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[Relato] A Ladeira Assombrada

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Fev 29, 2008
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á uns 15 anos eu, minha ex-namorada e minha ex-cunhada resolvemos passear no Alto da Sé, em Olinda, numa noite do meio da semana. Estávamos de férias e queríamos nos divertir um pouco, embora o tempo estivesse um pouco chuvoso. Deixamos o carro em frente ao Clube Atlântico e caminhamos pela Rua Prudente de Morais. Seguimos pelos Quatro Cantos e chegarmos ao final da rua, onde há uma escola de música. Dobramos à direita e passamos em frente ao famoso "Pau-do-índio". Os minutos se arrastavam com a conversa animada e a falta de compromisso. Sem pressa, finalmente chegamos ao Alto da Sé.


A chuva, que até então era só chuvisco, começou a engrossar e passou disso para um temporal raro de se ver no Recife ou em Olinda. Muito trovão e relâmpago, além de um vento que não nos deixou muita alternativa senão tentar nos espremermos sob uma das marquises da igreja que existe no topo da Ladeira da Misericórdia.


Passado algum tempo, tivemos certeza que a idéia de ir para o Alto da Sé naquela noite tinha sido absolutamente equivocada. Molhados feito pintos, resolvemos nos recolher à nossa insignificância diante daquele fenômeno da natureza e partirmos para a volta. Como o carro estava parado na frente do Clube Atlântico, resolvemos descer pelo lado oposto pelo qual havíamos subido. Então nos dirigimos à Ladeira de São Francisco, mesmo com o céu desabando. Estamos completamente ensopados e apressados, pois não havia absolutamente ninguém nas ruas.


Bem, foi ai que, ao olharmos para frente - a cerca de uns 50 metros à nossa direita - vimos uma freira vestida de preto, com um guarda chuvas, parada na calçada em frente a um dos antigos casarões da ladeira. Não podíamos acreditar naquela cena surreal. Que diabos aquela freira estava fazendo sozinha, segurando um guarda-chuva no meio da ladeira, numa noite daquelas?


Imaginamos que ela deveria estar pensando o mesmo de nós e, para a nossa surpresa, ao passarmos ela nem sequer nos olhou, continuando de costas. No exato momento que passamos por aquela figura, eu disse para a minha ex-cunhada:

- Não olha pra trás que essa freira sumiu!

Eu estava tentando bancar o engraçado. Porém, minha cunhada se virou de sopetão e exclamou:

- Sumiu!!!! Ela sumiu!!!!

Quando nos viramos para trás e não vimos à freira, “desabamos” numa carreira que só terminou dentro do meu querido fusca, na frente do Clube Atlântico. Detalhe: apesar de ter passado na frente do Pau-do-índio, naquela noite eu não havia bebido nada!


Relato de Anderson Rocha
 
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