brunocardoso
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Setúbal: Setubauto fecha portas e manda 32 trabalhadores para o desemprego
Setúbal, 29 Fev (Lusa) - Trinta e dois trabalhadores da Setubauto, concessionária da Ford em Setúbal, cumpriram hoje o último dia de trabalho na empresa que decidiu fechar as portas devido à acumulação de dívidas nos últimos anos.
A administração justifica a decisão de encerramento com alegadas dificuldades financeiras e já fez saber que não tem dinheiro para pagar as indemnizações, mas os trabalhadores garantem que "nunca faltou trabalho" e que a "Ford é uma das marcas mais fortes em Setúbal".
"Não encontro justificação para o encerramento nem para o argumento de que a empresa não tem condições para pagar as indemnizações", disse à Lusa José Barbosa, porta-voz dos trabalhadores da Setubauto.
"Pela falta de trabalho não é, com certeza, porque ainda hoje rejeitámos muito trabalho. E se o dinheiro desapareceu - e eles (administração) dizem que sim -, então foi por má gestão", acrescentou José Barbosa, assegurando que a "Setubauto tem algum património, embora os trabalhadores não saibam se está, ou não, penhorado".
"O prédio da Avenida dos Combatentes é da empresa. E há outros bens, incluindo um terreno com uma casa na Avenida da Portela, que poderá valer muitos milhares de euros", disse.
Contactado pela Lusa, o advogado Cardoso Ferreira, que representa a administração da Setubauto, justificou o encerramento com alegadas dificuldades financeiras da empresa nos últimos 18 meses.
"A Setubauto, por razões de ordem financeira, tornou-se inviável como empresa e não teve outra solução senão decidir pelo encerramento das instalações e o termo da actividade", disse o advogado setubalense, antigo líder distrital do PSD.
"A situação da empresa já se vinha agravando desde há um ano e meio. Não é de ontem nem de anteontem", disse o causídico, assegurando que a administração tentou tudo para viabilizar a empresa, mas que esse esforço foi infrutífero.
Cardoso Ferreira referiu ainda que está a reunir a documentação necessária para pedir a insolvência da empresa.
Quanto ao pagamento de indemnizações, o advogado que representa a administração da Setubauto disse que "uma parte das indemnizações é coberta pelo fundo de garantia salarial. Quanto ao resto, a empresa neste momento não tem recursos que lhe permitam fazer face a esses encargos", disse.
Questionado pela Lusa, o advogado garantiu que a Setubauto não é proprietária das instalações onde exercia a actividade, na Avenida dos Combatentes e na Rua Trabalhadores do Mar (oficinas).
Na opinião de Eduardo Florindo, do Sindicato dos Metalúrgicos, o despedimento dos trabalhadores da Setubauto "não está a ser feito de acordo com o que está previsto no Código de Trabalho".
Para o sindicalista, que já convocou uma reunião com os trabalhadores para a próxima terça-feira, pelas 17:00, na sede do sindicato, "o encerramento da Setubauto é um processo que levanta muitas dúvidas".
GR
Fonte:Lusa/Fim
Setúbal, 29 Fev (Lusa) - Trinta e dois trabalhadores da Setubauto, concessionária da Ford em Setúbal, cumpriram hoje o último dia de trabalho na empresa que decidiu fechar as portas devido à acumulação de dívidas nos últimos anos.
A administração justifica a decisão de encerramento com alegadas dificuldades financeiras e já fez saber que não tem dinheiro para pagar as indemnizações, mas os trabalhadores garantem que "nunca faltou trabalho" e que a "Ford é uma das marcas mais fortes em Setúbal".
"Não encontro justificação para o encerramento nem para o argumento de que a empresa não tem condições para pagar as indemnizações", disse à Lusa José Barbosa, porta-voz dos trabalhadores da Setubauto.
"Pela falta de trabalho não é, com certeza, porque ainda hoje rejeitámos muito trabalho. E se o dinheiro desapareceu - e eles (administração) dizem que sim -, então foi por má gestão", acrescentou José Barbosa, assegurando que a "Setubauto tem algum património, embora os trabalhadores não saibam se está, ou não, penhorado".
"O prédio da Avenida dos Combatentes é da empresa. E há outros bens, incluindo um terreno com uma casa na Avenida da Portela, que poderá valer muitos milhares de euros", disse.
Contactado pela Lusa, o advogado Cardoso Ferreira, que representa a administração da Setubauto, justificou o encerramento com alegadas dificuldades financeiras da empresa nos últimos 18 meses.
"A Setubauto, por razões de ordem financeira, tornou-se inviável como empresa e não teve outra solução senão decidir pelo encerramento das instalações e o termo da actividade", disse o advogado setubalense, antigo líder distrital do PSD.
"A situação da empresa já se vinha agravando desde há um ano e meio. Não é de ontem nem de anteontem", disse o causídico, assegurando que a administração tentou tudo para viabilizar a empresa, mas que esse esforço foi infrutífero.
Cardoso Ferreira referiu ainda que está a reunir a documentação necessária para pedir a insolvência da empresa.
Quanto ao pagamento de indemnizações, o advogado que representa a administração da Setubauto disse que "uma parte das indemnizações é coberta pelo fundo de garantia salarial. Quanto ao resto, a empresa neste momento não tem recursos que lhe permitam fazer face a esses encargos", disse.
Questionado pela Lusa, o advogado garantiu que a Setubauto não é proprietária das instalações onde exercia a actividade, na Avenida dos Combatentes e na Rua Trabalhadores do Mar (oficinas).
Na opinião de Eduardo Florindo, do Sindicato dos Metalúrgicos, o despedimento dos trabalhadores da Setubauto "não está a ser feito de acordo com o que está previsto no Código de Trabalho".
Para o sindicalista, que já convocou uma reunião com os trabalhadores para a próxima terça-feira, pelas 17:00, na sede do sindicato, "o encerramento da Setubauto é um processo que levanta muitas dúvidas".
GR
Fonte:Lusa/Fim