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Não aos transgénicos, apesar da crise

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Não aos transgénicos, apesar da crise

Descartada uma hipotética liberalização da utilização de organismos geneticamente modificados

Associações de industriais e ambientalistas contactadas hoje pela agência Lusa descartaram uma hipotética liberalização da utilização de organismos geneticamente modificados (OGM) como solução para o actual aumento dos preços dos bens alimentares.

«Não é a questão dos OGM que vai resolver o problema do aumento dos preços das matérias-primas», disse à Lusa o director-geral da Federação das Industrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA), Pedro Queiroz.

Para Pedro Queiroz, «o problema está nas matérias-primas, no comércio internacional, nas questões climáticas e também na especulação que existe nos mercados de futuros».

«Não há propriamente uma adesão da indústria aos OGM. Pelo contrário», disse o director-geral da FIPA, salientando que os industriais continuam a preferir as matérias-primas convencionais, porque «não vêem razão para utilizar produção tecnológica».

Pedro Queiroz, que é também docente nas áreas de segurança e engenharia alimentar na Universidade Lusófona e no Instituto Piaget, defendeu, contudo, a continuação da investigação na área da biotecnologia com vista a encontrar novas soluções seguras para a produção alimentar.

A indústria alimentar está receptiva à utilização de novas tecnologias, «desde que sejam comprovadamente seguras», frisou, notando que, contudo, em Portugal ainda não há utilização regular de OGM.

«Que eu tenha conhecimento, não há nenhuma indústria em Portugal que esteja a usar regularmente OGM», afirmou, admitindo que haja alguma utilização esporádica de espécies aprovadas pela União Europeia, nomeadamente «algumas variedades de milho e soja usadas para alimentação animal».

Quercus toma posição

Também Margarida Silva, ambientalista da Quercus especializada em OGM, considerou que não são os transgénicos que vão resolver o problema do aumento dos preços dos produtos agro-alimentares.

«Os OGM não resolvem nada. Os países que cultivam mais OGM em todo o Mundo estão a passar exactamente pelo mesmo problema», frisou.

Segundo Margarida Silva, «mais de 90 por cento dos OGM são cultivados em seis países - Estados Unidos, Canadá, Argentina, Brasil, China e Índia» -, que estão a enfrentar problemas graves em consequência da crise alimentar mundial.

«A solução não são os OGM. O vice-presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI) disse há poucos dias que 70 por cento do aumento dos custos é indirectamente imputável aos biocombustíveis. É aí que temos de intervir», realçou.

Margarida Silva salientou que ainda só cerca de cinco por cento da produção mundial de alimentos está a ser canalizada para biocombustíveis, mas «os Estados Unidos e a União Europeia estabeleceram metas muito ambiciosas» de aumento deste tipo de produção energética, que transformaram os alimentos num produto de especulação bolsista.

«Do ponto de vista bolsista, o produto alimentar passa a ser como o petróleo, porque é visto como energia. O problema está na política energética. É uma questão de oferta e procura no mercado», sublinhou.

Para a ambientalista, os preços dos bens alimentares «vão inevitavelmente subir», porque «a comida passa a valer tanto como o petróleo», ao ser vista como matéria-prima para a produção de energia.


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