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Cancro: Portugal não está preparado para aumento de doentes

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Cancro: Portugal não está preparado para aumento de doentes

Portugal não está preparado para o aumento do número de doentes oncológicos nem para o aumento da esperança média de vida destes doentes, podendo o Sistema Nacional de Saúde deixar de ter sustentabilidade ou os doentes deixarem de ter tratamento.

O alerta é feito pelo presidente do Colégio da Especialidade de Oncologia Médica, uma das entidades responsáveis pela elaboração da «Carta de Princípios», onde é denunciado o «desperdício e ineficiência» na utilização dos recursos empregues na luta contra o cancro e é proposta uma «reforma na prática» da oncologia em Portugal.

No entender de Jorge Espírito Santo, o cancro apresenta-se como a próxima epidemia e Portugal não tem actualmente condições para lidar com essa possibilidade.

«Não estamos preparados neste momento em termos de meios, organização, recursos humanos para suportar o que aí vem e alguma coisa há-de ficar para trás e se nada for feito pode acontecer que, no limite, ou o sistema de saúde em si deixa de ter sustentabilidade ou há doentes que deixam de ter acesso a cuidados», defendeu, em declarações aos jornalistas na apresentação, em Lisboa, da «Carta de Princípios».

Com esta «Carta de Princípios», vários representantes dos oncologistas fazem um retrato negativo do tratamento do cancro em Portugal, apontando «desperdício e ineficiência» na utilização dos recursos, falta de profissionais, bem como inexperiência e incapacidade de alguns médicos.

«Achamos que há desperdício em determinados aspectos porque os doentes estão a ser tratados de uma maneira isolada em determinadas localizações que não são o ideal, não têm critérios de qualidade para tratar este doente e que, por outro lado, há um desperdício em termos de recursos humanos porque as pessoas estão dispersas a trabalhar isoladamente e não em conjunto como tem de ser com o doente oncológico», apontou, na mesma ocasião, a presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO), outra das entidades responsáveis pela «Carta de Princípios».

Com isso, como sublinhou Helena Gervásio, é o doente quem, naturalmente, sai mais prejudicado.

«Acaba por ser prejudicado, infelizmente, porque por vezes chega-nos para determinado tratamento quando não era o ideal ou quando já alguém o tratou isoladamente sem ter uma noção de qual era o tratamento multidisciplinar indicado para ele e chega-nos numa fase em que, se calhar, já vamos fazer um tratamento paliativo», observou a presidente da SPO.

Contra os desperdícios e por uma reforma na forma de fazer oncologia em Portugal, Helena Gervásio aponta directrizes.

«Começamos por exigir uma equipa multidisciplinar e a constituição desta equipa com especialistas que sejam experientes e que tenham um número mínimo de casos para que se possa admitir que possam continuar a trabalhar na área. Depois, [é preciso fazer] a rede de referenciação, fazer uma boa coordenação com todos os outros hospitais. Por fim, a própria investigação e a própria formação também tem de ser contempladas», explicou a especialista.

A «Carta de Princípios de Coimbra», de seu nome completo, foi elaborada pela Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO) e Colégios das Especialidades de Oncologia Médica e de Radioterapia e já foi enviada ao Ministério da Saúde, Ordem dos Médicos, Ordem dos Enfermeiros e Coordenação Nacional para as Doenças Oncológicas.


Diário Digital / Lusa
 
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