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“Mais do que burlona ela é uma assassina”

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RoterTeufel

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Crime: Taxista de Lisboa descreve ao CM envenenamento e roubo
“Mais do que burlona ela é uma assassina”

"Só me lembro de estar encostado no banco do carro, de olhos abertos, mas sem conseguir mexer um único músculo. E de vê-la tirar-me os fios de ouro pela cabeça sem conseguir reagir. Depois só acordei todo entubado no hospital de Aveiro. Foi sorte não ter morrido. E por isso digo que ela é uma assassina, não uma simples burlona" – que continua à solta depois de drogar dezenas de pessoas no País todo para roubar. Neste caso, a vítima é Fernando Conceição, taxista, de 47 anos, que perdeu "tudo o que tinha, até a própria família", por causa de Paula Neves, a ‘burlona da net’. "Ainda hoje estou a pagar por isso."

Fernando conheceu Paula Neves em Abril de 2007. "Por acaso. Apanhei-a no Martim Moniz [Lisboa] e levei-a a um cabeleireiro na avenida Visconde Valmor. Disse-me que era a drª Lídia Franco, advogada, e começou com falinhas mansas sobre taxistas bons. Pediu-me o contacto e eu dei. Ligou um mês depois. Pediu que a fosse buscar a Fátima e a trouxesse a Lisboa. Fiz o serviço, pelo qual pagou 150 euros, e ela prometeu ligar de novo."

Dias depois, já em Junho de 2007, Paula Neves cumpre o prometido. "Quis que eu fosse buscá--la a Santarém. Tinha um julgamento em Nelas. Era de manhã e, como o táxi com que trabalho estava com o meu sócio, levei o meu carro pessoal. Pagava 70 cêntimos ao quilómetro. Já no carro mudou de rota e disse que tinha de passar pelo Barreiro. Estranhei, mas não liguei muito. No caminho parou numa pastelaria para comprar bolos e sumos. Depois seguimos em direcção a Aveiro." A armadilha estava montada.

"O PIOR FOI PERDER A MINHA FAMÍLIA"

"Quando chegámos a Aveiro, ela pediu para eu encostar o carro porque tinha as pernas inchadas. Ofereceu-me sumo e eu aceitei. Era amargo, mas disse para eu abanar pois era de fruta concentrada. Senti-me estranho e encostei-me", recorda Fernando ao CM. "Pouco depois, já não me mexia. Tirou-me tudo o que conseguiu, ficaram os anéis de ouro porque os dedos incharam." Paula Neves roubou-lhe ouro no valor de cinco mil euros e 350 euros em dinheiro. "Acordei no hospital, desorientado. Arranquei os tubos e fugi. Peguei no carro mas bati em dez veículos estacionados. Despistei-me e parti o carro todo." Mas "o pior foi perder a família. A minha mulher nunca compreendeu e, após 20 anos, separámo--nos. Deixei de viver com os meus filhos [rapaz, de 17 anos, e menina, de nove] e passei a estar num estado permanente de ansiedade e a sofrer de insónias e tensão alta."

QUIS SABER PESO PARA PREPARAR ENVENENAMENTO

De acordo com Fernando Conceição, num dos serviços anteriores ao que terminou quase tragicamente em Aveiro, Paula Neves preparou o terreno para o seu objectivo. "Perguntou qual era o meu peso e a actividade física que eu praticava. Agora sei que era para preparar o veneno na quantidade certa. Não deve ter feito bem as contas e pôs droga a mais no sumo, pois se não fosse o hospital de certeza que tinha morrido", confessa o taxista, que andou "cinco dias com o organismo totalmente desregulado". Fernando acredita ainda que "num dos serviços efectuados ela foi vender ouro roubado a outra vítima à praça do Chile, Lisboa". "Na altura, disse que era de uma tia, mas tenho a certeza de que era roubado. E foi aí que ela foi vender o ouro que me roubou."

OUTROS CASOS

DEIXA NOIVO NO ALTAR

Em Maio de 2002, Paula Neves abandonou o noivo no altar. As explicações da burlona à vítima foram tão convincentes que o homem julgou que Paula tinha sido raptada. Não foi a tempo de evitar um prejuízo superior a 150 mil euros.

UMA VÍTIMA NO MONTIJO

Filipe Barroso, taxista de 67 anos, também foi drogado por Paula Neves em Maio do ano passado. Aceitou um sumo e acabou no hospital do Montijo. Morreu há cerca de um mês sem nunca ter recuperado das mazelas sofridas.
 
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