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G8/Cimeira: Mundo reclama comida

brunocardoso

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G8/Cimeira: Mundo reclama comida

As dramáticas mudanças ambientais e a crise alimentar mundial marcam, de segunda a quarta-feira, a cimeira do grupo dos sete países mais industrializados e a Rússia (G8) no Lago Toyako, ilha de Hokkaido, no norte do Japão.
Estão também sobre a mesa o dossier nuclear norte-coreano, a segurança no Afeganistão e as situações políticas no Zimbabué e na Birmânia.

A prevenção das alterações climáticas remete directamente para o cumprimento do Protocolo de Kioto (1997-2012), visando a redução da emissão de gases com efeito de estufa: a nova meta no horizonte é a de 2020-2050. Mas o documento nunca gerou unanimidade e não foi ratificado por potências industriais que o assinaram, com a justificação de que a sua adopção travaria o desenvolvimento, com graves impactos económicos e sociais.

Na vertente ecológica, pesa a escalada dos preços do petróleo e biocombustíveis, ao ponto de o recurso à energia nuclear - para fabrico de electricidade - voltar a estar na ordem do dia como meio para travar o aquecimento global. Segundo a organização WWF, o G8 e alguns dos países convidados para a cimeira são responsáveis por 85% das emissões de gases com efeito de estufa.

No sector nuclear, está em causa o acautelamento da segurança e o imperativo da não proliferação, com fins militares. Neste momento, e à escala global, o nuclear representa só 3% da produção energética.

O G8, para atacar a especulação petrolífera, defende a abolição dos subsídios aos combustíveis e dos mecanismos de controlo dos preços, para deixar agir o mercado. O crescimento demográfico, os desastres naturais, o desvio da produção de cereais para biocombustíveis e a especulação bolsista fizeram disparar o custo de alimentos básicos para milhões de pessoas, como o milho, trigo, soja e arroz.

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, tem pressionado para que as ajudas públicas à investigação e desenvolvimento agrícola se multipliquem três a cinco vezes nos próximos anos, coincidindo com o fim dos subsídios nos países ricos e com o levantamento das restrições às exportações alimentares, impeditivas do acesso dos mais pobres aos excedentes. O G8 - Canadá, Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália e Japão, mais a Rússia - está a ponderar a criação de uma comissão para lutar contra esta crise alimentar.

Os anfitriões japoneses assumiram o compromisso de contribuir com mais de 30 milhões de euros (ME) adicionais para tentar aliviar os países pobres da carência crónica de produtos de primeira necessidade, verba a somar aos quase 130 ME atribuídos no início do ano por Tóquio. A União Africana (UA), na sua última cimeira no Egipto, instou o G8 a cumprir as promessas feitas em Gleneagles, Escócia, em 2005, no sentido de aumentar a ajuda àquele continente em mais de 16.500 ME até 2010.

Os 16.500 ME foram revistos em baixa para cerca de 14.000 ME, mas só uma quarta parte desta soma (4.500 ME) foi até à data concedida, segundo a UA e a ONU. Os sete mais industrializados do mundo, com a Rússia, estão igualmente confrontados a entrar com quase 40 ME para combater a SIDA, tuberculose e malária em África.

Comparativamente à última cimeira do G8, em Heiligendamm, Alemanha, em Hokkaido foi batido o recorde de convites a participantes externos: sete países africanos e cinco organizações internacionais. Os países africanos são a África do Sul, Argélia, Etiópia, Gana, Nigéria, Senegal e Tanzânia, e as organizações compreendem a ONU, União Europeia (UE), UA, Banco Mundial e Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).

Para a derradeira jornada da cimeira (quarta-feira) está agendada uma reunião do G8 com representantes de oito economias emergentes, a África do Sul, Austrália, Brasil, Coreia do Sul, China, Índia, Indonésia e México. Em ambiente geral de crise, por muitos considerada a pior na história do sistema financeiro mundial, em que a recessão ameaça os mais fortes, a inflação disparou e o dólar norte-americano vai em queda acentuada, vozes críticas denunciam a presença de líderes impopulares ou politicamente debilitados. São os casos do presidente norte-americano, George W.Bush, da chanceler alemã, Angela Merkel, e dos primeiros-ministros Stephen Harper (Canadá), Gordon Brown (Grã-Bretanha), Sílvio Berlusconi (Itália) e Yasuo Fukuda (Japão).

A única excepção - de acordo com as mesmas vozes críticas - é o novo presidente russo, Dimitri Medvedev, que tem do seu lado mais de metade do eleitorado. Os analistas prevêem que a declaração final da cimeira do G8 se assemelhe a uma «árvore de Natal» carregada de temas, em contraste com as duas dezenas de pontos da saída de Heiligendamm.

Fonte:Diário Digital / Lusa
 
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