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Personalidades - Geografia

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Paul Vidal de la Blache (Pézenas, 22 de janeiro de 1845 - Tamaris, 5 de abril de 1918) foi um geógrafo francês. Ele é considerado o fundador da moderna Geografia Francesa e e da Escola Francesa de Geopolítica.

Vidal de la Blache é o fundador da École française de géographie (em português: "Escola Francesa de Geografia") e também fundou, juntamente com Lucien Gallois, a Annales de Géographie (1893), da qual la Blache foi editor até sua morte.

Paul Vidal de la Blache foi influenciado pelas idéias da Geografia Alemã, principalmente por Friedrich Ratzel. Vidal de la Blache produziu um grande número de publicações, incluindo 17 livros.
 

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Friedrich Ratzel

Friedrich Ratzel (Karlsruhe, 30 de Agosto de 1844 — Ammerland, 9 de Agosto de 1904) foi um geógrafo e etnólogo alemão, notável por ter cunhado o termo Lebensraum (espaço vital) e por ser considerado um determinista, apesar de deixar bem claro no início da sua obra Antropogeografia que é contra o determinismo simplista e vários autores já apontaram esse equívoco de interpretação nas leituras ratzelianas, porém esses erros persistem em obras pouco apuradas.

Friedrich Ratzel vai ser responsável por novas formulações no processo de sistematização da Geografia. Este alemão publica suas obras nos últimos anos do século XIX, e vivencia também uma nova realidade histórico-política da Alemanha. Diferente dos outros participantes dos ramos geográficos como Humboldt e Ritter que vivenciaram o aparecimento do ideal de unificação alemã, Ratzel vai estar presente na constituição real do Estado nacional alemão. Com essa diferença histórica em que ele vive, suas formulações só são possíveis de serem compreendidas em função de determinada época e sociedade. É a partir de 1754 que entre os alemães, a Geografia inicia o seu caminho para o status científico. Surgem na verdade, duas vias para esse estudo: a "geografia político-estatística" e a "geografia pura", sendo que Ratzel virá a se relacionar com esta última. A "geografia político-estatística" define o papel da geografia como sendo o de montagem do painel mais amplo e sistemático possível de uma dada conjuntura, tomando por base territorial sua unidade político regional. Enquanto a "geografia pura" assenta as suas bases numa unidade regional criando critérios que mostram os limites naturais do terreno. A geografia no geral na Alemanha, passa por um grande processo de transformação, sem que haja uma ruptura na questão do saber institucionalizado. Ao contrário, o que acontece com a geografia na verdade, é uma mudança com o intuito de servir aos propósitos daquilo que viria a movimentar a Alemanha: o capitalismo. Antes de mais nada, se faz necessário compreender a história da unificação alemã para que somente assim haja uma maior compreensão da geografia de Ratzel. A Alemanha daquele época tinha como características, as tardias relações capitalistas que se conciliaram com as estruturas feudalistas. Observa-se também que o poder se encontrava disperso pelas várias unidades confederadas, devido ao fruto de dominações locais. Havia uma luta pela hegemonia entre a Prússia e a Áustria. Na verdade dois fatores contribuíram de forma decisiva para a unificação, a Confederação Germânica e a repressão aos levantes populares de 1848. Estes levantes populares, tiveram o apoio também das classes dominantes, estabelecendo-se assim, ligações políticas e militares, devido ao fato de que essas massas populares desejarem a unificação do Estado. Em decorrência disso, a disputa entre Prússia e Áustria tornou-se cada vez mais acirrada, sendo que a vitória prussiana iria determinar as características do Estado. Ou seja, uma organização militarizada da sociedade e do Estado. O poder do Estado alemão naquele período ficara nas mãos dos junkers ( proprietários de terras, representantes da ordem feudal ), o que condicionou a formação de uma imensa monarquia burocrática. Esta unificação reacionária juntamente com a organização militarizada e um expansionismo latente do Estado alemão são explicadas pela situação da Alemanha no contexto europeu. Isto é, o país emergia como mais uma unidade do centro capitalista, só que sem a presença de colônias. Dessa forma, a necessidade de expansionismo aumentava a medida em que um desenvolvimento interno se consolidava e o estímulo a fazer a geografia, ou seja, a se pensar nos espaços geográficos. O capitalismo alemão carecia de soluções práticas, não mais apenas de informações. As idéias virão então da geografia, que vai acabar influenciando outros ramos de estudos. Se para o capitalismo inglês e francês o papel da geografia é de lhes viabilizar a expansão colonial, para o capitalismo alemão seu papel será o de dar respostas a questões ainda preliminares, ou seja, a unidade alemã. A partir daí a figura de Ratzel começa a se destacar no cenário alemão. Ele vai ser o representante engajado a um projeto estatal, em que vai propor uma legitimação do expansionismo de Bismarck ( primeiro-ministro da Prússia e do Império Alemão). E é com a sua obra publicada em 1882, Antropogeografia - fundamentos da aplicação da Geografia à História, que Ratzel assim funda a Geografia Humana. Nesta obra, Ratzel procurou definir o objeto geográfico como o estudo da influência que as condições naturais exerciam sobre a humanidade. As influências na qual Ratzel afirma, atuariam nos aspectos fisiológicos, nos psicológicos dos seres humanos e através deles, na própria sociedade. Outro aspecto a salientar, é que a natureza influenciaria na constituição social, devido a riqueza que ela proporciona. A natureza também poderia possibilitar a expansão de um povo, ou criar barreiras, assim como o isolamento ou uma possível mestiçagem. Ratzel fez um estudo minucioso sobre as influências geográficas criticando as duas posições mais discutidas: a que nega essas influências e a que visa estabelecê-la de imediato. Para ele, as influências vão ocorrer através das condições econômicas e sociais. Ratzel retirará de Spencer, um importante pensador, a noção da sociedade como um organismo e a concepção naturalista do desenvolvimento da sociedade humana. Sendo assim, a cadeia de raciocínio como veremos é basicamente linear, começando com os homens, estes agrupando-se em sociedades, as sociedades transformando-se em Estados e o Estado em um organismo. Sendo que a Sociedade e o Estado são frutos orgânicos do determinismo do meio. Segundo Ratzel, a sociedade como um todo, é um organismo que mantém relações com o solo, nas suas necessidades de moradia e alimentação. O progresso significa um maior uso do meio, ou seja, uma relação mais íntima com a natureza. Quanto maior o vínculo com o solo, tanto maior seria necessidade de manter a sua posse. Daí advém que a sociedade cria o Estado, segundo Ratzel. O Estado é um organismo em parte humano e em parte terrestre. O Estado é assim porque possui uma relação necessária com a natureza, ou seja, os Estados necessitam de espaço como as espécies, por isso lutam pelo seu domínio. A subsistência, energia, vitalidade e o crescimento dele têm por motor a busca e conquista de outros espaços. A análise das relações, entre o Estado e o espaço, foi um dos pontos privilegiados da Antropogeografia. Para Ratzel, o território representa as condições de trabalho e da própria existência da sociedade. Por outro lado, a necessidade de aumentar as expansões territoriais são consequências do progresso, ou seja, Ratzel vai justificar suas colocações com o conceito de "espaço vital", em que este representa uma proporção de equilíbrio entre a população e os recursos oferecidos para que se possa suprir as suas necessidades. Dessa forma, é possível ver a vinculação entre o projeto imperial alemão e as formulações de Ratzel para a sua época, legitimando assim o imperialismo bismarckiano. A Geografia proposta por Ratzel privilegiava o ser humano, e abriu várias frentes de estudo, valorizando assim questões referentes à História e ao espaço geográfico como a formação dos territórios, a dispersão dos homens no globo, as distribuições dos povos e raças, seus isolamentos, além de estudos que se referiam as áreas habitadas. Tudo isto, baseado nas influências que Ratzel propôs anteriormente. Ele manteve a idéia da Geografia como ciência empírica, cujos procedimentos de análise seriam a observação e a descrição, ao mesmo tempo em que proponha ir além da descrição, buscando a síntese das influências na escala planetária. De resto, ele manteve a visão de um naturalista, ou seja, reduziu o homem a um animal ao não diferenciar as suas qualidades específicas; dessa forma propôs o método geográfico como análogo as demais ciências e concebia a causalidade dos fenômenos humanos como idêntica a dos naturais. Assim, Ratzel ao propor uma Geografia do Homem, entendeu-a como uma ciência natural. Os estudos de Ratzel influenciaram muitos outros autores, sendo que suas colocações foram bastantes radicalizadas constituindo-se assim a "escola determinista", ou do "determinismo geográfico". Contudo, muitos desses estudiosos, empobreceram as teorias de Ratzel, por excluírem as influências geográficas, ou seja, eles estavam buscando evidências empíricas para as teorias formuladas. Nomes como E. Semple e E. Huntington estiveram presentes nesta escola. A primeira apresentou teorias que relacionava as religiões com os relevos; nas regiões planas, predominavam as religiões monoteístas; nas regiões acidentadas, as religiões politeístas. Já para Huntington, ele determinou que as dificuldades do meio é que fariam com que houvesse um maior desenvolvimento, e isto é explicado na sua obra chamado Clima e sociedade. Além desta teoria, ele defende a idéia de que os invernos rigorosos formaram o fator principal para o desenvolvimento das sociedades européias, principalmente no que diz respeito aos aspectos de estocagem de alimentos, abrigos, entre outros. Outro desdobramento da proposta de Ratzel manifestou-se na constituição da Geopolítica. Esta corrente, dedicada ao estudo da dominação dos territórios, partiu das colocações ratzelianas, referente à ação do Estado sobre o espaço. Os autores desenvolveram teorias e técnicas que legitimavam o imperialismo. Ou seja, as formas de se conquistar e manter os territórios. Entre esses autores, estavam Kjeilen, Mackinder e Haushofen. O primeiro criou o rótulo Geopolítica. Já o segundo, trouxe consigo temas e discussões a respeito dos domínios das rotas marítimas, as áreas de influência de um país e as relações internacionais. O último, um general alemão e presidente da Academia Germânica no seu governo, foi outro teórico da Geopolítica que deu um sentido bélico definindo-a como parte da estratégia militar. Ele desenvolveu teorias referentes à ação do clima sobre os soldados e criou uma escola que mais tarde influenciaria o Nazismo. Uma última perspectiva saída das formulações de Ratzel, fora conhecida como escola "ambientalista". Esta mais recente, não é considerada um ramo da Antropogeografia, embora tenha sido Ratzel o responsável formulador das suas bases. Esta corrente vai propor o estudo do homem em relação aos elementos do meio em que ele está inserido. O conjunto dos elementos naturais é abordado como o ambiente em que o homem vive. O ambientalismo representa uma visão determinista bastante atenuada, ou seja, a natureza é vista como um suporte da vida do ser humano e não como determinação. O ambientalismo se desenvolveu modernamente com o apoio da Ecologia. A idéia de estudar as relações dos organismos que coabitam determinado meio, já estava presente em Ratzel, devido a influência que sofreu de Haeckel, o primeiro formulador da Ecologia. Sendo assim, é notório que o desenvolvimento da Antropogeografia de Ratzel ajudou não só o interesse imperialista alemão de Bismarck, mas em entender as relações do meio com os seres humanos. Entender acima de tudo, a importância do meio em que vivemos, pode ajudar no desenvolvimento das sociedades não só daquela época, mas de sociedades que poderão vir. O que dignifica o trabalho de Ratzel, que veio a ser usado não só pelo governo alemão, é saber que se transformou numa das bases mais importantes para os estudos de outros ramos como a Ecologia, e que aumentou cada vez mais a necessidade de se aprender a lidar com o meio ambiente, que devido as inúmeras desenvolturas tecnológicas, vem mudando constantemente a sua face.
 

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Alexander Van Humboldt

Friedrich Heinrich Alexander, Barão de Humboldt, (14 de setembro de 1769, Berlim — 6 de Maio de 1859, Berlim), mais conhecido como Alexander von Humboldt, foi um naturalista e explorador alemão, e o irmão mais jovem do ministro e lingüista prussiano Wilhelm von Humboldt.

Alexander von Humboldt foi um naturalista de uma polivalência que, desde sua morte, nunca mais se observou e, haja vista como a ciência se desenvolveu e especializou, certamente não mais será vista. Ele desenvolveu (e se especializou em) diversas áreas: foi etnógrafo, antropólogo, físico, geógrafo, geólogo, mineralogista, botânico, vulcanólogo e humanista, tendo lançado as bases de ciências como a Geografia, Geologia, Climatologia e Oceanografia. Apesar de ter pesquisado diversas coisas em seus mínimos detalhes, sempre o fez com uma visão geral e imparcial.

Com catorze anos de idade, fixou-se em Berlim para continuar seus estudos, e mais tarde freqüentou as universidades de Frankfurt (Oder) e Göttingen, onde cursou Filosofia, História e Ciências Naturais.

Em 1789, com apenas vinte anos de idade, fez sua primeira viagem de caráter científico, passando pelos Países Baixos, Alemanha e Inglaterra, e principalmente ao longo das margens do rio Reno, seguindo Georg Forster, um naturalista que estava acompanhado pelo Capitão Cook em sua viagem ao redor do mundo. O resultado de toda essa exploração científica foi um obra intitulada Observações Sobre os Basaltos do Reno.


Alexander von Humboldt
Pintura de Joseph Stieler, 1843Sua viagem exploratória pela América Central e América do Sul (1799-1804) e pela Ásia Central (1829) tornaram-no mundialmente conhecido ainda antes da sua morte. Sua principal obra é o Kosmos, uma condensação do conhecimento científico de sua época. Sua obra Ansichten der Natur também foi bastante popular.

Sua correspondência científica com colegas cientistas compõe-se de 35 mil cartas, das quais aproximadamente 12 500 estão arquivadas.

Além das ciências naturais, foi também um influente mecenas da Literatura. Humboldt apoiou os poetas e escritores Heinrich Heine, Ludwig Tieck e Klaus Groth. Entre seus amigos e conhecidos estavam Matthias Claudius, Jacob, Carl Friedrich Gauss e Wilhelm Grimm, August Wilhelm Schlegel, assim como Johann Wolfgang von Goethe e Friedrich Schiller.
 

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Carl Ritter

Carl Ritter (7 de agosto de 1779, Quedlinburg – 28 de setembro de 1859, Berlim) foi um geógrafo alemão, nascido em Quedlinburg, então pertencente à Prússia, de grande importância para a geografia humana. Era defensor do determinismo geográfico.

Ritter foi, junto com seu camarada Alexander von Humboldt, um dos precursores da Geografia moderna, assim como fundador da Sociedade Geográfica de Berlim.

Os trabalhos de Ritter e Humboldt surgiram no período em que o conhecimento geográfico acumulado sobre o mundo já permitia separar a "realidade" da "fantasia". Com Ritter e Humboldt a Geografia moderna surgiu; porém, a construção da Geografia Moderna só pôde ocorrer porque praticamente toda a superfície terrestre havia sido conhecida, estudada e mapeada.

O princípio da Analogia ou Geografia Geral foi desenvolvido por Carl Ritter. Esse princípio visava a comparar diversas paisagens da Terra, chamando atenção para as suas semelhanças e diferenças.
 

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Yves Lacoste

Yves Lacoste (1929, Fes, Marrocos) é um geógrafo e geopolítico francês. Lançou no início de 1970 a revista Hérodote, que nos últimos trinta anos procurou revelar a face oculta da Geografia, isto é, seu caráter político. Autor de obras críticas e inovadoras, como A Geografia serve antes de mais nada pra fazer a guerra, é considerado um dos fundadores da Geografia moderna.
 

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Milton Santos

Milton Almeida dos Santos (3 de maio de 1926 em Brotas de Macaúbas — †24 de junho de 2001 em São Paulo) foi advogado e um dos pensadores expoentes da geografia brasileira após a década de 1970.
Nascido em Brotas de Macaúbas, na baiana Chapada Diamantina, se mantido o costume da Idade Média, teria um nome a justificar seu grande pendor para a Ciência Geográfica e também para a História, Economia e Filosofia. Não tendo sido batizado como Milton de Brotas de Macaúbas, pois migrou ainda criança para outras cidades como Ubaituba, Alcobaça e, posteriormente, Salvador. Em Alcobaça, com seus pais e com seus avós maternos (todos professores primários), aprendeu as primeiras letras e o gosto pela álgebra e pelo francês. Sendo “forte em matemática”, já aos 13 anos, dava aulas no ginásio em que estudava, o Instituto Baiano de Ensino. Aos 15 anos, passou a lecionar Geografia e, aos 18, prestou vestibular para Direito em Salvador. Enquanto estudante secundário e universitário marcou presença com militância política de esquerda. Formado em Direito, não deixou de se interessar pela Geografia, tanto que fez concurso para professor catedrático no Colégio Municipal de Ilhéus. Nesta cidade, além do magistério desenvolveu atividade jornalística, estreitando sua amizade com políticos de esquerda. Nesta época, escreveu o livro Zona do Cacau, posteriormente incluído na Coleção Brasiliana, já com influência da Escola Regional francesa. Em 1958, concluiu seu doutorado na Universidade de Strasbourg. Ao regressar ao Brasil, criou e animou o Laboratório de Geomorfologia e Estudos Regionais, mantendo intercâmbio com os mestres franceses. Após seu doutorado, teve presença marcante na vida acadêmica, em atividades jornalísticas e políticas de Salvador. Em 1960, o presidente Jânio Quadros o nomeia para a subchefia do Gabinete Civil, tendo viajado a Cuba com a comitiva presidencial (isto lhe valeu registro nos órgãos de segurança, com desdobramentos após o golpe militar de 1964).[carece de fontes?]

A trajetória pós-1964 é mais difícil de resumir. Em função de suas atividades políticas de esquerda, foi perseguido por seus adversários e pelos órgãos de repressão do regime militar. Logicamente, seus aliados e importantes políticos intervieram junto às autoridades militares para negociar sua saída do País, após aprisionamento por meio ano seguido de prisão domiciliar. Pensou o Professor Milton que sairia do País por 6 meses. Acabou ficando 13 anos!! Estes anos todos não foram de “exílio dourado” em Paris; ao contrário, foram anos de périplo por diversos países. Sua dolorosa caminhada começa por Toulouse, passa por Bordeaux, por Paris, onde leciona na Sorbonne, sendo diretor de pesquisas de planejamento urbano e regional no prestigiado Iedes. Permanece em Paris de 1968 a 1971, quando segue para o Canadá. Trabalha na Universidade de Toronto. Vai para os Estados Unidos (EUA), com convite para ser pesquisador no Massachusetts Institute of Technology (MIT), onde trabalha com Noam Chomsky. No MIT trabalha em sua grande obra O Espaço Dividido. Dos EUA viaja para trabalhar na Venezuela, como diretor de pesquisa sobre planejamento da urbanização da Venezuela para um programa da ONU. Neste país manteve contato com técnicos da Organização dos Estados Americanos. Estes contatos facilitaram sua contratação pela Faculdade de Engenharia de Lima, onde, também foi contratado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) para elaborar um trabalho sobre pobreza urbana na América Latina. Posteriormente, houve convite para lecionar no University College de Londres, mas ficou apenas na tentativa, já que impuseram dificuldades raciais no setor habitacional. Regressa a Paris, mas é chamado de volta à Venezuela, onde leciona na Faculdade de Economia da Universidade Central daquele país. Segue, posteriormente para Tanzânia, onde organiza a pós-graduação em Geografia da Universidade de Dar-es-Salaam. Aí permanece por dois anos, quando recebe o primeiro convite de universidade brasileira, a Universidade de Campinas. Antes disso, regressa à Venezuela, passando antes pela Columbia University de Nova Iorque.[carece de fontes?]

Em fins de 1976, houve contatos para contratação em universidade brasileira, mas não havia segurança na área política e o contato fracassou. Em 1977, tenta inscrever-se na Universidade da Bahia, mas, por artimanhas político-administrativas, sua inscrição foi cancelada. Ao regressar da Universidade de Colúmbia iria para a Nigéria, mas recusa o convite para aceitar um posto como Consultor de Planejamento do estado de São Paulo e na Emplasa. Esse peregrinar lhe custou muito, mas sua volta representou um enorme esforço de muitos geógrafos, destacando-se Armen Mamigonian e Maria Adélia de Souza. Quanto ao seu regresso, Milton Santos tinha um grande papel nas mudanças estruturais do ensino e da pesquisa da Geografia no Brasil.[carece de fontes?]

Apesar de ter se graduado em Direito, desenvolveu trabalhos em diversas áreas da Geografia, em especial nos estudos de urbanização do Terceiro Mundo. Foi um dos grandes nomes da renovação na geografia brasileira ocorrida nos anos 70.

Durante toda a vida buscou métodos e visões diferentes para encarar seus temas de estudo. Lecionou em diversas universidades mundo afora, no seu o exílio durante a ditadura militar no Brasil: Paris (França), Columbia (EUA), Toronto (Canadá) e Dar es Salaam (Tanzânia). Também lecionou na Venezuela e Reino Unido. Regressou ao Brasil em 1977, tendo trabalhado na Universidade Federal Fluminense e ingressando na Universidade de São Paulo em 1984.[carece de fontes?] Cursou geografia na Universidade Católica de Salvador.[carece de fontes?]


A trajetória e o reconhecimento
Embora pouco conhecido fora do meio acadêmico, Santos alcançou reconhecimento fora do país, tendo recebido, em 1994, o Prêmio Vautrin Lud, (este prêmio é conferido por universidades de 50 países).[carece de fontes?]

Milton Santos foi dos poucos cientistas brasileiros que, expulsos durante a ditadura militar (naquilo que foi conhecido por êxodo de cérebros), voltaram depois ao país. Foi disputado por diversas universidades, que o queriam em seus quadros.[carece de fontes?]

Sua obra O espaço dividido, de 1979, é hoje considerado um clássico mundial, onde desenvolve uma teoria sobre o desenvolvimento urbano nos países subdesenvolvidos.[carece de fontes?]
Suas idéias de globalização, esboçadas antes que este conceito ganhasse o mundo, advertia para a possibilidade de gerar o fim da cultura, da produção original do conhecimento - conceitos depois desenvolvidos por outros.

Anos de exílio
Os anos de exílio, seus contatos com inumeráveis profissionais em diversos países, e, sobretudo sua capacidade de elaborar teorias, a partir de variadíssima leitura, por diversos campos do saber, impulsionaram seu esforço de escrever, de compor sua obra considerada como monumental.

A ditadura lhe impôs dor, amargura e sofrimento, em função de suas idéias. Mas, seu exílio e sua caminhada no exterior mostram e dão destaque aos resultados positivos para a Geografia, embora se registre penoso regresso ao Brasil. Sua volta ao Brasil ficou demarcado no Congresso Nacional da Associação Brasileira de Geógrafos (AGB) em Fortaleza, em 1978. Testemunhamos todo seu vigor no embate com os paladinos da geografia quantitativa. Realizou forte defesa de uma Geografia mais crítica, com abordagens da teoria marxista. Deste evento, no Ceará, se disseminaram as sementes da vigorosa mudança semeadas, inclusive, na Geografia da UnB que se adequou às novas abordagens teórico-metodológicas, mais críticas.

Desejando avançar nas mudanças, se tentou a contratação de Milton Santos pela UnB, mas apesar de ter recebido pareceres favoráveis do Departamento de Geografia, do colegiado do Instituto de Ciências Humanas, os órgãos de vigilância política da administração central impediram o intento.

Quanto ao regresso do Milton ao Brasil, devem-se ressaltar outros esforços, como o de Maria do Carmo Galvão e Bertha Becker, que o convidaram para trabalhar na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde permaneceu até 1983. Após sua permanência no Rio, foi contratado como Professor Titular pelo Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP), onde permaneceu, mesmo após sua recente aposentadoria. Nesta Universidade desempenhou um papel importante na formação de mestres e doutores, não apenas de São Paulo, mas de todo o país e mesmo do exterior, pois, muitos geógrafos passaram a procurá-lo para obter orientação. É em São Paulo que se empenha em desenvolver suas teorias e, com elas, ampliar seu elenco de obras editadas e de artigos e conferências pronunciadas em todos os eventos importantes realizados no Brasil e no exterior.

Por seus méritos, universidades e instituições ligadas à Geografia passam a outorgar-lhe títulos acadêmicos e honrarias. Os mais importantes são:

Prêmio Internacional de Geografia Vautrin Lud, Paris, 1994 – mais conhecido como o "Prêmio Nobel da Geografia".

[editar] Espaço: abordagem inovadora
A obra de Milton Santos é inovadora ao abordar o conceito de espaço. De território onde todos se encontram, o espaço, com as novas tecnologias, adquiriu novas características para se tornar um conjunto indissociável de sistemas de objetos e sistemas de ações.

As velhas noções de centro e periferia já não se aplicam, pois o centro poderá estar situado a milhares de quilômetros de distância e a periferia poderá abranger o planeta inteiro.

Daí a correlação entre espaço e globalização, que sempre foi perseguida pelos detentores do poder político e econômico, mas só se tornou possível com o progresso tecnológico.

Para contrapor-se à realidade de um mundo movido por forças poderosas e cegas, impõe-se, para Santos, a força do lugar, que, por sua dimensão humana, anularia os efeitos perversos da globalização.[carece de fontes?]

Estas idéias são expostas principalmente em sua obra A Natureza do Espaço (Edusp,2002).


Atividades, prêmios e distinções
Mérito Tecnológico, Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo, 1997;
Personalidade do Ano, Instituto dos Arquitetos do Brasil, 1997;
Jabuti, 1997 - Prêmio pelo melhor livro das Ciências Humanas A Natureza do Espaço - Técnica e Tempo, Razão e Emoção, São Paulo, Hucitec, 1996.
Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico, 1995.
Emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, em 1997.
Homem de Idéias 1998, homenagem do Jornal do Brasil a Milton Santos, em 1998.
Contemplado em concurso nacional da Revista Isto É como um dos 20 "Cientistas do Século", conforme encarte Especial nº 7, de 04 de agosto de 1999.[carece de fontes?]
Milton Santos tem o Doutor Honoris Causa pelas seguintes instituições:

Universidade de Toulouse, França, 1980;
Universidade Federal da Bahia, 1986;
Universidade de Buenos Aires, 1992;
Universidade Complutense de Madri, 1994;
Universidade do Sudoeste da Bahia, 1995;
Universidade Federal de Sergipe, 1995;
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1996;
Universidade Estadual do Ceará, 1996;
Universidade de Passo Fundo/RS, 1996;
Universidade de Barcelona, 1996;
Universidade Federal de Santa Catarina, 1996;
Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", 1997;
Universidade Nacional de Cuyo, Argentina, 1997.[carece de fontes?]
Além da vida acadêmica, Milton Santos desempenhou outras atividades, entre as quais:

Presidente ou membro de distinguidas entidades profissionais, como:
-Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB), -Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional (Anpur); -Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia (Anpege).[carece de fontes?]

Consultor de organismos como:
-Organização Internacional do Trabalho (OIT), -Organização dos Estados Americanos(OEA), -Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), -Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), -Secretaria da Educação Superior (SESu/MEC), -Fundação de Ampara à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp/SP), entre outras.[carece de fontes?]


Publicações
As publicações até 1998, seu currículo apresentava:

44 livros publicados; presentemente trabalha em novo livro com sua visão sobre o Brasil;
231 artigos publicados (em português, francês, inglês, espanhol e japonês);
46 publicações em obras coletivas;
11 prefácios/apresentações em livros;
14 editorias ou co-editorias/organização de obras científicas, além de artigos em jornais de circulação nacional.[carece de fontes?]
Entre outras publicações:

Revista Geosul, Florianópolis, nº 7, Ano IV, de 1989, “Entrevista com o Milton Santos”, realizada pelos docentes do Departamento de Geografia da UFSC;
O Mundo do Cidadão – Um Cidadão do Mundo, Org.Maria Adélia A. de Souza, 1996;
“Entrevista Explosiva: Mestre Milton” - Revista Caros Amigos, agosto de 1998;
“Homem de Idéias - 1998: Milton Santos - Geografia e Cidadania”, Caderno Idéias e Livros do Jornal do Brasil, edição de 26 de dezembro de 1998;
“Entrevista - Milton Santos”, por José Corrêa Leite, em Teoria e Debate, Revista da Fundação Perseu Abramo, Ano 12, nº 40, fev/mar/abr 1999;
“Milton Santos”, Caderno Especial nº 7, O Cientista do século, da Revista Isto é, edição de 4 de agosto de 1999).



Fonte: Wikipédia
 

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David Harvey

David Harvey (*1935) é professor de geografia da Universidade de Oxford e atualmente trabalha com diversas questões sobre sustentabilidade e geografia urbana.Seu primeiro livro, 'Explanation in Geography', publicado em 1969, versava sobre a epistemologia da geografia, ainda no paradigma da chamada geografia quantitativa. Posteriormente, Harvey muda o seu foco de atenção para a problemática urbana, vista a partir de uma perspectiva materialista-dialética. Publica então 'Social Justice and the City' no início da década de 1970, onde confronta o paradigma liberal versus o materialista na análise dos problemas urbanos.
 

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Karl Ernst Haushofer

O general Karl Ernst Haushofer (Munique, 27 de Agosto de 1869 - Munique, 13 de Março de 1946) foi um geopolítico alemão. Muitas das suas ideias, passando pelo seu aluno Rudolf Heß, influenciaram o desenvolvimento das estratégias expansionistas de Adolf Hitler. Negou sempre, contudo, qualquer influência directa sobre o regime nazi.

Fonte: Wikipédia
 
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