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Vice-presidente da Caixa é o novo presidente do BPN

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Francisco Bandeira vai liderar a nova equipa de gestão. E o seu trabalho poderá ser mais difícil do que se previa anteriormente.

A Caixa Geral de Depósitos toma formalmente conta do Banco Português de Negócios (BPN) já na segunda-feira e a nova equipa de gestão será liderada por Francisco Bandeira, vice-presidente do banco público, apurou o Diário Económico junto de fontes próximas do processo.

A escolha do número dois do presidente da CGD, Fernando Faria de Oliveira, mostra que o banco estatal não quer correr riscos na gestão de um processo com enorme sensibilidade política, envolvendo uma nacionalização e o resgate com dinheiro dos contribuintes de uma instituição afogada por operações ruinosas e alegadamente irregulares.

Até porque, segundo as mesmas fontes, novas situações de gravidade ainda por apurar têm vindo a ser descobertas. O retrato mais focado da situação real do BPN só será conhecido após a conclusão do relatório da auditoria conjunta solicitada à Deloitte pelo Banco de Portugal e pela actual administração do BPN, liderada por Miguel Cadilhe. Esta, em termos preliminares, situou o valor das responsabilidades do BPN em cerca de 700 milhões. Uma parte será recuperável através da venda de activos. Outra, calculada pela supervisão e pelo Ministério das Finanças em “algumas centenas de milhões de euros”, será assumida pela CGD – ou seja, pelos contribuintes, mesmo que de forma indirecta.

Mas a imagem em alta definição de todos os prejuízos depende ainda da avaliação da situação patrimonial do BPN por dois bancos de investimento internacionais. Estes ainda não foram escolhidos pelo Ministério das Finanças, mas um deles será provavelmente a Morgan Stanley, que já tem feito algum trabalho dentro do banco, o que poderá atalhar caminho.

As irregularidades alegadamente cometidas durante os mandatos de José Oliveira e Costa foram sendo comunicadas ao Banco de Portugal a partir do momento em que a presidência do BPN foi assumida por Abdool Karim Vakil e, mais tarde, por Miguel Cadilhe, que permitiram ambos dar novo impulso ao processo.

A CGD conta já com dois elementos dentro do BPN – os administradores Norberto Rosa e Pedro Cardoso – enviados em missão de reconhecimento, como batedores, na passada segunda-feira. Não se sabe ainda se farão igualmente parte da equipa de Francisco Bandeira, que ainda estará a definir o conjunto de administradores com que trabalhará. Certo é que hoje é o último dia em funções da administração de Cadilhe que, por causa da nacionalização decidida no fim de semana passada, acabou por entrar em conflito com Vitor Constâncio pela segunda vez em menos de um ano. A primeira, igualmente quando tentava recuperar uma instituição financeira em situação difícil, foi quando se candidatou à liderança do BCP, correndo contra Carlos Santos Ferreira.

A entrada definitiva da Caixa Geral de Depósitos no BPN depende ainda da publicação do decreto de nacionalização ontem aprovado na Assembleia da República. No entanto, este ainda terá de passar pelo crivo do Presidente da República. E embora os prazos sejam apertados, o carácter de urgência conferido pelo Governo a este processo poderá acelerar os próximos passos. Ontem, à hora de fecho deste jornal, a legislação ainda não tinha sido enviada para Belém.

Diário Económico
 
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