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Retábulo desvendado

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Retábulo desvendado

Pormenor do retábulo da Anunciação atribuído a Gregório Lopes

Obra fundamental do acervo do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa, o retábulo de Santos-o-Novo, atribuído a Gregório Lopes (sec. XVI), terá, no fim da tarde de amanhã, uma abordagem especial no âmbito do projecto de visitas guiadas a dez obras de referência do acervo do espaço localizado na Rua das Janelas Verdes.

Adelaide Lopes e Anísio Franco - especialistas em História de Arte e técnicos do MNAA - satisfazem os olhares curiosos que, a partir das 18 horas de amanhã, queiram a ficar a saber algo mais sobre a obra em questão.

"Gregório Lopes, agraciado em 1520 como cavaleiro espatário, uma singularíssima distinção para oriundos de profissões ditas 'mecânicas' (como na época se considerava a de pintor), era decerto o mestre mais "institucional" e qualificado para o cumprimento de uma empreitada de dimensão e brilho como a do retábulo de Santos-o-Novo", lembra uma nota do MNAA.

Segundo os técnicos do museu, "a historiografia da arte portuguesa tem geralmente consignado a autoria deste retábulo a Gregório Lopes, embora não se conheçam quaisquer documentos relacionados com a execução da obra. Segundo argumentos de leitura visual, constata-se a sua grande proximidade, não só cronológica como fundamentalmente estilística, como as obras documentadas deste pintor régio para a Charola do convento de Cristo em Tomar (1536-39) e painéis afins da Igreja de São João Baptista da mesma cidade".

O projecto "Visita guiada a dez obras de referência do MNAA", iniciado em 2006, decorre todas as últimas quartas-feiras de cada mês (com excepção para Agosto e Dezembro).

O objectivo desta iniciativa, iniciada pela então directora do MNAA, Dalila Rodrigues, e agora continuado pelo actual director, Paulo Henriques, "é a divulgação e promoção do património cultural, permitindo aos diversos públicos do MNAA uma visão imediata da importância histórica e da diversidade tipológica das obras em exposição.

O público participante nestas visitas, de entrada gratuita, recebe, momentos antes do início de cada sessão, folhetos informativos que apresentam uma imagem e um pequeno resumo sobre a obra-prima que se exibe, de modo a permitir a sua contextualização. O ciclo de visitas guiadas prossegue dia 30 de Abril com a visita à tapeçaria Baptismo de Cristo (Bruxelas, inícios do séc. XVI). A 28 de Maio, será a vez da pintura "Deposição no Túmulo" (Giambattista Tiepolo, 1765-70); a 25 de Junho, a peça de mobiliário "Cadeira de D. Afonso V" (último quartel do séc. XV) e a 30 de Julho a pintura "Família Visconde de Santarém (Domingos Antonio Sequeira, 1816).

Após as férias de Agosto, o programa será retomado, a 24 de Setembro, com a visita guiada a uma peça de ourivesaria, "Custódia da Bemposta (2º metade séc. XVIII). Segue-se, a 29 de Outubro, a "Conversação" ( pintura de Pieter Hooch, 1663-35). O ciclo encerra a 26 de Novembro, com a visita à escultura "Presépio do Marquês de Belas" (1796-1812).

Instalado no Palácio dos Condes de Alvor desde a sua criação (1884), o Museu Nacional de Arte Antiga começou por reunir o vasto espólio artístico proveniente dos conventos extintos pela lei liberal de 1834.

Enriquecido posteriormente por aquisições e doações, apresenta colecções de arte europeia do século XII ao século XIX, bem como a mais completa colecção de arte portuguesa do mesmo período, entre pintura, escultura, cerâmica, faiança, joalharia, ourivesaria, desenho, gravura, iluminura, tapeçaria, têxteis e mobiliário.

Além disso, apresenta também um conjunto de arte ornamental da África, Índia, China e Japão, reunindo um total de mais de 44 mil peças.

Presentemente, além da exposição permanente, o MNAA tem patentes três exposições temporárias "Olhar de perto. Os Primitivos Flamengos do Museu de Évora", que decorre até 20 de Abril e "Objectos de Culto" e "Cenas da Vida Mariana", que podem ser visitadas até 4 de Maio.

Ana Vitória
Jornal de Noticias
 
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