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Castelos de Portugal

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Castelo de Santa Maria da Feira

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O Castelo de Santa Maria da Feira, ergue-se altaneiro numa elevação de terreno. A sua origem está no sec. X, isto é antes da constituição de Portugal.
Romanos, visigódos e árabes deixaram vincadas nas pedras a sua passagem. Deve ter sido considerável o trabalho desenvolvido pelos habitantes do lugar na reconstrução deste território após a derrota dos mouros. Todos, ou quase todos tinham "honras de infanções (Membros de uma das classes da Nobreza Portuguesa do século XII.) e foram os primeiros que houve em Portugal.
A Terra de Santa Maria abrangia vários concelhos actuais, pois situava-se entre o rio Douro e o rio Caima e entre o Oceano e o rio Arda.

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A importância deste castelo nos alvores da Nacionalidade é notória, quer pelo vasto território que abrangia e dominava, quer ainda pela influência que nele teria Ermígio Moniz e seu irmão, o Aio de D.Afonso Henriques, Egas Moniz. A actual traça do monumento deve-se a D. Fernando Pereira, e a seu filho Rui Vaz Pereira que obtiveram de D.Afonso V ( sec XV) a permissão para "à sua própria custa o correger e refazer de muralhas, paredes, casas e todas as outras cousas que fossem necessárias para a sua fortaleza e defensão" (1448).
O Castelo de Santa Maria da Feira conservou-se na posse dos Pereiras - elevados a Condes da Feira - até ao ano de 1700.
Nesse ano morreu o 8º Conde, D.Fernando, sem descendencia directa. Depois de porfiada demanda, foi a grande Casa da Feira incorporada na Casa do Infantado e nela se manteve até a sua extinção.
Em 1722 foram palácio e torre de menagem incendiados.
Todo o maravilhoso conjunto entrou em franca e criminosa decadência. Os desmoronamentos, as ervas e as silvas proliferavam.
Em 28 de Agosto de 1905, surgiu uma primeira associação que pretendeu fazer a recuperação do castelo. Foi seu dinamizador Afonso Alfredo Teixeira Couto. Em 1909 apareceu a "Comissão de Vigilância pela Guarda e Conservação do Castelo da Feira".

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A partir de 1982, mediante um protocolo assinado entre o Instituto Português do Património Cultural, a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira e a Comissão de Vigilância, foi atribuída a esta "Comissão" funções de "tutela delegada" sobre o castelo, no seguimento de semelhantes acordos efectuados em 1915 e 1939.

De referir que o actual aspecto altaneiro da fortaleza se ficou a dever a importantes obras de restauro, efectuadas de Julho de 1935 a Maio de 1940, pela Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, que quiseram, puderam e conseguiram dar ao velho monumento a dignidade que merece e a que os esforços da "Comissão" não poderiam acudir por si só.

O castelo de carácter militar mas foi sobretudo, um paço senhorial (habitação dos Condes Pereira) e é constituido por 3 partes

- uma grande praça

- uma grande torre, coberta por um eirado que tem nos angulos, torres termindas em cone.

Neste corpo, existe o antigo salão nobre, dotado de chaminés de aquecimento, de um balcao e de uma tribuna para os musicos actuarem durante as festas e cerimonias.



- o recinto do castelo é envolvido por uma muralha

- a barbacã - com uma forte torre que consiste hoje na entrada do concelho.



Já no exterior, vê-se uma airosa capela mandada erigir por Dª Joana Forjaz Pereira, em 1656

Convento dos Lóios ou Convento do Espírito Santo, no centro da cidade encontramos este edificio que pertenceu à congegação dos lóios.

Sobe-se a escadaria nobre e alcança-se a Igreja.

A fachada é imponente e está revestida de azulejos azuis e brancos. O interior é amplo, coberto por uma abóbada; as paredes laterais estao revestidas de azulejos de seculo XVIII.

As dependencias monasticas, ao lado da Igreja onde viviam os frades, estao viradas para um claustro de dois andares. No centro do patio existe um chafariz. Neste corpo do convento, no refeitório, existiu um teatro, O Teatro de D. Fernando, que desapareceu em 1938, quando se decidiu colocar neste edificio o tribunal.

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Castelo de Guimaraes

Castelo de Guimaraes​

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O Castelo de Guimarães é sem sombra de duvida o castelo símbolo da nacionalidade portuguesa, não poderia portanto deixar de falar de forma especial deste belo e altivo castelo construído com tanta arte, sabedoria e magnificiencia.

O castelo de Guimarães é sem sombra de duvida o castelo símbolo da nacionalidade portuguesa, não poderia portanto deixar de falar de forma especial deste belo e altivo castelo construído com tanta arte, sabedoria e magnificiencia.

Integrado decerto na corrente de nobres atraídos ao ocidente peninsular pelas vicissitudes da Reconquista Cristã, um rico homem crivelmente de ascendência castelhana, Diogo Fernandes, veio nos fins do século IX estabelecer-se na região vimaranense, então em início dum promissor desenvolvimento. Com ele vieram a mulher e a prole, que provavelmente abrangia já, embora neste caso, todos de tenra idade, o filho e as três filhas que a constituíram.

Entre estas, contava-se uma, de nome Mummadona, que haveria de notabilizar-se, não só por no seu casamento com Hermenegildo Gonçalves se ter originado uma dinastia condal que governou, desde meados do século X até ao terceiro quartel do XI, a já chamada terra portucalense, núcleo do futuro Portugal, mas também pelo seu devotamento ao progresso e à defesa da incipiente Guimarães, então repartida em dois modestos núcleos populacionais, um no alto do Monte Largo – alpis latitus no latim dos documentos da época – e o formado no sopé dessa colina.

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Tendo enviuvado não depois do ano 928, Mummadona viu-se senhora de vastíssimos bens, que em Julho de 950 partilhou com os seus filhos – cinco homens e uma mulher – para logo a seguir, animada de viva religiosidade, fundar na vila baixa um mosteiro, ao qual, nove anos depois, em Janeiro de 959, fez uma amplíssima doação de terras, gados, rendimento, ricos orna- mentos de culto e livros religiosos.

Porém, naqueles tempos, não decorria tranquila a vida quotidiana no noroeste peninsular, em que se engastava a progressiva Guimarães; além da ameaça permanente de possíveis investidas das hostes muçulmanas, ainda dominantes ao sul Coimbra, eram sobretudo inquietantes os repetidos assalto dos chamados normandos, misto de guerreiros e piratas, que provenientes dos mares do norte da Europa, abordavam em som de guerra as costas peninsulares ou subiam os cursos dos rios, e desembarcando espalhavam por toda a parte sangue e ruínas, saqueando, matando e cativando, após o que, com maior ou menor demora, reembarcavam, embora não o fizessem incólumes.

Dos anos subsequentes ao daquela doação, algumas dessas incursões são conhecidas, além certamente de vários outros assaltos cuja escassa monta se apagou na memória das gentes, não deixando rasto na história. Uma dessas irrupções, de muçulmanos ou normandos, sobreveio por aquelas vizinhanças, e o coração da piedosa dama foi tocado de profundo temor pela segurança do mosteiro a que era tão devotada. Então resolveu ela construir naquele Monte Largo, a cavaleiro das casas por que se repartiam as duas secções masculina e feminina da instituição monástica que fundara, um castelo, onde a comunidade se acolhesse em ocasião de perigo. É bem conhecido e várias vezes citado o trecho da carta de doação desse castelo aos religiosos, lavrada em Dezembro de 968, do qual consta a referida decisão.

Já nesse ano, e em anos seguintes por mais de uma vez, monges e monjas estariam de olhos postos no seu refugio castelejo, e prestes a correrem para ele. Primeiro, porque justamente desde os alvores desse 968 largamente se espalharam pelas terras da Galiza, levando-as a ferro e fogo, os oito mil normandos do viking Gunderedo, que só muito mais tarde vieram a ser vencidos e expulsos; depois, porque em várias ocasiões andou a guerra pelo norte de Portugal, movida ora por muçulmanos, ora por normandos. Nomeadamente em 997, quando Mohâmede Abu-Amir, o celebre Al-mansor, vindo de Cória, fez caminho pela Beira, veio ao Porto, e, como o seu fito era destruir Compostela, deve ter seguido, desde aquela cidade, pela estrada romana que a ligava a Braga, passando portanto a uns quinze quilómetros de Guimarães, em marcha bélica embora não agressiva; mais perigosamente em 1010 ou 1016, porque então uma horda normanda invadiu a região ao sul do Minho e chegou às vizinhanças Guimarães, pois assolou as terras da vizinha Vermoim, cujo castelo assaltou.

Unanimemente se crê dever ser rude e simples, uma torre e porventura um modesto muro de defesa esse primitivo castelo, que nos fins do século Xl – quando o governo da terra portucalense, logo também chamada província portucalense, foi confiado ao Conde Henrique por seu sogro, o monarca leonês Afonso VI – devia estar já assaz arruinado, sendo então provavelmente demolido por iniciativa daquele nobre parente dos reis de França, a quem se devem os primeiros lineamentos da independência de Portugal, e substituída por outra edificação mais ampla e mais sólida, que, posteriormente acrescida e melhorada, veio a constituir esse importante conjunto ainda perdurante.

Cobrindo um espaço escutiforrne, delimitado pela sua linha de muralhas, voltada ao norte em face quase recta, e a leste e a oeste em faces de progressiva curva que vem ligar-se, formando vértice, no sul – o castelo é dominado pela quadrangular torre de menagem, que ao centro da edificação ostenta a sua imponente altura. Quatro outras grandes torres, de porte um tanto menor, guarnecem a muralha, nos ângulos meridional e nordestino e nas faces setentrional e ocidental; um par de torreões flanqueia a porta principal, aberta a oeste, e outro a porta da traição, na face oposta.

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Por sobre as muralhas corre um amplo adarve, com acesso interior por adossadas escadarias de pedra, ligado na sua face oeste por uma fruste ponte de madeira, à porta de entrada da torre de menagem, aberta na equivalente altura duns folgados cinco metros; finalmente, tudo, adarves e terraços das torres e torreões, defendido por parapeitos coroados de ameias. No terreiro, adossada à muralha do norte, uma casa, visivelmente de habitação, cujas nada grandiosas dimensões os existentes restos testemunham.

A evolução construtiva deste interessante castelo não e conhecida através de fontes históricas suficientemente esclarecedoras; e quase pode dizer-se que tudo quanto se tem apurado resulta de dados oferecidos pela própria construção, dados sobre os quais se apoiam as Possíveis hipóteses cronológicas. Bom testemunho de tais dificuldades e dado pelas duvidas que podem formular-se a respeito da total demolição ou parcial aproveitamento da primitiva edificação quando a nova foi encetada, pois tudo quanto a esse problema se refere, ou ao avanço da nova construção, tem sido expresso, como é natural, em afirmações cautelosas e um tanto vagas cronologicamente. Quanto às muralhas, é visível no seu troço voltado à cidade uma sobreposição de sistemas construtivos, de pedras irregulares até certa altura e esquadriadas daí para cima, circunstância que parece denunciar a existência de duas fases construtivas, uma mais antiga, porventura a henriquina, e outra de melhoramentos que tem sido atribuídos ao século XIV. Uma palavra cumpre acrescentar ainda, referentemente ao edifício adossado a parte interna da muralha setentrional, tradicionalmente considerado moradia do Conde D. Henrique e berço do primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques. Essa tradição levantou há um século prolongada controvérsia, e as duvidas a tal respeito persistem ainda. Invocou-se, e invoca-se, contra ela, a relativa exiguidade da construção; mas este argumento perde valor quando se pensa que nessa época, e mesmo algum tanto posteriormente, até os reis eram, quanto a isso, tão pouco exigentes, que em certas circunstâncias o paçoguim1.jpg (14670 bytes) real – assim mesmo o paço – era de tal modéstia, que a sua cobertura se fazia com colmo. Mais forte é porventura o facto de saber-se pela carta de doação duns campos m Guimarães, outorgada em 2 de Janeiro de 1121 pela condessa D. Teresa a certos franceses aí moradores, que esses campos ficavam junto do palácio da doadora, na denominada Rua dos Franceses; portanto nesta data, e evidentemente com anterioridade maior ou menor, a residência condal era na vila e não no castelo, Admitindo que a anterioridade de tal residência não atingia os últimos anos da vida do Conde Henrique, falecido em 1112, e consequentemente o do nascimento de D. Afonso Henriques (1009 ? ), pode aceitar-se residirem o conde e a família durante esses anos no castelo, e ter assim fundamento a aludida tradição; mas, para tal, tem ainda de admitir-se que a reedificação empreendida por ele ia já adiantada ao ponta de abranger a conclusão do dito imóvel, e que só morto o Conde, a viúva se mudou do castelo para a vila. Tudo, afinal, hipóteses sobre hipóteses, à espera dum milagre documental que resolva o problema. Aceite-se, porém, que ou logo de começo, ou apenas depois, o discutido domicílio serviu de moradia ao alcaide, que, no castelo de Guimarães, como habitualmente, devia obrigatoriamente residir.

No decurso dos séculos XII a XIV, vários sucessos esmaltam a história militar deste castelo. Nele deve ter resistido o moço Afonso Henriques, quando em 1127, achando-se em Guimarães, ali veio mover-lhe guerra o rei de Leão, Afonso VII, seu primo, com o fito de reduzi-lo à vassalagem de que, já em luta com a mãe para obtenção do governo do condado portucalense, pretendia libertar-se.

Ao castelo vimaranense pode também considerar-se ligada a tradição dum acto então praticado por Egas Moniz, antigo aio e devotado partidário de Afonso Henriques, o qual tendo ficado fiador do novo infante, quando este, no aperto das circunstâncias, prometeu constituir-se vassalo do rei de Leão, promessa que, uma vez liberto do assédio, logo renegou – se dirigiu a corte leonesa, para oferecer a Afonso VII, em resgate da violada fiança, as vidas, sua e dos seus, entendendo que a independência da terra portuguesa, de que aliás era fervoroso propugnador, não devia assentar num perjúrio, tradição que Camões imortalizou em algumas poéticas estrofes dos Lusíadas.

Em 1322, no decurso da campanha movida pelo Infante D. Afonso, futuro Afonso IV, contra o pai, D. Dinis, pretendendo que este lhe entregasse o governo, tocou a vez a Guimarães, que o impetuoso moço veio cercar. Novamente o castelo teve então horas de fulgor, firmemente defendido com êxito, bem como a povoação, pelo seu alcaide, Mem Rodrigues de Vasconcelos, avô dum homónimo que veio a ser, em 1385. glorioso combatente da Ala dos Namoradas, na batalha de Aljubarrota.

Meio século depois daquele episódio, quando em 1369 a política peninsular de D, Fernando concitou as iras do monarca castelhano Henrique II, e este invadiu Portugal, outra vez o castelo de Guimarães, como padrasto de defesa da vila, e o seu alcaide, então Gonçalo Pais de Meira, estiveram em foco, pois o invasor, que entrara em Portugal pela fronteira do Minho e conquistara Braga, veio pôr cerco a Guimarães.

Uma vez mais, já no tempo da crise dinástica que se seguiu ao falecimento de D. Fernando, as vicissitudes do castelo de Guimarães se inseriram nas da Nação; e deste sucesso há conhecimento mais detalhado, porque a ele se referiu um tanto pormenorizadamente o cronista Fernão Lopes. Após a sua aclamação. D. João I seguiu para o norte em liquidação dos núcleos de resistência ainda favoráveis à legalidade de poder régio da filha de D. Fernando, e portanto as pretensões de seu marido, o rei de Castela; um deles era o castelo de Guimarães, então a cargo de Aires Gomes da Silva. O rei chegou ali no começo de Junho (1385), vinda do Porto com tropas e armas julgadas suficientes, pois contava com elementos favoráveis na vila. Um desses seus partidários, o escudeiro Afonso Lourenço Carvalho, que era o melhor e mais honrado do lugar», ardilosamente conseguiu, numa das imediatas noites que o guarda duma das portas do muro exterior da vila a abrisse: e logo por ela, com breve combate, entraram o Rei e os seus homens de armas. Mas a resistência não tardou em organizar-se, e para assaltar o chamado muro velho», decerto o do tempo de D. Alonso III, foi necessário mandar vir do Porto mais material de guerra, prolongando-se a luta por bastantes dias. Porém a decisão do alcaide, puramente legalista, e assim sem o calor duma animação patriótica, acabou par fixar-se numa proposta de tréguas, nos termos daquilo que se chamava «preitezia», isto é, numa promessa de rendição, se em certo prazo a entidade a que fora prestada fidelidade não acorria com socorro. Neste caso, estabeleceu se um prazo de 30 dias; mas o monarca castelhano, a quem foi passado o aviso, não enviou reforços, desculpando-se com a escassez do tempo concedido. Então foram entregues a D. João I o castelo e a vila, indo-se Aires Gomes da Silva, que «era velho e não bem são, e levaram-no fora em colos de homens, e, a poucos dias depois disto, morreu, aqui no Reino».

Mas a história deste sucesso militar e político não haveria de encerrar-se sem que a nimbasse uma aureola sentimental. Gonçalo Marinho, que fora o emissário enviado a Castela, estava noivo duma filha de Aires Gomes da Silva; porém quando a mãe da noiva, após a derrota do marido, se acolheu a Castela, seu irmão, Pedro Tenorio, arcebispo de Toledo, opôs-se ao projectado casamento e consorciou-se com outro a prometida esposa de Gonçalo Marinho. Então este, vendo afastada do seu lar aquela que sonhara lhe fosse nele companheira. «fez-se frade de São Francisco, e assim acabou sua vida».

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Estava-se então nos primórdios do uso de artilharia, cujos primeiros tiros, os dos (trons) castelhanos, se ouviram pouco depois. naguimaraes26.jpg (68264 bytes) batalha de Aljubarrota. Esta nova arma, ainda inoperante contra as rijas couraças castelejas, não tardaria a ser-lhes inimigo respeitável. Por outro lado, a Guerra da Independência travou-se em sectores diferentes dos campos vimaranenses; e mesmo ela já antes do alvorecer de Quatrocentos podia considerar se praticamente finda. Assim, o castelo de Guimarães, como muitos outros, conheceu desde então o ocaso da sua gloriosa existência, pouco a pouco, no decurso dos séculos XVI a XIX o influxo dos tempos e o ignaro desrespeito dos homens algum tanto lhe macularam a integridade, até que o restauro levado a cabo há tempo logrou restituir a essas muralhas e torres, onde ainda repercute o eco de épicas lutas, toda a sua prístina grandiosidade, toda a sua severa e majestosa beleza.

Em volta deste castelo existe todo uma áurea de prestígio honra, emoção e orgulho. A tudo isto há a acrescentar a beleza da paisagem e a obra de arte da arquitectura feita na pedra.

Foi esta a terra natal de Afonso Henriques que viria a ser o primeiro Rei de Portugal.

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Castelo de Braçanca

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O Castelo de Braganca, cuja construção se iniciou em 1409 e terminou trinta anos depois, é constituído por um extenso conjunto de muralhas com um perímetro de 660 metros, que formam quatro recintos individualizados entre si.

Conta com quinze torres ou cubelos e outros tantos panos de muro, com a espessura média de dois metros, com três portas (duas Portas de Santo António e a Porta do Sol) e dois postigos (a Porta da Traição e o postigo do Poço do Rei). Toda a cerca é ameada e define uma planta ovalada que apresenta o seu interior orientado segundo dois eixos viários, que estabelecem a ligação entre a Porta de Santo António, que dá para a parte velha da cidade, e a Porta do Sol, a nascente. Destes dois eixos é a rua da Cidadela aquela que faz o antigo traçado entre as duas portas. O esquema desenhado tem como base a Porta de Santo António, a partir da qual irradiam duas ruas e respectivos quarteirões edificados. À esquerda encontra-se um pequeno quarteirão, interrompido pelo espaço onde se localiza o Pelourinho e que antigamente foi ocupado pela igreja de S. Tiago. Ao centro fica o principal aglomerado populacional, que tem no seu topo a Igreja de Santa Maria (também designada de Nossa Senhora do Sardão) e a célebre Domus Municipalis. O lado norte, que esteve ocupado pelas instalações do Batalhão de Caçadores 3, foi arranjado e actualmente é uma ampla zona que torna a Torre de menagem ainda mais imensa do que já é.

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Esta é um imóvel quadrangular de 17 m de lado e 34 m de altura, dotado de sapata de cerca de 6 m de altura. O acesso era feito outrora por uma ponte levadiça, que levava à porta que se encontra bem alta. Actualmente faz-se por uma estreita escadaria exterior, de pedra, adossada à face setentrional de um corpo saliente que serve de escudo ou couraça à própria torre. Na face sul da torre, a meia altura, está adossada uma pedra de armas com os emblemas da Casa de Avis, sinete do monarca que promoveu a edificação.

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Entre os elementos decorativos mais interessantes que a torre de menagem oferece contam-se as graciosas fiadas de ameias que lhe coroam o eirado e duas elegantes janelas góticas maineladas, uma na face sul outra na face este. Nas aberturas e nos cunhais, o material utilizado é o granito, com alguns blocos siglados, enquanto no recheio predomina a alvenaria de xisto. Nos ângulos superiores destacam-se quatro guaritas cilíndricas. A torre está adossada à muralha norte e obedece a um esquema que se foi tornando habitual, que é o de ver a cidadela encostada a um dos lados da muralha e não no centro. Tem ainda defendê-la um muro com sete cubelos (três do lado nascente, três do poente e um a sul). Funciona no seu interior um Museu Militar.

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Castelo de Porto de Mós

Castelo de Porto de Mós

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O Castelo de Porto de Mós avista-se ao longe pelas suas torres, grandes e verdes, de forma bicuda, que faz deste castelo um dos mais originais do nosso País. Conquistado aos mouros por D. Afonso Henriques, viria a ganhar características palacianas, devido à intervenção de D. Sancho I, D. Dinis e D. Afonso, Conde de Ourém.

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Das cinco torres com que foi construído, restam hoje três, devido às constantes investidas árabes e, mais tarde, aos diversos abalos sísmicos que sofreu.

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O castelo-solar de Porto de Mós apresenta planta pentagonal irregular, em estilo gótico e renascentista. Portas e janelas rectangulares e ogivais, bem assim como outros elementos construtivos e decorativos, revelam a coexistência de estilos, bem como similaridades com o Paço de Ourém.

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sneto2000

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belissimos, pretendo um dia conhece-los.
 

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Castelo de Sabugal

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O maravilhoso Castelo de Sabugal,de imponentes muralhas avista-se à distancia a sua imponente estrutura.

A grande torre de menagem de invulgar altura atrai o olhar pela sua imponência e estrutura e parece assombrar o restante castelo. No entanto todo o castelo é um monumento de esplêndida qualidade.
Foi moradia e terá sido aqui que se fez a bodas de casamento da Infanta D. Maria filha de D. Afonso IV.

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O castelo do Sabugal foi construído com enormes cantarias que transformaram as suas muralhas em solidas e resistentes barreiras que se impõem a qualquer Invasor.
A sua fundação é incerta, mas terá sido por alturas do século XII e D. Dinis tratou do seu restauro e preparação para a guerra.

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Actualmente encontra-se em razoável estado de conservação no entanto aguarda quem sabe obras de devida reparação que lhe permita adquirir o seu verdadeiro valor e lhe permita ter um futuro digno da sua historia.

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Castelo de Sortelha

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Classificado como Monumento Nacional - DL. de 16/6/1910. Sofreu obras de renovação, cerca de 1228, reinado de D. Sancho II, e posteriormente foi remodelado nos reinados de D. Dinis, de D. Fernando e de D. Manuel e ainda em 1640.

A sua origem está efectivamente rodeada de lendas, na sua maioria relacionadas com bruxas.

Mantém-se ainda a cintura de muralhas que contorna a vila e as suas três portas, sendo uma delas a porta falsa. A porta de acesso à cidadela é protegida por mata-cães e exibe o escudo, coroa real e esferas armilares. Lateralmente a esta observa-se outra porta falsa em arco de ferradura, possui seteiras cruciformes. Pode se ver a Torre de Menagem de planta quadrada no seu interior. Os afloramentos graníticos funcionam como contrafortes naturais.


O local onde se encontra o castelo e a vila foi provavelmente ocupado por um castro lusitano, utilizado depois pelos sucessivos povos vindos para se estabelecerem e dominar a zona. Privilegiada pela sua posição estratégica, Sortelha foi repovoada por D. Sancho I, com gentes de Valença (Minho) em 1187. Depois das reparações efectuadas por D. Sancho I, a fortaleza, abalada por batalhas fronteiriças, seria alvo de outras modificações nos reinados de D. Dinis, D. Fernando e D. Manuel, que insere armas manuelinas na porta da entrada. Sortelha encontra-se rodeada por fortes muralhas, em forma circular, que vão subindo e descendo ao sabor dos declives naturais. Relacionados com a alcaidaria do Castelo de Sortelha surgiram frequentes problemas por abusivas posses de lugares e terrenos cometidas por nobres, como se escreve nas Inquirições de D. Dinis acerca da apropriação ilegal de Águas Belas e outras aldeias em redor.

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A vila desenvolveu-se a partir da ocupação que teve no início no séc. XII/XIII, época em que D. Sancho I promove a edificação do castelo. Ao longo dos séculos a estrutura defensiva da povoação sofreu reparações, sendo as últimas efectuadas no reinado de D. Manuel, que lhe confirmou foral e construiu o Pelourinho. Este fica situado dentro do núcleo intra-muros, no sopé do Castelo, e apresenta as armas reais. A cidadela fica fora do perímetro amuralhado, a sul deste, com uma torre de menagem, de planta quadrada, no centro do recinto. Está dotada de duas portas: a Porta do Castelo e a Porta Falsa. A primeira apresenta balcão com mata-cães e ao lado, as armas reais de D. Manuel I com esferas armilares. A muralha, que assenta em vários locais, tem quatro portas que permitem fazer a ligação ao exterior: Porta da Vila ou Porta do Concelho, Porta Nova e duas portas falsas. Existe ainda uma outra torre, a do Facho, de planta quadrada e desprovida de vãos.

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Para além do Castelo monumento, classificado como Monumento Nacional desde 1910, em Sortelha encontra-se um vasto património edificado, tal como a Igreja Matriz, a Capela de São Sebastião, o Antigo Hospital da Misericórdia, a Casa Um, a Casa Setecentista, a Casa dos Falcões, a Fonte de Mergulho, a Casa das Almas, a Casa do Vento que Soa e a Fonte da Azenha.

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Castelo de Marvão


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A arquitectura deste castelo é moderna, com algumas características medievais.

A fortaleza tinha uma função defensiva e por isso está orientada para Espanha. A sua elevada altitude oferece ao visitante uma ampla e bela vista sobre a paisagem serrana envolvente. No sentido oposto, a vila murada, vista do vale oferece uma perspeciva interessante e uma das mais imponentes do país.

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A história desta fortaleza remonta à época da conquista cristã no século XIII. Posteriormente, o castelo é doado à Ordem de Malta por D. Afonso III e novamente resgatado por D. Dinis em 1299. No século XV, procede-se ao povoamento da localidade. Em 1997 um raio atingiu a guarita do lado Sul e destruiu-a integralmente.

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Castelo de Marialva


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Monumento Nacional desde 1978, apesar de estar hoje praticamente abandonada (só os fantasmas parecem povoar as suas muralhas), a vila de Marialva conheceu um período de franco apogeu nos séculos XII-XIII, período a que corresponde a construção do castelo.
Situado na linha de fronteira anterior ao tratado de Alcanices (1297), constitui uma das mais singulares ruínas de castelos portugueses, mantendo a sua estrutura praticamente intacta, assim como a feição da povoação que se desenvolveu em seu redor.

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A linha de muralhas que circunda o antigo povoado é interrompida por 2 postigos e 2 portas (Porta do Anjo da Guarda e do Monte) ligadas por uma calçada antiga. Mantêm-se o pelourinho, a cisterna, a alcáçova, a Torre de Menagem, 2 igrejas e 5 torres.
Em 1440 a alcaidaria da vila passou a Condado, que ficou na posse da família Coutinho, e na segunda metade do século XVI a zona mais importante, que coincide com o ponto mais elevado, sofreu algumas obras, por iniciativa do Infante D. Fernando, irmão de D. João III. Por meados do século XVII o Castelo ainda foi utilizado aquando das guerras peninsulares, mas no século XVIII estava já irremediavelmente abandonado. Pouco a pouco, em Marialva, como em tantas outras localidades, o tempo e a incúria trouxeram o castelo ao estado de ruína em que presentemente se encontra.

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Castelo de Alter do Chão

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Alter do Chão tem vestígios de ocupação romana, que neste local terão edificado uma fortificação, depois conquistada por vândalos e ocupada pelos árabes. Na reconquista cristã da Península Ibérica, este castelo terá passado para as mãos portuguesas no reinado de D. Afonso II, por volta de 1220.

D. Pedro I, em 1357, ordena a reconstrução da fortaleza, cuja estrutura chegou em bom estado aos nossos dias. Por doação do rei D. Fernando I, este castelo e os seus domínios foram entregues a D. Nuno Álvares Pereira.

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O castelo de Alter do Chão, no século XIX, foi comprado e vendido algumas vezes e actualmente está na posse da Fundação da Casa de Bragança. Está classificado como Monumento Nacional, recebeu obras de restauro da responsabilidade da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, com financiamento da Fundação da Casa de Bragança.

Construído sobre uma planta quadrangular, tem muralhas de xisto e granito, reforçadas por seis torres, com uma Torre de Menagem de 44 metros de altura.

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Grunge

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Castelo de Mogadouro


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Erguido no século XII, o Castelo de Mogadouro foi concedido em 1297 pelo rei D. Dinis à Ordem dos Templários e, alguns anos mais tarde, em 1319, passou para a Ordem de Cristo, sucessora daquela. Hoje conservam-se apenas dois panos de muralha, ligando um deles a torre a um cubelo. A torre, quadrangular e de aparelho "incertum", é acompanhada, não de muito longe, por uma outra de feição mais recente, conhecida como Torre do Relógio.

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Esta é feita de cantaria nos cantos e aparelho "incertum" a meio. Está dividida em três registos, o último dos quais preparado para receber sinos. Tem um remate piramidal e ostenta nos quatro cantos pináculos de granito. Apresenta-se hoje com graves fendas. Um pouco mais abaixo vêm-se restos de uma outra cintura de muralhas, em mau estado.

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Johny89

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Castelo de Leiria


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O Castelo de Leiria localiza-se na cidade, freguesia, concelho e distrito de Leiria.

Edificado em posição dominante a norte sobre a primitiva povoação e o rio Lis, este belo e imponente castelo medieval, onde se contrastam as belezas do patrimônio edificado e as da paisagem natural, é um dos "ex-libris" da cidade, recebendo, anualmente, entre 60 e 70 mil turistas. Considerado o melhor exemplo de transformação residencial de um castelo no país, o monumento compreende outras atracções arquitectónicas, históricas e arqueológicas.

Antecedentes

Não existem informações seguras acerca da primitiva ocupação humana do sítio do castelo, embora a região de Leiria seja rica em testemunhos arqueologicos pré-históricos e romanos. Sabe-se, entretanto, que à época da Reconquista cristã da península Ibérica, a região constituía, no século XII, um ponto nevrálgico da defesa da fronteira sul do Condado Portucalense. Viria a tornar-se um próspero centro económico medieval, graças ao comércio de cereais e produtos alimentares (trigo, azeite, vinho, frutas), de madeiras (pinhal de Leiria), de minérios (ferro, carvão, sal-gema, calcário) e de produtos artesanais (lanifícios e tecelagens, couros, olarias, ferragens).

O castelo medieval

Ao consolidar o seu governo a partir de 1128, o jovem D. Afonso Henriques (1112-1185), planeou alargar os seus domínios, então limitados a norte pelo rio Minho a sudoeste pela serra da Estrela e a sul pelo rio Mondego. Para esse fim, a partir de 1130, invadiu por diversas vezes o território vizinho da Galiza a norte, ao mesmo tempo em que se mantinha atento à fronteira sul, constantemente atacada pelos muçulmanos.

Para defesa desta linde sul, estrategicamente fez erguer, de raiz, um novo castelo entre Coimbra e Santarém (1135), no alto de uma elevação rochosa, um pouco ao sul da confluência do rio Lis com o rio Lena, a cuja guarnição, sob o comando de D. Paio Guterres, foi confiada a defesa da nova fronteira que ali tentava firmar (cf. Brevis historia Gothorum). À povoação que também iniciava, e que passaria a designar o respectivo castelo, chamou de Leiria. Dois anos mais tarde, a povoação e o seu castelo foram assaltados pelos almóadas, que se aproveitaram de uma investida das forças de D. Afonso Henriques à Galiza (1137). Após uma encarniçada resistência, Paio Guterres e seus homens foram forçados a abandonar as suas posições.

De volta ao reino, o monarca organizou uma contra-ofensiva para conter o avanço dos mouros, cujas forças combinadas derrotou na épica Batalha de Ourique (25 de Julho de 1139). Ao final desse mesmo ano, os muçulmanos, cientes de que o monarca português havia encetado nova campanha contra o rei de Leão, na Galiza, atacaram e novamente conquistaram Leiria e seu castelo, cujos defensores, na ocasião, sofreram pesadas baixas, vindo seu alcaide, D. Paio Gueterres a cair prisioneiro. De volta às mãos de D. Afonso Henriques (1142), o monarca outorgou Carta de Foral à povoação, determinando a reconstrução e reforço da estrutura do castelo, no qual fez erguer uma Capela sob invocação de Nossa Senhora da Pena (entre 1144 e 1147).

O seu sucessor, D. Sancho I (1185-1211), concedeu novo foral à vila (1195), determinando erguer-lhe uma cerca amuralhada. O desenvolvimento da vila era tão expressivo à época, que a fez sede das Cortes de 1254, convocadas por D. Afonso III (1248-1279).

Outros monarcas dedicaram atenção a Leiria, destacando-se D. Dinis (1279-1325), que ali residiu por diversas ocasiões, vindo a doar, em Julho de 1300, à rainha Santa Isabel, a vila e o seu castelo, escolhidos para a criação de seu herdeiro, o princípe D. Afonso. É a D. Dinis que se atribui a adaptação do castelo à função de palácio, a reconstrução da capela de Nossa Senhora da Pena e o início da construção da poderosa Torre de Menagem (8 de Maio de 1324), poucos meses antes do seu falecimento. Esta torre foi concluída no reinado de seu sucessor, conforme inscrição epigráfica no seu exterior.

Sob o reinado de D. Fernando (1367-1383), quando aqui se reuniram as Cortes de 1372, a vila encontrava-se em expansão até às margens do rio Lis.

Sob D. João I (1385-1433), que aqui celebrou, em 1401, o casamento de seu filho D. Afonso (futuro conde de Barcelos e duque de Bragança), iniciaram-se os trabalhos de edificação dos chamados Paços da Rainha ou Paços Novos, nos quais se destacam os vãos góticos e o espaço de suas salas e câmaras.D. Manuel I (1495-1521) concedeu Foral Novo a Leiria (1510), alçada, em 1545, à condição de cidade por D. João III (1521-1557).

Da Restauração da independência à actualidade

Ao raiar a Restauração da Independência (1640), o Castelo de Leiria foi uma das primeiras fortificações a erguer o pendão de Portugal. Sem valor militar, entretanto, mergulharia progressivamente no abandono, vindo a se arruinar.

No contexto da Guerra Peninsular, no início do século XIX, as tropas francesas provocaram extensos danos à cidade e aos seus monumentos.

Ao final do século XIX, por iniciativa da Liga dos Amigos do Castelo, o arquitecto Ernesto Korrodi elaborou um projecto de restauro das ruínas do castelo (Zurique, 1898). Estas foram classificadas como Monumento Nacional por Decreto publicado em 23 de Junho de 1910.

Finalmente, em 1915, a Liga iniciou as obras de restauro pleiteadas, com fundos próprios e o auxílio do poder público, através da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN). Este órgão, entretanto, não aceitou o nome do arquitecto suíço para a direção das obras, paralisadas no ano seguinte. Os trabalhos foram retomados, a partir de 1921, quando uma derrocada parcial nos muros lhes imprimiu caráter de urgência. Korrodi foi finalmente nomeado diretor das obras, à frente de uma comissão sujeita à DGEMN. O seu trabalho desenvolveu-se até 1934, quando se desligou. As obras, porém, prosseguiram na década de 1930, com base nos seus desenhos. As campanhas de recuperação foram retomadas pela DGEMN em meados da década de 1950, prosseguindo nas duas décadas seguintes. Novas campanhas se sucederam a partir de meados da década de 1980, prosseguindo pela década de 1990.

O castelo encontra-se aberto ao público, apresentando como destaque a torre, requalificada como espaço museológico, onde podem ser apreciados artefatos arqueológicos e armaria medieval.

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Johny89

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Castelo de São Jorge

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O Castelo de São Jorge localiza-se na freguesia do Castelo, na cidade, concelho e Distrito de Lisboa, em Portugal.

Primitivamente conhecido simplesmente como Castelo dos Mouros, ergue-se em posição dominante sobre a mais alta colina do centro histórico, proporcionando aos visitantes uma das mais belas vistas sobre a cidade e o estuário do rio Tejo.

Antecedentes

As pesquisas arqueológicas trouxeram à luz testemunhos da primitiva ocupação humana do sítio de Lisboa desde, pelo menos, o século VI a.C., sucessivamente por Fenícios, Gregos e Cartaginenses. As informações históricas, entretanto, iniciam-se apenas no contexto da conquista da Hispânia pelas legiões romanas, quando era denominada Olisipo. Serviu, a partir de 139 a.C. como base das operações do Cônsul Décimo Júnio Bruto, contra os núcleos de Lusitanos dispersos após o assassinato de seu líder, Viriato, quando se admite que aqui teria, por esse motivo, existido algum tipo de estrutura defensiva. Posteriormente, em 60 a.C., tendo o então Propretor Caio Júlio César, concluído a conquista definitiva da Lusitânia, concedeu à povoação o título de Felicitas Julia, concedendo aos seus habitantes o privilégio da cidadania romana.

Diante das invasões do Império pelos bárbaros, de que a península não ficou imune, a cidade foi conquista pelos Suevos sob o comando de Maldras no meado do século V, e poucos anos mais tarde, pelos Visigodos sob o comando de Eurico, vindo a se tornar definitivamente Visigoda sob o reinado de Leovigildo. Séculos mais tarde, no século VIII, a cidade viria a cair sob o domínio muçulmano, vindo a se denominar Lissabona.

No contexto da Reconquista cristã da península, a sua posse oscilou ao sabor das investidas cristãs, que a colimavam como alvo à margem do rio Tejo. Dessa forma, foi conquistada inicialmente por Afonso II das Astúrias, em contra-ofensiva em 796. Na ocasião a cidade foi saqueada e as forças cristãs demasiado distantes de sua base na região de Entre-Douro-e-Minho, retiraram-se em seguida. Idêntico sucesso repetiu-se no reinado de Ordonho III de Leão, sob o comando deste soberano, tendo a cidade sofrido severos danos.

Integrante dos domínios da taifa de Badajoz, no alvorecer do século XII, diante da ameaça representada pelas forças de Yusuf ibn Tashfin, que oriundas do Norte de África, haviam passado à península visando a conquista e reunificação dos domínios Almorávidas, o governante de Badajoz, Mutawaquil, entregou-a, juntamente com Santarém e Sintra, na Primavera de 1093, ao rei Afonso VI de Leão e Castela, visando uma aliança defensiva, que não se sustentou. Envolvido com a defesa de seus próprios territórios, o soberano cristão não foi capaz de assistir o governante mouro, cujos territórios vieram a cair, no ano seguinte, diante dos invasores. Desse modo, Lisboa, Santarém e Sintra voltavam ao domínio muçulmano, agora sob os Almorávidas. Lisboa viria a ser reconquistada pelas forças de Afonso VI, para voltar ao domínio muçulmano em 1095.

A fortificação, neste período, era constituída pela Alcáçova de planta aproximadamente quadrangular com cerca de 60 metros de lado, em posição dominante no alto da colina, defendida por muralhas com aproximadamente 200 metros de largura. Deste núcleo, cujo perímetro corresponde sensívelmente, aos limites da atual freguesia do Castelo, a Leste e a Oeste desciam até ao rio os muros envolvendo a povoação, reforçados por torres e onde se rasgavam as portas.

O castelo medieval

Painel de azulejos.No contexto da Reconquista cristã da península Ibérica, após a conquista de Santarém, as forças de D. Afonso Henriques (1112-1185), com o auxílio de cruzados normandos, flamengos, alemães e ingleses que se dirigiam à Terra Santa, investiram contra esta fortificação muçulmana, que capitulou após um duro cerco de três meses (1147). Rezam as tradições que o cavaleiro Martim Moniz, que se destacara durante o cerco, ao perceber uma das portas do castelo entreaberta, sacrificou a própria vida ao interpor o próprio corpo no vão, impedindo o seu encerramento pelos mouros e permitindo o acesso e a vitória dos companheiros.

Como preito de gratidão, o castelo, agora cristão, foi colocado sob a invocação do mártir São Jorge, a quem muitos cruzados dedicavam devoção. Poucas décadas mais tarde, entre 1179 e 1183, resistiu com sucesso às forças muçulmanas que assolaram a região entre Lisboa e Santarém.

A partir do século XIII, alçando-se Lisboa a Capital do reino (1255), o castelo albergou o Paço Real. Os terramotos que afetaram a cidade em 1290, 1344 e 1356, causaram-lhe danos. No plano militar, mobilizou-se diante do cerco castelhano de fevereiro e março de 1373, quando os arrabaldes da Capital chegaram a ser saqueados e incendiados. Nesse ano iniciou-se a muralha de D. Fernando (1367-83), concluída dois anos mais tarde. Durante a crise de 1383-85, os arrabaldes da cidade foram novamente alvo das investidas castelhanas em Março de 1383, que foi duramente assediada pelas forças de D. João I de Castela em 1384.

Nas funções de Paço Real, foi palco da recepção a Vasco da Gama, após a descoberta do caminho marítimo para a Índia ao final do século XV, e da estréia, no século XVI, do Monólogo do Vaqueiro, de Gil Vicente, primeira peça de teatro português, comemorativa do nascimento de D. João III (1521-57).

Da Guerra da Restauração aos nossos dias

Juntamente com a cidade, o castelo voltou a sofrer com os terramotos de 1531, 1551, 1597 e 1699. Nesse ínterim, voltou às páginas da história militar portuguesa no contexto da Restauração portuguesa. O seu Alcaide, Martim Afonso Valente, honrando o juramento de fidelidade a quem tinha prestado menagem, apenas entregou a praça aos Restauradores após ter recebido instruções de Margarida de Sabóia, Duquesa de Mântua, até então vice-rainha de Portugal, que lhe ordenou a rendição (1640).

A mudança da residência real para a zona ribeirinha, a instalação de aquartelamentos e o terramoto de 1755, contribuíram para o declínio e a degradação do monumento. Descaracterizado e, em parte, interditado ao lisboeta, chegou ao século XX.

Classificado como Monumento Nacional por Decreto de 16 de Junho de 1910, sofreu importantes intervenções de restauro na década de 1940 e ao final da década de 1990, que tiveram o mérito de reabilitar o monumento, atualmente um dos locais mais visitados pelo turista na cidade de Lisboa.

O monumento oferece ainda os jardins e miradouros, um espetáculo multimédia (Olisipónia), uma câmara escura (Torre de Ulisses), espaço de exposições, sala de reuniões/recepções (Casa do Governador) e loja temática aos seus visitantes.

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site:http://www.castelosaojorge.egeac.pt/DesktopDefault.aspx
 

Johny89

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Castelo de Almourol


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O Castelo de Almourol, no Ribatejo, localiza-se na Freguesia de Praia do Ribatejo, Concelho de Vila Nova da Barquinha, Distrito de Santarém, em Portugal.

Erguido num afloramento de granito a 18 m acima do nível das águas, numa pequena ilha de 310 m de comprimento por 75 m de largura, no médio curso do rio Tejo, um pouco abaixo da sua confluência com o rio Zêzere, à época da Reconquista integrava a chamada Linha do Tejo, actual Região de Turismo dos Templários. Constitui-se num dos exemplos mais representativos da arquitectura militar da época, evocando simultaneamente os primórdios do reino de Portugal e a Ordem dos Templários, associação que lhe reforça a aura de mistério e romantismo.

As origens da ocupação deste local são bastante antigas e enigmáticas, mas o certo é que em 1129, data da conquista deste ponto pelas tropas portuguesas, o castelo já existia e denominava-se Almorolan.

Entregue aos Templários, principais responsáveis pela defesa da capital, Coimbra, o castelo foi reedificado e assumiu as características arquitectónicas e artísticas essenciais, que ainda hoje se podem observar. Através de uma epígrafe sobre a porta principal, sabemos que a conclusão das obras foi em 1171, dois anos após a grandiosa obra do Castelo de Tomar. São várias as características que unem ambos, numa mesma linha de arquitectura militar templária. Em termos planimétricos, a opção foi por uma disposição quadrangular dos espaços. Em altura, as altas muralhas, protegidas por nove torres circulares adossadas, e a torre de menagem, verdadeiro centro nevrálgico de toda a estrutura.

Estas últimas características constituem dois dos elementos inovadores com que os Templários pautaram a sua arquitectura militar no nosso país. Com efeito, como deixou claro Mário Barroca, a torre de menagem é estranha aos castelos Pré-românicos, aparecendo apenas no século XII e em Tomar, o principal reduto defensivo templário em Portugal1. A torre de menagem do castelo de Almourol tinha três pisos e foi bastante modificada ao longo dos tempos, mas mantém ainda importantes vestígios originais, como a sapata, que nos dá a dimensão geral da estrutura. Por outro lado, também as muralhas com torreões adossados, normalmente providas de alambor, foram trazidas para o ocidente peninsular por esta Ordem, e vemo-las também aplicadas em Almourol.

Extinta a Ordem, e afastada a conjuntura reconquistadora que justificou a sua importância nos tempos medievais, o castelo de Almourol foi votado a um progressivo esquecimento, que o Romantismo veio alterar radicalmente. No século XIX, inserido no processo mental de busca e de revalorização da Idade Média, o castelo foi reinventado, à luz de um ideal romântico de medievalidade. Muitas das estruturas primitivas foram sacrificadas, em benefício de uma ideologia que pretendia fazer dos monumentos medievais mais emblemáticos verdadeiras obras-primas, sem paralelos na herança patrimonial. Data desta altura o coroamento uniforme de merlões e ameias, bem como numerosos outros elementos de índole essencialmente decorativa e muito pouco prática.

No século XX, o conjunto foi adaptado a Residência Oficial da República Portuguesa, aqui tendo lugar alguns importantes eventos do Estado Novo. O processo reinventivo, iniciado um século antes, foi definitivamente consumado por esta intervenção dos anos 40 e 50, consumando-se assim o fascínio que a cenografia de Almourol causou no longo Romantismo cultural e político português.

site:Castelo de Almourol - Entrada
 

orban89

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Visita Guiada - Castelo de Lanhoso, Póvoa de Lanhoso - EP - 24 - 25 Nov 2019 - Temporada 9


 
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