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Fraude pela Internet. Segundo dados avançados pela PJ, o crime de burla através de contas bancárias via 'online' tem "aumentado exponencialmente". Investigação lançou um alerta para evitar que o cidadão seja enganado. Num ano, foram recebidas mais de 200 queixas na PJ
Golpes de fraude 'online' estão a subir desde 2007
Se não fosse uma chamada do gestor de conta de Eduardo, nome fictício, o engenheiro, de 58 anos, teria sido uma das 230 vítimas de phishing (forma de burla informática) que apresentaram queixa na PJ nos últimos 12 meses.
Eduardo fazia, todos os meses, transferências bancárias para a filha que morava em Roma, Itália, na ordem dos mil euros. Atentos a este novo tipo de burla informática de desvio de dinheiro através de contas bancárias online, o banco avisou o seu cliente quando verificou, um dia, que a quantia da transferência era bastante mais elevada do que o habitual.
Houve "uma subida exponencial no último ano", segundo o que o subdirector do Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF) da PJ, Carlos Cabreira, explicou ao DN.
Os números falam por si e já levaram, inclusive, a PJ a redigir um "alerta ao cidadão" como forma de evitar que esta prática prolifere.
No total, foram 2,11 milhões de euros que foram desviados pelos autores deste tipo de burla, com maior incidência em Lisboa, Porto, Leiria e ainda na zona do Algarve, que resultaram, para já, a três detenções.
As investigações deste ano começaram por denúncias feitas por particulares mas, na maioria dos casos, foram feitas por entidades bancárias.
Concretizando, phishing é um tipo de fraude electrónica caracterizada por tentativas de adquirir informações, tais como senhas e números de cartão de crédito, por alguém que se faz passar como uma pessoa confiável ou por uma empresa enviando um e-mail ou uma mensagem de telemóvel. "Este tipo de actividade ilícita baseia-se em situações em que alguém, utilizando a banca online, de uma forma ou de outra se apropria de dinheiro alheio", explicou o subdirector da DCICCEF ao DN.
O tipo de vítima desta actividade, segundo a mesma fonte, não tem um perfil típico. "São pessoas que consultam os serviços dos bancos online e que não não "têm os cuidados suficientes na utilização", explicou.
Este ano, o norte-americano Bank of Lancaster County foi um dos alvos de um novo modus operandi de phishing. Mas, neste caso, está em causa uma técnica diferente das formas tradicionais . É que o e-mail enviado pedia às vítimas para ligar para um número de telefone gratuito para reactivar o cartão de crédito.
As investigações deste tipo de crime podem vir a ser prejudicadas, já que, em Setembro deste ano, mais de 300 inquéritos de crimes informáticos foram arquivados pela PJ só na comarca de Lisboa.
Em causa, segundo o que foi divulgado na altura, está a impossibilidade, nas novas leis penais, das autoridades acederem aos dados de tráfego electrónico.
A lei só permite que os dados de tráfego cibernético sejam requeridos em investigações de crimes com penas superiores a três anos, que não é o caso. A burla informática é punida em Portugal com pena de prisão de até três anos ou pena de multa.
DN