é assim no Verão
O que fará no Inverno

Mandei vir o que pedias
Isto um dia não são dias
Na esplanada das muralhas
Para nós são limonadas
O rapaz pediu queijadas
- Cuidado com as migalhas!

O Sol já se quer deitar
Está na hora de abalar
Arrepia-me esta aragem
Fui onde Deus pôs a mão
Volto à minha condição
De regresso à outra margem

 

helldanger1

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Fado Triste
Rio Grande
Composição: Vitorino

Música do Álbum: Dia de Concerto(1997)

Vai ó sol poente
vai e não voltes
sem trazer no primeiro raio
notícias de quem se foi
numa madrugada amarga e triste
um navio de proa em riste
levou tudo o que eu guardei

Na caixa escondida dos afectos
no lembrar dos objectos
que enfeitavam o meu quarto
tudo perde a cor a forma o cheiro
ficaram só coisa esquecidas
da importância que tiveram

Volto sempre ao rio
às sextas-feiras p´ra lembrar
dias descuidados noites à toa
espero que o navio sempre queira
trazer de volta o sussurro
dos teus passos
numa rua de Lisboa

 

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Fui às Sortes e Safei-me
Rio Grande
Composição: João Monge

Fui às sortes e safei-me
Direito que nem um fuso
Não compreendo aquele uso
De fazer tudo aprumado
Ele há coisas que eu cá sei
Que só se fazem curvado

Fizeram-me a vistoria
Levaram tudo a preceito
Até me viram o peito
E um pouco mais ao fundo
Cada qual na sua vez
E tal como veio ao mundo

No fim já mais à tardinha
Deram um papel timbrado
Onde vinha o resultado
Não me davam qualquer uso
Fui às sortes e safei-me
Direito que nem um fuso
 

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Homem do Leme
Rio Grande
Composição: Indisponível

Música do Álbum: Dia de Concerto (1997)

Sozinho na noite
um barco ruma para onde vai.
Uma luz no escuro brilha a direito
ofusca as demais.

E mais que uma onda, mais que uma maré...
Tentaram prendê-lo impor-lhe uma fé...
Mas, vogando à vontade, rompendo a saudade,
vai quem já nada teme, vai o homem do leme...

E uma vontade de rir nasce do fundo do ser.
E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
a vida é sempre a perder...

No fundo do mar
jazem os outros, os que lá ficaram.
Em dias cinzentos
descanso eterno lá encontraram.

E mais que uma onda, mais que uma maré...
Tentaram prendê-lo, impor-lhe uma fé...
Mas, vogando à vontade, rompendo a saudade,
vai quem já nada teme, vai o homem do leme...

E uma vontade de rir nasce do fundo do ser.
E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
a vida é sempre a perder...

No fundo horizonte
sopra o murmúrio para onde vai.
No fundo do tempo
foge o futuro, é tarde demais...

E uma vontade de rir nasce do fundo do ser.
E uma vontade de ir, correr o mundo e partir,
a vida é sempre a perder...


 

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Lisnave
Rio Grande
Composição: Indisponível

Há homens de toda a sorte
Com sonhos e desenganos
Homens do Sul e do Norte
E também há Africanos

Cada qual seus apetrechos
Todos de azul são fardados
Aprendem os novos eixos
Outra raça de soldados

Quando toca a campainha
Está na hora do navio
Comi caril de galinha
Dei o caldo de safio

Os barcos de todo o mundo
Chegam doentes, idosos
Depois de uma volta a fundo
Partem muito mais vistosos

Os nossos representantes
Dizem com muito calor
Se não somos almirantes
Temos o nosso valor

Eu que nunca vi o mar
Nunca lhe senti o frio
Ando agora a remendar
A barriga de um navio

 

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Loucos de Lisboa
Rio Grande
Composição: Indisponível

Música do Álbum: Dia de Concerto(1997)
Parava no café quando eu lá estava
Na voz tinha o talento dos pedintes
Entre um cigarro e outro lá cravava
a bica, ao melhor dos seus ouvintes

As mãos e o olhar da mesma cor
Cinzenta como a roupa que trazia
Num gesto que podia ser de amor
Sorria, e ao sorrir agradecia

[Refrão]
São os loucos de Lisboa
Que nos fazem recordar
A Terra gira ao contrário
E os rios correm para o mar

Um dia numa sala do quarteto
Passou um filme lá do hospital
Onde o esquecido filmado no gueto
Entrava como artista principal

Compramos a entrada p'ra sessão
Pra ver tal personagem no écran
O rosto maltratado era a razão
De ele não aparecer pela manhã

[refrão]

Mudamos muita vez de calendário
Como o café mudou de freguesia
Deixamos de tributo a quem lá pára
Um louco a fazer-lhe companhia

E sempre a mesma posse o mesmo olhar
De quem não mede os dias que vagueam
Sentado la continua a cravar
Beijinhos as meninas que passeiam.

[refrão]


 

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Menina Estás à Janela
Rio Grande
Composição: Indisponível

Música do Álbum: Dia de Concerto(1997)

Menina estás à janela
com o teu cabelo à lua
não me vou daqui embora
sem levar uma prenda tua

Sem levar uma prenda tua
sem levar uma prenda dela
com o teu cabelo à lua
menina estás à janela

Os olhos requerem olhos
e os corações corações
e os meus requerem os teus
em todas as ocasiões

Menina estás à janela
com o teu cabelo à lua
não me vou daqui embora
sem levar uma prenda tua

Sem levar uma prenda tua
sem levar uma prenda dela
com o teu cabelo à lua
menina estás à janela


 

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Negras Como a Noite
Rio Grande
Composição: Tim

Música do Álbum: Dia de Concerto(1997)

Com mãos de veludo
Negras como a noite
Tu deste-me tudo
E eu parti

Um homem trabalha
Do outro lado do rio
Com as suas duas mãos
Repara o navio
Está sozinho e triste
Mas tem de aguentar
Já falta tão pouco
Para poder voltar

Vai ficar tudo bem
Isso eu sei
Vai ficar tudo bem
Isso eu sei
quando o sol
Se juntar ao mar
E te voltara beijar
Só mais uma vez, só mais uma vez
Só mais uma vez, só mais esta vez

Com adeus começa
Outro dia igual
Ficou a promessa
Escondida no lençol
Negras como a noite
Vindas de outra terra
As mãos de veludo
Estão á sua espera

Vai ficar tudo bem
Isso eu sei
Vai ficar tudo bem
Isso eu sei
quando o sol
Se juntar ao mar
E te voltara beijar
Só mais uma vez, só mais uma vez
Só mais uma vez, só mais esta vez
 

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O Caçador da Adiça
Rio Grande
Composição: João Monge

Subi à serra da adiça
E só parei no talefe
A lua alegre e roliça
Aumentava o tefe tefe

Levei a saca de estopa
Preparado para caçar
Faço dela a minha roupa
Se o frio da noite apertar

O teu coração parece
Uma pedra sem destino
Dizem que só amolece
Ao canto de um gambozino

Uns dizem que é fugidio
Os outros que é de má raça
Tenho de ter algum brio
Para não espantar a caça

[refrão]

Assim me fiz caçador
Sem espingarda nem "piloto"
Para ter o teu amor
Para te cair no goto
Para ter o teu amor
Para te cair no goto

As coisas que a gente faz
A dar vazão ao que sente
Já pensava em vir pra trás
Sai-me um vulto pela frente

Abri a boca da saca
Fechei os olhos ao medo
A tua mão não me escapa
Não é tarde nem é cedo

[refrão]


 

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O Dia do Nó
Rio Grande
Composição: Indisponível

Era quase meio-dia
'A noiva está a chegar'
O padre com bonomia
Faz sinal à galeria
A função vai começar

O povo pôs-se em sentido
Nós à frente lado a lado
Estava tudo bem vestido
Ela de branco e comprido
Eu com um fato riscado

O sermão chegou ao fim
Alianças com o nome
Quando gastou o latim
Dissemos os dois que sim
Já estava tudo com fome

Nos retratos com fogacho
À saída da Igreja
Os chegados mais em baixo
Os outros ficam em cacho
Isto tudo salvo-seja

Está na hora do cortejo
Também tem os seus preceitos
As mulheres mandam um beijo
Os homens lembram desejo
Todos atiram confeitos

Com ervas que nem eu sei
Os comeres são temperados
Parece a mesa de um rei
E antes que o vinho almareie
Canta-se aos recém-casados
 

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O Sobrescrito
Rio Grande
Composição: João Monge / João Gil

Bateram ao postigo. Era o carteiro
Trazia um sobrescrito de Lisboa
Não era engano: O nome estava inteiro
Era dirigido à minha pessoa

Abri-o logo ali: Era a respeito
De um pedido que em tempos eu fiz
Para qualquer ofício ganho o jeito
Mesmo que seja só como aprendiz

Tantas voltas dá a vida
Tantas voltas dá o Mundo
E depois volta não volta
Muda tudo num segundo

Nessa tarde já não saí de casa
Sentei-me frente ao lume a matutar
Enquanto dava a volta a uma brasa
Há dias de perder e de ganhar

Meti a tralha toda para um cesto
E mesmo ainda assim sobrava fundo
O que ficou tinha muito mais texto
Não cabe em nenhum verso deste mundo

Tantas voltas dá a vida
Tantas voltas dá o Mundo
E depois volta não volta
Muda tudo num segundo

Foi toda a minha gente a despedida
Ao Largo donde partiu a carreira
Abraços, beijos e até comida
Cada um exprime-se à sua maneira

E foi assim que a vida deu uma volta
A carta e os conselhos de um braseiro
O campo por onde eu andava à solta
Agora está no fundo de um estaleiro

Tantas voltas dá a vida
Tantas voltas dá o Mundo
E depois volta não volta
Muda tudo num segundo
 

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Ponte do Guadiana
Rio Grande
Composição: Indisponível

Parece que estava escrito
(Como a vida nos engana)
O sonho era mais bonito
para lá do Guadiana

Agora que estou contigo
Debaixo da mesma ponte
À sombra do mesmo abrigo
Temos o mesmo horizonte

Já passaram tantos anos
Desde que me fui embora
Somos um pouco ciganos
Anda sempre alguém por fora

Sempre o mesmo casario
Com a sina nas cozinhas:
Aceitar o desafio
Feito pelas andorinhas
Por aquela ribeirinha
Houve um homem que partiu
Ainda lá está a pedrinha
Donde ele se despediu

Já passaram tantos anos
Desde que me fui embora
Somos um pouco ciganos
Anda sempre alguém por fora

"Ó águia que vais tão alto"
Vem de longe este cantar
O "ponto" e depois o "alto"
Tenho aqui o meu lugar

Quando vejo aquela porta
E o menino lá sentado
Qualquer coisa me conforta
Que não vejo em nenhum lado

Já passaram tantos anos
Desde que me fui embora
Somos um pouco ciganos
Anda sempre alguém por fora


 

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Porto Sentido
Rio Grande
Composição: Carlos Tê / Rui Veloso

Música do Álbum: Dia de Concerto(1997)

Quem vem e atravessa o rio
Junto à serra do Pilar
vê um velho casario
que se estende ate ao mar

Quem te vê ao vir da ponte
és cascata, são-joanina
dirigida sobre um monte
no meio da neblina.

Por ruelas e calçadas
da Ribeira até à Foz
por pedras sujas e gastas
e lampiões tristes e sós.

E esse teu ar grave e sério
dum rosto e cantaria
que nos oculta o mistério
dessa luz bela e sombria

[refrão]
Ver-te assim abandonada
nesse timbre pardacento
nesse teu jeito fechado
de quem mói um sentimento

E é sempre a primeira vez
em cada regresso a casa
rever-te nessa altivez
de milhafre ferido na asa


 

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Postal dos Correios
Rio Grande
Composição: João Monge

Querida mãe, querido pai. Então que tal?
Nós andamos do jeito que Deus quer
Entre dias que passam menos mal
Em vem um que nos dá mais que fazer

Mas falemos de coisas bem melhores
A Laurinda faz vestidos por medida
O rapaz estuda nos computadores
Dizem que é um emprego com saída

Cá chegou direitinha a encomenda
Pelo "expresso" que parou na Piedade
Pão de trigo e linguiça pra merenda
Sempre dá para enganar a saudade

Espero que não demorem a mandar
Novidade na volta do correio
A ribeira corre bem ou vai secar?
Como estão as oliveiras de "candeio"?

Já não tenho mais assunto pra escrever
Cumprimentos ao nosso pessoal
Um abraço deste que tanto vos quer
Sou capaz de ir aí pelo Natal

 

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Queda do Império
Rio Grande
Composição: Vitorino

Música do Álbum: Dia de Concerto(1997)

Perguntei ao vento
Onde foi encontrar
Mago sopro encanto
Nau da vela em cruz
Foi nas ondas do mar
Do mundo inteiro
Terras da perdição
Parco império mil almas
Por pau de canela e mazagão

Pata de negreiro
Tira e foge á morte
Que a sorte é de quem
A terra amou
E no peito guardou
Cheiro da mata eterna
Laranja luanda
Sempre em flor.


 
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