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Exposição Realidade e Capricho com 30 obras pintura flamenga

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Exposição Realidade e Capricho com 30 obras pintura flamenga

Trinta obras de pintura flamenga e holandesa dos séculos XVI e XVIII da Fundação Medeiros e Almeida, estão expostas pela primeira vez na sede da entidade, em Lisboa, revelando o gosto do coleccionador pela época áurea da pintura europeia.

Realidade e Capricho» é o título da exposição organizada pela fundação e que estará patente até 31 de Maio no piso térreo da Casa-Museu, localizada na Rua Rosa Araújo, em Lisboa, onde António Medeiros e Almeida (1895-1986) viveu com a mulher, e onde se encontram muitas das obras da sua vasta colecção de arte antiga.

O título da exposição, comissariada por Anísio Franco, «mostra as paisagens realistas, por um lado, e por outro a pintura caprichosa, mais fantasista, sobretudo nas representações de belíssimas flores e insectos, com muitos detalhes», observou a directora da fundação, Teresa Vilaça, em entrevista à Agência Lusa.

A pintura é o núcleo maior de uma colecção de arte antiga que reúne ainda 700 relógios, mobiliário, porcelanas da china, caixas de atabaco, tapeçaria, arte sacra, joalharia e pratas.

Empresário de sucesso, António Medeiros e Almeida, de origens açoreanas, nasceu em Lisboa, e a sua paixão pela arte levou-o a adquirir inúmeras peças sobretudo no pós-guerra a coleccionadores europeus.

«Estava-se no final da II Guerra Mundial e muitas pessoas precisavam de dinheiro, e por isso venderam as obras de arte que tinham em condições apetecíveis», recordou Teresa Vilaça.

Como não teve filhos, criou a fundação com o seu nome em 1973, que passou a gerir a colecção, «actualmente fechada, ou seja, as peças não estão à venda nem se compram mais para aumentar o acervo».

Porém, a Fundação Medeiros e Almeida faz intercâmbios com muitos museus e outras entidades nacionais e internacionais para expor as obras da colecção.

Duas importantes peças de porcelana chinesa - as primeiras da dinastia ming a vir da China para a Europa, para D. Manuel I - estiveram nos Estados Unidos na grande exposição «Incompassing the Globe» dedicada aos Descobrimentos portugueses.

«Realidade e Capricho» mostra «uma pintura muito minuciosa, herdeira das iluminuras do final da Idade Média.

Os pormenores muito pequenos foram realçados com uma iluminação especial, em diafragma, colocada nalguns quadros, dando a impressão visual de três dimensões», destacou a responsável pela Casa-Museu.

Cenas bíblicas, paisagens marinhas, retratos, naturezas mortas e outras cenas do quotidiano foram os temas preferidos pelas famílias da classe média emergente que encomendou este tipo de pinturas.

Além dos quadros, encontra-se exposto também um contador do século XVII folheado a ébano com pinturas a óleo no interior das portas, e nas pequenas gavetas do interior.

«Ressurreição de Lázaro», de Jacob Willensz de Wet, «A Virgem e o Menino com Santa Isabel, São Zacarias e São João Baptista», do atelier de Peter Paul Rubens, retratos de Margarida de Parma, Pedro Menéndez de Avilés, por António Moro, um retrato de Rembrandt criado pela própria oficina do pintor, um retrato de D. Catarina de Bragança, por Jacob Huysmans, são algumas das pinturas incluídas na exposição.

Um conjunto alargado de pinturas de Jan van Goyen, e também de Cornelius van Essen, Jan van Kessel, Simon Peeterz Verelst, Jan van Huysum e Peter Franz Casteels são outros dos artistas representados nesta mostra de pintura da colecção Medeiros e Almeida.

Teresa Vilaça sublinhou que esta é a quarta exposição que a entidade organiza com base na colecção e a filosofia é fazer uma temporária todos os anos para continuar a divulgar o acervo da casa-museu.

A entidade - que possui uma área que foi habitada pelo fundador entre 1940 e 1970, e mantém o ambiente original - recebe anualmente entre seis a sete mil visitantes, possuindo serviços educativos que acolhem visitas das escolas.





Diário Digital / Lusa
 
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