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Áreas Classificadas: Zona de Protecção Especial

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Portugal Continental

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1 - Estuários dos Rios Minho e Coura
2 - Serra do Gerês
3 - Montesinho/Nogueira
4 - Rios Sabor e Maçãs
5 - Douro Internacional e Vale do Rio Águeda
6 - Ria de Aveiro
7 - Vale do Côa
8 - Paul de Arzila
9 - Paul da Madriz
10 - Paul do Taipal
11 - Serra da Malcata
12 - Ilhas Berlengas
13 - Paul de Boquilogo
14 - Tejo Internacional, Erges e Ponsul
15 - Estuário do Tejo
16 - Campo Maior
17 - Lagoa Pequena
18 - Cabo espichel
19 - Estuário do Sado
20 - Açude da Murta
21 - Lagoa de St.André
22 - Lagoa de Sancha
23 - Mourão/Moura/Barrancos
24 - Costa Sudoeste
25 - Castro Verde
26 - Vale do Guadiana
27 - Leixão da Gaivota
28 - Ria Formosa
29 - Castro Marim



Madeira

Ilhas Selvagens
Laurisilva da Madeira
Ilhas Desertas


Açores

Costa e Caldeirão - Ilha do Corvo
Costa Sul e Sudoeste - Ilha das Flores
Costa Nordeste - Ilha das Flores
Caldeira e Capelinhos - Ilha do Faial
Lajes do Pico - Ilha do Pico
Ponta da Ilha - Ilha do Pico
Furnas / Sto.António - Ilha do Pico
Zona Central do Pico - Ilha do Pico
Ilhéu do topo e Costa Adjacente - Ilha de S. Jorge
Ilhéu de Baixo - Ilha Graciosa
Ilhéu da Praia - Ilha Graciosa
Ponta das Contendas - Ilha Terceira
Ilhéu das Cabras - Ilha Terceira
Pico da Vara / Ribeira do Guilherme - Ilha de S. Miguel
Ilhéu da Vila e Costa Adjacente - Ilha de Stª. Maria

 

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1. Estuários dos Rios Minho e Coura

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Estuários dos rios Coura e Minho: Biodiversidade ameaçada

No Noroeste de Portugal localizam-se os estuários dos rios Minho e Coura que, em conjunto, constituem uma zona húmida de elevado valor ecológico, possuindo 4 diferentes estatutos de protecção. É uma área, porém, sujeita a diversas ameaças.

As zonas húmidas são, por definição, todas as áreas continentais que se encontram cobertas por água, ou seja, rios, ribeiras, pântanos, lagoas, pauis, rias e estuários. Estes últimos caracterizam-se por possuírem água salobra, que resulta da mistura da água doce proveniente dos rios com a água salgada do mar, e são normalmente locais de grande importância a nível biológico, uma vez que possuem uma grande diversidade florística e faunística (Guedes e Costa 1994).

No extremo Noroeste de Portugal localizam-se os estuários dos rios Minho e Coura que, em conjunto, constituem uma zona húmida de elevado valor ecológico e de inegável importância a nível nacional, possuindo 4 diferentes estatutos de protecção: Sítio da Rede Natura 2000, Zona de Protecção Especial para as Aves (ZPE), Important Bird Area (IBA – estatuto concedido pela Birdlife International, uma organização internacional que se dedica ao estudo e conservação das aves) e ainda Biótopo CORINE.

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A junção do rio Coura ao Minho, pouco antes deste último desaguar no Oceano Atlântico, juntamente com as características climáticas da região e a acção do Homem, permitiu a ocorrência de uma grande diversidade de habitats numa área relativamente pequena.

Sapais, bancos de areia, juncais, uma enorme mancha de caniçal, galerias ripícolas extremamente bem preservadas (que por vezes formam bosques mistos) de amieiro (Alnus glutinosa), salgueiro (Salix sp.), freixo (Fraxinus angustifolia) e sanguinho-de-água (Frangula alnus), carvalhais (Quercus robur), manchas de pinheiro-bravo (Pinus pinaster) de grande porte e campos agrícolas, permitem a ocorrência de um número bastante elevado de espécies faunísticas, algumas delas muito importantes do ponto de vista conservacionista.

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O lagarto-de-água (Lacerta schreiberi), a rã-ibérica (Rana iberica), o discoglosso-ibérico (Discoglossus galganoi) e a lontra (Lutra lutra) são comuns neste magnífico local. É ainda de salientar a ocorrência de visão-americano (Mustela vison), uma espécie oriunda da América do Norte e introduzida acidentalmete na região por fuga de quintas de criação em Espanha. Ao que parece a espécie é bastante abundante, desconhecendo-se totalmente o seu impacto na fauna autóctone da região.

A importância desta zona a nível nacional é totalmente comprovada quando se analiza o grupo das aves. Nidifica aqui pelo menos um terço das mais de 150 espécies com ocorrência confirmada no local, algumas delas de distribuição localizada em Portugal, como a garça-vermelha (Ardea purpurea), a felosa-unicolor (Locustella luscinioides) e o dom-fafe (Pyrrhula pyrrhula).

Desde o final do Verão até meados da Primavera, o extenso caniçal e as zonas de vasa são utilizadas por muitas espécies de aves aquáticas, especialmente patos e limícolas. A região é, não só local de passagem de milhares de indivíduos durante a época de migração (segundo Farinha e Trindade (1994) ocorrem aqui cerca de 20 espécies cuja ocorrência em Portugal é acidental, rara ou pouco comum), como também uma importante fonte de alimento e refúgio para aves que aqui passam o Inverno.

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No entanto, esta zona enfrenta um elevado número de problemas de natureza bastante diversa e cuja responsabilidade se divide por portugueses e espanhóis. As inúmeras mini-hídricas construídas por estes últimos ao longo do Rio Minho para aproveitamento hidroeléctrico, impedem o ciclo de vida de espécies aquáticas migradoras extremamente ameaçadas, como é o caso do salmão (Salmo salar).

O lado espanhol é também o grande responsável pela degradação da qualidade da água do rio Minho, uma vez que não possui um sistema eficiente de tratamento dos efluentes provenientes das diversas indústrias existentes ao longo do curso deste rio.

Por seu lado, os portugueses são responsáveis por uma acção que alterou drasticamente a dinâmica natural do estuário do Minho. Procederam à escavação de um corredor para a travessia do “ferry-boat” que liga Caminha a La Guardia, o que resultou no assoreamento da sua foz, com graves problemas para os pescadores que, na sua faina diária, têm que alcançar o mar.


Esta zona encontra-se também ameaçada por uma infraestrutura rodoviária. A diversidade biológica do rio Coura pode ser extremamente afectada pelo prolongamento do IC1, que liga Riba de Âncora a Caminha, caso o atravessamento deste curso de água se verificar demasiado a jusante.

Por último, é ainda de referir que, apesar dos estatutos de protecção desta área e das espécies que nela ocorrem, são cometidos, durante a época de caça, verdadeiros crimes pelos caçadores menos escrupulosos. Garça-cinzenta (Ardea cinerea), garça-branca (Egretta garzetta), pássaro-bique-bique (Tringa ochropus), guarda-rios (Alcedo atthis), gaivotas (Larus sp.), águia-de-asa-redonda (Buteo buteo), gavião da Europa (Accipiter nisus) e ógea (Falco subbuteo) são algumas das espécies a que pertencem aves mortas por caçadores nas épocas de 1999/00 e 2000/01. Foi inclusivé testemunhado caçadores dispararem contra bandos de andorinhas.

É portanto crucial que, o mais depressa possível, se tomem medidas para evitar este tipo de atentados, por forma a, pelo menos, preservar o que ainda existe. Para tal, é urgente a elaboração de um plano de ordenamento e de gestão dos Sítios da Rede Natura 2000, e que este possa ser posto em prática enquanto ainda é tempo.



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2. Serra do Gerês

A Serra do Gerês (em galego, Serra do Xurés) é a segunda maior elevação de Portugal Continental. Tem no seu cume (Pico da Nevosa, na fronteira com a Galiza), e segundo folha do Instituto Geográfico do Exército, 1548 metros de altitude. Faz parte do sistema montanhoso da Peneda-Gerês

O maciço da Serra do Gerês está incluído na área do Parque Nacional da Peneda-Gerês.

O Parque Nacional da Peneda-Gerês, é o único parque nacional de Portugal e situa-se no extremo nordeste do Minho, fazendo fronteira com a Galiza, abrangendo os distritos de Braga (concelho de Terras de Bouro), Viana do Castelo (concelhos de Melgaço, Arcos de Valdevez e Ponte da Barca) e Vila Real (concelho de Montalegre) numa área total de cerca de 72 000 hectares.


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É uma das maiores atracções naturais de Portugal, pela rara e impressionante beleza paisagística e pelo valor ecológico e variedade de fauna (veados, cavalos selvagens, lobos, aves de rapina) e flora (pinheiros, teixos, castanheiros, carvalhos e várias plantas medicinais). Estende-se desde a serra do Gerês, a Sul, passando pela serra da Peneda até à fronteira espanhola.

Inclui trechos da estrada romana que ligava Braga a Astorga. No parque situam-se dois importantes centros de peregrinação, o santuário de Nossa Senhora da Peneda, réplica do Santuário do Bom Jesus de Braga, e o de São Bento da Porta Aberta, local de grande devoção popular.



Paisagem
A natureza e orientação do relevo, as variações de altitude e as influências atlântica, mediterrânica e continental traduzem-se na variedade e riqueza do coberto vegetal: matos, carvalhais e pinhais, bosques de bétula ou vidoeiro, abundante vegetação bordejando as linhas de água, campos de cultivo e pastagens. As matas do Ramiscal, de Albergaria, do Cabril, todo o vale superior do rio Homem e a própria Serra do Gerês são um tipo de paisagem que dificilmente encontra em Portugal algo de comparável.

Estas serranias já foram solar do Urso pardo e da Cabra montesa. O Lobo vagueia num dos seus raros territórios de abrigo. A Águia-real pontifica no vasto cortejo das aves. Micro-mamíferos vários, caso da Toupeira-de-água, diversidade de répteis e anfíbios e uma fauna ictiológica que inclui a Truta e o Salmão enriquecem o quadro zoológico.



Flora

No Parque, a flora de cada região relaciona-se com diversos factores, como o clima e a altitude. Até aos 1200m, a vegetação é bastante densa. Prevê-se que as florestas do Parque seriam originalmente dominadas por carvalhais (Quercus). Ainda hoje é possível encontrar algumas áreas de floresta original, principalmente na Mata da Albergaria, Mata do Cabril, Mata do Beredo e Mata do Ramiscal. Tratam-se de zonas de reserva com acesso condicionado.

Os bosques podem ser dividos em dois tipos de biótopos distintos: o bosque de carvalho alvarinho e o bosque de carvalho-negral. O primeiro ocorre em baixas altitudes, em vales quentes e abrigados. Aqui, para além do carvalho alvarinho (Quercus robur), encontram-se a gilbardeira (Ruscus lusitanica), o medronheiro (Arbustus unedo) e o azereiro (Prunus lusitanica), entre outros.

O bosque de carvalho-negral ocorre em maiores altitudes, entre os 1200m e os 1400m, no chamado piso de montanha. Aqui, para além do carvalho-negral (Quercus pyrenaica), podem encontrar-se o mirtilho (Vaccinium myrtillus), o azevinho (Ilex aquifolium), o vidoeiro (Betula celtibérica e Bétula pubescens), o teixo (Taxus baccata) e o pinheiro.

Acima dos 1400m subsistem o zimbro e os arbustos rasteiros.

O Parque possui ainda algumas espécies autóctones, como o feto-do-Gerês, o lírio-do-Gerês e o hipericão-do-Gerês.


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Lírio-do-Gerês e azevinho




Fauna

Quanto à fauna, a área do Parque é notável pela quantidade e diversidade dos animais dignos de interesse que nela se podem encontrar, tendo sido recenseadas 226 espécies de vertebrados protegidas pela Convenção de Berna, das quais 65 pertencem à lista de espécies ameaçadas do Livro Vermelho de Portugal. O isolamento em que permanecem as altas zonas serranas e as condições favoráveis do meio permitiram que se mantivessem aqui espécies hoje raras e únicas no mundo, como é o caso dos garranos selvagens (Equus caballus). O garrano é um cavalo de pequeno porte que corre pelas serras do Parque e que não é estranho a quem o visita. Muitos deles já não são selvagens e pertencem aos aldeões, mas andam soltos pelas serras.

Subsistem também o javali, a raposa, o texugo, a lontra, o gato-bravo (Felis silvestris), a fuinha, o musaranho-dos-dentes-vermelhos (Sorex granarius), a marta (Martes martes) e o esquilo (Sciurus vulgaris).

Há também espécies que têm vindo a desaparecer, como o lobo e o corço, para além do garrano. O lobo (Canis lupus), quase extinto em todo o país, ainda subsiste na Peneda-Gerês, embora com pouca representatividade. Tido como predador de gado, sofre com a perseguição do homem e com as alterações do seu habitat, nomeadamente com o desaparecimento de várias espécies que constituem a sua alimentação.


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Lobos e raposa

O corço (Capreolus capreolus) é um animal florestal parecido com o veado, apesar de o seu porte ser muito menor. Embrenhando-se nas matas, podem encontrar-se vestígios da sua passagem: camas, dejectos, pegadas, ramos partidos, etc. Todos os anos, em duas ocasiões, os corços esfregam as suas hastes nas árvores (só os machos possuem hastes). A primeira dá-se em Março/Abril, visto que, por essa altura, começa a crescer-lhes uma espécie de veludo nas hastes, que eles tentam eliminar. A segunda é em Julho/Agosto e corresponde à época do cio e da territorialidade dos machos; ao esfregar as hastes nas árvores, libertam um odor que demarca o seu território.


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Texugo

A comunidade de morcegos presente no Parque conta com oito espécies, das quais a mais importante em termos de conservação é o morcego-arborícola-pequeno (Nyctalus leisleri).

Típicos desta zona são o boi barrosão e a vaca cachena. A cachena é um animal de pequena estatura - o mais pequeno dos bovinos portugueses (altura à cernelha de cerca de 110 cm) e um dos mais pequenos do mundo - e encontra-se apenas em algumas zonas serranas. Também é conhecida por Cabreira, nome que alude à sua grande mobilidade na serra. Animal de trabalho, só é «ombreada» pela barrosã. Tem vindo a desaparecer à medida que declina a agricultura de subsistência e se reduzem as tarefas agrícolas.

O barrosão é natural das áreas planálticas; é um animal de maior porte, dotado de boa capacidade de trabalho, conhecido pela qualidade da sua carne.

Falta dizer que, aqui, o burro ainda é considerado um bom animal de trabalho.

Há ainda outros mamíferos, como a cabra-do-gerês (Capra pyrenaica) e o urso pardo (Ursus arctus), que, infelizmente, estão extintos.


No que diz respeito a aves, podem ver-se ainda o milhafre-real, a águia-de-asa-redonda, o falcão, o bufo-real, a coruja-do-mato e o mocho-de-orelhas-pequenas. A águia-real ainda pode ser vista, embora esteja em vias de extinção.


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Víbora


Quanto a répteis, subsistem a cobra-d’água, o lagarto d’água e a salamandra-
-lusitânica (Chioglossa lusitanica). A víbora (Vipera latastei e Vipera Seonei) está ainda bem representada no Parque. É de acrescentar que a Vipera Seonei é endémica do Norte da Península Ibérica e a sua representação em Portugal restringe-se às zonas do PNPG.



Linhas de água

Os cursos de água do PNPG, por se inserirem numa cadeia montanhosa granítica, caracterizam-se por possuírem leitos mais ou menos encaixados, declivosos e irregulares, e águas pouco mineralizadas, muito oxigenadas e ligeiramente ácidas e frias. A importância como ecossistema reside na sua posição de charneira em todo o equilíbrio da zona, aqui se abrigando numerosas espécies aquáticas que constituem uma comunidade biológica muito própria.

De entre os rios que atravessam o Parque, o Cávado, o Lima e o Homem (que nasce na serra do Gerês) são os mais importantes pelo seu tamanho. No entanto, são também de referir os rios Vez, Laboreiro, Gerês e Rabagão.

Um factor negativo que veio prejudicar os ecossistemas aquáticos do PNPG foi a construção de barragens para aproveitamento hidroeléctrico nos cursos de água que atravessam esta área protegida. São de destacar as alterações introduzidas pela barragem do Alto Lindoso, em especial na área inundada pela albufeira, e as alterações de morfologia do terreno (resultantes da construção de acessos e extracção de materiais), que por si só são suficientes para retirar esta área da zona de ambiente natural.



Situação actual do Parque

Hoje em dia, a situação do Parque é preocupante devido a vários aspectos, como a desflorestação, os fogos, as alterações estruturais e físico-químicas dos cursos de água, o excesso e utilização de processos ilegais da pesca, a caça furtiva e a pressão de um turismo crescente e desordenado.




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3. Montesinho/Nogueira

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Descrição
A grande variedade geológica deste sítio proporciona o estabelecimento de uma elevada diversidade de habitats, entre os quais se salientam os correspondentes a vegetação típica de substratos básicos. Constitui uma ampliação à ZPE classificada em 1988 com o nome "Serra de Montesinho".

Qualidade
Avifauna abundante e muito diversificada. Área fundamental para a conservação da avifauna associada a habitats de montanha.

Vulnerabilidade
Corte ilegal dos bosques; colheita de espécies vegetais ameaçadas; incêndios florestais; florestação intensiva; a redução da actividade agrícola e da pastorícia ameaça a conservação dos lameiros e da vegetação serpentinícola.

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4. Rios Sabor e Maçãs

Rio Sabor

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O rio Sabor nasce em Espanha, na serra de Parada, a cerca de 1.600 metros de altitude, entrando pouco depois em Portugal, ainda como ribeiro de montanha, pela serra de Montesinho. Após percorrer mais de 100 quilómetros através de Trás-os-Montes, este rio desagua no Douro, junto a Torre de Moncorvo, à altitude de 97 metros.


A ausência de barragens na totalidade do seu troço (existe apenas uma mini-hídrica no seu afluente Ribeira das Andorinhas) e a baixa perturbação humana do seu vale levaram a que se classificasse este rio como um dos últimos rios selvagens de Portugal.


Obviamente, não existem nos dias de hoje no nosso planeta, e muito menos em Portugal, locais onde não se faça sentir a acção do homem. Na nossa sociedade global, também se partilham os problemas ambientais, e, por exemplo, os gases poluentes da indústria mundial fazem sentir os seus efeitos nos locais mais inacessíveis do planeta, atingindo até os pólos. Portugal seguiu naturalmente a evolução mundial e poucos são os locais onde ainda se consegue imaginar qual seria a sua composição vegetal e animal antes da intervenção humana. A maioria dos terrenos sofreram sucessivamente acções de desflorestação e desmatação, seguidas, frequentemente, por plantação de monoculturas agrícolas ou florestais. No entanto, algumas áreas mantêm ainda uma amostra significativa do seu património natural original e possuem, por isso, estatutos de conservação nacionais e/ou comunitários, atribuídos, por exemplo pela inclusão no Sistema Nacional de Áreas Protegidas, em Zonas de Protecção Especial (ZPE) ou na Rede Natura 2000.

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Importa referir que apenas uma pequena proporção do território do planeta é responsável pela maior parte da sua biodiversidade. Portugal desempenha, neste sentido, um papel importante para a conservação da biodiversidade, uma vez que apresenta um elevado número de endemismos de distribuição restrita à Península Ibérica. Assim, não admira que um recente estudo publicado na Nature identifique Portugal como numa das 25 áreas onde a eficaz conservação do seu património natural é essencial para preservar o biodiversidade do planeta!


A diversidade de habitats e de espécies vegetais e animais que ocorrem neste vale é verdadeiramente notável. Só o Baixo Sabor apresenta 17 tipos diferentes de habitats naturais incluídos na directiva comunitária Habitats (transposta para o direito interno pelo Decreto-Lei nº 140/99), dos quais 4 são considerados de conservação prioritária. Neste contexto, a importância do Baixo Sabor é realçada pelo próprio Estudo de Impacte Ambiental (EIA), referindo que, em termos florísticos, "a zona em estudo constitui uma área de características peculiares e mesmo únicas no contexto nacional".


Uma das particularidades deste rio situa-se no seu leito de cheias, onde a fisiografia do vale permite a criação de um andar termomediterrânico. A geomorfologia da região de Trás-os-Montes é constituída, basicamente, por um extenso planalto (e algumas serras) acima dos 600 metros, pertencente à meseta ibérica, cortada apenas pontualmente pelos rios Douro, Sabor e seus afluentes, onde a altitude desce abaixo dos 300 metros. Este facto permitiu o refúgio de um numeroso grupo de plantas e animais, nestes vales, durante sucessivas épocas glaciares. Contudo, esta flora e vegetação particular foi sendo irradicada do vale do Douro devido à construção do sistema hidroeléctrico deste rio. Assim, o vale do Sabor suporta actualmente um grande número de espécies de plantas, que constituem verdadeiras relíquias vivas e surgem, assim, como endemismos do vale do Douro e afluentes (e.g. Holcus setiglumis ssp. duriensis e Trigonella polyceratia subsp. amandiana) ou como disjunções biogeográficas (e.g. Petrorrhagia saxifraga,Piptatherum paradoxum, Arabis alpina, Allium roseum, Notholaena marantae, Pistorinia hispanica, Sideritis hirsuta, Trisetum scabriusculum, Medicago doliata, Buxus sempervirens). O Baixo Sabor apresenta, por isso, uma elevada percentagem da população nacional de algumas destas espécies, destacando-se, a título exemplificativo, que se encontra neste local a única população conhecida em Portugal de Arabis alpina e cerca de 70 a 75% do efectivo nacional de buxo (Buxus sempervirens) e Piptatherum paradoxum.

No vale do Sabor surgem, também, os mais extensos e bem conservados azinhais e sobreirais de Trás-os-Montes, relíquias do bosque mediterrânico que outrora terá dominado toda a Terra Quente Transmontana. A presença de substratos calcários, ultrabásicos e serpentícolas permite, ainda, a ocorrência de uma flora associada muito particular e de elevado número de endemismos.


Todos estes dados demonstram o elevado interesse do Baixo Sabor na conservação da biodiversidade e, nomeadamente, da diversidade genética, também atestado pela presença de populações importantes de videira e oliveira brava, que poderão apresentar um potencial genético valioso para o melhoramento e combate a pragas das variedades utilizadas na agricultura. Refira-se, a título exemplificativo do potencial genético destas plantas, que a videira brava sobreviveu no Baixo Sabor aos ataques da filoxera que assolou a vinha de todo o país no final do século passado e inícios deste século (o que motivou um êxodo generalizado de parte da população de Trás-os-Montes, naquela altura).

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A diversidade e riqueza de habitats deste vale e a sua baixa perturbação humana permitem, também, a presença de uma comunidade faunística diversificada e onde se destacam numerosas espécies protegidas através de Convenções Internacionais e do Direito Interno. Este vale apresenta importantes ecossistemas rupícolas que albergam espécies de aves com rigorosos estatutos de conservação, como a águia de Bonelli, a águia real, o abutre do Egipto e a cegonha preta. A orientação do vale, que corta Trás-os-Montes de norte a sul, e a sua baixa perturbação humana, permitem que desempenhe um papel importante como local de refúgio e corredor ecológico para a fauna terrestre da região. Entre as espécies de mamíferos que ocorrem neste vale, destacam-se o lobo, a toupeira-de-água, a lontra, o gato bravo e o corço. A criação de uma albufeira com mais de 50 quilómetros de extensão limitaria acentuadamente o contacto e fluxo genético entre populações das duas margens do rio, o que poderá constituir um factor de ameaça adicional para espécies que apresentam na região um baixo efectivo populacional. A título exemplificativo, segundo o EIA, existem na região 2 grupos de lobos localizados em Moncorvo/Mogadouro e Macedo/Carrazeda, cujo contacto passaria a ser limitado pela existência desta barreira. O Baixo Sabor representa, ainda, o principal local de desova e alevinagem da comunidade piscícola de uma vasta área (desde o Sabor até à albufeira da Valeira no Douro).


A importância faunística do vale do Sabor é atestada pela inclusão da totalidade da área abrangida pelo empreendimento numa Zona de Protecção Especial (ZPE). O rio Sabor a montante da Ponte de Remondes está, também, incluído na Rede Natura 2000 e o Baixo Sabor, cujo relatório técnico elaborado pela UTAD - finalizado depois da avaliação da primeira fase de implementação da dita Rede - demonstra que esta área apresenta o mesmo número de habitats naturais e proporção nacionais de espécies importantes superiores às presentes no Alto Sabor, está ainda em fase de apreciação pública (pelo menos uma organização não governamental - a Quercus - apresentou parecer durante este período para a sua inclusão na dita Rede). Ambos os estatutos de conservação deste local (ZPE e Natura 2000) implicam que qualquer empreendimento só possa ser aprovado quando não existam outras alternativas (já identificadas pela própria Direcção Geral de Energia) e se comprovar o seu interesse nacional. A adicionar a isto, a comunidade científica portuguesa ligada ao estudo da fauna e flora mobilizou-se de forma inédita no nosso país e elaborou um manifesto público, assinado por cerca de 200 investigadores, onde afirma peremptoriamente a importância de manter este local isento de qualquer barragem.


Também o homem aproveitou, desde cedo, as condições particulares deste vale, como o demonstram as diversas gravuras rupestres encontradas no Baixo Sabor, datadas do período Paleolítico. A povoação de Cilhades possui marcas de ocupação que remontam à idade do Ferro e surgem, ao longo do vale, vários vestígios de romanização e medievais. Encontram-se, ainda, alguns marcos históricos da capacidade do povo local de transpor este rio, que apresenta condições torrenciais durante alguns períodos do Inverno, como as Pontes de Remondes e da Portela, notáveis edificações que datam do século XVII. Ao todo, encontram-se nesta zona cerca de 200 valores de interesse etnográfico, histórico e arqueológico, alguns dos quais com fortes ligações às tradições da população local, como o santuário de S. Antão da Barca.

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Nas encostas deste vale encontram-se, ainda, actualmente, vastas áreas de culturas de olival e amendoal (cerca de 840 hectares só no Baixo Sabor). Como exemplo, no vale de Felgar, produzem-se todos os anos cerca de 60.000 litros de azeite de elevada qualidade (com uma acidez entre 0,2 - 0,3 º), que representam uma fonte de rendimentos importante para esta aldeia - o EIA estima que mais de 1/3 das famílias da aldeia (i.e cerca de 100 agregados familiares) verá o seu rendimento afectado caso a barragem seja construída.


Assim, a valorização de alguns produtos agrícolas de qualidade poderia juntar-se à crescente valorização e procura do património natural, paisagístico e cultural, permitindo encarar o vale do Sabor numa perspectiva realista de desenvolvimento sustentável. A sua localização próxima do Parque Natural do Douro Internacional e do Parque Arqueológico do Côa poderia ser aproveitada para o desenvolvimento articulado da região baseado no seu património natural e cultural único. Saliente-se que o III Quadro Comunitário de Apoio prevê a atribuição de fundos específicos para apoio, nomeadamente em locais de comprovado interesse ambiental, a medidas agro-ambientais e ao Turismo no Espaço Rural, que poderão desempenhar um papel fundamental para a fixação das populações locais.




Rio Maçãs

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O rio Maçãs, nasce em Espanha por cima da aldeia de Manzanas, que lhe dá o mesmo nome.

Faz por duas vezes fronteira de Portugal com Espanha, primeiro entre os marcos de fronteira 415 e 416 e, mais a sul, entre os marcos 437 e 438, desde as aldeias de Manzanas e Petisqueira até Outeiro e Pinelo.

Passa pelas aldeias de Petisqueira, Deilão, São Julião, Quintanilha, Paradinha, Outeiro, Pinelo, Argozelo, Carção, Vimioso, Campo de Víboras, Santulhão, Algoso e Junqueira na parte portuguesa.

O rio Maçãs, é um afluente da margem esquerda do rio Sabor.





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5. Douro Internacional e Vale do Rio Águeda

Douro Internacinal

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O Parque Natural do Douro Internacional (PNDI) foi criado através do Decreto Regulamentar 8/98 de 11 de Maio com o objectivo de conservar o património natural promovendo ao mesmo tempo a melhoria da qualidade de vida das populações locais em harmonia com a conservação da natureza.
O PNDI, ocupa uma área de 85 150 há e abrange o troço fronteiriço do Rio Douro (numa extensão de cerca de 1222 Km), incluindo o seu vale e superfícies planálticas confinantes, e prolonga-se para sul através do vale do Rio Águeda. Está localizado nas regiões de Trás-os-Montes e Alto-Douro e da Beira Alta, abrangendo os concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro e Freixo de Espada à Cinta, no distrito de Bragança, e Figueira de Castelo Rodrigo no distrito da Guarda.
O troço internacional do rio Douro faz a transição, através de um acentuado declive longitudinal (com um desnível de cerca de 400 metros), entre a sua bacia média, nos vastos horizontes da meseta Ibérica, e a bacia inferior, já em território nacional. A parte norte do PNDI corresponde à zona de menor influência atlântica de Trás-os-Montes, sendo constituída por um extenso planalto, com altitudes cujas cotas variam entre os 700 e 800 metros. O vale é bastante encaixado com encostas escarpadas essencialmente graníticas. À medida que se avança para Sul o vale apresenta-se mais aberto, com fundos de vales aplanados, permanecendo as vertentes escarpadas tal como as pequenas áreas planálticas e os relevos residuais encimados por quartzitos.



Flora

Os estudos realizados até ao momento, nesta área, vieram a concluir que a maior parte dos elementos florísticos, mais importantes, estão localizados no leito de cheias do rio Douro ou na sua proximidade. Muitas destas plantas têm a totalidade ou a grande parte das suas populações portuguesas neste território de que são exemplos: Antirrhinum lopesianum (espécie rupícola considerada como em edemismo lusitano-duriense e classificada como uma planta rara (R)), Aphyllanthes monspeliensis (uma liliácea típica das terras de Miranda do Douro, também classificada como R), Coronilla minima subsp. minima (instalada nas margens do rio Douro, no seu percurso internacional), Lathyrus setifolius, Linaria coutinhoi (endemismo lusitano-duriense), Malcolmia triloba subsp. patula (característica de zonas arenosas), Narcissus jonquilla, Nigella gallica, Rumex roseus, Scrophularia valdesii (endemismo ainda não colectado em Portugal mas presente nas arribas espanholas do rio Douro), Silene boryi, Silene conica, Trigonella polyceratia var. amandiana (endemismo lusitano-duriense), Valerianella enchinata, Vicia villosa subsp. ambigua e Salix purpurea (com distribuição geográfica, no nosso país, exclusiva do rio Douro e até ao momento só colectado dentro dos limites do PNDI).
A flora do PNDI contem ainda numerosas espécies termófilas em populações disjuntas, como são exemplo: a Cosentinia vellea, o Asparagus aphyllus, o Asparagus albus. Estas plantas beneficiam da termicidade e do baixo risco de geadas da porção mais térmica do PNDI.

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Vale do Rio Águeda​

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O vale do Rio Águeda é uma das regiões mais importantes da Península Ibérica no que respeita à avifauna. Neste canhão remoto nidificam o Abutre-do-egipto (Neophron percnopterus), símbolo do Parque Natural do Douro Internacional, o Grifo (Gyps fulvus), que aqui possui uma das maiores colónias de nidificação no nosso país, a Águia-real (Aquila chrysaetos), que no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo apresenta uma das maiores densidades populacionais da Europa Ocidental, e também as raras Águia-perdigueira (Hieraetus fasciatus) e Cegonha-negra (Ciconia nigra).
Desde a aldeia de Almofala parte um cómodo trilho pedestre de cerca de 3 quilómetros de extensão que termina na Igreja de Santo André, miradouro privilegiado sobre as arribas do Águeda, onde, com os indispensáveis binóculos e guia de aves e uma dose razoável de paciência, se podem observar todas as espécies acima descritas.
Fica a certeza de nesse local, independentemente dos avistamentos efectuados, desfilar perante nós o melhor de um Portugal Natural, há muito perdido em grande parte do restante território...





catraios.pt e faunaiberica
 

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6. Ria de Aveiro

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A Ria de Aveiro está localizada entre Ovar e Mira, estando separada do mar por uma faixa de areia de 50 km e comunica com este através de uma saída artificial, situada entre a Barra e São Jacinto. Esta ria foi o resultado do recuo do mar o que deu origem a pequenas ilhas e a uma laguna no século XVI. Tem cerca de 11.000 hectares, desaguando aqui os rios Vouga, o Antuã e o Boco. As salinas dominam a paisagem, ocupando perto de 50 mil hectares, boa parte classificados de Interesse Ambiental pela União Europeia. As embarcações características da Ria de Aveiro recebem o nome de barcos moliceiro. Verdadeiro ex-libris da cidade, o barco moliceiro destinava-se à colheita e transporte de moliço (vegetação da Ria, que era utilizada para fertilizar os campos agrícolas), mercadorias e gado.

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Caudal médio (m3/s): 4700

Principais afluentes: Vouga, Antuã e Boco

Extensão (km): 45




Paraíso natural por excelência, a Ria de Aveiro é um caso único em todo o país.

Resultante do recuo do mar, com a formação de cordões litorais arenosos que, ao longo dos séculos foram fechando a laguna, a Ria de Aveiro acompanha quase toda a orla costeira da Rota da Luz, desde o Carregal (em Ovar) até ao Areão (em Vagos), estendendo-se, depois e já fora da Região de Turismo, até Mira.

São 45 Kms de um ecosistema rico em biodiversidade, entrecortado por canais, onde a água do Rio Vouga e outros cursos de água de menores dimensões se ligam às águas salinas, trazidas pelas marés. É neste ambiente em que turismo e natureza se conjugam, que encontramos locais de grande beleza e calma.

Aqui, as cambiantes de luz são uma constante. A paisagem vai-se transformando, minuto a minuto, numa sucessão de imagens que ficam na retina do observador. Os Barcos Moliceiros, de silhueta inconfundível, reflectem-se nas águas calmas da Ria. O seu colorido alegra o espírito e faz-nos contemplar esta dádiva da Natureza.


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Guia da Boa Vida e Rota da Luz
 

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7. Vale do Côa

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O Vale do Côa é uma área rica em património natural, arqueológico e paisagístico, muito dele ainda um pouco desconhecido e que merece ser divulgado. Esta página web, para além de servir como instrumento de divulgação deste património, apresentará regularmente resultados das acções que têm vindo a ser desenvolvidas no âmbito deste projecto, desde 2007, pelos diversos parceiros (Município de Figueira de Castelo Rodrigo, Município de Pinhel e Associação Transumância e Natureza).

O rio Côa pode considerar-se como sendo a espinha dorsal da Beira-Alta Raiana, que sem duvida constitui uma das áreas de maior valor natural do nosso pais. De facto, este vale forma um corredor ecológico unindo os maciços montanhosos do sistema central, neste caso a Serra da Malcata, com o coração da bacia hidrográfica do Douro.

Nesse percurso atravessa os extensos planaltos graníticos da Beira-Alta nos quais progressivamente formou vales encaixados, bem notórios no troco médio, ate desaguar na margem esquerda do rio Douro, onde assume imponentes encostas onduladas e de relevo suave.

O gradiente de condições climáticas e orográficas que caracteriza o seu trajecto entre montanhas, planaltos e vales encaixados e um factor importante no estabelecimento de uma elevada riqueza paisagística, a que estão associados índices elevados de biodiversidade, em especial ao nível da fauna.

Os distintos cenários paisagísticos que se sucedem, ainda que sem separações abruptas, podem classificar 3 situações ecologicamente distintas que reflectem a posição do Rio Côa na sua bacia e a sua ligação com a intervenção antrópica à qual esta associada a historia recente do Côa. Esses 3 cenários são a zona de cabeceira (a montante), o troco médio e o trajecto terminal a jusante, próximo à sua foz, junto ao Douro.

Apresentam-se assim, neste capitulo, essas unidades, como que descrevendo uma viagem pelo rio abaixo, dando sempre destaque a sua composição em termos de vegetação e de valor faunístico.



Foz do Côa

O troço terminal do vale do rio Côa situa-se a nível bioclimático no sector Lusitano-Duriense, mais propriamente no Superdistrito da Terra Quente. Ocupa os vales meso-mediterrânicos do rio Douro e afluentes (em que a influencia mediterrânica a mais acentuada) como o rio Côa, ate um pouco mais a sul da confluência deste com o rio Massueime, abrangendo quase todo o concelho de Vila Nova de Foz Côa e a parte norte de Figueira de Castelo Rodrigo. O ombroclima nesta área e seco, quer por influência da sua continentalidade, quer pela baixa altitude (junto da confluência com o rio Douro a altitude e de 130 m).

Na geologia predomina o xisto, havendo cristas quartzíticas, que devido a sua maior resistência, se apresentam evidenciadas na paisagem. Este e o caso do Monte de S. Gabriel em Castelo Melhor, próximo da foz do rio Côa.

E nesta área que o vale apresenta maior variação a nível fisiográfico. A Norte da aldeia de Azevo (Pinhel), existe uma faixa de granito onde se forma um canhão fluvial com afloramentos rochosos consideráveis que se prolongam para sul pela zona planáltica dos concelhos de Pinhel e Figueira de Castelo Rodrigo. Na zona de xisto, que se estende para Norte de Tomadias e Almendra, passa a um vale aberto, onde o relevo apresenta um aspecto mais suave, devido e natureza branda desta rocha.

O rio Côa escavou o seu leito, formando vales tanto mais escarpados quanto mais próximos da foz, resultante também do processo de rejuvenescimento do rio Douro.

A vegetação climácica característica desta área e constituída por bosques tipicamente mediterrânicos: nas zonas mais planálticas ou mais húmidas, Sobreirais de Quercus suber, e nas zonas mais termófilas em vales e encostas virada a Sul, Zimbrais de Juniperus oxycedrus e Azinhais de Quercus rotundifolia. As etapas mais degradadas destes bosques caracterizam-se pela existência de matos pré-florestais de Rosmaninho Lavandula stoechas, Giesta branca Cytisus multiflorus e Piorno Retama spherocarpa.

As áreas onde ocorrem matos, alternados por pastagens e zonas agrícolas são favoráveis a ocorrência de Perdiz Alectoris rufa, Coelho Oryctolagus cuniculus, Lebre Lepus capensis, que são designadas espécie-chave na cadeia trafica dos principais predadores da área, como a Águia-real Aquila chrysaetos e a Águia-de-Bonelli Hieraaetus fasciatus. Estas espécies tem o centro do seu território localizado nos vales do rio, onde se encontram também outras espécies ameaçadas como o Britango Neophron percnopterus e ao majestoso Grifo Gyps fulvus, que constituem um ex-libris desta área por serem espécies ameaçadas e prioritárias ao nível da conservação.

A existência destas espécies levou a criação da Zona de Protecção Especial do Vale do Côa A vegetação ribeirinha e caracterizada pela existência de arvores como o Freixo Fraxinus angustifolia, o Amieiro Alnus glutinosa, o Salgueiro Salix sp. e o Tamujo Securinega tinctoria (espécie prioritária). Os anfíbios e répteis mais característicos são o Tritão-marmoreado Triturus marmoratus, o Sapo Bufo bufo, o Cágado Mauremys leprosa e a Cobra-de-água-viperina Natrix maura.

Existem nesse troco directamente ligado ao Douro um conjunto de espécies piscícolas como a Boga douriense Chondrostoma polylepis duriensis e o Barbo-do-Norte Barbus bocagei que são importante para os predadores como a Garça-real Ardea cinerea, a Cegonha preta Ciconia nigra e ainda a Lontra Lutra lutra. Nestas zonas xéricas as linhas de água são dos aspectos mais relevantes em termos naturais por concentrarem um recurso precioso, a agua, com tanta biodiversidade faunística e florística.

Actualmente o vale do Côa e um importante corredor faunístico quer para os mamíferos, que podem dispersar ao longo das encostas declivosas e cobertas de vegetação, quer para as aves que o utilizam nas passagens migratórias devido a sua orientação Norte-Sul.

Pode dizer-se que a sua importância estratégica para a fauna vem desde tempos remotos, em que esta área constituía um refugio relativamente ameno quando comparado com os agrestes climas glaciares existentes nas montanhas circundantes, como por exemplo na Serra da Estrela. Nesta altura o vale constituía uma zona de abrigo e corredor de passagem de rebanhos de Cabras monteses ibéricas Capra pyrenaica, Auroques Bos primigenius e Equídeos que eram caçados. Estas populações constituíram um recurso muito importante para os nosso antepassados, que os representaram, gravando as suas imagens nas superfícies xistosas desde há cerca de 20.000 anos, e que actualmente se encontram estudadas e acessíveis ao publico através do Parque Arqueológico do Vale do Côa.




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Património Mundial e Cultural
 

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8. Paul de Arzila

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A Reserva Natural do Paul de Arzila situa-se na margem esquerda do Rio Mondego, fazendo parte dos concelhos de Coimbra, Condeixa-a-Nova e Montemor-o-Velho.

Paul de Arzila, criado em 1988, faz parte da ribeira de Cernache drenada por três valas – a dos Moinhos, a do Meio e a da Costa; conta com 535 hectares de mata natural que abriga 119 espécies de aves, 14 de mamíferos, 10 de répteis, 9 de anfíbios e 13 de peixes. A flora também é bastante rica, abrigando cerca de 300 espécies.

A cobertura vegetal da parte alagadiça é essencialmente formada por bunho, caniço e taboa. A zona de transição entre as valas e a floresta predominam plantas arbustivas como o choupo e o salgueiro.

O paul alberga uma variada população de aves onde se incluem núcleos reprodutores de Garça-vermelha e Garça-pequena. É importante zona de passagem outonal para migradores passeriformes e de nidificação de aves de caniçal registando também a presença de limícolas e anatídeos. Dentre os mamíferos destaca-se a Lontra. Abundam anfíbios como a Rã-verde e a Rela; estão presentes répteis como o Lagarto-de-água e, nas valas, ocorrem diferentes espécies de Ciprinídeos. É o local escolhido por milhares de aves anatídeos (patos) e algumas espécies de garças que aqui fazem os seus ninhos; é ainda local de passagem para aves migradoras transaarianas no Outono.



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9. Paul da Madriz



É uma baixa situada no concelho de Soure (freguesias de Alfarelos e de Vila Nova de Anços), imediatamente a Sul da povoação do Casal do Redinho, numa das digitações da planície aluvial do Mondego, na margem esquerda e na baixa do rio Arunca, cerca de 3 km a SE de Alfarelos, entre o outeiro da Senhora dos Remédios (35 m) na margem esquerda e um outro outeiro com a cota de 95 m na margem direita.


O paul abrange uma área de cerca de 38 hectares, +/- trapezoidal e alongada de SE para NO, alargando-se para a zona ocidental, com cerca de 2 km de comprimento e uma largura média de 300 m.

A área do paul foi ocupada no cultivo intensivo de arroz, tendo essa prática sido abandonada a partir de 1967, subsistindo actualmente algumas áreas de cultivo a jusante, para além da via férrea.


Assim, a área foi ocupada primordialmente por Phragmites australis (Cav.) Trin. ex Steudel (caniço), uma infestante primária, e menos intensamente por Scirpus lacustris L. subsp. lacustris (bunho). Além disso, este paul apresenta maior quantidade de “tabua” (Typha latifólia e Typha angustifólia L.), e áreas mais abertas com dominância de Nymphaea Alba L.(Golfão branco).

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Golfão branco


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Caniço​


Este é dos três pauis, o que sofre menos pressão humana, pois o agregado populacional mais próximo (Casal do Redinho) não se situa nas suas margens, mas separado por uma pequena elevação.



Sob o ponto de vista faunístico e comparativamente com a maior área do Paul de Arzila (cerca de 6 vezes maior), é mais rico. Constitui um dos pontos de passagem de aves migratórias, sendo a avifauna muito rica e variada, com 142 espécies recenseadas (Ya.com )



Nas outras classes de vertebrados, foram assinalados na área do paul 10 espécies de peixes, 8 de anfíbios, 11 de répteis e 16 de mamíferos.



Quanto ao seu estatuto de protecção é:

SÍTIO RAMSAR – Zona Humida de Importância Internacional

Reserva de Caça Parcial

Biótopo CORINE

REDE NATURA 2000 – Zona de Protecção Especial – Directiva Aves




Naturlink
 

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10. Paul do Taipal


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Classificado como Zona de Protecção Especial para a Avifauna (ZPE), tendo sido aprovada a sua delimitação pelo Decreto-Lei n.º 384-B/99 de 23 de Setembro.

Zona Húmida de Importância Internacional designada como Sítio Ramsar 2001.



Área: 233 hectares

Concelhos abrangidos: Montemor-o-Velho

Altitude máxima: 25 metros

Coimbra: 25 Km

Figueira da Foz: 14 Km

Montemor-o-Velho: 1 Km



O PAUL DO TAIPAL representa, conjuntamente com os pauis de Arzila e da Madriz, um dos últimos exemplos deste tipo de zona húmida na Região Centro.

A ZONA DE PROTECÇAO ESPECIAL do Paul do Taipal divide-se em duas áreas distintas:

Zona Paludosa, onde ocorrem espécies como Caniço, Bunho, Tabúas, Juncos, Junças, Salgueiros (preto, branco, etc.), Amieiros, Freixos, Ulmeiros, Choupos (negro e branco), Lentilhas-de-água, Nenúfares, Lírio-amarelo-dos-pântanos, Espadanas, e Erva-pinheirinha;


Zona Envolvente, constituída, maioritariamente, por uma Zona agrícola ocupada por culturas arvenses de regadio e de sequeiro, e por uma pequena Zona Florestada onde, pela existência de solos calcários, se destaca a presença de espécies características deste meio, como Aroeira, Zambujeiro e Aderno, registando-se também a ocorrência de orquídeas.

Quanto aos valores faunísticos, destacam-se nos peixes, o Barbo, o Góbio (endemismos ibéricos) e o Ruivaco (endemismo lusitano); nos anfíbios, os endemismos ibéricos Tritão-de-ventre-laranja e Rã-de focinho-ponteagudo; nas aves, a Águia-pesqueira, o Papa-ratos e o Maçarico-preto; nos mamíferos salienta-se a lontra.




ICN
 

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11. Serra da Malcata



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Centro: Penamacor (Castelo Branco), Sabugal (Guarda)
Área: 16.361 ha
Altitudes: 425-1.078 m



A Serra da Malcata caracteriza-se pela suavidade dos seus cumes, contrastando com as vertentes íngremes, por vezes escarpadas, e os vales encaixados. A cota mais elevada situa-se no Alto da Machoca, com 1.078 metros. A Serra da Malcata é fundamentalmente coberta por matos extensos e plantações de coníferas, existindo um contraste visível entre as vertentes norte e sul, sendo as primeiras de características climáticas mais frias e continentais, enquanto que as segundas são mais quentes e mediterrânicas. A paisagem é valorizada pela existência de inúmeras linhas de água, com destaque para o Rio Côa, a Ribeira de Meimoa e a Ribeira de Bazágueda, que formam vales com galerias ripícolas entre os cumes da serra.

Habitats:
Florestas e matas (floresta com espécies de folha caduca; floresta com espécies de folha persistente), Matos (matos esclerófilos), Zonas húmidas (águas paradas doces; cursos de água; vegetação ribeirinha), Áreas rochosas (falésias/fragas rochosas), Zonas artificiais (terra arada; campos e pomares perenes; plantações florestais)


Uso do solo:
Agricultura, Pesca/aquacultura, Silvicultura, Caça, Conservação da natureza e investigação, Turismo/recreio, Gestão de recursos hídricos


Importância ornitológica
O sítio tem importância para aves de rapina nidificantes, sendo um dos dois sítios conhecidos onde já se verificou a nidificação de Abutre-preto. É interessante no seu conjunto por representar uma comunidade de passeriformes de sistemas mediterrânicos.


O Lince da serra de Malcata

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Com espécies raras, e em extincão, a Reserva Natural da Serra da malcata é o paraíso perdido ... pelo menos para alguns animais. Na raia das beiras e encostada a Espanha a serra mostra-se bela, silenciosa, mas carregada de vida. A luta pela sobrevivência não se restringe aos animais. Também os responsáveis lutam arduamente pela sua preservação e conservação.


A Reserva Natural da Serra da Malcata (R.N.S.M.) foi criada pelo Decreto-lei 294181, de 16 de Outubro. Como foi reforçado por um novo decreto regulamentar, esta foi constituída para a conservação dos habitats naturais, para apoiar todas as actividades tradicionais que se verificam na serra e desenvolver accões ligadas à educação ambientar.

Com uma área de cerca de dois mil hectares, abrange freguesias dos concelhos de Penamacor e do Sabugal. Deste último as freguesias abrano_idas são Sabugal, Malcata, Quadrazais, Vale de Espinho e Fóios.

É nesta reserva que nasce o rio Côa, a ribeira da Meimoa e a ribeira da Bazágueda, que correm por entre frondosos matagais, sobreiros e azinheiras.

A sua grande diversidade de fauna e flora deve-se a um clima de transição e rnicrocilmas que se fazem sentir nas diversas altitudes e latitudes.

Na área, em que os cumes variam entre os 425 e os 1078 metros, podem encontrar-se Giestas, matos, urze, carqueja, carvalho-neçlral na zona norte, rosmaninho e azinheira na sul.

A zona central da reserva destaca-se pela sua inigualável diversidade florística. No mesmo espaco coabita o carvalho, a Mnheira e o medronheiro. Obra divina ou não, ou mesmo do microclirna, vemos florir, numa harmonia única, a rosa-albardeira, a madresilva- das-boticas e o trovisco-fêmea. Ao conjunto acrescentamos, nas margens das correntes de água, freixos, amieiros e borrazeiras brancas e pretas.

Calma, a beleza não termina aqui! A isto juntam-se ainda pinhais, olivais e pequenas searas nas zonas periféricas.

De entre a vasta lista destacam-se, pelo seu estatuto de proteccão, o abutre-negro, a cegonha-preta e o lince-ibérico, ex-libris da reserva.

Contudo, na área ainda podemos observar raposas, gatos-bravos, texugos, ginetas, doninhas, fuínhas, sacarrabos, coelhos-bravos, lebres, javalis, lontras, sapos, salamandras, víboras e cobras, milhafres, açores, águias-cobreiras, bufos-reais e perdizes-vermelhas, entre outras espécies.




CM Penamacor e geocities.com
 

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12. Ilhas Berlengas



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Área
9560.42 ha

Altitude
Mínima -50 m Máxima 121 m Média -20 m

Região biogeográfica
Mediterrânica



Qualidade
Local de reprodução essencial para algumas populações de aves marinhas do nordeste atlântico, incluindo a maior colónia de airo (Uria aalge) no litoral ibérico e constituindo o limite norte, no Continente Europeu, para a pardela-de-bico-amarelo (Calonectris diomedea).

Vulnerabilidade
Pressão turística relativamente elevada; sobre-população de ratazanas (Rattus rattus) e de gaivota-de-patas-amarelas (Larus cachinnans); necessidade de avaliar o impacto de descargas de resíduos para o meio marinho durante parte do ano.

Propriedade
Parte é Domínio Público Marítimo.


Localizado a 5,7 milhas de distância do Cabo Carvoeiro, é composto por 3 grupos de ilhéus: Berlenga Grande, e recifes adjacentes, Estelas e Farilhões-Forcadas, todas de natureza geológica diferente da costa portuguesa.
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A Berlenga Grande é a maior e única onde se pode viver tem uma área de 78,8 ha. Possuía um clima que é influenciado por dois tipos de influências climáticas: a atlântica e a mediterrânea, o que proporciona características faunísticas e florísticas que fazem deste arquipélago um ecossistema único no mundo, derivado destes pontos foi criada a Reserva Natural da Berlenga em 03 de Setembro de 1981.


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ICN e ImptusAventura
 

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13. Paul do Boquilobo

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A Reserva Natural do Paul do Boquilobo situa-se entre a confluência do rio Almonda e rio Tejo, ao longo da junção dos concelhos de Torres Novas e Golegã na parte sudeste da freguesia da Brogueira. A reserva é uma zona húmida rica devido ao seu valor ornitológico. O salgueiro e alguma variedade de plantas aquáticas fazem parte dos traços marcantes da sua vegetação. Em meados de Julho alberga uma colónia de alguns milhares de garças, em Novembro e Fevereiro é palco de repouso e alimentação de arrábios, zarros, marrequinhas e pato-coelho.


Qualidade

Desde longa data um importante depósito de partículas de aluvião da bacia do Tejo, representando uma importante riqueza na região, nomeadamente pela prática de actividades agrícolas. Os seus valores mais relevantes relacionam-se com as zonas alagadas e a extensão de manchas de salgueiros e freixos, que albergam uma das mais importantes colónias de garças e colhereiros. O Paul do Boquilobo destaca-se como local importante durante a migração outonal de passeriformes e como local de reprodução de espécies que se encontram ameaçadas em Portugal, como o papa-ratos (Ardeola ralloides) e a garça-pequena (Ixobrychus minutus). A nível nacional é ainda de salientar a nidificação irregular de gaivina-de-faces-brancas (Chlidonias hybridus), a presença de um núcleo reprodutor de Galeirão-comum (Fulica atra) e uma importante concentração de espécies invernantes, especialmente anatídeos.

Vulnerabilidade
Poluição química resultante de efluentes domésticos e também de actividade agrícola e industrial (esta última é proveniente das várias unidades que lançam os seus efluentes numa das valas de drenagem); caça furtiva; drenagem das áreas adjacentes para aproveitamento de terreno para agricultura; infestação do paul por jacinto-de-água (Eichornia crassipes); derrube do montado envolvente para plantação de eucaliptos e outras culturas (ex.: milho e girassol).

Propriedade
A maior parte dos terrenos pertencem ao ICN. Os terrenos adjacentes são propriedade privada.



ICN e wikipédia
 

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14. Tejo Internacional, Erges e Ponsul

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No Parque Natural do Tejo Internacional o clima é tipicamente mediterrânico, pluviestacional com acentuada aridez estival, sub-húmido a seco. Os Verões, sem chuva e quentes, alternam com uma estação fresca na qual se
sucedem, desordenadamente, os dias de chuva e as abertas.

Neste parque coexistem duas categorias bioclimáticas, segundo o modelo bioclimático do Prof. Louis Emberger, "mediterrânico temperado (sub-húmido)" e "mediterrânico semi-árido".

Importante local de nidificação de aves necrófagas e rupícolas.


A pouco mais de 100 metros de altura, a vista perde-se ao longo de quilómetros acompanhando o Tejo. Por detrás das curvas da encosta, o rio esconde-se para voltar a aparecer mais adiante. Entrincheirados no posto de observação da Quercus, os visitantes conseguem ver durante todo o ano grifos (principal espécie abutre) e águias de bonelli. Imponentes, passeiam no ar toda a sua classe, exibindo uma envergadura superior a dois metros e meio com as asas abertas. Na outra margem do rio está Espanha, mas isso pouco lhes importa. Imperturbáveis, deambulam por entre as margens à procura de uma corrente de ar quente para se elevarem, na expectativa de avistarem alguma presa por entre as encostas escarpadas.

No meio desta imensidão de espaço, um olho menos treinado poderá ter alguma dificuldade em vê-las logo à primeira tentativa. "Olha ali mais um abutre do Egipto" aponta o coordenador da Quercus, Paulo Monteiro. Com alguma concentração é possível encontrar no meio do céu um ponto indefinido. E recorrendo à ajuda dos binóculos, lá se descobre que é um casal de abutres.


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O crepúsculo é talvez a melhor altura do dia para se estar aqui. Se o vento estiver contra nós, não é difícil descobrir um veado a ruminar no meio da vegetação das encostas. Mas assim que detectam a presença humana batem em retirada. Em época de caça em Espanha, é frequente ver veados em fuga a atravessarem o rio a nado para Portugal. Javalis também os há, mas mesmo com uma boa dose de sorte, é difícil encontrar mais algum vestígio para além de raízes arrancadas.


Observar animais, é apenas uma das actividades que pode fazer com o núcleo da Quercus no Tejo internacional. Ao longo dos 170 hectares que constituem esta reserva ecológica, é possível optar por entre os oito percursos pedestres existentes. De cantil e mochila às costas, só precisa de levar o guia da reserva para se orientar sozinho. Se tiver dúvidas tente seguir as marcas pintadas nas pedras. Os mais preguiçosos podem fazer alguns passeios de carro e as BTT também são bem vindas.

A melhor maneira de ficar a conhecer é embrenhando-se por entre os campos de matagal mediterrânico e sentir a fragrância do rosmaninho, tão característico desta zona. À medida que se avança, sente-se o ruído das pegas azuis (aves que vieram da China com os descobrimentos) que se atravessam à frente dos carreiros com o seu voo irregular.

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Mas de carro, bicicleta ou a pé, é proibido deixar de fora do itinerário a zona dos Alares. Seguindo a estrada de terra batida que vem do asfalto até ao rio, vire no cruzamento ao lado do antigo posto da guarda fiscal. Quase sem se aperceber terá chegado a uma impressionante aldeia fantasma.




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15. Estuário do Tejo

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O estuário do Tejo localiza-se no extremo ocidental do subcontinente europeu, sendo o maior da Europa Ocidental. É ainda uma das dez zonas húmidas mais importante para a avifauna aquática na Europa.

Nos finais do Terciário e início do Quaternário o estuário teria tido características diferentes. Seria muito provavelmente um estuário de águas pouco profundas e pantanosas que constituíam um sistema deltaico entrecortado por inúmeros canais. Actualmente a sua morfologia é bem diferente. Apresenta uma forma irregular e recortes caprichosos, evidenciando uma evolução complexa. Estuário de erosão, o Tejo está modelado por importantes depósitos de acumulação que, mercê da evolução geológica do estuário, se desenvolvem em grande extensão no mar da Palha, entre Barreiro e Alcochete.

A secção Beato - Montijo permite distinguir "grosso modo" dois troços; o 1º, a montante, parece corresponder ao ajustamento da erosão e da sedimentação num estuário mais antigo, enquanto o 2º, a jusante, decorrerá da erosão de estratos terciários em período mais recente. Cobre uma área de aproximadamente 32 000 ha, ficando emersa cerca de 40% da sua superfície na baixa-mar das marés de maior amplitude. A influência das marés faz-se sentir até Muge, a cerca de 80 Km de distância da barra. Porém, o limite da intrusão salina é menor, distando 50 Km da barra, ou seja até Vila Franca de Xira. A largura varia entre 2 e 15 km aproximadamente. A profundidade média do estuário é de 10,6 m.



A área máxima entre-marés sem vegetação, foi estimada em 116 km2, incluindo 16 km2 de antigas ostreiras e 100 km2 de bancos de vasa e de areia. Os sapais ocupariam uma área de 2.000 ha. Estruturalmente o estuário do Tejo apresenta uma geometria e parâmetros morfológicos bastante variáveis, podendo ser dividido em quatro zonas distintas A zona mais a montante tem uma morfologia deltaica e estende-se desde Vila Franca de Xira até à linha de Alcochete/Sacavém. Esta região do estuário é caracterizada por um sistema de mouchões, esteiros e grandes espraiados de maré, englobando, na sua quase totalidade, a Reserva Natural do Estuário do Tejo.



A riqueza biológica desta área é enorme. É a zona de nursery mais importante do estuário e alberga anualmente cerca de 100.000 aves invernantes. Segue-se-lhe uma área conhecida por Mar-da-Palha, que se estende até ao Cais do Sodré. Mais profunda que a anterior, esta é a maior zona do estuário e constitui uma espécie de mar interior onde vêm desaguar vários rios e ribeiras. É nas margens deste "Mar" que se localizam os grandes empreendimentos industriais que circundam o estuário. E é também nele que se fazem a maioria das travessias por barco entre as duas margens. A terceira zona do estuário forma um canal com uma profundidade que chega a atingir cerca de 40 metros.

Delimitado a norte pelos calcáreos do Cretácico e a sul pelas rochas detríticas (areias, argilitos, arenitos) do Miocénico, nas suas margens localizam-se as cidades de Lisboa e Almada. Finalmente o estuário começa gradualmente a dar lugar às águas marinhas. É a zona terminal que forma como que uma boca, imediatamente a seguir ao canal do estuário do Tejo e pode ser delimitada até à linha Bugio/S.Julião. O caudal médio anual do rio é de cerca de 400 m3 s-1, estando sujeito a uma larga variação mensal, de 1 a 2200 m3 s-1, tendo sido em situação de cheias, registados valores de 14 000 m3 s-1. O regime de marés é do tipo semi-diurno, sendo os tempos de enchente mais longos do que os de vazante.


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Considerada uma das reservas naturais mais importantes da Europa, é a zona húmida mais extensa do país com uma grande biodiversidade e variedade de habitats e uma das maiores extensões contínuas de sapal. Um dos factores que mais contribuem para o valor e importância desta reserva é a presença da avifauna aquática migradora, que totaliza cerca de 194 espécies de ocorrência regular.

Este ecossistema contribui decisivamente para a preservação de 14 espécies de aves. Na zona terrestre envolvente assinalam-se 35 espécies de mamíferos, como a lontra, 9 de répteis e 11 de anfíbios. No que diz respeito à flora podemos destacar os caniçais, a morraça, a gramata e a salgadeira.

A Reserva compreende também as zonas de mouchões (da Póvoa, Alhandra e Lombo do Tejo), salinas e parte da lezíria adjacente, e nela foram demarcadas duas reservas integrais: a Reserva Integral do Mouchão do Lombo do Tejo, que visa a protecção da nidificação de algumas espécies, e a Reserva Integral de Pancas, da qual faz parte a maior mancha de sapal do estuário que se desenvolve entre a foz do Rio Sorraia e Alcochete.


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Flamingos do Tejo​




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16. Campo Maior

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Zona de protecção especial de Campo Maior com fim à vista


É verdade, caso não o saiba, Campo Maior possui uma zona classificada de Zona de Protecção Especial para Aves( designada abreviadamente por ZPE) , devida principalmente á importância do nosso concelho no que diz respeito a aves estepárias, entre as quais se inclui a abetarda.

Desde o ano de 1995, ano em que foi proposta a construção da Barragem do Abrilongo, em pleno coração da Zona Protegida, que o habitat destas belas e raras aves tem vindo a ser destruído por inúmeros projectos de regadio patrocinados pelo Ministério da Agricultura com a conivência, por inércia, do Instituto para a Conservação da Natureza (ICN).

Só perante sucessivos apelos e pressões por parte de organizações ecologistas é que o ICN, considerando que a área a ser irrigada pela água proveniente da Barragem do Abrilongo seria demasiado extensa, propôs restrições a esta , em que ficaria limitada a uma porção da área norte da ZPE, mantendo-se intacta a zona Sul, devido á grande importância desta para as aves.

No entanto, e porque vivemos num país controlado pelos interesses de um poucos, o Ministério da Agricultura contornou este problema, autorizando a abertura de um elevado número de furos para implementação de Pivôs de rega na metade Sul da ZPE. Outra vez se assistiu á passividade do ICN. Mas quem acha que se ficou por aqui a destruição da metade sul da ZPE desengane-se, como se esta não estive-se suficientemente degradada, ainda foi permitida a plantação, de 500 hectares de vinha perante mais uma vez a passividade do ICN.

Contudo, nem tudo são incompetências e a Comissão Europeia abriu um processo ao Estado Português por violação da directiva de protecção das Aves, embargando as obras da Barragem do Abrilongo. Contudo mais uma vez o Ministério da Agricultura voltou a abrir concurso público para a implementação da rede viária e de rega que servirá a barragem, demonstrando deste modo a sua má fé em todo o processo.

Isto só ocorre porque de facto, não existe um Plano de Gestão para a ZPE de Campo Maior, permitindo assim que se faça o que se quer e se destrua um património de inigualável valor para a nossa região em troca de benefícios para uns poucos.

A alteração do habitat já teve como consequência uma significativa diminuição do número de abetardas na nossa região, e a prová-lo estão os números dos censos efectuados pela Liga para a Protecção da Natureza, em que segundo estudo efectuado em 1999, o número de abetardas rondava os 80 indivíduos, e em estudos posteriores realizados em Dezembro de 2000 e Janeiro de 2001 revelam os números alarmantes de 21 e 5 abetardas respectivamente.


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O modo como se tem desenrolado este processo, vem uma vez mais demonstrar o desrespeito com que o Governo Português trata os valores naturais do nosso País, restando-nos apenas a esperança que este processo seja tratado de modo exemplar no Tribunal Europeu.





João Costal
ZPE (condenada)
 

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17. Lagoa Pequena



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A Lagoa Pequena é uma parte de uma lagoa costeira importante na costa da Península de Setúbal - a Lagoa de Albufeira. Inclui a lagoa mais pequena, mais interior, e uma extensa área palustre a montante, separada da lagoa por um dique e alimentada pelas ribeiras da Apostiça e da Ferraria. Nesta zona palustre domina o caniçal, alguns choupos e salgueiros e também algumas áreas abertas de água doce. Na zona envolvente é de referir a importante mancha florestal da Apostiça e da Ferraria, assim como o conjunto dunar e costeiro da Lagoa de Albufeira.

Habitats: Florestas e matas (floresta de coníferas), Zonas húmidas (lagoas costeiras; vegetação ribeirinha)

Uso do solo: Conservação da natureza e investigação

Importância ornitológica
Este sítio é importante durante todo o ciclo anual para espécies de aves aquáticas. Os caniçais que rodeiam a Lagoa de Albufeira são importantes para aves aquáticas nidificantes, especialmente para a Garça-vermelha (Ardea purpurea), Garçote (Ixobrychus minutus) e recentemente do Camão (Porphyrio porphyrio), mas também para um grande número de passeriformes durante a passagem outonal das suas migrações.

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Conservação
Não existe qualquer plano de ordenamento ou de gestão para a conservação da natureza para o sítio Natura 2000 ou sítio Ramsar. Contudo, os terrenos incluídos neste sítio são propriedade do Instituto da Conservação da Natureza e encontram-sed vedados. Existe uma pressão urbanística e de recreio intensa nas imediações, e projectos de aldeamentos turísticos na envolvente. A qualidade da água é afectada pela descarga de duas ETARs a montante.

Ameaças: Industrialização/urbanização, Recreio/turismo




Farinha et al (2001)
 

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18. Cabo Espichel

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É um importante promontório situado perto de Sesimbra que forma a extremidade sudoeste da Península de Setúbal. Este local agreste, com poucas árvores e exposto ao vento marítimo, é pouco rico em termos de
aves nidificantes mas adquire particular importância durante a migração. É também bom para a observação de aves marinhas.

Especialidades: cagarra, pardela das Baleares, corvo-marinho-de-crista, falcão-peregrino, andorinhão-real, ferreirinha-alpina, estorninho-malhado

Outras espécies: ganso-patola, peneireiro-vulgar, gaivota-argêntea, mocho-galego, cotovia-de-poupa, laverca, rabirruivo-preto, chasco-cinzento, melro-azul, estorninho-preto

Raridades: felosa-bilistada, estorninho-rosado, escrevedeira da Lapónia, escrevedeira-aureolada

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Ganso-patola


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Cotovia de poupa​


Visita:
Cerca de 1 km antes de chegar ao farol, pode ver-se do lado direito algumas casas arruinadas e um troço de um velho aqueduto. Vale a pena prospectar estas construções, pois o mocho-galego pousa frequentemente sobre as mesmas. Os campos do lado esquerdo têm bandos de lavercas, cotovias-de-
poupa e os fios eléctricos são pouso habitual de peneireiros-vulgares e de bandos de estorninhos.

Ao chegar ao fim da estrada, mesmo antes do santuário, repare num pequeno “jardim” do lado direito da estrada, envolto por um muro. Este local é um refúgio de migradores no Outono. Já aqui foram observadas algumas raridades, como por exemplo a felosa-bilistada. Em Novembro ocorre o dom-fafe. O santuário de Nossa Senhora do Cabo, hoje abandonado, é pouco interessante para a observação de aves, sendo o pardal-comum a espécie dominante.

A estrada de terra que conduz ao farol passa junto a alguns cabos eléctricos, onde frequentemente pousam bandos de estorninhos-pretos, aos quais no Outono se juntam o estorninho-malhado e, ocasionalmente, o raro estorninho-rosado.
Passado o farol, pode descer-se até ao Cabo propriamente dito, onde é possível fazer observação de aves marinhas, sendo frequente observar aqui a cagarra, a gaivota-argêntea e o corvo-marinho-de-crista. Neste local ocorre regularmente o rabirruivo-preto e, no Inverno, a ferreirinha-alpina. O andorinhão-real, que nidifica nas zonas mais inacessíveis da costa escarpada, pode ser visto a sobrevoar este local na Primavera e no Verão.

Melhor época: Março a Abril / Setembro a Novembro

Distrito: Setúbal
Concelho: Sesimbra
Onde fica: na Península de Setúbal, 30 km a sul de Lisboa e 30 km a oeste de Setúbal. A partir de Setúbal, segue-se a N10 até Vila Nogueira de Azeitão e depois 23 km pela N 379 até ao Cabo Espichel; para quem vem de Lisboa, toma-se a A2 até ao Fogueteiro, depois a N378 até Santana e por fim a N379 durante 12 km até ao Cabo Espichel. Passada a localidade de Azóia, entra-se na zona mais interessante para a observação de aves.

Aqui perto: Serra da Arrábida, Lagoa de Albufeira, Sesimbra, estuário do Sado





avesdeportugal.info
 

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19. Estuário do Sado

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Uma das maiores zonas húmidas do país, o estuário do Sado é também um dos melhores locais para observação de aves em qualquer época do ano. Não é difícil observar 80 espécies num dia se forem visitados os principais locais e, em certas épocas do ano, é mesmo possível chegar às 100 espécies.

Especialidades: mergulhão-de-pescoço-preto, garça-vermelha, íbis-preta, flamingo, merganso-de-poupa, águia-pesqueira, caimão, alfaiate, fuselo, coruja-do-nabal, pica-pau-galego, petinha-ribeirinha, alvéola-amarela, pisco-de-peito-azul, felosa de Bonelli, chapim-de-faces-pretas, bico-grossudo, escrevedeira-dos-caniços

Outras espécies: corvo-marinho-de-faces-brancas, garça-boieira, garça-branca-pequena, garça-real, cegonha-branca, marrequinha, peneireiro-cinzento, tartaranhão-ruivo-dos-pauis, galeirão, pernilongo, ostraceiro, borrelho-de-coleira-interrompida, abibe, tarambola-cinzenta, perna-vermelha-comum, perna-verde-comum, maçarico-das-rochas, pombo-torcaz, coruja-do-mato, noitibó-de-nuca-vermelha, andorinhão-pálido, guarda-rios, pica-pau-malhado-grande, cotovia-de-poupa, andorinha-das-barreiras, rouxinol-bravo, fuinha-dos-juncos, rouxinol-grande-dos-caniços, felosa-poliglota, felosa-ibérica, estrelinha-de-cabeça-listada, trepadeira-azul, chapim-de-poupa, pega-azul, gralha-preta, escrevedeira-de-garganta-preta

Raridades: a lista de raridades observadas no estuário do Sado é muito extensa. Dela fazem parte:
mobelha-pequena, mobelha-grande, ganso-grande-de-testa-branca, marrequinha-americana, pato-de-touca-branca, pato-rabilongo, galeirão-de-crista, perna-amarela-grande, perna-amarela-pequena, maçarico-maculado, gaivota-de-bico-fino, petinha de Richard e petinha-de-garganta-ruiva.

Visita:
A Península de Tróia é uma restinga com cerca de 15 km de comprimento que é percorrida pela estrada Tróia-Comporta. A partir desta estrada obtêm-se boas vistas do estuário, especialmente da parte da tarde. É um bom local para observar flamingos, patos e diversas espécies de limícolas.

A Península da Carrasqueira é composta por uma pequena lezíria que se estende para norte a partir da aldeia da Carrasqueira. Nesta zona podem ver-se cegonhas-brancas, garças-brancas-pequenas, garças-reais, petinhas-ribeirinhas e escrevedeiras-dos-caniços. Ocasionalmente surge aqui a coruja-do-nabal. A fuinha-dos-juncos é muito comum e na Primavera, é um bom local para procurar a alvéola-amarela. Na extremidade norte desta península há um pequeno caniçal onde no Inverno pode ser visto pisco-de-peito-azul e o chapim-de-faces-pretas. Toda a península é contornada por um dique a partir do qual se obtêm boas vistas sobre o estuário, permitindo observar corvo-marinho-de-faces-brancas, bem como diversas espécies de patos e limícolas.

Mais para oeste, na estrada para Alcácer, há diversos complexos de salinas nas zonas de Cachopos, Torrinha e Batalha. Ao longo desta estrada é habitual ver-se a pega-azul.

Na margem norte o local mais acessível é a zona do Zambujal, onde junto à estrada se podem observar diversas espécies de aves aquáticas, incluindo mergulhão-de-pescoço-preto, íbis-preta, garça-branca-pequena, garça-vermelha, peneireiro-cinzento, tartaranhão-ruivo-dos-pauis, galinha-d'água,
pernilongo, alfaiate, borrelho-de-coleira-interrompida, perna-vermelha-comum, maçarico-das-rochas, guincho-comum, andorinha-do-mar-anã e petinha-ribeirinha. Nesta zona existe uma pequena população de
bispo-de-coroa-amarela.

A Herdade do Pinheiro é um dos melhores locais para observação de aves, tanto terrestres como aquáticas. As lagoas de Bem-Pais e da Sachola são um bom sítio para procurar o galeirão e diversas espécies de patos, sendo também um local de fácil observação do guarda-rios; os montados circundantes albergam pica-pau-malhado-grande, picanço-barreteiro, trepadeira-azul e, no Inverno, grandes bandos de pombos-torcazes. Infelizmente, nos últimos anos o acesso a esta zona tem estado muito condicionado e é fundamental obter autorização.

Melhor época: Agosto a Maio

Distrito: Setúbal
Concelhos: Alcácer do Sal, Grândola, Palmela e Setúbal.
Onde fica: o estuário do Sado estende-se ao longo de 50 km entre as cidades de Setúbal e Alcácer do Sal. É limitado a oeste pela Península de Tróia, a norte pela Cidade de Setúbal, a leste pela Herdade do Pinheiro e a sul pela estrada N 253. A partir de Lisboa toma-se a A2 em direcção a Setúbal, podendo cruzar-se pelo ferry-boat em direcção a Tróia



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