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Vacina pouco eficaz

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A quota das vacinas contra a gripe sazonal destinada a cada país é limitada e a Portugal coube um total de 1,6 milhões de unidades. A imunização para esse número de portugueses representa para o Serviço Nacional de Saúde um custo superior a 4,8 milhões de euros (o custo unitário é de 8,25 euros e a comparticipação é de 37 por cento).

Apesar das vantagens da vacinação, a realidade mostra que o vírus da gripe ceifa vidas todos os anos. Em Portugal morrem por ano, em média, entre 1500 a 2000 pessoas devido à gripe ou às suas complicações, segundo dados da Direcção-Geral da Saúde.

Em 2005 faleceram 520 espanhóis devido ao vírus e foram precisamente mais vítimas do grupo da população supostamente protegida pela vacina. Porquê? Porque a profilaxia, ainda que eficaz, é menos do que o previsto no caso dos adultos.

As campanhas de vacinação antigripal sustentam-se em estudos que afirmam que esta medida é capaz de reduzir em 50 por cento, ou mais, a mortalidade da população adulta nos meses de Inverno. Todavia, outras pesquisas indicam que ao vírus só se pode atribuir cinco por cento das mortes ocorridas no grupo etário nesse período.

Graça Freitas, subdirectora-geral da Saúde, diz que estes dados, contraditórios, são bem conhecidos. “A vacina não é tão efectiva nos idosos devido à idade e à debilidade do sistema imunitário. No entanto, continua a prevenir muitos internamentos e mortes.”

Como é que a imunoprofilaxia previne dez vezes mais mortes do que as directamente causadas pela doença? O paradoxo tem origem no debate sobre a eficácia real da vacina antigripal a partir dos 65 anos, período em que a infecção respiratória causa mais estragos e mais se recomenda a imunização. A questão que se coloca é saber se terá havido um exagero nos benefícios para os idosos. A dúvida perturba a comunidade científica, o que foi reforçado pelos autores de um recente artigo publicado na revista ‘The Lancet Infectious Diseases’. Segundo afirmam, a investigação demonstrou de forma credível que a vacina reduz as complicações associadas à gripe nos menores e jovens adultos, mas não existem estudos rigorosos que permitam afirmar o mesmo na idade avançada.

José Bayas, presidente da Associação Espanhola de Vacinação, defende a ideia e considera “excessivas” as expectativas: “Exige-se um nível de eficácia e perfeição quase infinito. Se não é eficaz em 99 por cento dos casos é má, mas não temos esse nível de exigência com outros medicamentos. Ainda que a protecção seja mais baixa, é positiva.”

Um novo trabalho supera esta limitação. Os investigadores estudaram em dez anos 700 mil norte-americanos com mais de 65 anos. Comparou-se a frequência de internamentos e mortes por gripe entre os que se vacinavam e não. O resultado foi favorável à prevenção, com uma redução de 27 por cento dos internados por gripe e pneumonia e de 48 por cento do risco de morte.

Correio da Manhã
 
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