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A alimentação da carpa, comportamento e plumas - Parte 1

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Escrito por Sergio Carvalho


A carpa comum é um dos peixes mais comuns nas nossas águas interiores. Originária da Ásia, foi introduzida na península Ibérica durante a invasão romana. Actualmente pode ser encontrado por todo o país nas albufeiras e nas partes mais lentas dos rios.

As carpas pertencem à família dos ciprinídeos e em condições favoráveis podem viver mais de 20 anos, atingir 1 metro de comprimento e mais de 20kg. O corpo é compacto, forte, coberto por grandes escamas e uma grande quantidade de muco característico que as protege de agressões ambientais. A cor da pele varia entre o prateado e o laranja, dependendo do ambiente onde vive e da sua alimentação. Outras características são a existência de um espinho rígido no início da barbatana dorsal e a boca em forma de tubo que a permite sugar o seu alimento.


alimentacao-carpa1.jpg


São peixes bastante sensíveis e evoluídos, têm uma boa visão que lhes permite uma boa percepção do ambiente dentro e fora de água. Como todos os peixes, são sensíveis a perturbações na água e vibrações no solo. Ao sentirem algo fora do normal, param de se alimentar e nadam para as zonas mais profundas, mas isso é algo que iremos comprovar logo nas primeiras tentativas de aproximação. Como complemento a estes sentidos, possuem ainda dois pares de barbilhos a volta da boca que permitem sentir vibrações provocadas pelo alimento. Este sentido é bastante útil em águas mais turvas ou como forma de reconhecimento dos alimentos. Pode considerar-se que a carpa utiliza principalmente a visão para se alimentar em águas claras e os restantes sentidos em águas turvas.
 

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As carpas têm uma taxa de crescimento elevada no inicio de vida e podem ultrapassar o 1/2kg no primeiro ano. Para obterem este ritmo de crescimento, necessitam de todo o tipo de nutrientes: vitaminas, minerais, hidratos de carbono, proteínas, óleos, etc. Estas necessidades são satisfeitas pelo animal através da alimentação. A carpa procura alimentar-se principalmente no fundo, procurando alimentos de origem vegetal ou animal e, se existir disponibilidade de alimento na superfície, também o consegue fazer com alguma facilidade.

A carpa é omnívora e ingere todo o tipo de alimentos que existam no seu habitat. No entanto, tendem a habituar-se e a ganhar confiança nos alimentos que se encontrem disponíveis em maior quantidade. Os alimentos de origem vegetal são os que estão normalmente mais disponíveis e em maior quantidade. No entanto, a carpa também necessita de uma maior quantidade para se satisfazer. A lista de alimentos de origem vegetal é bastante longa: podem ser vários tipos de algas e herbáceas terrestres em zonas inundadas e podem ser sementes ou frutos que caem na água. Deste tipo de alimentos, podem destacar-se os seguintes: Algas, Herbáceas terrestres (zonas inundadas), pequenas sementes ou bagas, como, por exemplo, amoras.


alimentacao-carpa3.jpg


Existe também a possibilidade de utilizar alimentos de origem vegetal como imitação de algas, que será utilizada quando estas se alimentam em zonas de algas ou vegetação inundada, e as imitações de semente e frutos, que poderão ser válidas em zonas em que existam árvores de fruto, ou arbustos que pendem sobre a água.
 

helldanger1

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As imitações de vegetais deverão chamar a atenção da carpa pelo seu aspecto, já que não tem o aroma e sabor característico. Desta forma deveremos fazer a montagem o mais natural possível e utilizar, por exemplo, cores um pouco mais fortes que a cor natural do que estamos a imitar, para, desta forma, chamar a atenção do peixe, mas sempre tendo em conta que não podemos alertar o peixe para algo que possa estar fora do contexto.

Nos alimentos de origem animal, as possibilidades de imitação são muito mais vastas, sendo possível ainda criar imitações estranhas, de seres que não existam na natureza e mesmo assim fazer com que a carpa os coma. Entre uma grande lista, é de salientar os seguintes: insectos aquáticos (tanto em estado larvar como adulto), crustáceos, moluscos, pequenos peixes, insectos terrestres alados ou não que possam cair na água.


alimentacao-carpa2.jpg


As imitações poderão ter cores e formas mais ou menos naturais consoante a espécie que estamos a imitar, mas também consoante a transparência da água em que se pesque. A imitação de moluscos não terá muita utilidade, pois são consumidos a grande profundidade e o peixe não os localiza com a visão, o que não os torna interessantes para a nossa pesca. Nas imitações de insectos aquáticos, deverão ser utilizadas cores naturais, principalmente na gama dos verdes. O habitual pescador de trutas poderá utilizar qualquer ninfa que utiliza normalmente na sua pesca, tentando sempre adaptar a apresentação às condições que encontra no local.
 

helldanger1

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Os insectos para pescar carpas não se limitam à pesca no fundo ou quando elas estão a passar junto da margem. Quando as condições assim o permitem, as carpas podem ser pescadas na superfície. Devemos tentar esta aproximação sempre que existam carpas a comer na superfície, a comer nos bancos de algas ou quando eclodem insectos. Nestas ocasiões, não será necessário utilizar imitações muito elaboradas, mas deve-se sempre utilizar algo que elas possam comer facilmente e que possam associar ao tipo de comida disponível no momento. Normalmente utilizam-se imitações de formigas, gafanhotos ou de um qualquer insecto. Devem utilizar-se plumas com bons perfis, evitar hackles e plumas muito volumosas, pois a carpa pode detectar algo errado e, no último momento, rejeitar a pluma.


alimentacao-carpa4.jpg


A utilização de plumas do tipo alevim, lagostim ou camarão poderá e deverá ser feita quando os peixes que tentamos enganar são de maiores dimensões e, ainda mais, em locais em que as águas são pouco transparentes. São alimentos com muita proteína, de digestão fácil e com alguma disponibilidade nas nossas barragens, pelo que as carpas não irão rejeitar uma imitação deste tipo se a tiverem ao alcance e se a apresentação for a correcta. As cores podem variar desde o preto ao verde, passando pelos castanhos e o vermelho. Se pretendermos imitar alevins, o branco e o verde são as cores a utilizar.

Para além do que foi referido anteriormente, poderão existir características especiais em determinadas massas de água. Nessas situações, o pescador vai ter que observar as condições, testar várias plumas e utilizar a sua astúcia para descobrir a melhor forma de enganar uma carpa.

Na segunda parte deste artigo irá ser abordado o comportamento da carpa em situações distintas.
 
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