Uma dezena de capelas da diocese foram alvo de furtos nos últimos meses. Nem as esmolas escapam.
As igrejas são alvos cada vez mais procuradas pelos ladrões. Desde o início do ano, uma dezena de igrejas já foram alvo de furtos. Nem as esmolas escapam. Em Eixo, os larápios até o vinho da missa beberam.
A capela da Sra. do Bom Sucesso, em Macinhata do Vouga (Águeda), foi, anteontem, roubada. Os ladrões não se mostraram esquisitos. Levaram suportes de velas em latão, vasos com flores e esmolas. O prejuízo maior fizeram-no à entrada: danificaram a porta da pequena igreja. Os estragos provocados em Macinhata do Vouga estão longe de ser caso único na diocese de Aveiro.
Desde o início deste ano, pelo menos, oito igrejas já foram alvo de furto, segundo informações avançados ao Jornal de Notícias pelo vigário-geral da diocese, monsenhor João Gaspar.
Tudo indica, no entanto, que muitas mais tenham sido visitadas pelos "amigos do alheio". "Nem todos os padres nos dão essas informações porque provavelmente consideram que não vale a pena, que nada irá resolver", admite João Gaspar.
Também a Guarda Nacional Republicana (GNR) não está em condições de fornecer dados precisos sobre o número de igrejas assaltadas. visto que em caso de queixa esta aparece registada como "crime contra o património", sem qualquer especificação, segundo explicou, ao Jornal de Notícias, um responsável da GNR.
A capela da Sra. da Graça, em Eixo (Aveiro) foi uma das últimas a ser saqueada. "Arrombaram a porta, depois o cofre, que tinha cerca de 50 euros provenientes das esmolas, levaram jarras de cerâmica, provavelmente por pensarem que valiam muito, e para terminarem em beleza... beberam o vinho da missa", conta, com sentido de humor, o padre Andrade, de Eixo.
Monsenhor João Gaspar revela que a diocese tem sete furtos registados em igrejas nos últimos meses: capelas de Fermentelos (Águeda), Silgueiro, Repelão e S. Sebastião (Oliveira do Bairro), Nossa Senhora de Vagos, Senhora da Graça - Eixo (Aveiro) e Pinheiro - S. João de Loure (Albergaria-a-Velha).
O vigário-geral da diocese diz que o aumento do número de furtos em capelas "está relacionado com a sociedade actual, com a formação das pessoas, com o aumento da toxicodependência e da pobreza".
Mas não só. Monsenhor João Gaspar considera que a arquitectura torna as capelas mais recentes vulneráveis. "As novas igrejas têm grandes janelas, sem protecção, os arquitectos preocupam-se mais com a questão estética do que com a segurança e isso facilita a vida aos ladrões, até porque a maior parte não tem videovigilância ou alarmes, para além de estarem isoladas ou localizadas em meios pequenos", lembra o vigário geral.
JN
As igrejas são alvos cada vez mais procuradas pelos ladrões. Desde o início do ano, uma dezena de igrejas já foram alvo de furtos. Nem as esmolas escapam. Em Eixo, os larápios até o vinho da missa beberam.
A capela da Sra. do Bom Sucesso, em Macinhata do Vouga (Águeda), foi, anteontem, roubada. Os ladrões não se mostraram esquisitos. Levaram suportes de velas em latão, vasos com flores e esmolas. O prejuízo maior fizeram-no à entrada: danificaram a porta da pequena igreja. Os estragos provocados em Macinhata do Vouga estão longe de ser caso único na diocese de Aveiro.
Desde o início deste ano, pelo menos, oito igrejas já foram alvo de furto, segundo informações avançados ao Jornal de Notícias pelo vigário-geral da diocese, monsenhor João Gaspar.
Tudo indica, no entanto, que muitas mais tenham sido visitadas pelos "amigos do alheio". "Nem todos os padres nos dão essas informações porque provavelmente consideram que não vale a pena, que nada irá resolver", admite João Gaspar.
Também a Guarda Nacional Republicana (GNR) não está em condições de fornecer dados precisos sobre o número de igrejas assaltadas. visto que em caso de queixa esta aparece registada como "crime contra o património", sem qualquer especificação, segundo explicou, ao Jornal de Notícias, um responsável da GNR.
A capela da Sra. da Graça, em Eixo (Aveiro) foi uma das últimas a ser saqueada. "Arrombaram a porta, depois o cofre, que tinha cerca de 50 euros provenientes das esmolas, levaram jarras de cerâmica, provavelmente por pensarem que valiam muito, e para terminarem em beleza... beberam o vinho da missa", conta, com sentido de humor, o padre Andrade, de Eixo.
Monsenhor João Gaspar revela que a diocese tem sete furtos registados em igrejas nos últimos meses: capelas de Fermentelos (Águeda), Silgueiro, Repelão e S. Sebastião (Oliveira do Bairro), Nossa Senhora de Vagos, Senhora da Graça - Eixo (Aveiro) e Pinheiro - S. João de Loure (Albergaria-a-Velha).
O vigário-geral da diocese diz que o aumento do número de furtos em capelas "está relacionado com a sociedade actual, com a formação das pessoas, com o aumento da toxicodependência e da pobreza".
Mas não só. Monsenhor João Gaspar considera que a arquitectura torna as capelas mais recentes vulneráveis. "As novas igrejas têm grandes janelas, sem protecção, os arquitectos preocupam-se mais com a questão estética do que com a segurança e isso facilita a vida aos ladrões, até porque a maior parte não tem videovigilância ou alarmes, para além de estarem isoladas ou localizadas em meios pequenos", lembra o vigário geral.
JN