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Eólicas e acasos ajudam Portugal a atingir meta europeia

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Energia Sustentável
Eólicas e acasos ajudam Portugal a atingir meta europeia de electricidade renovável

Portugal terá chegado ao final de 2007 com mais de 39 por cento de electricidade produzida a partir de fontes renováveis, tal como exige uma directiva comunitária para 2010. Há razões estruturais para isso, mas também circunstanciais.

E ainda resta uma boa distância até à meta de 45 por cento, que o Governo assumiu voluntariamente no ano passado. Segundo dados da Direcção-Geral de Energia e Geologia, as formas limpas de produção eléctrica contribuíram com 40,7 por cento de toda a electricidade consumida no país. Os números são de Novembro, mas o director-geral Miguel Barreto não prevê que mudem substancialmente, quando fecharem as contas do ano todo.

Desde 1999, o valor vinha oscilando entre 32 e 36 por cento. Para Miguel Barreto, o salto de agora deve-se a três factores: a subida na produção eólica, a recuperação perante um mau ano anterior e a correcção dos dados com base no potencial de produção hidroeléctrica. Os cálculos são feitos tomando 1997 – um ano húmido – como o normal. Mesmo descontando os imponderáveis da correcção estatística – que em 2007 favoreceram a contabilidade final –, Miguel Barreto acredita que o avanço dos parques eólicos será sufi ciente para manter a quota acima dos 39 por cento. “A partir de agora, a directiva está garantida”, afirma.

Eólica em força

O vento é o que está a empurrar as renováveis para a frente em Portugal. Há já 1737 aerogeradores instalados ou em construção no país. O boom é mundial e está a ter um efeito contraproducente. “Os fabricantes de equipamentos estão com as capacidades produtivas completamente tomadas”, afi rma Álvaro Rodrigues, investigador do Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (Inegi).

O avanço da eólica nos anos mais próximos é um dado adquirido, mas poderá não seguir à risca o calendário. A meta do Governo é ter 5700 megawatts instalados até 2010. Álvaro Rodrigues acredita que é possível atingir esta capacidade, mas apenas em 2012 ou 2013.

Outras formas renováveis que estão a surgir com algum destaque, como o solar fotovoltaico, terão uma contribuição bem mais modesta.

É na produção hídrica que o Governo quer agora apostar mais forte. O recém-concluído Plano Nacional de Barragens aponta para dez novos aproveitamentos hidráulicos. “Não são necessárias mais barragens, há alternativas”, contesta João Joanaz de Melo, investigador da Universidade Nova de Lisboa e membro da organização ambientalista GEOTA.

A alternativa é poupar electricidade. Joanaz de Melo diz que é possível reduzir em 30 por cento o consumo através de medidas cujo custo pode ser recuperado em dez anos.

Consumo ainda a subir

O consumo eléctrico em Portugal continua a subir, mas o ritmo tem abrandado. Chegou a aumentar em torno dos cinco por cento ao ano, no princípio desta década. Entre 2006 e 2007, porém, foi de 1,8 por cento.

O director-geral de Energia e Geologia reconhece que a conjuntura económica explica muito desta descida. Mas aponta também para programas de efi ciência energética e outras medidas, como a expansão do uso de lâmpadas de baixo consumo. O abrandamento da subida no consumo está a ajudar Portugal nas contas da directiva europeia. Aliás, o país já tinha 39 por cento de electricidade renovável, quando a directiva foi discutida. Nos anos seguintes, a taxa baixou precisamente por ter aumentado o consumo, sem que houvesse mais capacidade de produção renovável. “Até agora estivemos só a recuperar”, afirma Miguel Barreto.

A próxima tarefa é atingir os 45 por cento de electricidade renovável até 2010 com que o Governo se comprometeu há um ano – apesar de Bruxelas só exigir 39 por cento.

“É muito difícil, mas não é impossível”, afirma António Sá da Costa, presidente da Apren, a associação dos produtores de electricidade renovável. “É preciso uma redução signifi cativa no consumo”, completa.

A electricidade responde por um quinto da energia consumida em Portugal e está a subir. Ironicamente, num dos sectores que mais consomem energia – os transportes – tem acontecido o inverso. Mas a razão é circunstancial: a alta nos combustíveis.

21.02.2008 - 09h17 Ricardo Garcia
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