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Idoso morre com cabeça esmagada

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RoterTeufel

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Pêra: Bombeiro veterano conduzia veículo que atropelou septuagenário
Idoso morre com cabeça esmagada


António Martins, 72 anos, despertou da sesta antes da mulher. E saiu de casa sozinho e sem avisar, atitude pouco aconselhável dado as perturbações mentais de que padecia há alguns anos. A cerca de 200 metros da residência do casal, em Pêra, Silves, morreu com a cabeça esmagada pelo último rodado de um semi-reboque que saía do estacionamento de um armazém de fruta à entrada da localidade. Ao volante estava Luís Cabrita, 43 anos, bombeiro em Alcantarilha, que se ofereceu para conduzir o pesado porque ao proprietário e amigo, João Luís Santos, lhe doía o pescoço.



"Olhei para os espelhos, não vi ninguém e arranquei. Não tenho culpa", disse ao CM Luís Cabrita, bombeiro desde 1982, que presta serviço em Alcantarilha como condutor de ambulâncias. Já foi motorista profissional de pesados e "há tempos fazia um serviço ou outro" para João Luís Santos, proprietário de um armazém de fruta e produtos hortícolas em Pêra. Encontraram-se domingo, por acaso, e Luís ofereceu-se para conduzir essa tarde o semi-reboque do amigo porque este se queixara com dores no pescoço.

O semi-reboque de 18 metros, com capacidade para vinte toneladas, estava meio carregado. O destino era o mercado abastecedor de Faro, viagem que João Luís Santos faz todos os domingos. Anteontem não foi excepção, mas João Luís Santos passou o volante a Luís Cabrita.

A viagem teve início pelas 16h30. À saída do estacionamento, quando a parte dianteira do pesado curvou para a direita (ficando o retrovisor esquerdo sem visibilidade para a traseira do reboque), o último rodado do lado do condutor esmagou a cabeça de António Martins. "Não me apercebi de nada", diz Luís, corroborado por João Luís, que acrescenta: "Penso que o homem se atirou para debaixo do carro".

Sem se aperceberem do sucedido fizeram a viagem até Faro, onde finalmente João Luís é contactado pelo telefone. O semi-reboque foi descarregado à pressa no mercado e Luís conduziu-o até ao posto da GNR em Armação de Pêra, onde foi sujeito a perícias.

"ELE TINHA DIAS, MAS AGORA ATÉ ESTAVA MELHOR"

António Martins residia há 12 anos com a mulher, Helena, numa grande vivenda à entrada de um bairro de moradias geminadas em Pêra. A filha, genro e duas netas moram muito perto, no mesmo bairro. Foi a filha quem ontem informou que a família não estava disponível para falar ao CM. Vizinhas confirmaram que António tinha problemas mentais. "Tinha dias, mas agora até estava melhor". A vizinha do lado, Vitória Almeida, disse que António era um homem afável. "Não acredito que se tenha matado", concluiu.

PORMENORES

OLHAR FIXO NO RODADO

"Antes de arrancar lembro-me de ter visto uma pessoa no passeio (junto ao cemitério ao lado do armazém) a olhar para o rodado". Luís Cabrita diz ter-se lembrado disso assim que João Luís recebeu o telefonema a informar da ocorrência.

JÁ O TINHA SOCORRIDO

Luís Cabrita recorda-se de "há cerca de dois anos" ter levado António Martins ao hospital. "Acho que ele sofria de Alzheimer", disse ao CM o bombeiro.
 
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