Câmara do Porto aprova projecto.
Meia centena inquilinos do mais problemático do Porto insurgiram-se, hoje, em frente à Câmara, contra destruição das torres do Aleixo e a mudança forçada para casas da autarquia na Baixa do Porto ou outros bairros sociais.
"Solução Sim, Discriminação Não" ou "Rio exterminador social" foram algumas palavras de ordem gritadas e exibidas em cartazes, hoje de manhã, junto à Câmara do Porto por cerca de meia centena dos 700 moradores do Aleixo.
Os contestatários da demolição do bairro, na sua maioria mulheres, jovens e crianças, sustentam que o Aleixo é "seguro" e que "nunca sentiram medo" de lá viver. "Droga há em todo o lado, tenho medo é de me mudar do Aleixo e viver noutro lugar. Sei lá como vamos ser recebidos pela vizinhança do sítio para onde formos quando souberem que somos do Aleixo", desabafa Susana, 33 anos, a morar no bairro há 32, visto actualmente como o maior supermercado de tráfico de droga, do Porto.
Susana tem três filhos, a irmã, Tânia, de 22 anos, é mãe de um rapaz de três anos. As duas garantem que "as crianças brincam cá fora" e ficam descansadas por sabem que ali "nada lhes acontece". "Toda a gente nos conhece e ajuda se for preciso e noutro lado não sei como vai ser", dizem, defendendo que "se o lugar é bom para os ricos morarem também é bom para os pobres".
A permuta do terreno do Aleixo, estimado em 13 milhões de euros, situado entre a Boavista e a Foz com vista para o Douro, com um investidor privado que através da criação de um Fundo Imobiliário, em parceria com a autarquia, ficará encarregue de realojar os moradores foi, hoje, aprovado em reunião de Câmara, apenas com o voto contra da CDU.
Para além da coligação PSD/CDS, também o Partido Socialista votou favoravelmente o projecto, apresentado, na passada semana, por Rui Rio. Os moradores mostraram-se indignados com a vereação socialista, aplaudindo o plano alternativo, construção de raiz de um bairro nos terrenos do Aleixo, defendido pelo vereador da CDU, Rui Sá, e pelo deputado municipal, Artur Ribeiro.
Rosa do Aleixo, líder da Comissão de Moradores, afirma que Rui Rio traiu e enganou os moradores do bairro, lembrando que o então candidato a presidente da autarquia prometeu, em 2001, que as torres nunca viriam abaixo". A Comissão de Moradores diz que boa parte dos habitantes do Bairro já foi arrancado da Ribeira há 30 anos e "não vão agora ser novamente enxotados à força para outro lado".
Para travar a deliberação do Executivo, a submeter amanhã à votação da Assembleia Municipal, Tiago Machado, advogado dos moradores, vai interpôr até ao final da semana uma providência cautelar contra a opção pela demolição. Alguns dos moradores que durante a manisfestação, apoiavam o regresso do socialista Nuno Cardoso, acabaram a defender a proposta da CDU e a candidatura do ex-líder da Câmara como independente.
Expresso
Meia centena inquilinos do mais problemático do Porto insurgiram-se, hoje, em frente à Câmara, contra destruição das torres do Aleixo e a mudança forçada para casas da autarquia na Baixa do Porto ou outros bairros sociais.
"Solução Sim, Discriminação Não" ou "Rio exterminador social" foram algumas palavras de ordem gritadas e exibidas em cartazes, hoje de manhã, junto à Câmara do Porto por cerca de meia centena dos 700 moradores do Aleixo.
Os contestatários da demolição do bairro, na sua maioria mulheres, jovens e crianças, sustentam que o Aleixo é "seguro" e que "nunca sentiram medo" de lá viver. "Droga há em todo o lado, tenho medo é de me mudar do Aleixo e viver noutro lugar. Sei lá como vamos ser recebidos pela vizinhança do sítio para onde formos quando souberem que somos do Aleixo", desabafa Susana, 33 anos, a morar no bairro há 32, visto actualmente como o maior supermercado de tráfico de droga, do Porto.
Susana tem três filhos, a irmã, Tânia, de 22 anos, é mãe de um rapaz de três anos. As duas garantem que "as crianças brincam cá fora" e ficam descansadas por sabem que ali "nada lhes acontece". "Toda a gente nos conhece e ajuda se for preciso e noutro lado não sei como vai ser", dizem, defendendo que "se o lugar é bom para os ricos morarem também é bom para os pobres".
A permuta do terreno do Aleixo, estimado em 13 milhões de euros, situado entre a Boavista e a Foz com vista para o Douro, com um investidor privado que através da criação de um Fundo Imobiliário, em parceria com a autarquia, ficará encarregue de realojar os moradores foi, hoje, aprovado em reunião de Câmara, apenas com o voto contra da CDU.
Para além da coligação PSD/CDS, também o Partido Socialista votou favoravelmente o projecto, apresentado, na passada semana, por Rui Rio. Os moradores mostraram-se indignados com a vereação socialista, aplaudindo o plano alternativo, construção de raiz de um bairro nos terrenos do Aleixo, defendido pelo vereador da CDU, Rui Sá, e pelo deputado municipal, Artur Ribeiro.
Rosa do Aleixo, líder da Comissão de Moradores, afirma que Rui Rio traiu e enganou os moradores do bairro, lembrando que o então candidato a presidente da autarquia prometeu, em 2001, que as torres nunca viriam abaixo". A Comissão de Moradores diz que boa parte dos habitantes do Bairro já foi arrancado da Ribeira há 30 anos e "não vão agora ser novamente enxotados à força para outro lado".
Para travar a deliberação do Executivo, a submeter amanhã à votação da Assembleia Municipal, Tiago Machado, advogado dos moradores, vai interpôr até ao final da semana uma providência cautelar contra a opção pela demolição. Alguns dos moradores que durante a manisfestação, apoiavam o regresso do socialista Nuno Cardoso, acabaram a defender a proposta da CDU e a candidatura do ex-líder da Câmara como independente.
Expresso