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Zona norte terá radar para detectar chuvas inesperadas

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Set 24, 2006
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Zona norte terá radar para detectar chuvas inesperadas

Um novo radar para detectar a ocorrência inesperada ou o aumento de intensidade da chuva vai ser colocado em Arouca, devendo estar operacional dentro de quatro anos, revelou o presidente do Instituto de Meteorologia (IM) à agência Lusa.

Adérito Vicente Serrão assinalou que, com o novo radar, «fica coberta a zona Norte, uma vez que já existe um em Loulé, que faz a vigilância das condições de precipitação na zona Sul, e outro em Coruche, que se ocupa da zona Centro».

Em parceria com os satélites, os radares permitem a formulação de previsões «de muito curto prazo» (para a hora seguinte ou duas horas depois), nas quais o Instituto de Meteorologia pretende concentrar a sua atenção.

«A monitorização contínua de uma depressão frontal permite-nos prever o seu comportamento no imediato, procedendo o Instituto de Meteorologia, se necessário, à correcção ou actualização das suas previsões», exemplificou o responsável, segundo quem estas informações são fundamentais para a actuação da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), «nomeadamente quando estão em risco pessoas e património».

A articulação entre o Instituto de Meteorologia e a Protecção Civil faz-se através de reuniões diárias que, entre outros aspectos, permitem estabelecer a escala de alertas: verde, amarelo, laranja, vermelho.

Os radares permitem - em combinação com as observações de superfície, com os detectores de raios e trovoadas e com as análises feitas pelos satélites - obter informação meteorológica com uma precisão razoável, embora seja corrente ouvir protestar porque as previsões do estado do tempo falharam outra vez.

«Somos acusados de errar sempre mas a verdade é que nós fazemos previsões à escala distrital. Ou seja, as pessoas dizem que nos enganámos se tivermos previsto aguaceiros em Lisboa e afinal estiver Sol na rua onde moram mas a verdade é que estará muito provavelmente a chover noutro ponto do Distrito», esclareceu.

Além das previsões «de curto prazo» (para três ou quatro dias, com uma correcção acima dos 80 por cento), o Instituto faz antevisões «de médio prazo» (para até nove a dez dias, em que a margem de erro aumenta) e antevisões «de longo prazo» ou sazonais (as menos fiáveis).

«Claro que tentamos que as previsões tenham a percentagem máxima de acerto mas, sobretudo nas antevisões sazonais, torna-se evidente que estamos a lidar com sistemas que o Homem não domina totalmente», explicou Adérito Serrão, acrescentando que «além disso, a Europa Ocidental tem uma localização em que a interacção entre a circulação atmosférica e o mar ainda tem um elevado grau de imprevisibilidade».

Apesar das falhas, «a meteorologia teve um avanço significativo com a colocação de estações automáticas a partir dos anos 80, havendo actualmente 100 estações em vários pontos do País, às quais cabe avaliar os diversos parâmetros que permitem monitorizar o estado do tempo», assinalou.

Presentemente, são também cada vez mais utilizados modelos que permitem fazer simulações e ter alguma percepção do que o futuro reserva... e esses modelos indicam que «a ocorrência de precipitações intensas e de altas temperaturas tende a acentuar-se a nível mundial», sublinhou o presidente do Instituto de Meteorologia.

Integrando o SIAM (projecto que surgiu em 1999 para avaliar as fragilidades dos sistemas naturais e sociais portugueses face às alterações climáticas, com vista ao desenvolvimento de estratégias de adaptação e redução dos efeitos negativos dessas alterações), o Instituto de Meteorologia pretende usar uma combinação de modelos globais com modelos de carácter mais localizado para - a uma escala regional - estudar os efeitos das mudanças climatéricas em determinados sectores de actividade.

«Por exemplo, se for possível saber com antecipação que haverá uma diminuição dos recursos hídricos numa determinada região, pode-se começar à procura de uma solução antes que a seca afecte os campos e o sector energético», indicou o responsável.

O Instituto de Meteorologia, que tem especialidades como a agrometeorologia (fundamental para a agricultura), fornece também informações constantes à aviação (que depende delas para a aeronáutica) e, como domina o parâmetro vento, tem vindo a conquistar terreno no sector das energias alternativas.

Os fogos florestais são outra área em que a informação meteorológica se revela essencial, na medida em que o Instituto de Meteorologia faculta um índice concelhio (baseado nos valores da temperatura, da humidade e nas características do vento) que é, segundo Adérito Vicente Serrão, «um dos melhores instrumentos na prevenção dos incêndios».

Diário Digital / Lusa

12-01-2008 10:24:00
 
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