• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Corais e Invertebrados

Satpa

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Set 24, 2006
Mensagens
9,473
Gostos Recebidos
1
Corais e Invertebrados

Corais ou recife de corais ou ainda antozoários são animais cnidários e uma das maravilhas do mundo submarino. Os corais constituem colónias coloridas e de formas espantosas que crescem nos mares e podem formar recifes de grandes dimensões que albergam um ecossistema com uma biodiversidade e produtividade extraordinárias.

O maior recife de coral vivo encontra-se na Grande Barreira de Coral, na costa da Queensland, Austrália. Ele também é considerado o maior indivíduo vivo da Terra. Porém, devido à poluição e aquecimento marinho, está morrendo. A maioria dos corais desenvolve-se em águas tropicais e subtropicais, mas podem encontrar-se pequenas colónias de coral até em águas frias, como ao largo da Noruega.

Biologia dos corais

Os corais são os membros da classe Anthozoa que constroem um “esqueleto” que pode ser de matéria orgânica ou de carbonato de cálcio. Os restantes membros desta classe que não formam exosqueleto são as anêmonas.

Quase todos os antozoários formam colónias, que podem chegar a tamanhos consideráveis – os recifes - mas existem muitas espécies em que os pólipos vivem solitários.

Os pólipos têm a forma de um saco (o celêntero) e uma coroa de tentáculos com cnidócitos (células urticantes) na abertura, que se chama arquêntero. Os antozoários não têm verdadeiros sistemas de órgãos: nem sistema digestivo nem sistema circulatório, nem sistema excretor, uma vez que todas as trocas de gases e fluidos se dão no celêntero, uma vez que a água entra e sai do corpo do animal através de correntes provocadas pelos tentáculos.

No entanto, esta classe de celenterados tem algumas particularidades na sua anatomia:

Uma faringe, denominada neste grupo actinofaringe que liga a “boca” ao celêntero e que, muitas vezes, contem divertículos chamados sifonoglifos, com células flageladas, em posições diametralmente opostas, dando à anatomia do pólipo uma simetria bilateral.

Os mesentérios - um conjunto de filamentos radiais que unem a faringe à parede do pólipo. O grupo inclui os importantes construtores de recifes, conhecidos como corais hermatípicos, encontrados nos oceanos tropicais.

Os últimos encontrados, são conhecidos como corais de pedra, visto que o tecido vivo cobre o esqueleto composto de carbonato de cálcio. Os corahermatípicos obtêm muitos dos nutrientes de que necessita de actividade.enfim os corais são uma maravilha do submarinosimbiótica com a alga zooxantela.


Meu Aquario
 

caçador

GF Bronze
Membro Inactivo
Entrou
Set 24, 2006
Mensagens
25
Gostos Recebidos
0
Deixo aqui umas fotos de alguns corais e invertebrados que habitam no meu aqua
 

Satpa

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Set 24, 2006
Mensagens
9,473
Gostos Recebidos
1
Classificação dos Corais

Classificação dos Corais

Os corais são divididos em 3 grupos, os corais LPS, SPS e Softs.

thumb.php

Os corais LPS na minha opinião sao os mais fascinantes pois tem uma diversidade enorme de cores e não são duros e imóveis como os corais SPS. O significado da sigla LPS é Large Polips Stony, ou seja um coral de corpo duro, com pólipos grandes. Exemplos de corais LPS, são Blastomussas, Bubbles, Trumpet’s, Brains, Frogs, Open Brain, Plates, Suns, Torch, e outros.

005aw.jpg

Os SPS, são muito interessantes porém tem um crescimento lento. A sigla SPS significa Small Polips Stony, ou seja corais de esqueleto duro com pólipos pequenos. Não sobrevivem sem uma fonte de cálcio constante que é frequentemente encontrada no Oceano, são muito sensíveis a mudanças no ambiente, tanto quanto iluminação, temperatura e níveis de água, como Cálcio, Magnésio e Estrôncio. Exemplos de corais SPS, são Montiporas, Porites, Acróporas, Seriatóporas, e muitos outros.

001gxp.jpg

Os Softs, sao muito interessantes, como o nome já diz são moles e nao possuem esqueleto, ou seja fica balançando ao sabor da movimentação água, não são encontrados com tanta frequência nos recifes rasos, apesar de se reproduzirem rapidamente e terem um crescimento muito rápido, não necessitam de iluminação forte para manter seu esqueleto (já que não o possuem) por isso costumam governar as partes fundas dos recifes juntamente com os corais NPS que será explicado o que são em outro Post. Exemplos de corais Softs, são Leather’s, Actinodiscus, Xênias, Zoanthus e muitos outros.


Fonte: Aquarium Brasil
 

Satpa

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Set 24, 2006
Mensagens
9,473
Gostos Recebidos
1
Conheça os Corais

Conheça os Corais

As antiquíssimas estruturas dos ambientes coralinos beneficiam numerosas espécies de algas e animais, pertencentes a quase todos os grupos, que ali se reproduzem. Forma-se assim um extraordinário ciclo biológico, que apresenta processos únicos de produção de matéria orgânica e reciclagem de nutrientes.

Entre os corais e hidrocorais brasileiros, é grande a presença de espécies endêmicas, formadoras de conjuntos faunísticos sem similar. Entre todos os ecossistemas, são os ambientes coralinos que provavelmente apresentam maior eficiência na absorção de carbono e nitrogênio, bem como maior produção de matéria orgânica, fenômenos que dependem em larga medida de um equilíbrio biológico complexo e muito característico. A multiplicação de pesquisas e de publicações sobre o assunto tem contribuído para ressaltar a importância científica e econômica desses ambientes, sujeitos em diversos países a rigorosas normas de proteção. No Brasil, tal preocupação data de, pelo menos, 1969, ano em que Aylthon Brandão Joly, Eurico Cabral de Oliveira Filho e Walter Narchi, da Universidade de São Paulo, apresentaram o projeto de Criação do Parque Nacional Marinho da região de Abrolhos, no litoral da Bahia, iniciativa finalmente oficializada em 1983.

Os recifes e demais regiões coralinas, que se estendem por mais de 3.000 quilômetros ao longo da costa brasileira, vêm sofrendo, em rítmo crescente, atentados que ameaçam ou mesmo desfiguram fauna e flora, com consequências danosas sobre a complexa reciclagem de nutrientes e a sobrevivência das espécies. Em certos casos, compromete inclusive a proteção do litoral.

Os corais verdadeiros (ou pétreos) são cnidários antozoários da ordem Scleractinia. Como anêmonas-do-mar, zoantídeos, octocorais e demais antozoários, o indivíduo (ou pólipo) tem a forma de um cilindro oco, fechado na parte inferior e expandido para cima. Forma-se aí um disco oral, em cujo centro está a boca, única abertura do corpo, que se apresenta cercada por um ou vários círculos de tentáculos (fig. 1).

Imagem054.jpg

O interior do cilindro, ou cavidade gastrovascular, é dividido em câmaras por lâminas carnosas, chamadas septos gástricos ou mesentérios, onde se desenvolvem os órgãos reprodutores (gônadas) e os filamentos que concentram as glândulas produtoras de enzimas proteolíticas, substâncias essenciais à digestão de proteínas. Um tubo oco e ciliado (faringe) estabelece a comunicação entre a boca e a cavidade gastro-vascular, funcionando também como válvula que permite a manutenção da pressão hidrostática dentro da cavidade única do animal.

Tanto a parede da faringe como a do resto do corpo (base, disco oral, coluna e tentáculos) são constituídos por duas camadas de tecidos: a epiderme (externa) e a endoderme (ou gastroderme), separadas entre si por um extrato intermediário chamado mesogléia, de consistência gelatinosa e portadora de células provenientes das duas camadas. A epiderme (principalmente no caso dos tentáculos) e a endoderme (principalmente no caso dos filamentos gástricos) apresentam grande número de nematocistos, estruturas intercelulares que geralmente contêm secreções peçonhentas, destinadas à paralisação da presa ou à defesa do próprio animal e do território que habita. Algas microscópicas chamadas zooxantelas vivem em simbiose (isto é, em associação) dentro das células endodérmicas das espécie.- hermatípicas (que participam da formação dos recifes) e de outros antozoários.

Além de conter cílios cujo movimento produz uma corrente de água, a faringe dos pólipos fabrica um muco que também auxilia na remoção de sedimentos que eventualmente logram passar pelo disco oral. Não há defesa, porém, contra a sedimentação excessiva, que literalmente entope os pólipos, causando sua morte.

Alguns antozoários vivem isolados de seus semelhantes. Outros, como a maioria dos corais, constituem colônias que apresentam grande variedade de forma, cor, tamanho e tipos de construção. A reprodução sexuada ocorre com fecundação externa ou interna. A larva resultante (plânula) apresenta cílios e permanece em suspensão, integrada ao plâncton, até fixar-se em local apropriado. As colônias podem originar-se de uma plânula recém-fixada ou do crescimento vegetativo de colônias preexistentes, neste caso por reprodução assexuada.

Desde o início de seu desenvolvimento, os pólipos de coral secretam carbonato de cálcio pela epiderme da base, formando assim seu esqueleto externo, que cresce entre as lâminas carnosas a que nos referimos. Assim, cada pólipo pode retrair-se para o interior de um cálice (ou coralito). Nesta situação, eles se capacitam a resistir melhor a injúrias ou a dessecação que pode ocorrer durante as marés baixas. Como a comunicação entre os pólipos se faz por cima do esqueleto, normalmente toda a superfície superior da colônia permanece recoberta de tecido vivo.

É extraordinária a biologia dos ambientes coralinos, que interessa a todas as áreas das ciências naturais, inclusive a farmacologia. Podemos chamar os corais recifais de “agricultores do mar”, pois eles, assim como os gorgonáceos, os zonoantídeos e várias espécies de anêmonas que habitam regiões coralinas, abrigam grande número de zooxantelas, algas marinhas da família Dinophyceae que, como vimos, vivem em simbiose dentro das células da endoderme, constituindo assim o “fitoplâncton aprisionado”. Por isso necessitam de águas rasas e bem iluminadas, onde realizam adaptações de forma, comportamento e estrutura para expor as “hortas de zooxantelas” à máxima luz.

A fotossíntese realizada por essas minúsculas algas produz mais compostos orgânicos e oxigênio do que os corais hospedeiros necessitam. Assim, durante o dia, geralmente com tentáculos retraídos e “zonas de cultivo” (fig. 2) distendidas em busca de luz, estes últimos repassam ao ambiente substâncias para o incremento do ciclo biológico.

Imagem055.jpg

Além disso, as zooxantelas participam ativamente de reações que levam à formação e fixação do carbonato de cálcio nos esqueletos dos corais verdadeiros e hidrocorais. Para tal, elas utilizam e reciclam o gás carbônico, logo transformado em ions de carbonato e bicarbonato, que reagem com os íons de cálcio ativamente bombeados para fora pela epiderme dos pólipos. A calcificação que ocorre nos corais de águas profundas ou em outras situações de obscuridade, feita portanto sem a participação das zooxantelas, demora até 14 vezes mais.

A maioria dos cnidários recifais pode ocupar diferentes níveis tróficos na cadeia alimentar do ecossistema a que estão integrados. Podem, inclusive, alimentar-se de sua “horta” interna de algas, que são fagocitadas e digeridas em regiões especializadas do organismo de certas espécies que, portanto, podem ser consideradas herbívoras. Esse é um dos mecanismos que permitem o controle do tamanho das populações de algas no interior de cada pólipo. A noite, com disco oral e tentáculos geralmente expandidos, com estruturas de cultivo contraídas, as espécies recifais se tornam, como os demais cnidários, carnívoras. Com a ajuda de correntes produzidas pelos cílios, ingerem zooplâncton; com os nematocistos dos tentáculos ou dos filamentos gástricos, caçam moluscos, crustáceos e outros animais Assim, ocupam outro nível trófico. Segundo alguns pesquisadores, há espécies de corais recifais que também podem alimentar-se das fezes de alguns peixes, assumindo neste caso, papel detritívoro.

A complexidade da teia alimentar é imensa. Pólipos de corais, anêmonas e zoantídeos liberam permanentemente um muco que contém nematocistos e exerce diversas funções, da defesa contra predadores à proteção contra a dessecação em marés muito baixas. Esse muco é utilizado na alimentação de várias espécies de zooplâncton, de animais do fundo do mar (benthos), de alguns peixes e até de bactérias. Estas também se utilizam da matéria orgânica em suspensão, compartilhada por diversas espécies, reciclando-a em minerais. Nitratos e fosfatos revertem para as algas, o fitoplâncton e as zooxantelas.

A complexidade da teia alimentar, a variedade de flora e fauna e a diversidade de habitat tornam os ambientes coralinos, quando em equilíbrio, altamente produtivos e auto-suficientes. Como os mares tropicais são em geral pobres em nutrientes, esses ambientes beneficiam não apenas seus habitantes permanentes, mas também outras espécies, como os peixes, que tem ali local privilegiado para a reprodução. Como se sabe, quanto mais complexo um ecossistema, mais delicado seu equilíbrio.


Fonte: Revista Aquarista Junior nr. 05
 
Topo