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Ciclones, furacão e Tufão

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Em meteorologia, um ciclone tropical é um termo para designar um sistema tempestuoso caracterizado por um sistema de baixa pressão, por trovoadas e por um núcleo morno, que produz ventos fortes e chuvas torrenciais. Este fenômeno meteorológico forma-se nas regiões trópicas, onde constitui uma parte importante do sistema de circulação atmosférica ao mover calor da região equatorial para as latitudes mais altas. Um ciclone tropical alimenta-se do calor libertado quando ar úmido sobe e o vapor de água associado se condensa. Os ciclones tropicais são alimentados por formas diferentes de libertação de calor do que outros fenômenos ciclônicos, como os ciclones extratropicais, as tempestades de vento européias e as baixas polares, permitindo a sua classificação como sistemas de 'núcleo morno'.

Estes ciclones são chamados de 'tropicais' porque se formam quase que exclusivamente em regiões trópicas e também por se originarem de massas de ar tropicais marítimas. Estes sistemas são chamados de 'ciclones' devido a sua natureza ciclônica. No hemisfério norte, os ciclones tropicais giram em sentido anti-horário e no hemisfério sul giram em sentido horário. Dependendo de sua localização geográfica e de sua intensidade, os ciclones tropicais podem ganhar vários outros nomes, tais como furacão, tufão, tempestade tropical, tempestade ciclônica e depressão tropical.

Os ciclones tropicais produzem ventos fortes e chuvas torrenciais. Estes sistemas também são capazes de gerar ondas fortes e a maré ciclônica, uma elevação do nível do mar associada ao sistema. Estes fatores secundários podem ser tão devastadores quanto aos ventos e às chuvas fortes. Os ciclones tropicais formam-se sobre grandes massas de água morna e perdem sua intensidade assim que se movem sobre terra. Esta é a razão porque regiões costeiras são geralmente as áreas mais afetadas pela passagem de um ciclone tropical; regiões afastadas da costa são geralmente poupadas dos ventos mais fortes. Entretanto, as chuvas torrenciais podem causar enchentes severas e as marés ciclônicas podem causar inundações costeiras extensivas, podendo chegar a mais de 40 quilômetros da costa. Seus efeitos podem ser devastadores para a população humana, embora podem amenizar estiagens.

Muitos ciclones tropicais formam-se quando as condições atmosféricas em torno de uma perturbação fraca na atmosfera são favoráveis. Outros se formam quando outros tipos de ciclones adquirem características tropicais. Estes sistemas tropicais movem-se por meio de correntes de ar na troposfera. Quando as condições atmosféricas continuam favoráveis, o ciclone tropical se intensifica e geralmente se forma no seu núcleo um olho. Por outro lado, quando as condições atmosféricas tornam-se desfavoráveis ou o sistema atinge a costa, o sistema começa a se enfraquecer e posteriormente se dissipa.

Dependendo de sua localização, os ciclones tropicais são chamados de furacões no Oceano Atlântico e no Oceano Pacífico Nordeste, tufões no Oceano Pacífico Noroeste e no Mar da China e simplesmente ciclones em outras regiões. O vocábulo furacão tem origem no nome do deus Huracan, na maioria das línguas faladas na península do Iucatã na América Central, principalmente pelos Maias. Segundo a mitologia Maia o deus Huracan se incumbia da constante tarefa de destruir e reconstruir a natureza e por esta razão, possivelmente, foi associado às tormentas e tempestades. Os conquistadores espanhóis cooptaram a palavra para designar grandes tempestades e assim a transmitiram para outros idiomas. O vocábulo Tufão tem origem na palavra em árabe tūfān, que significa furacão.

No Atlântico Norte, os ciclones tropicais são classificados em três grupos principais: depressões tropicais, tempestades tropicais e furacões. A forma de classificação de um ciclone tropical quanto a sua intensidade varia conforme a região. Para o Oceano Pacífico Noroeste, além dos três grupos principais, há uma classificação intermediária entre tufão e tempestade tropical.

Uma depressão tropical é um sistema organizado de nuvens e temporais com uma circulação de superfície definida sustentando ventos de menos de 17 metros por segundo (33 nós, 38 milhas por hora, ou 62 km/h). Não tem nenhum olho, e não tem a forma espiral de tempestades tipicamente poderosas.

Uma tempestade tropical é um sistema organizado de tempestades fortes com uma circulação de superfície definida sustentando ventos entre 17 e 33 metros por segundo (34 a 63 nós, 39 a 73 mph, ou 62 a 117 km/h). Neste momento, a forma ciclônica distintiva começa a desenvolver, entretanto um olho normalmente não é presente.

O termo que descreve tempestades sustentando ventos que excedem 33 metros por segundo (63 nós, 73 mph, ou 117 km/h) depende da região de origem:

Furacão - no Oceano Atlântico e no Oceano Pacífico Nordeste;

Olho do Tufão Odessa, Oceano Pacífico, agosto de 1985.Tufão - no Oceano Pacífico Noroeste; e
Ciclone - em outras regiões do planeta.
Esta é a intensidade à qual os ciclones tropicais tendem a desenvolver um olho, que é uma área de calma relativa cercada pelos ventos mais fortes da tempestade, na parede do olho. As tempestades mais fortes tiveram a velocidade do vento registrada a 85 metros por segundo (165 nós, 190 mph, 305 km/h).

Em outros lugares no mundo, os ciclones tropicais foram chamados também de bagyo (nas Filipinas)e taino (no Haiti).

Os furacões (no Oceano Atlântico e no Oceano Pacífico Nordeste) são categorizados de 1 a 5 na Escala de Furacões de Saffir-Simpson de acordo com a força dos ventos registada. Um furacão categoria 1 tem as mais baixas velocidades do vento, enquanto um de categoria 5 tem a mais elevada velocidade do vento. Estas são condições relativas, porque as tempestades de categoria menor às vezes podem infligir maior dano que categoria mais alta dependendo do local onde acontece o fenômeno; tempestades tropicais também podem produzir danos significantes e perda de vida, principalmente devido às inundações.

A definição de ventos contínuos recomendada pela Organização Meteorológica Mundial (WMO) é a velocidade média em dez minutos de medição a aproximadamente dez metros (33 pés) sobre a superfície. Esta definição é adotada pela maioria dos países. Porém, alguns países usam definições diferentes: por exemplo, os Estados Unidos definem ventos contínuos baseado na velocidade média em um minuto de medição a aproximadamente dez metros sobre a superfície.

Existem oito bacias principais de formação dos ciclones tropicais:

Oceano Pacífico Norte Ocidental: ocorrências de tempestade tropical nesta região freqüentemente afetam a China, Japão, as Filipinas e Taiwan. Esta é a bacia mais ativa e responde por um terço da atividade de ciclones tropicais no mundo. Várias agências de meteorologia monitoram os sistemas formados nessa região, porém a Agência Meteorológica do Japão (AMJ) nomeia oficialmente os sistemas.
Oceano Pacífico Norte Oriental: esta é a segunda bacia mais ativa no mundo e também é a mais densa (um grande número de tempestades para uma pequena área de oceano). Tempestades que se formam nesta bacia podem afetar o México ocidental, a costa Pacífica da América Central e em ocasiões extremamente raras, a Califórnia. O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos da América monitora oficialmente os ciclones (furacões) formados nesta região.
Oceano Pacífico Norte Central: esta é a bacia menos ativa do mundo. Os sistemas ali formados são monitorados pelo "Centro de Furacões do Pacífico Central" (CPHC), com base no Havaí
Oceano Pacífico Ocidental Sul: as tempestades nesta região afetam a Austrália e a Oceania em grande parte. A previsão é feita pela Austrália e Papua Nova Guiné.
Oceano Índico Norte: esta bacia é dividida em duas áreas, a Baía de Bengala e o Mar Arábico, sendo a Baía de Bengala dominante (cinco a seis vezes mais atividades). Ciclones tropicais que se formam nesta bacia são os que historicamente mais tiram vidas. O Ciclone de Bhola de 1970 matou 200.000 pessoas e mais recentemente o ciclone Sidr matou mais de três mil. Nações afetadas por esta bacia incluem a Índia, Bangladesh, Sri Lanka, Tailândia, Birmânia e Paquistão e todos estes países emitem previsões e advertências na região.
Oceano Índico sudeste: tempestades nesta região afetam a Austrália e Indonésia e são previstas por essas nações.
Oceano Índico sudoeste: esta bacia é a menos compreendida, devido a uma falta de dados históricos. Ciclones aí formados atingem Madagáscar, Moçambique, Ilhas Maurício, Quênia e Tanzania, e estas nações emitem previsões e advertências para a bacia.
Bacia Atlântico norte: é a mais estudada de todas as bacias tropicais. O Atlântico Norte inclui o Oceano Atlântico, o Mar Caribenho e o Golfo do México. Os Estados Unidos, México, América Central e as Ilhas Caribenhas são afetados por tempestades nesta bacia. Previsões para todas as tempestades são emitidas pelo Centro Nacional de Furacões em Miami, Flórida e pelo Canadian Hurricane Centre, em Halifax, Nova Escócia, Canadá. Ciclones tropicias que golpeiam o México, América Central, e nações das Ilhas Caribenhas freqüentemente causam danos imensos

Um ciclone tropical forte consiste nos seguintes componentes.

Depressão: todos os ciclones tropicais giram ao redor de uma área de baixa pressão atmosférica perto da superfície da terra. As pressões nos centros dos furacões estão entre as mais baixas registradas e isso acontece na superfície da Terra ao nível de mar.
Centro morno: são característicos dos ciclones tropicais e são determinados pelo lançamento de grandes quantidades de calor oculto na elevação do ar húmido condensação do seu vapor de água. Este calor é distribuído verticalmente, ao redor do centro da tempestade. Assim, em qualquer altitude, o ambiente dentro do ciclone está mais morno que seus ambientes exteriores.
Centro denso nublado (CDO em inglês): é uma zona densa de faixas de chuva e atividades de tempestades que cercam a parte central de baixa pressão. Ciclones tropicais com CDO simétrico tendem a ser fortes e bem desenvolvidos.
Olho: um ciclone tropical intenso tem uma área de ar no centro da circulação. O olho é normalmente tranqüilo e livre de nuvens (porém, o mar pode ser extremamente violento). Na superfície as temperaturas são mais baixas e a níveis superiores mais elevadas. O olho tem normalmente forma circular e pode ter um diâmetro de 8 a 200 km (5 a 125 milhas). Em furacões mais fracos, o CDO cobre o centro de circulação e resulta em nenhum olho visível.
Parede do olho: é uma faixa circular de intensa transmissão de ventos que cercam as imediações do olho. É a zona de condições mais severas de um ciclone tropical.
Fluxo externo: os níveis superiores de um furacão caracterizam ventos formados longe do centro da tempestade com uma rotação inversa ao furacão. Ventos à superfície são fortemente ciclônicos, se enfraquecem com a altura, e eventualmente se invertem. É uma característica peculiar dos ciclones tropicais.

Classificação dos ciclones tropicais
No início dos anos 70, o engenheiro Herbert Saffir e o então director do Centro Nacional de Furacões nos Estados Unidos, Robert Simpson, construíram uma escala onde classificaram os ciclones tropicais que se formam no Atlântico Norte e no Oceano Pacífico Nordeste com ventos ininterruptos de 118km/h ou mais. A Escala de Furacões de Saffir-Simpson utiliza uma escala de 1 até 5 e enumera os potenciais danos, de acordo com a pressão barométrica, a velocidade dos ventos e a elevação do nível do mar.

Categoria 1
Ventos (km/h): 119 - 153
Nível do mar (m): 1,2 – 1,6
Pressão barométrica (hPa): Menor que 980
Danos potenciais:
Não provoca quaisquer danos nas estruturas dos edifícios.
A principal consequência regista-se ao nível das regiões costeiras, com possibilidade de pequenas inundações.
Pode provocar queda de árvores.
Categoria 2
Ventos (km/h): 154 - 177
Nível do mar (m): 1,7 – 2,5
Pressão barométrica (hPa): 965–979
Danos potenciais:
Danos verificam-se em janelas, portas e telhados de casas.
Podem ser arrancadas árvores com a força dos ventos.
As culturas ficam muito danificadas.
Embarcações ancoradas junto à costa podem ser afectadas.
Possibilidade de inundações em zonas costeiras.
Categoria 3
Ventos (km/h): 178 - 209
Nível do mar (m): 2,6 – 3,8
Pressão barométrica (hPa): 945–964
Danos potenciais:
Provoca danos estruturais em pequenas casas e edifícios.
Destrói construções feitas de madeira.
Inundações perto da costa destroem pequenas estruturas e danificam construções maiores, inundação de terrenos.
Neste caso, o Centro Nacional de Furacões de Miami já recomenda a retirada das pessoas do local onde o furacão possa passar.
Categoria 4
Ventos (km/h): 210 - 249
Nível do mar (m): 3,9 – 5,5
Pressão barométrica (hPa): 920–944
Danos potenciais:
Provoca grandes danos em áreas habitadas.
Casas e prédios podem ser derrubados pelos ventos.
Chuvas torrenciais provocam alagamentos em enormes áreas, grandes inundações.
Necessidade de retirar em larga escala todos aqueles que residem nas regiões por onde o furacão passe.
Categoria 5
Ventos (km/h): mais de 249
Nível do mar (m): Mais que 5,5
Pressão barométrica (hPa): Menor que 920
Danos potenciais:
Fenómeno considerado "raro" pelos meteorologistas, pode destruir tudo que estiver no seu caminho.
Áreas costeiras podem ser invadidas até dez quilómetros.
Colapso das estruturas.
É obrigatória a retirada de todas as pessoas que morem perto da costa.
 
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