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A alimentação da carpa, comportamento e plumas - Parte 2

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Escrito por Sergio Carvalho

Vamos agora abordar a forma como poderemos localizar carpas, como devemos apresentar as plumas e algumas das plumas que poderão ser utilizadas. Vamos falar também de alguns tipos de habitat que as carpas preferem e que tipo de abordagem deveremos ter nesses mesmos locais, tendo em conta os diferentes cenários que poderemos encontrar nas nossas águas.

Pode observar-se que as carpas têm diferentes comportamentos, dependendo do local, da cor da água, da meteorologia, da época do ano e, por vezes, de algo que não nos é possível observar de imediato e, nessas condições, só mesmo a experiência e o factor tentativa/erro podem valer ao pescador. Algumas das situações difíceis que podemos encontrar podem ser solucionadas de forma simples, como, por exemplo, utilizar uma cor diferente, ou então, diminuir um pouco o tamanho da pluma. Outras vezes, a situação obriga a um pouco mais do que isso. Mas tenham atenção, já que o que realmente acontece, na maior parte das vezes, é a inexistência de interesse por parte da carpa.


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De uma maneira geral, as zonas em que podemos encontrar uma maior concentração de carpas são zonas protegidas do vento, entrada de pequenos ribeiros ou então zonas mais baixas e planas. As carpas preferem estas zonas, pois são as mais ricas em alimento. As zonas de rio têm entradas de água mais ou menos regulares que transportam alimento e as zonas planas de baixa profundidade, devido a uma maior exposição de luz, mantêm uma grande concentração de algas e vegetação que, por si, irão servir de abrigo e alimento a outros pequenos organismos.
 

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Nas zonas mais planas e pouco profundas, é comum observarem-se grupos de carpas alimentando-se com o dorso fora de água. Normalmente, as carpas nestes locais são mais pequenas, entre 0,5kg e os 2kg. No entanto, formam grandes concentrações. Nestes locais, a pesca deverá basear-se em três abordagens. A abordagem mais comum é utilizar uma técnica de “finesse”, ou seja, utilizar plumas não muito grandes, variando entre o número 10 e o 16, a imitar ninfas ou pequenos animais aquáticos. Devem, sempre que possível, ter uma aparência natural.


A cor e o tamanho estão relacionados directamente com a claridade da água, sendo que, em águas claras, deve-se diminuir a pluma e utilizar cores o mais naturais que for possível. Se as águas forem escuras e existir detritos na água, muitas vezes provocados pelos seus movimentos de alimentação, devem utilizar-se cores mais fortes (vermelho, preto) e aumentar o tamanho das plumas utilizadas. Esta diferença no tamanho e na cor poderá ser o suficiente para atrair a atenção de uma carpa. Se as condições de visibilidade forem mínimas, podem utilizar-se cabeças douradas. Estas provocam vibrações ao bater nas pedras e reflectem os poucos raios solares que a ela chegam. Mas atenção, nestas condições, teremos as condições de pesca mais duras que podemos encontrar, em que a dificuldade de pesca é muito elevada. Outra situação que podemos encontrar nestes locais de baixa profundidade, é a existência de peixes de maior tamanho a alimentarem-se mais afastadas da margem e em águas um pouco mais profundas, até um metro de profundidade. A localização nestas condições nem sempre é fácil, mas, quando conseguimos ver uma carpa, o que iremos ver será quase sempre a sua barbatana caudal fora de água, ou então, um pequeno rasto de bolhas de ar que chega à superfície enquanto movem o fundo. Em qualquer dos casos, será importante o pescador manter alguma distância e, após escolher o alvo, certificar-se de que não existem outros peixes que possam assustar o peixe alvo. Deverá então fazer uma aproximação cuidada, pois, ao caminhar, irá provocar vibrações que poderão alertar os peixes para a nossa presença. O lançamento deverá ser o mais próximo possível e deverá ser preparado para que seja rápido e com o mínimo de falsos lançamentos possível. Isto porque a visão das carpas permite, muitas vezes, que vejam a linha no ar, enquanto lançamos.
 

helldanger1

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alimentacao-carpa8.jpg


Nas zonas profundas, em que as margens são mais inclinadas, só será possível localizarmos a carpa, se as águas forem claras. No caso de águas com pouca visibilidade, apenas as conseguiremos ver nos momentos em que estas se encostam à margem. Nestes locais, a carpa encontra-se em constante movimento, mas existem alguns pontos em que a carpa irá parar e comer. Estes pontos são os que têm maiores possibilidades de conter alimento: normalmente, são locais com alguns paus, ou uma árvore caída, ou uma pilha de pedras, algo que sirva de cobertura e atraia pequenos seres vivos, como insectos, lagostins ou pequenos peixes.
Nestes locais, as grandes carpas são facilmente avistadas a alguma distância, e aqui o pescador tem de se aproximar com muito cuidado, de forma a conseguir estar posicionado para que lhe seja possível realizar um lançamento preciso. Ainda que muitas vezes se consiga uma aproximação demasiado boa e fácil até, praticamente, ao local onde a carpa se está a alimentar, nunca o devemos fazer, pois são animais muito experientes e com muitos anos de vida, que nos irão detectar quase de imediato. Nesta pesca, um dos segredos é a simplicidade e isso também se aplica ao lançamento, não devendo este ser muito elaborado. Devemos tentar lançar a meio metro ou um metro para a frente da carpa ou da nuvem de detritos formada no local onde ela se alimenta, para deixarmos então a nossa pluma descer até ao sítio certo. Depois, a maneira de trabalhar a pluma na água depende em muito da situação, sendo, com o tempo, algo de instintivo para o pescador.
 

helldanger1

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Se virmos uma destas carpas a patrulhar a margem ou a comer no fundo até aos dois metros, devemos realizar um lançamento de forma a que pluma caia suavemente cruzando a sua trajectória, isto porque, apesar destas carpas estarem em constante movimento, conseguem detectar facilmente qualquer vibração dentro de água. Se a carpa se deslocar mais junto da superfície, podemos lançar a ninfa para que ela pense que é um insecto que caiu na água. Mas, neste caso, devemos ter muita atenção à apresentação da pluma, seja ela seca ou ninfa, porque estamos a lidar com peixes muito atentos e selectivos e, se não lançarmos correctamente a nossa pluma, a carpa irá fugir de forma quase imediata e instintiva, ou “pior”, aproximar-se ainda mais da margem para ver de onde está a chegar o perigo, ou seja, nós. Estes são momentos em que nos sentimos realmente pequeninos.

alimentacao-carpa7.jpg
 

helldanger1

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Uma outra situação que pode ocorrer é encontrarmos grupos de carpas a comerem na superfície. Na grande maioria das vezes, as carpas que vemos a comerem assim, são pequenas carpas, daí que devemos utilizar imitações igualmente pequenas. A apresentação, como sempre, deverá ser a mais correcta possível, para que seja possível incentivar a carpa a comer. No entanto, podemos ter o privilégio de ver à superfície grandes carpas em actividade, mas isto é algo que acontece muito pontualmente. Uma das situações que pode desencadear algo semelhante, é quando estamos perante uma grande eclosão de formigas de asa. Durante as chuvas de Outono, temos boas probabilidades de assistir a este maravilhoso fenómeno. No fundo, é uma situação de caos, em que temos de estar preparados para tudo, com formigas a voar, outras na água, montes delas mortas pelas margens expostas ao vento e carpas a comer na superfície a diferentes distâncias da margem. Aqui, as carpas vão comer durante alguns minutos. Teremos de esperar que alguma se aproxime e escolher uma que esteja relativamente perto e ao alcance de um lançamento. Nete caso, o perto pode ser muito longe para quem não tenha uma boa experiência de lançamento. Por outro lado, se for uma boa hora de formigas, será também uma boa hora de vento, que não irá facilitar em nada a nossa vida.
 

helldanger1

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Numa situação destas, a escolha de pluma terá um valor decisivo. Não devemos ter medo de colocar no final do nosso terminal uma formiga ou escaravelho com o dobro do tamanho do insecto natural, porque será precisamente esse factor, o tamanho, que irá atrair a carpa no meio de tanta abundância.

Os cenários e situações referidos anteriormente podem ser considerados cenários gerais e são comuns à maioria das barragens que temos no nosso país. No entanto, nenhuma barragem é igual a outra , a pesca é totalmente diferente dependendo sempre do meio que interage com a carpa. É nestas alturas que o pescador deverá pôr em prática a sua perícia e determinação. O fascínio desta pesca é a possibilidade de a podermos praticar em locais distintos, da facilidade de acesso à maioria desses locais e de os peixes terem comportamentos diversificados consoante a época e o habitat em que se encontram.
Como conclusão, poderemos identificar a localização, o lançamento e a apresentação da pluma como os mais importantes factores para o sucesso desta pesca. As plumas assumem um papel secundário: vão existir plumas que funcionam numa só situação, outras em diferentes locais, mas o que realmente conta é que seremos obrigados a evoluir as nossas plumas e a adaptá-las, para que, pura e simplesmente, funcionem. Se for persistente, será uma questão de tempo até ter a sua recompensa, o seu troféu.
 
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