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Serra da Estrela: proposta criação de três zonas de exploração micológica

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Serra da Estrela: proposta criação de três zonas de exploração micológica para rentabilizar cogumelos

O Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) propôs aos Ministérios do Ambiente e da Agricultura, a criação de três zonas de exploração micológica para rentabilizar a produção de cogumelos na região, anunciou hoje fonte do organismo.

Segundo o técnico do PNSE Fernando Matos, um levantamento realizado em 2004 indicou que existiam condições para a criação de três zonas de exploração micológica em Penhas Douradas (Manteigas), Fernão Joanes (Guarda) e Cortes do Meio (Covilhã), por apresentarem um "maior potencial" para a produção de cogumelos.

"Com a criação destas zonas pretende-se não só retirar mais-valias para a população mas também beneficiar a floresta, não deixando que ela se degrade", disse o técnico, indicando que no futuro, o apanhador só poderá recolher cogumelos nestas áreas, mediante autorização das entidades responsáveis pela sua gestão.

Salientou que o PNSE aguarda pela conclusão do processo de reconhecimento pelas entidades competentes para que as zonas possam ser criadas, mas adiantou que já foi pedida autorização para que este ano possa ser sinalizada a zona de exploração micológica de Fernão Joanes, com uma área de 600 hectares.

Por outro lado, o processo de Fernão Joanes é aquele que está mais avançado, fruto do interesse demonstrado pela Junta de Freguesia.

"Foi feita a identificação dos cogumelos existentes e foi dada formação a uma dúzia de habitantes, para possíveis colectores, para acompanharem os possíveis turistas/apanhadores de cogumelos, no sentido de os elucidar como é que se devem apanhar, evitando-se assim uma apanha desregrada", contou.

A formação ministrada também incluiu indicações "sobre quais os cogumelos que são comestíveis, para evitar possíveis problemas nos apanhadores", disse.

Fernando Matos também indicou que no âmbito da candidatura "foi feito um código de conduta de apanha, foi elaborada uma proposta de possível portaria para regulamentação das zonas e agora é aguardar pela publicação".

Admitiu que, no futuro, o processo poderá evoluir para a criação de "pequenas unidades colectoras de cogumelos, evitando assim que os mediadores colectores adquiram os cogumelos a preços insignificantes e que os vendam em Espanha", sendo criadas mais-valias para as populações locais.

Identificadas 98 espécies de macrofungos silvestres

O levantamento que suportou a candidatura para a criação da futura zona de exploração micológica de Fernão Joanes menciona que naquela zona "foram identificadas 98 espécies de macrofungos silvestres".

Míscaro amarelo, míscaro branco, escamosos, turtulhos, sanchas, carneiras, língua de vaca, cepas, raivacas e laranjas, são as nomenclaturas vulgares de algumas das espécies existentes naquela área do concelho da Guarda.

Do total de espécies inventariadas em Fernão Joanes, "existem outras que, sendo comestíveis, poderiam também ser utilizadas para consumo próprio e/ou para comercialização, como acontece em muitas outras regiões do país. No entanto, por desconhecimento, estas não são aproveitadas pela população local", refere o documento a que a Lusa teve acesso.

O presidente da Junta de Freguesia de Fernão Joanes, Daniel Vendeiro, considera que o projecto "é importante" para a localidade "porque os cogumelos são uma das nossas riquezas e, se for bem aproveitada, trará rendimento".

"Este projecto não vai ter impacto logo de início mas, se for bem trabalhado e divulgado, poderá dinamizar o comércio da região", considerou o autarca.

Daniel Vendeiro recordou que a Junta de Freguesia está a tratar do processo "há vários anos, em estreita colaboração com o PNSE" e ambas as entidades estão "à espera que a legalização possa acontecer o mais breve possível".




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