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Investigadores aplicam física ao estudo de obras de arte

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Investigadores aplicam física ao estudo de obras de arte

Investigadores da Universidade de Coimbra estão a aplicar técnicas da física ao estudo de obras de arte do século XVI, permitindo caracterizar a obra dos autores estudados, informou hoje a Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCTUC).

Segundo uma nota divulgada pela FCTUC, uma equipa multidisciplinar liderada pelo físico Francisco Gil desenvolveu o projecto de investigação, que incidiu sobre obras de arte do Século XVI, nomeadamente trabalhos dos Mestres de Ferreirim e da oficina de João de Ruão.

Integrando físicos, químicos, geólogos e historiadores da arte da Universidade de Coimbra e especialistas em conservação e restauro do Museu Nacional Machado de Castro, a equipa estudou cinco esculturas em pedra de Ançã de João de Ruão, preparando-se para analisar uma sexta, e oito painéis em madeira pintada da autoria dos mestres de Ferreirim, disse hoje à agência Lusa Francisco Gil.

«Através de técnicas como espectroscopia Raman (que, em poucos segundos, fornece informação química do material) e difracção de raio X pelo método de pó (esta última aplicada pela primeira vez ao estudo de obras de arte, usando amostras micrométricas) os investigadores analisaram, caracterizaram e compararam a obra das duas oficinas de artistas, ao longo dos últimos quatro anos», lê-se na nota da FCTUC.

Segundo o coordenador do projecto, este representa «um contributo importante para a evolução da história da arte».

«Permite mostrar - explicou - a riqueza que se vivia na época, a qualidade dos materiais, o gosto e o nível de vida dos artistas. João de Ruão usava por excelência ouro, vermelhão e lápis-lazúli, enquanto os mestres de Ferreirim utilizavam materiais mais pobres».

O estudo «poderá servir para descobrir a origem dos materiais, porque se trata da época áurea pós-Descobrimentos, em que os materiais podem ser originários de África, Índia ou Brasil», refere, no texto, o professor do Departamento de Física da FCTUC.

No âmbito do projecto, foram analisadas outras variáveis, nomeadamente os produtos e factores de degradação ao longo dos séculos das obras de arte destes dois grupos de criadores, assinala a mesma nota.

Em declarações hoje à Lusa, Francisco Gil frisou que este trabalho é importante para a caracterização da obra dos autores, permitindo esclarecer dúvidas em termos de autoria, e também para intervenções de conservação e restauro.

Os investigadores vão agora iniciar o estudo das obras escultóricas do mestre Pêro, artista do Século XIV, em particular os túmulos da Rainha Santa Isabel e da sua neta Isabel para, posteriormente, estabelecer a ligação aos túmulos da família da rainha, em Aragão.

Este projecto será desenvolvido em parceria com as Universidades da Beira Interior, de Barcelona e de Florença, adianta a nota da FCTUC.


Diário Digital / Lusa
 
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