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Alimentar os peixes

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Alimentar os peixes


A alimentação dos peixes

Depois da escolha e da compra, a alimentação dos peixes costuma ser o "dilema" seguinte... Mas isso não é assim tão complicado!
Sempre que possível, forneça aos seus peixes alimentos vivos, como o Tubifex ou a Artemia (camarões-de-salina), que é relativamente fácil de preparar. Os alimentos vivos são os mais nutritivos e devem ser também servidos aos peixes doentes ou debilitados e aos alevinos (peixes recém-nascidos), para que cresçam rapidamente e saudáveis.
Como opção aos alimentos vivos, existem os congelados, que apresentam o mesmo valor nutritivo. As Larvas-vermelhas, a Artemia e o Tubifex são os mais frequentes de encontrar nas lojas especializadas. São mais práticos pois já estão prontos a servir, embora não sejam os mais baratos... Devem ser servidos pelo menos uma vez por dia. Nós colocamos 1 ou 2 cubos de larvas-vermelhas congeladas todos os dias (pela hora do jantar) no nosso comunitário, que são apreciados por todos os peixes.
Os alimentos secos, tais como flocos, granulados ou liofilizados, se forem de uma marca com qualidade, constituem um óptimo complemento da alimentação. Opte por embalagens mais pequenas, que não durem mais de três meses depois de abertas, pois essas embalagens, apesar de lhe ficarem um pouco mais dispendiosas, acabam por manter o seu valor nutritivo e as vitaminas presentes nesses alimentos, perdem-se após prolongado contacto com o ar. Não se esqueça dos peixes de fundo, nem dos vegetarianos. Sirva-lhes pastilhas ou comprimidos feitos à base de alimentos liofilizados ou de alga spirulina.

Uma regra muito importante, e que nunca deve ser esquecida, é que servir aos peixes grandes quantidades de comida, não significa que estes fiquem melhor nutridos. Servimos sempre os flocos e todos os alimentos em pequenas quantidades. Muitas vezes, o que acontece é que a comida em excesso acaba por apodrecer no fundo do aquário e provocar uma rápida subida da amónia e nitritos, e também a alteração do pH da água. Para evitar isso, deve-se sempre servir uma quantidade de alimentos, que os peixes consigam consumir em 2 minutos. Há quem fale em 5 minutos, mas é muito tempo, e antes disso já o areão estaria cheio de comida... Em caso de um fornecimento acidental excessivo de comida, deverá ser efectuada imediatamente uma sifonagem ao fundo do aquário.

Também poderá ser você a cozinhar a comida dos seus peixes. Existem várias receitas caseiras, à base de vegetais, carne (o coração de boi é muito frequente nestas receitas) ou outros ingredientes naturais, mas que requerem alguma prática na sua preparação, não lhe sendo recomendadas para já.
Fica aqui a promessa, de qualquer dia colocarmos aqui umas receitas caseiras. Caso tenha algumas que nos queira enviar por e-mail, agradecíamos muito...

Para que todos os seus peixes se mantenham saudáveis durante mais tempo, tente variar a alimentação sempre que possível, pois algumas espécies rejeitam certos tipos de comida, e isso poderia levar à desnutrição e até mesmo à morte destes.

Alimentos vivos:
Artemia (Artemia sp.)

O que é a Artemia?

A Artemia (Artemia sp.), vulgarmente chamada de "camarões-de-salina", é um pequeno crustáceo que vive em lagos ou lagoas cuja água contenha alguma salinidade (água salobra) ou em salinas (com níveis elevados de salinidade), e encontram-se em todos os continentes do planeta. Reproduzem-se através de ovos (são ovoviviparos), designados por "cistos", que podem ser capturados nas margens dos seus locais de habitat antes das primeiras chuvas, por forma a estarem ainda desidratados. Os cistos, tal como os progenitores, podem sobreviver a condições extremas de temperatura e salinidade.

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Cistos (ovos) de Artemia
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Nauplios de Artemia
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Artemia adulta

Qual a importancia do uso da Artemia na "Aquariofilia"?

Os Nauplios de Artemia recém-eclodida (recém-nascida) são um excelente alimento para os peixes recém-nascidos, e por isso bastante utilizados por criadores de várias espécies de água "doce" e "salgada". Os pequenos Nauplios são também um excelente alimento para peixes de pequeno e médio porte, com elevado valor nutritivo, e que por serem fornecidos vivos e aguentarem cerca de 24 com vida dentro do aquário, reduzem o risco de poluição da água e estimulam o lado prepador dos peixes, que adoram perseguir e "caçar" os seus alimentos.

Como se compram e conservam os "cistos"?


Os cistos da Artemia encontram-se facilmente nas lojas especializadas em aquariofilia, já devidamente preparados, depois de terem sido sujeitos a um processo de desidratação antes de embalados. Podem ser conservados até dez anos, de preferência mantidos em vácuo e secos (importante) e num local fresco. Normalmente, e como acontece com quase todos os alimentos embalados, quanto maior for a embalagem de ovos de Artemia, menos dispendiosa se torna na relação de Preço por Kilograma.

Como se cria a Artemia?
A eclosão dos cistos...


Utiliza-se um recipiente, que pode ser de plástico, desde que bem lavado e nunca tenha contido detergentes nem qualquer outro tipo de produtos químicos, e ter um fundo preferencialmente com formato côncavo para facilitar a movimentação da água. O recipiente não necessita ser muito grande, cerca de 10 litros de capacidade chegam perfeitamente. Um pequeno aquário de vidro também pode ser ideal.
Enche-se o recipiente com água limpa e adiciona-se depois uma colher de sopa de sal para cada litro de água. O pH da água deve ser superior a 8,0, pelo que poderá ser necessário adicionar Bicabornato de Sódio. Insere-se depois um tubo plástico flexível com uma pedra-difusora, ligado a uma bomba de ar, de forma a manter a água sempre em movimento. O movimento da água é um factor muito importante para o suceso de toda esta operação, pois as pequena Artêmias necessitam de um forte arejamento, por isso, tenha todo o cuidado para que a extremidade do tubo nunca saia do fundo do recipiente. A água deve ser mantida entre os 25 e os 30ºC (a 30º a Artemia eclode mais depressa do que a 25º), e iluminada com um candeeiro de luz média/forte colocado por cima do recipiente (cuidado com a electricidade junto à água!!!). Uma iluminação intensa é importante durante todo o processo, mas ainda mais nas primeiras horas após a introdução dos cistos.
Junta-se depois uma colher de chá de cistos (ovos) de Artemia por cada 10 litros de água, e estes, caso tudo tenha corrido bem e as condições tenham sido as ideais (ler muito bem tudo o que aqui foi escrito), eclodem ao fim de 24 a 36 horas. Quanto maior for a proximidade de todas estas condições, maior será a taxa percentual de eclosão de cistos.

Há também quem opte por deixar o recipiente à luz solar directa, durante alguns dias ou semanas antes de se iniciar todo este processo da eclosão, de forma a que a água ganhe algas verdes, que irão depois servir de alimento aos pequenos Nauplios e que facilita a sua manutenção viva, durante vários dias após a eclosão.

Como se serve a Artemia aos peixes no aquário?

Após ter terminado todo este processo de eclosão e termos finalmente as nossas pequenas Artemias, (os já referidos Nauplios), está na altura de os servirmos aos nossos peixes.
Depois de se desligar a bomba de ar, os Nauplios terão tendência a descer ao fundo ou a nadarem a meia-altura da água, e as "cascas" dos ovos flutuam no cimo da água, onde serão facilmente removidos.
Retiram-se depois os Nauplios com uma rede própria (à venda nas lojas especializadas), e estão prontos a serem servidos aos peixes. Antes, porém, devem-se lavar cuidadosamente os Nauplios em água doce antes de os introduzir no aquário, de forma a evitar a introdução de sal no mesmo.
Não se esqueça de voltar a ligar a bomba de ar caso ainda sobre alguma Artemia (claro que sobra...)!!!

Resta-me desejar-vos boa sorte em todo este processo e bom apetite para os vossos peixes... (Com este excelente alimento vivo de certeza que apetite não lhes vai faltar!!!).

Rações caseiras:

Patê caseiro para Guppys, Platis, Molinésias e Espadas (Peixes Vivíparos)

Esta é uma receita para alimentar peixes vivíparos como guppys, platis, molinésias e espadas. Todos eles requerem um alto conteúdo vegetal, muita proteína animal e pouca gordura. Tem cores vivas que serão intensificadas pelos corantes naturais incluídos em sua alimentação. É barata de fazer e pode substituir a alimentação habitual dos lebistes durante 3 dias por semana.

Ingredientes:

Procure ingredientes o mais frescos possíveis. Os pesos São dados para os produtos em bruto e aproximados, uma vez limpos pesarão menos.

1 coração de boi
1 pimentão vermelho
1 beterraba
1 cenoura
250 gramas de camarões inteiros mas sem cabeças
500 gramas de espinafre
2 gemas de ovos
4 pastilhas de complexo vitamínico Pharmaton (vitaminas e minerais)

Preparação:

Retire as zonas fibrosas e gordurosas do coração.
Lave os camarões (serão usados com a casca, mas retire a cabeça) e a beterraba.
Abrimos o pimentão e retiramos o miolo e todas as sementes.
Use um processador de alimentos ou um liquidificador para reduzir todos os componentes a uma pasta com consistência semelhante a da pasta de dentes (pode adicionar um pouco de água, se necessário).
Coloque um pouco do patê sobre uma folha de alumínio, enrole (deixe com o formato de um salame fino) e congele.

Uso:

Descongele a quantidade necessária para alimentar os peixes diariamente. Não recongele novamente uma vez descongelado. Congelado, dura aproximadamente 2 meses, dependendo do congelador que tivermos, no freezer, chega a 6 meses.
Temos que ser muito cuidadosos na hora de alimentar nossos peixes. Não devem ficar restos no aquário, que se decomporiam rapidamente causando problemas. Alimentar 4 vezes por dia, usando uma pequena quantidade.

Este patê é muito rico em carotenos e outros corantes naturais. Poucas semanas depois de começar a alimentar seus peixes com este patê, verá como seu colorido é intensificado sensivelmente.

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Patê caseiro para Peixes Tropicais

Aqui temos 2 receitas para alimentar todo tipo de peixes tropicais. Não está especificamente projetada para alimentar nenhuma espécie em particular, portanto é recomendada para aquários comunitários onde convivem grande variedade de espécies. É barata para confeccionar e é conveniente usá-la como único alimento 3 dias por semana. É especialmente recomendada se queremos manter nossos peixes sãos e também reproduzí-los. Procure ingredientes o mais frescos possíveis. Os pesos são dados para os produtos em estado bruto e aproximados. Uma vez limpos e preparados pesarão menos.

Fórmula I:

1,5 Kg de coração de boi
1,5 Kg de fígado de boi
4 ovos crus
170 gramas de espinafre
170 gramas de ervilhas
170 gramas de cenouras
115 gramas de farelo de trigo
24 gotas de algum complexo vitamínico
4 envelopes de gelatina sem sabor

Fórmula II:

2 Kg de coração de boi
2 Kg de fígado de boi
1 Kg de flocos de cereais Neston (em Portugal: Nestum)
1 Kg de farinha de germen de trigo
30 gramas de ervilhas secas partidas (a que se usa para fazer sopa)
60 gramas de espinafre
4 ovos crus
225 gramas de camarões inteiros mas sem cabeças
115 gramas de levedura de cerveja.

Preparação:

Limpe o coração e o fígado, retirando o excesso de gordura e nervos. Usar um processador de alimentos para picar a carne em pedaços muito pequenos. Misture o resto dos ingredientes, (exceto a gelatina da fórmula I) no processador. Na fórmula I, a gelatina atua como um espessante que mantém a mistura como uma pasta. Misturar a gelatina em um recipiente com um pouco de água quente, o suficiente para dissolvê-la, deixar esfriar ligeiramente, porém a mistura deve permanecer líquida. Misturar com os outros ingredientes.

Coloque a mistura em sacos plásticos com fecho tipo ziper e pressione até deixar plana. A pasta deve permanecer refrigerada ou congelada se vai conservá-la por longo tempo.

A fórmula 2 requer que a mistura seja cozida até que se torne ligeiramente granular.Coloque a mistura em sacos plásticos com fecho tipo ziper e pressione até deixar plana. A pasta deve permanecer refrigerada ou congelada se vai conservá-la por longo tempo.

Variações:

Variações destas fórmulas podem ser tentadas para ajustar-se às necessidades nutricionais de peixes específicos e de acordo com os ingredientes disponíveis. O único componente comum é proteína de alta qualidade. Outros ingredientes como espirulina, podem ser acrescentados a 0.5% ou 1% em peso. Para peixes herbívoros, a carne de pescado ou carne vermelha podem ser reduzidos e sustituídos por proteína vegetal como farinha de soja. Antes de fazer a pasta, seria prudente consultar a literatura para determinar a dieta natural do peixe.

Uso:

Descongele a quantidade necessária para alimentar os peixes diariamente. Não recongele novamente uma vez descongelado. Congelado, dura aproximadamente 2 meses, dependendo do congelador que tivermos, no freezer, chega a 6 meses.

Temos que ser muito cuidadosos na hora de alimentar nossos peixes. Não devem ficar restos no aquário, que se decomporiam rapidamente causando problemas. Alimentar 4 vezes por dia, usando uma pequena quantidade.

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Patê caseiro para Discus

Esta é uma receita para alimentar os Peixes-Disco. É fácil de fazer e pode substituir a alimentação habitual dos discos durante 3 dias por semana. Esta comida dá aos discos uma grande vitalidade e uma vez que se adaptam é sua comida preferida. Com esta dieta se conseguem discos com 15 cm em um ano.

Os discos são considerados um dos peixes mais exigentes quanto à alimentação. Não comem de tudo e chegam, inclusive a morrer de fome se não fornecemos o que gostam. Além disso os discos não aceitam qualquer tipo de comida em flocos, sendo a sua especialmente cara. Insistimos além disso em proporcionar a nossos peixes alimentos frescos e alimentos vivos, não apenas comida em flocos.

Ingredientes:

Procure ingredientes o mais frescos possíveis. Os pesos são dados para os produtos em estado bruto e aproximados. Uma vez limpos e preparados pesarão menos.

500 gramas de coração de boi
400 gramas de fígado e coração de Frango
1 Kg de mexilhões
500 gramas de merluza (ou outro peixe pouco gorduroso) pode ser omitida
250 gramas de camarões inteiros mas sem cabeças
500 gramas de espinafre
3 cenouras médias (salientam as cores)
1 gema de ovo
2 dentes de alho (muito importante, é vermífugo)
4 pílulas de complexo vitamínico Fharmaton (vitaminas e minerais)

Preparação:

Limpe o coração e o fígado, retirando o excesso de gordura e nervos.
Coloque os mexilhões em uma panela com pouquíssima água e leve ao fogo baixo. Quando as conchas se abrirem retire os mexilhões e jogue as cascas fora.
Retire a pele e os espinhos da merluza e descasque o alho.
Triture bem todos os ingredientes em um processador de alimentos, deixando com consistência de pasta de dentes.
Leve a mistura ao banho maria durante 10 minutos para que fique mais consistente.
Coloque um pouco do patê sobre uma folha de alumínio, enrole (deixe com o formato de um salame fino) e congele.
A pasta deve permanecer refrigerada ou congelada se vai conservá-la por longo tempo.

Uso:

Descongele a quantidade necessária para alimentar os peixes diariamente. Não recongele novamente uma vez descongelado. Congelado, dura aproximadamente 2 meses, dependendo do congelador que tivermos, no freezer, chega a 6 meses.

Temos que ser muito cuidadosos na hora de alimentar nossos peixes. Não devem ficar restos no aquário, que se decomporiam rapidamente causando problemas. Alimentar 4 vezes por dia, usando uma pequena quantidade.

Pode ser que seus discos a princípio não gostem do patê. Não se preocupe, dê o patê em pequenas quantidades junto com sua comida habitual e em pouco tempo o comerão sem problemas. Uma vez habituados ao novo sabor, ficarão loucos por ele. Poucas semanas depois de começar a alimentar seus peixes com este patê, verá como seu colorido e crescimento são intensificados sensivelmente.


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