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Meteorologia

Serr@no™

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A meteorologia é a ciência que estuda, de forma interdisciplinar, os fenômenos da atmosfera terrestre e de outros planetas, com foco nos processos físicos e na previsão do tempo.
A origem da palavra meteorologia é meteoro que significa aquilo que está elevado ou contido na atmosfera. A meteorologia é propriamente a ciência atmosférica ou a ciência da atmosfera.
A pesquisa científica da atmosfera e as aplicações que dela decorrem definem o universo e a abrangência da meteorologia. Um dos principais objetivos operacionais da meteorologia é a previsão do tempo, entendida aqui como a previsão dos fenômenos atmosféricos que ocorrerão em um período futuro de até 15 dias. Alé mda previsão do tempo há a determinação da tendência das flutuações climáticas, em geral referida simplesmente como tendência climática. Nesse caso, a tendência procura estabelecer as condições das flutuações climáticas do próximo ano ou da próxima estação, se a temperatura, umidade do solo, precipitação etc estará acima, abaixo ou próxima do valor esperado. Assim, a previsão do tempo é definida para diferentes escalas temporais e espaciais. Muitos dos sistemas atmosféricos apresentam uma combinação complexa de fenômenos de escalas diferentes.
Os prognósticos ou previsões dos fenômenos do tempo local, principalmente daqueles fenômenos associados ao tempo severo, como tempestades, ventanias, rajadas, pancada de chuva, granizo, etc são muito importantes para uma vasta gama de atividades humanas e para o entendimento das transformações rápidas do ambiente. Por exemplo, nas grandes cidades os fenômenos meteorológicos mais críticos acabam por definir as condições de salubridade e a qualidade ambiental a qual está sujeita a população. Entre esses fenômenos listam-se as inundações, as estiagens e a disponibilidade de água potável, as condições críticas de temperaturas extremas (ondas de calor ou canicules), em geral associadas a baixos valores de humidade relativa do ar, os eventos críticos de poluição do ar, associados à concentrações de poluentes atmosféricos acima de valores aceitáveis à saúde humana, animal e vegetal, etc. A população mundial das cidades tem hoje uma percepção crescente quanto a sua vulnerabilidade aos riscos ambientais.
A atmosfera é um dos componentes do chamado Sistema Ambiental do Planeta, do qual também participam o Oceano, a Superfície planetária em geral (solos, rochas etc) e o conjunto dos seres vivos, para definir uma sistema caracterizado por uma complexa rede de inter-relações e feedbacks (processos de retro-alimentação positiva e negativa). A Meteorologia estuda a atmosfera em sua inter-relação com as outras esferas do planeta: a biosfera, litosfera, criosfera e hidrosfera.
A camada atmosférica em que a maioria dos seres vivos da terra e do ar vivem é chamada também homeosfera, porque nela a convecção térmica e a turbulência, encontrada na troposfera homogeneizam as frações em volume dos gases atmosféricos, principalmente nitrogênio (também denominado azoto) e oxigênio.
A atmosfera terrestre é distinta de outras no sistema solar, por uma lado, pela presença de quantidades significativas de vapor d’água e de oxigênio e por outro, pela ausência de euquilíbrio químico entre os compostos químicos na atmosfera. muito em função das reações bioquímicas. Como exemplo, o oxigênio da atmosfera terrestre não está em equilíbrio químico com os outros materias da superfície terrestre como ocorre em Marte. Isso se deve a presença de vida vegetal na Terra. De forma diferente em Marte praticamente todo o oxigênio disponível na atmosfera foi utilizado na oxidação dos compostos da superfície ariana, daí a cor avermelhada de sua superfície e também o que é espantoso, a ausência de formas de vida macroscópicas ou que sejam facilmente identificáveis por sensoriamento remoto.



História da ciência atmosférica

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Aristoteles



Antiguidade

  • 3000 a.C.
O chinês Nei Tsing Sou Wen escreveu a primeira obra sobre a meteorologia que compreendeu igualmente as previsões.
  • 400 a.C.
Na India, os períodos de monsão conduziram às primeiras medições das taxas de precipitação como também de suas previsões.
  • 350 a.C.
O termo meteorologia vem de Aristóteles que o utilizou para descrever o que ele chamou de Ciências da Terra de forma geral e não apenas o domínio exclusivo dos estudos da atmosfera. Em particular, ele descreveu o ciclo hídrico (hidrológico) como:
Agora o Sol, nascendo, como ele sempre faz, coloca em ação um processo de mudança, surgimento e declínio, cuja ação levanta a mais pura e doce água, a cada dia, dissolvendo-a em vapor e transportando-a para as alturas onde ela se condensa novamente pelo frio e retorna a seguir para a superfície da terra. (Trad. da versão francesa: Maintenant le soleil, se déplaçant comme il le fait, met en branle un processus de changement, de devenir et de déclin qui par son action élève la plus fine et douce eau chaque jour, la dissout en vapeur et la transporte vers les hauteurs où elle se condense à nouveau par le froid et retourne ensuite à la terre).
  • 300 a.C.
O filósofo Théophraste publica "Os sinais do tempo" (Fr.:Les signes du temps), primeira obra de previsões meteorológicas na Europa.



Renascença

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Galileo Galilei


  • 1607
Galileu Galilei construiu um termoscópio, o ancestral do termômetro, bem que a paternidade desse invento seja contestada. Esse instrumento mudou o pensamento do tempo porque conseguia a medida de um elemento que era pensado como um elemento imutável de Aristóteles (fogo, água, ar e calor). Nós começamos a notar as variações do tempo, ainda de modo limitado porque faltava esperar a criação do padrão de temperatura por Daniel Gabriel Fahrenheit e Anders Celsius ao século XVIII para quantificar verdadeiramente as coisas.
  • 1644
Evangelista Torricelli, um contemporâneo de Galileu, cria o primeiro vácuo artificial em 1644 e desenvolve no processo o primeiro barômetro. O tubo de Torricelli é um tubo de vidro com uma extremidade aberta e outra fechada. O tubo é preechido com mercúrio e virado de ponta-cabeça com a abertura mergulhada em um recipiente que também contem mercúrio. Para realizar as medidas, o tubo é mantido na posição vertical, de modo que parte do mercúrio no tubo escoa para o reservatório até que a pressão exercida pela coluna de mercurio se equilibre com a pressão atmosférica sobre a superfície livre do reservatório. O movimento do mercúrio na coluna é apenas parcial pois ao deixar o volume superior do tubo cria um vácuo local. A altura da coluna de mercúrio será proporcional à pressão atmosférica. A pressão atmosférica impede o mercúrio de sair completamente do tubo resultando em equilíbrio hidrostático. O vácuo no interior do tubo não é total mas quase. A altura da coluna de Mercúrio permite a leitura da pressão atmosférica em uma escala aproxipriada, i.e. milímetros de mercúrio. Torricelli descobriu com sua invenção que a pressão da atmosfera varia no tempo, i.e. que ela podia variar dia a dia. Hoje é muito conhecida a regra de previsão que diz que em condições de pressão do ar relativamente baixa ocorre mal tempo e vice-versa.
  • 1648
Blaise Pascal descobriu que a pressão atmosférica diminuia com a altitude e por isso que havia um vácuo fora da atmosfera.
  • 1667
Robert Hooke construiu o anemômetro para medir a velocidade do vento.
  • 1686
Edmund Halley cartografa os alíseos (intertropicais) e deduz que as mudanças do tempo atmosférico são causadas pelo aquecimento solar. Ele confirma assim as descobertas de Pascal sobre a pressão atmosférica.
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Benjamin Franklin


  • 1735
George Hadley é o primeiro a tomar em consideração a rotação da Terra para explicar os alíseos. Bem que sua explicação fosse incorreta e previse ventos com velocidade menor que a real, seu nome foi dado à circulação tropical conhecida hoje como células de Hadley, uma das grandes circulações que compõe a circulação geral da atmosfera.
  • 1743-1784
Benjamin Franklin observou cotidianamente e notou que os sistemas meteorológicos vem de oeste na América do Norte. Ele publicou a primeira carta científica da Corrente do Golfo, provando que o raio é um fenômeno elétrico, tambémn estudou os efeitos das erupções vucânicas e o comportamento dos meteoros e especulou sobre os efeitos da desflorestamento ou desmatamento sobre o clima.
  • 1780
Horace-Bénédict de Saussure construiu um higrômetro de fio de cabelo para medir a umidade relativa do ar. Mostrou que variação do comprimento do fio de cabelo é linearmente proporcional à variação da humidade relativa do ar.
 

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Início dos tempos modernos

  • 1802-1803
Luke Howard escreveu o trabalho intitulado “Sobre a modificação das nuvens” (Trad. ingl.: 'On the modification of clouds) no qual ele deu os nomes às nuvens tal qual as conhecemos hoje, i.e. a partir do Latim.
  • 1806
Francis Beaufort introduziu sua escala descritiva dos ventos destinada aos marinheiros. A escala de Beaufort destaca os efeitos do vento sobre vagas (i.e. quando o estado do mar é das ondas que encrispam e se quebram para formar espuma) à intensidade do vento, medida em nós (1 nó equivale aproximadamente a ½ metro por segundo C, i.e. 1 nó = 0,514444588 m/s = 1.852 km/h ou 1 m/s = 1,943843951 nó = 2,23694 mph “milhas por hora” = 3,6 km/h).
  • 1835
Foi em um artigo intitulado Sobre as equações do movimento relativo dos sistemas de corpos (em fr.:Sur les équations du mouvement relatif des systèmes de corps) que Gustave-Gaspard Coriolis descreveu matematicamente a força que leva seu nome. No seu artigo, a força de Coriolis apareceu como uma componente suplementar à força centrífuga, sentida por um corpo em movimento relativo a um referencial em rotação. Essa força é essencial para a descrição do movimento dos sistemas meteorológicos como Hadley havia pressentido um século antes.
  • 1837
Samuel Morse inventou o telégrafo que permitiu a disseminação de informações e entre elas das medidas meteorológicas.
  • 1838
William Reid [1] publicou o artigo controverso Lei das Tempestades (Ingl.:Law of Storms) que descreveu o comportamento das depressões. Sua obra dividiu a comunidade científica durante dez anos.
  • 1841
Elias Loomis[2] foi o primeiro a sugerir a presença de frentes para explicar o tempo mas não somente após a Primeira Gerra Mundial que a escola norueguesa de meteorologia desenvolveu o conceito.
  • 1849
O Smithsonian Institution, sob a direção de Joseph Henry [3] começou a operação de uma rede de estações meteorlógicas de observação nos Estados Unidos da América.



Era Contemporânea

  • Depois da Primeira Guerra Mundial
  • 1919
Os meteorologistas noruegueses [4], sob a direção de Vilhelm Bjerknes, desenvolveram a idéia de que as bordas das massas de ar se encontram ao longo de zonas de descontinuidade que denominaram frentes: (frente quente, frente fria e oclusão). De acordo com essa teoria, existem três zonas frontais que separam quatro massas de ar:
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Os símbolos das frentes meteorológicas: 1) Frente fria 2) Frente quente 3) Oclusão 4) Estacionária


  • Polar
  • Ártica, no Hemisfério Norte e Antártica no Hemisfério Sul.
  • Marítima e
  • Tropical
Considerando a rotação da Terra (expressa pela força de Coriolis), a distribuição de massas e a força de pressão atmosférica associada ao peso da coluna de ar, o aquecimento diferencial da superfície e o movimento vertical associado às precipitações implicam na geração, intensificação e declínio dos sistemas meteorológicos de latitudes médias.
O grupo compreendia Carl-Gustaf Rossby, que foi o primeiro a explicar a circulação atmosférica de grande-escala em termos da mecânica dos fluidos, Tor Bergeron, que determinou o mecanismo de formação de gotas de chuva a partir de nuvens de topo frio, e Jacob Bjerknes.
Esta escola de pensamento expandiu-se mundialmente. Ainda hoje, as explicações meteorológicas simples que nos chegam pela mídia utilizam o vocabulário criado pela escola norueguesa.
  • 1922
O desenvolvimento da meteorologia de certo ponto de vista esteve associada à mecânica dos fluidos até o final do século XIX. Mas em 1922, Lewis Fry Richardson publicou o importante livro Weather prediction by numerical process (Previsão do tempo por métodos numéricos) no qual ele descrevia como integrar numericamente as equações das variáveis atmosféricas e assim obter a previsão do tempo 24 hora adiante. Para tal ele mostra como os termos de menor magnitude relativa das equações do movimento do ar podiam ser negligenciados, como por exemplo, o termo de difusão molecular que é muito pequeno comparado à força da gravidade e às forças inerciais. Além disso, a partir da análise se seu livro, ficou claro para os meteorologista e físicos-matemáticos da primeira metade do século XX, que uma integração numérica das equações somente poderia ser efetuada com sucesso a partir do conhecimento preciso do campo inicial das variáveis da atmosfera. Devido ao fato de que o campo inicial utilizado por Richardson não ser exatamente o que chamariamos de um campo suficientemente filtrado, isto é, dele ter utilizado um campo onde as diferentes variáveis não apresentavem-se consistentes do ponto de física da física da atmosfera, seus resultados pioneiros não foram muito bons, (realmente eles superestimaram a queda da pressão em uma localizade da Alemanhã), mas, considerado em seu conjunto teórico, apontou o caminho a ser seguido, isto é, filtrar as variáveis do estado inicial de forma a remover perturbações de alta freqüência que não estão associadas ao movimento do tempo atmosférico, isto é, às ondas de Rossby. Essas simplificações permitiram que o conjunto de (6) equações básicas pudesse ser integrado para obter a previsão numérica do estado futuro da atmosfera de forma operacional já no início da década de 1950 nos EUA. Richardson (1922) também indicou a necessidade de organizar um algoritmo decompondo a integração em atividades numéricas simplificadas de forma a efetuar a integração do conjunto de equações. Isso poderia ser feito através de centros de computação, e isto ocorreu no início do século XX, muito antes da existência de computadores eletrônicos. Somente ao final da Segunda Guerra Mundial o primeiro computador eletrônico chamado ENIAC pode ser utilizado para finalidades não bélicas, isto é, para a previsão numérica de um modelo atmosféricos simplificado chamado modelo auto barotrópico (realmente baseado em equações filtradas) e que corresponde a uma representação bidimensional do escoamento atmosférico médio.
  • 1950
O desenvolvimento dos computadores ao final da Segunda Guerra Mundial e durante os anos 1950 conduziu à formulação dos programas numéricos (com a formalização teórica de John Von Neumann e Alan Mathison Turing) gravados diretamente na memória operacional do computador, i.e. os chamados algoritmos, e à formulação da solução numérica das equações da atmosfera. Este foi o começo da previsão numérica do tempo operacional. O primeiro modelo meteorológico era uma versão bidimensional da atmosfera baseado na integração da equação da vorticidade, chamado modelo auto-barotrópico (bidimensional). Esse modelo correspondia à média vertical aplicada às equações do escoamento atmosférico, em uma forma na qual ondas de gravidade são filtradas do conjunto de ondas que compôe a solução do sistema de equações básicas da atmosfera. Esse filtro corresponde simplesmente em substituir a vorticidade atmosférica (que é igual ao operador rotacional do vetor velocidade do vento) e o vento atmosférico por seus valores dados pela aproximação geostrófica (isto é, pelo vorticidade geostrófica, associada à curvatura do campo de altura geopotencial ou pressão; e pelo vento geostrófico, associado ao gradiente do camp ode altura geopotencial). Assim, obtiveram uma equação diferencial parcial para a altura geopotencial. O campo de geopotencial (que é a energia potencial utilizada para elevar uma parcela de ar desde a superficie até a altura z) pode ser prognosticada com 24 horas de avanço, primeiramente para o Hemisfério Norte e depois para o planeta todo, de modo operacional, já com a versão barotrópica equivalente do modelo. As versões sucessivas de desenvolvimento do modelo atmosférico conduziram à modelos cada vez mais realísticos, com multi-camadas e para um grande número de variáveis atmosféricas (pressão, temperatura, umidade, componentes da velocidade do vento, precipitação, etc). Hoje os modelos de previsão global são tridimensionais, integrados durante vários dias e aplicados sobre as chamadas equações primitivas da atmosfera.
O radar meteorológico foi desenvolvido a partir de estudos realizados durante a II Grande Guerra dos ecos (potência da onda eletromagnética retro-espalhada) causados pelas gotas de precipitações.
  • Nos Estados Unidos : desenvolvimento dos primeiros radares meteorológicos operacionais [5].
  • No Canada : J.S. Marshall e R.H. Douglas formam o « Stormy Weather Group»
[6] na Universidade McGill de Montréal que trabalhou a relação entre a potência retro-espalhada ou réflectividade do radar e a variável (Z), associada à intensidade e a taxa de precipitação (R).
  • Na Grã-Bretanha, avançam as pesquisas sobre as características dos padrões de precipitação e sobre a possibilidades oferecidas pelos diferentes comprimentos de onda entre 1 e 10 centímetros.
  • 1951
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) foi fundada pela ONU em substituição a Organização Meteorológical Internacional.
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Primeira imagem do satélite TIROS-1 da Terra a partir do espaço


  • 1960
Em 1960, o TIROS-1 é o primeiro sucesso de lançamento de um satélite meteorológico. Esse feito marca o início da coleta de dados meteorológicos a partir do espaço com uma resolução espacial muito superior àquela então disponível pelas estações terrestres de radiossondagem atmosférica enviando assim informações das variáveis meteorológicas de locais com pouca densidade de estações como oceanos, Amazônia, desertos e pólos geográficos.
A teoria do caos é iniciada com os trabalhos pioneiros de Edward Lorenz no estudo da estabilidade soluções de escoamentos atmosféricos convectivos, ao curso dos anos 1960, por métodos computacionais. A aplicação dos conceitos da teoria serão utilizados mais tarde, a partir dos anos 1990, para tratar as soluções do sistema dinâmico da atmosfera por meio da análise estatísitica dos chamados ensambles (conjuntos) de resultados. Nesses ensambles, as soluções obtidas de diferentes modelos de previsão ou mesmo resultados de um mesmo modelo inicializado a partir de variações minúsculas dos parâmetros iniciais (estado inicial) do modelo, são analizados do ponto de vista das possíveis soluções do sistema dinâmico resultando em previsões mais confiáveis e precisas. Por exemplo, quando de 100 simulações obtidas a partir de estados iniciais ligeiramente diversos, 70 indicam que ocorrerá tempestades em determinada região, resulta que a probabilidade de ocorrência dessas tempestades é da ordem de 70%.
 

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Início do serviço meteorológico

Nos EUA, em 1837, o estabelecimento da rede telegráfica permitiu o início de um serviço sistemático de coleta rapida da informação das condições do tempo meteorológico sobre uma vasta área. Esse serviço é o protótipo do serviço internacional realizado pelos acordos internacionais da Organização Meteorológica Mundial (WMO).
Mapas do tempo junto à superfície podiam então ser produzidos com esses dados meteorológicos representados por símbolos e números sobre cartas de distribuição da pressão atmosférica (reduzida ao nível médio da superfície do mar, NMSM). A análise da sequencia temporal dessas cartas de tempo permitia conhecer o deslocamento e alterações dos sistemas de tempo, como o movimento de frentes frias, com uma resolução temporal de algumas horas e espacial de mais de 100 km.
A previsão de tempo baseada em medidas meteorológicas requer um conjunto apreciável de observações, o que só foi possível a partir de 1849 quando o Instituto Smithsonian estabeleceu uma rede de observação sobre todo os EUA coordenada por Joseph Henry. Observações similares foram implementadas na Europa e outros países ao mesmo tempo.
Na Inglaterra, em 1854, o governo inglês designou Robert FitzRoy para seu novo escritório de Estatística Meteorológica da pasta de comércio com o propósito de coordenadar a coleta de medidas meteorológicas sobre os oceanos. Esse escritório instituiu o Serviço Meteorológico Inglês (United Kingdom Meteorological Office) em 1854, que foi o promeiro serviço meteorológico nacional no mundo. As primeiras previsões do tempo diárias feitas pelo escritório de FitzRoy foram publicadas no jornal The Times em 1860.
Nos anos que se seguiram um sistema de alerta de mal tempo foi montado na forma de um cone hastiado nos principais portos quando ventania era prevista.
Nos 50 anos seguintes muitos países estabeleceram serviçoes meteorológicos nacionais:
  1. Escritório Central Meteorológico da Finlândia (1881) foi formado como parte do Observatório Magnético da Universidade de Helsinki;
  2. Considera-se que o início da previsão climática tenha sido realizado pelo Departamento Meteorológico da Índia (1889) ao estabelecer que períodos de fome seguiam aos eventos de ciclones tropicais e de monsão das décadas precedentes;
  3. Departamento de Agricultura dos EUA estabeleceram o Escritório do Tempo (United States Weather Bureau) em 1890;
  4. O Escritório Australiano de Meteorologia (Australian Bureau of Meteorology) foi estabelecido em (1905) pelo Acto Meteorológico como forma de unificar os diferentes serviços meteorológicos estaduais.
O conhecimento da atmosfera

Muitos pesquisadores e ciêntistas contribuíram para o conhecimento atual da atmosfera Terrestre. Entre eles destaca-se aqui:
  • Descartes
  • Newton
  • Euler
  • Gauss
  • Boussinesq
  • Bjerknes
  • Prandtl
  • Richardson
  • Rossby
  • Charney
  • Von Newmann
  • Bergeron
  • Brunt
  • Vaisala
  • Kolmogorov
  • Monin
  • Obukhov
  • Marchuk
  • Fujita
  • Lorenz
  • Deardorff
  • Dutton
  • Browning
História da meteorologia em Portugal

  • 1946 - Estabeleceu-se o Serviço Meteorológico Nacional de Portugal
História da meteorologia no Brasil

  • 1886 - O governo da então Província de São Paulo cria a Comissão Geográfica e Geológica. Nessa comissão chefiada por Orville A. Derby trabalharam L. F. Gonzaga de Campos, Teodoro Sampaio e Alberto Loefgren
  • 1892 - Alberto Loefgren iniciou o Serviço Meteorológico, chefiado por F.C. J. Schneider, constituído de numerosas estações espalhadas no Estado de São Paulo. Em janeiro de 1898, Julius Hann faz referência ao Serviço Meteorológico de São Paulo na revista Meteorologische Zeitschrift.
  • 1902 - F.C.J. Schneider foi substituído por José Belfort de Matos, que instalou em sua residência na Avenida Paulisa, alguns instrumentos meteorológicos e astronônicos, nascendo assim o chamado "Observatório da Avenida" cuja série de observações relevantes seguiu entre 1903 e 1912.
  • 1910 - O "Observatório Oficial do Estado" de São Paulo é construído junto ao "Observatório da Avenida". Belfort de Matos continua suas observações meteorlógicas até sua morte em 1926, publicando estudos sobre o clima da cidade de São Paulo.
  • 1927 - Alípio Leme de Oliveira passa a dirigir o Observatório, ampliando-o. Lei de dezembro de 1927 de sua iniciativa cria a Diretoria do Serviço Meteorológico e Astronômico do Estado de São Paulo
  • 1939 - Início das obras do novo Observatório no Parque da Água Funda, inaugurado em 1941. Hoje o Observatório de São Paulo pertence a um dos institutos anexos da Universidade de São Paulo (USP), nomeado Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG)". O IAG mantém o serviço regular da Estação Meteorológica desde aquela época, disponibilizando uma série temporal longa e única de observações de superfície horárias e contínua, registrando o efeito do crescimento da Metrópole de São Paulo sobre o clima urbano.
  • 2007 - O programa de pós-graduação em Ciências Atmosféricas do IAG/USP recebe avaliação de excelência internacional da fundação [[Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior] (CAPES) do Ministério da Educação do Brasil.
INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)

O INPE tem papel relevante nas atividades de previsão do tempo e clima brasileiras. O INPE através do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) executa operacionalmente um modelo numérico de previsão do tempo e clima global, assim como modelos numéricos regionais na área da América do Sul.
  • 1961 Governo brasileiro cria o Grupo de Organização da Comissão Nacional de Atividades Espaciais.
  • 1968 Início dos cursos de pós-graduação.
  • 1969 Início das atividades em sensoriamento remoto.
  • 1971 Cria-se o INPE - Instituto de Pesquisas Espaciais, vinculado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
  • 1972 / 73 Implantação da estação de recepção de dados de satélite de sensoriamento remoto, em Cuiabá (MT).
  • 1987 Inauguração do Laboratório de Integração e Testes de satélites.
  • 1988 Assina-se acordo de cooperação técnica e científica entre Brasil e China visando o desenvolvimento de satélites de sensoriamento remoto (CBERS-1 e CBERS-2).
  • 1994 Governo Federal cria o CPTEC (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos) vinculado ao INPE, responsável pela previsão numérica do tempo e clima.
  • 1999 Lançamento do Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS-1) da base de Taiyuan, China.
  • 2003 Satélite brasileiro de apóio a coleta de dados meteorológicos SCD-1 completa dez anos em órbita. Satélite SCD-2 completa cinco anos em órbita. Lançamento do satélite de sensoriamento remoto de órbita polar baixa, CBERS-2, com resolução nominal de 20 m no visível e 160 m no infravermelho.
  • 2007 Brasil e China lançam com sucesso o satélite ambiental CBERS-2b
 
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