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Material para pesca à pluma em rio e lago

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Escrito por José Luís


A pesca à truta é uma pesca ao mesmo tempo variada e difícil. Nesta modalidade, todos os utensílios são de extrema importância, assim como o modo como se utilizam e os cuidados que lhes são prestados. Por outro lado, o espírito de observação do pescador irá indicar o momento certo em que se terá de mudar de pluma ou de método.

A escolha da cana

Para pescar a truta à pluma, a cana deverá ser, preferencialmente, progressiva ou de acção média. Terá também que haver um equilíbrio entre a cana, o carreto e a linha, pois os lançamentos terão de ser efectuados com muita precisão. Em situações mais específicas, como veremos mais à frente, podemos utilizar canas de acção rápida. A cana deverá ser leve, para evitar a fadiga ao fim da primeira hora de pesca.





A velocidade de uma cana é dada pela capacidade que esta possui de retomar a sua posição inicial após uma flexão máxima, num determinado período de tempo.
No momento da escolha de uma cana, o principal factor que devemos ter em conta será o local onde vamos pescar e a técnica que vamos utilizar. Por exemplo, se pretendemos pescar num rio estreito, podemos ter como medida standard da cana os 9 pés de comprimento. Para rios mais largos, utilizar uma cana de 9,6 ou 10 pés, de preferência as de 9,6 para pescar com ninfas e streamers e as de 10 para pescar com plumas secas. Para pescar em lagos, podemos optar por utilizar canas com um tamanho entre os 9.6 e os 10 pés, dependendo se pescamos com ninfas, streamers ou plumas secas.
 

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As canas possuem ainda diferentes acções e estas acções terão a sua utilidade na hora de pescar. As canas de acção lenta ou parabólica permitem-nos pescar com secas ou ninfas muito pequenas, pois permitem fazer lançamentos muito suaves, onde uma boa apresentação é de extrema importância. Uma cana de acção média é mais potente que uma cana de acção lenta, sendo, por isso, muito mais versáteis, mas é sempre bom estarmos conscientes das suas limitações. As canas de acção rápida ou acção de ponta são ideais para pescar em rios grandes e lagos, pois aí iremos utilizar moscas grandes desde secas, ninfas e streamers. Estas são também ideais para dias de vento, por darem um domínio da linha a grande velocidade, permitindo-nos fazer lançamentos a grandes distâncias.

canas-rio.jpg


Assim, no momento da escolha de uma cana, devem ser levados em conta diversos factores, como as espécies de peixes que pretendemos pescar e os locais onde vamos pescar, para além do tamanho da cana, número de linha, material em que é feita. Quem quer iniciar a modalidade em rio ou lago poderia começar por escolher uma cana de acção intermédia, para linha 5, com um comprimento de 9 pés. Esta pode ser considerada uma cana “todo o terreno”, a cana standard que irá servir para a maioria das situações que podemos encontrar.
 

helldanger1

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Apesar da versatilidade, estaria a mentir se dissesse que uma cana assim dava para todas as situações, até porque deverá haver harmonia no conjunto que será escolhido: cana, carreto, linha e pluma. Por exemplo, o tamanho das plumas que vão ser usadas também poderão influenciar na escolha de uma cana. Na tabela seguinte, podemos ver, para cada numeração de linha, os tamanhos de plumas que, teoricamente, podemos utilizar.

Cana/Nº Linha Tamanho de plumas recomendadas
3 38--12
4 26--10
5 24--08
6 20--06
7 16--04
8 12--1/0
9 10--2/0
10 8--3/0
11 6--4/0
12 4--6/0




Para a truta, utiliza-se geralmente uma cana de 9 pés, de acção média ou progressiva, para linha DT #3 a #5, isto para rios de pequenas dimensões. Se os rios forem largos, é preferível optar por uma linha WF que, derivado ao seu perfil, nos irá permitir uma maior potência no lançamento. Se formos pescar em lagos ou barragens, tudo muda, pois aí as canas terão de ser mais potentes, com acção de ponta. O seu comprimento poderá ser entre os 9 pés e os 10 pés, e as linhas poderão variar entre o número #5 e o #8.
 

helldanger1

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As Linhas

As linhas, um item que, para muitos, é difícil de escolher, pois existe no mercado uma infinita gama de marcas e modelos, e devemos ter em conta tanto o seu peso, como a forma e velocidade de afundamento, para que se adaptem à situação de pesca. Mas, para além disso, a linha deve ser escolhida também para que se adapte à cana que escolhemos.
Os locais de pesca também vão ter importância no momento da escolha da linha. Por exemplo, para rios de pequenas dimensões o ideal é utilizarmos linhas DT desde o número #3 até ao #5, pois são linhas que nos permitem efectuar lançamentos muito suaves com as pequenas plumas normalmente utilizadas. Se formos para rios largos, será uma boa escolha a utilização de uma linha WF, desde a #4 até à #5, já que, com estas linhas e graças ao seu perfil, será permitido executar lançamentos mais longos, mesmo em dias de vento.



linhas-rio.jpg


No caso da pesca em lagos ou barragens, as linhas que se devem utilizar poderão ser flutuantes, do tipo WF, de número #5 até ao #8, que, ao serem mais pesadas, irão facilitar os longos lançamentos, quase sempre necessários perante as condições atmosféricas características destes locais. Poderão também ser utilizadas linhas intermédias ou afundantes, as quais serão do mesmo número que as flutuantes, ou seja, desde o número #5 até ao número #8. Estas linhas intermédias e afundantes, ainda que não estandardizadas, possuem sempre na caixa uma designação que define a sua velocidade de afundamento. Normalmente, vêm indicados os centímetros que afundam em cada segundo.
Existem linhas de afundamento que indicam ser de uma densidade compensada, ou seja, sempre que nos aproximamos da ponta da linha a densidade é maior. Isto impede que a ponta afunde muito rapidamente em relação ao resto da linha, criando aquilo a que se chama “Barriga” e quanto menor for esta barriga criada pela linha, maior a sensibilidade nas picadas.
 

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Os baixos de linha

Existem diversos tipos de terminais no mercado. Podemos até dizer que existem modelos de mais. Ainda que estes modelos satisfaçam todas as necessidades de um pescador, podem tornar muito difícil a escolha, até porque não os poderemos experimentar a todos.
A mosca e o terminal são dois elementos que devemos considerar como essenciais para a pesca à pluma. Trocamos a pluma constantemente, para simular o alimento mais adequado para o peixe num determinado momento, sejam plumas secas, afogadas ou até mesmo ninfas. Com os terminais passa-se o mesmo: o pescador vê a conveniência das múltiplas variantes que pode obter trabalhando sobre o terminal e modificando-o, como, por exemplo, na grossura, comprimento, peso, resistência, flutuabilidade, flexibilidade e rigidez.
O terminal é a união entre a linha de lançamento e o anzol, e é de uma extrema importância nas capturas e na apresentação da pluma.
Assim, para pescar com plumas secas em rios grandes, podemos utilizar terminais comprados ou podemos optar por construir, tendo um comprimento entre os 5,75 a 6,35 mts. Para pescar em dias de vento em rios grandes, estes terminais deverão ser bem mais curtos, por exemplo, 4,80 m.
Se pensarmos em pescar com ninfas, tanto os terminais comprados como os construídos deverão de ter um tamanho que varia entre 3 m e o s 3,5 m, ainda que, claro, em determinadas situações possamos ser obrigados a diminuir ou a aumentar o seu comprimento.
Para pescar em lagos, os terminais devem ser mais resistentes que os do rio, nem que seja pelo facto dos peixes pescados serem normalmente de maior tamanho. O seu comprimento poderá ser idêntico aos dos terminais para a pesca com ninfa, mas terminando num diâmetro maior, nunca inferior a 0,16 mm, caso se pesque com moscas pequenas, enquanto que, se pescarmos com moscas pesadas, os terminais deverão ser mais pequenos, com, por exemplo, 2,5 m, terminando com um diâmetro nunca inferior a 0,18 mm.
Como exemplo, ficam aqui os comprimentos e diâmetros do nylon utilizado num baixo de linha construído para pescar em rios largos com plumas secas.

Diâmetro 0,45 0,40 0,35 0,30 0,25 0,20 0,16 0,14 0,12 5,75 mts
Tamanho 45 cm 50 cm 55 cm 60 cm 65 cm 65 cm 55 cm 80 cm 100 cm
 

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O carreto

Em todas as modalidades de pesca, os carretos devem ter algumas particularidades, dependendo da utilização que lhe iremos dar. Na pesca à pluma, o carreto não serve unicamente para armazenar a linha e a sua capacidade, em termos de backing, em conjunto com o seu travão, poderão ser muito úteis em certas situações.
Os carretos para a pesca em água doce podem dividir-se em três tipos: os manuais, os semiautomáticos e os automáticos.
Os automáticos estão já fora de uso, devido ao seu peso excessivo e pouca eficácia. Os semiautomáticos recolhem a linha com um sistema que se assemelha ao utilizado nas campainhas das bicicletas, ou seja, têm uma patilha que, ao carregar, recolhe uma determinada quantidade de linha. A vantagem deste carreto está unicamente na recolha da linha ser quase instantânea, mas tem uma desvantagem muito grande, que é a de ter um acesso difícil à regulação do travão, pois é necessária uma chave para regular a sua tracção.
Os carretos manuais são aqueles que, para se recolher a linha, se utiliza uma patilha presa no tambor. São estes os carretos mais utilizados para todas as situações, por serem os mais simples em termos de mecanismo e, sem dúvida, os mais eficazes.


carretos-rio.jpg


A escolha dos carretos depende unicamente do tipo de pesca que irá fazer e em que situações. Nas especificações de um carreto, vêm escritas as suas capacidades, no que diz respeito ao backing e à linha. Para a truta, vamos imaginar que estamos equipados com uma cana de 9 pés para linha #3 e vamos pescar para um rio pequeno. Neste caso, vamos necessitar de um carreto adequado para a linha que vamos utilizar e este poderá ser manual ou semiautomático. O carreto semiautomático vai ajudar a controlar a linha que está fora do carreto, numa pesca que é quase sempre uma pesca rápida. Vamos agora imaginar que estamos numa lagoa, equipados com uma cana de 9 pés para uma linha #6. Aqui será aconselhável utilizar um carreto manual de tambor, visto que é uma pesca menos rápida e temos a vantagem da existência do travão, essencial para o momento em que tenhamos um bom exemplar cravado
 

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Que plumas utilizar

Uma vez no rio, para nos orientarmos na escolha da pluma, podemos utilizar alguns aspectos, como: o facto de haver actividade das trutas na superfície; se, no momento em que se alimentam, colocam a totalidade da boca fora de água, formando pequenos círculos com pequenas bolhas de ar, o que significa que a truta, ao ingerir o insecto, também ingere algum ar, expelindo este pelos opérculos. Podemos também, neste caso, observar com atenção o tipo de insectos que são arrastados pela corrente: estes serão quase sempre insectos adultos e, assim, vamos utilizar plumas secas (Efémeras, emergentes ou mesmo ninfas flutuantes).
Por outro lado, se a truta, ao vir à superfície, mostrar o lombo ou a cabeça e, de seguida, a sua cauda, e se não se verificar nenhum tipo de insectos à superfície, deduzimos, de imediato, que elas estão a alimentar-se de ninfas em eclosão abaixo da película da água e, neste caso, vamos utilizar emergentes, ninfas flutuantes, spents, as soft hackles, ou até mesmo as Wet Flies.


truta1-rio.jpg


truta2-rio.jpg


Se não existir actividade na superfície, é uma indicação de que as trutas se estão a alimentar no fundo, junto às pedras, em águas paradas ou em bancos de areia, remexendo calmamente no fundo, procurando pequenas ninfas. Nestes caso, como se estão a alimentar dos insectos na sua fase larvar, serão imitações destas larvas que devemos utilizar. Mas atenção que nem sempre necessitamos de imitações realistas, necessitamos apenas que a ninfa passe pelo local onde a truta se alimenta. Algumas destas ninfas que podemos utilizar seriam por exemplo a Zug Bug para águas lentas e a Pheasant Tail para águas rápidas. Mas, em futuros artigos saberão que plumas são estas e como se devem utilizar.

Muitas vezes, na ausência de qualquer actividade visível, devemos colocar a pluma que nos pareça melhor, tendo em conta as condições existentes, e vamos lançar nos locais em que suspeitamos que estará uma truta.

Se estivermos a pescar num rio profundo ou numa lagoa, aí as plumas utilizadas deverão ser os streamers, pois, para além do facto de irem para zonas mais profundas devido ao seu peso, também imitam pequenos peixes que são frequentes na dieta das trutas, principalmente das grandes.

O mundo da pesca à pluma é um mundo complexo, sendo impossível a alguém dizer que conseguiu decifrar, na totalidade, o segredo da alimentação das trutas. Podemos aprender muito em todas as nossas jornadas e ter sempre em conta que podemos descobrir algo novo num dia e que, no dia seguinte, descobrirmos que já não se verifica o que foi observado no dia anterior. Para que o prazer desta pesca se prolongue e aumente ao longo do tempo, nunca nos devemos esquecer de soltar o peixe que apanhamos.
 
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