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Peixes Que Vivem Fora De Água

nita_vsc

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PEIXES QUE VIVEM FORA DE ÁGUA

A expressão "como um peixe fora de água" refere-se a alguém que se sente mal e incomodado fora do seu ambiente natural. Mas não se pode aplicar se pensarmos naqueles peixes que deixam a água por algum tempo. Como podem os peixes deixar completamente a água e que espécies de problemas encontram?
Quando um peixe está no seu ambiente natural - a água -, não tem necessidade de se preocupar com a secura; mas fora de água é diferente. Um peixe pode ficar fora de água apenas durante um curto período, se adquire uma espécie de pele mais à prova de água apenas durante um curto período, se adquire uma espécie de pele mais à prova de água do que o usual - mas à prova de água para a manter no interior, não no exterior.

O problema seguinte é o da respiração. Os peixes geralmente absorvem o oxigénio e expelem o dióxido de carbono através dos seus filamentos branquiais, tecidos delicados que, em regra, para deixarem

passar os gases de dentro para fora e de fora para dentro, têm apenas uma fina camada de células entre o sangue e a água circundante. Tão delicadas são as brânquias que, nos peixes ósseos, estão encerrados numa caixa óssea protectora, de ambos os lados e por detrás da cabeça. Tal camada fina de células seca muito rapidamente se exposta no ar, e o peixe morre.
Para respirar em terra, os peixes desenvolvem dois sistemas: um, os pulmões; o outro, um órgão de respiração acessório, a bexiga natatória; existe em muitos peixes e destina-se a ajudar a flutuação, tendo-se originado a partir dos pulmões, primitivamente presentes nos peixes seus antepassados. Os dipnóicos vivos mantiveram os pulmões, não desenvolvendo uma bexiga natatória; pensa-se que noutros peixes, a bexiga natatória se "reconverteu" num pulmão. Os órgãos acessórios de respiração têm forma arborescente, sendo formados a partir da parede interior da cavidade branquial. São muito melhores do que as brânquias quanto à troca de gases ao ar livre.
Um outro problema que embaraça o peixe fora de água é o da mobilidade. Na água, o peixe equilibra-se naturalmente, não necessita de despender muita energia para se suportar a si próprio. Por outras palavras, quando na água, ele pesa pouco. O ar oferece muito menos suporte, e por isso qualquer peixe que se mova em terra é obrigado a desenvolver estruturas fortalecedoras para se amparar a para se deslocar, isto é, uma espécie de "patas"; ou tem de usar um movimento semelhante ao serpentear, ou ainda uma combinação dos dois métodos.
A enguia move-se na terra com um movimento semelhante ao de uma cobra; há um peixe-gato tropical que tem igualmente um movimento ondulante mas possui uma espinha forte nas barbatanas peitorais que o ajuda a avançar; os saltões (peixes do lodo das zonas tropicais) têm barbatanas peitorais modificadas, que se parecem com braços e também são preênseis, para se agarrarem ao objecto onde se encontram.
Não há explicação simples para o facto de haver peixes que abandonam a água. Por vezes, vivendo em áreas sujeitas a secura, procuram, em terra, encontrar uma provisão de água permanente. Alguns dipnóicos, que podem sobreviver a mais de três anos de seca, não necessitam de água para se manterem vivos nesse espaço no tempo. Fazem casulos no lodo e aguardam dessa forma que a água os cubra de novo. As enguias podem viajar por terra durante as suas migrações. É provável que os não vão a terra a fim de procurar comida, embora o peixe-gato e a perca-trepadora se alimentem convenientemente se tiverem ocasião. Deve recordar-se também que mesmo o peixe com pulmões ou outros capazes de respirar o ar atmosférico nunca poderá abandonar completamente a água. Trata-se de adaptações úteis para a vida em águas sujas e pantanosas.
 
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