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Casal suspeito tira casa a farmacêutica

NFS

GF Ouro
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Ministério Público investiga casos de vítimas em negócios simulados para empréstimos.

O Ministério Público de Vila do Conde está a investigar várias queixas por burla contra um casal de empresários. A actuação consiste em vendas simuladas de casas para ajudar em empréstimos. Tudo termina da pior maneira para quem quis ajudar.

Ele, 40 anos, faz-se chamar de "engenheiro"; ela, 37 anos, de "doutora". Transportando-se em Mercedes e BMW, apresentam-se como empresários, donos de uma empresa de construção com projectos em curso. Simpáticos e muito atenciosos com pessoas acabadas de conhecer, conquistam amizades com facilidade. Levam os amigos, solitários mas com algumas posses, a almoçar, jantar ou simplesmente tomar café no Hotel Sheraton ou no D. Henrique. E se há problemas de saúde, então, apoiam como nem a própria família ajuda.

Passado algum tempo, a amizade passa a parecer de longa data. E eterna. Segue-se a fase dois: dizem estar com dificuldades financeiras por causa de um terreno em Gondomar e pedem encarecidamente o favor de "passar uma casa" para o nome deles. Isto é , uma venda simulada que possibilite apresentar um imóvel como hipoteca para empréstimo bancário. Mas o que seria temporário torna-se definitivo.

Esta história terá ocorrido com várias pessoas. Pelo menos, uma farmacêutica, o respectivo filho, uma cartomante e um engenheiro. Envolvendo o mesmo casal, há também histórias de negócios com incumprimentos que parecem premeditados. É o caso de um guarda prisional, de um funcionário judicial e do dono de um terreno em Gondomar. Este, de 200 mil euros, recebeu só 30 mil, por ter aceite fazer uma escritura sem o dinheiro todo na mão (ver texto à parte).

Fernanda Regina Oliveira, 62 anos, farmacêutica no Hospital de Santo António, Porto, não tem problemas em assumir ao JN ter sido enganada. E as dificuldades que agora atravessa. "Tenho um terço do ordenado penhorado por causa de dívidas que não são minhas. E a minha casa, que aceitei vender sob simulação para os ajudar a obter um empréstimo, foi vendida em Janeiro em hasta pública porque eles não pagaram nem a devolveram. Estou prestes a ficar sem tecto!", conta.

Fernanda Regina conheceu o "engenheiro" quando, em Dezembro de 2002, um pneu do seu carro rebentou devido a um buraco na estrada, perto do Jumbo da Maia. O homem parou na estrada para lhe perguntar se precisava de ajuda. Respondeu que não, por estar à espera do filho. Mas ficou sensibilizada com a simpatia e atitude do indivíduo. "Se precisar de algo, trabalho no Hospital Santo António...", disse.

Fernanda acabara de se separar, após um casamento de 30 anos, sentia-se sozinha e o casal conseguiu, ao fim de um ano, conquistar-lhe a amizade e levá-la a ceder o seu património, e do filho, para ajudar.

Em Abril de 2004, aceitou vender a casa, por 107 mil euros, valor pedido emprestado à Caixa pelos "compradores". "Nunca recebi. Pagaram 17 mil euros que faltavam do empréstimo ao meu banco e ficaram com 90 mil euros de lucro".

Contas feitas, incluindo o negócio de um andar com o filho, de 36 anos, ficou sem casa, que estava quase paga ao banco, e com dívidas de 176 mil euros. Estas incluem um empréstimo em nome do filho em que é fiadora. Ao fim de tudo isto, para cúmulo e surpresa, o casal ainda lhe colocou uma acção cível exigindo-lhe sair de casa e uma renda de 600 euros por mês. Na mesma acção, a farmacêutica contra-ataca, diz-se enganada e pede indemnização.

Enquanto isto, e perante o avolumar de queixas por alegadas burlas, foram reunidos vários casos no Ministério Público de Vila do Conde, numa investigação ainda pendente. Isto porque, isoladamente, os casos podem ser classificados como maus negócios ou meros incumprimentos por parte dos suspeitos. Mas, se forem analisados em conjunto - explica ao JN um jurista conhecedor do caso -, podem ser encontrados indícios de crime.

Contactado pelo JN, Brás Marques, advogado dos denunciados, explicou que o casal tem sido "sempre absolvido" em vários processos, mas recusou prestar esclarecimentos, alegando sigilo profissional.

JN
 

69DEVILBOY69

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:shy_4_02:
Ministério Público investiga casos de vítimas em negócios simulados para empréstimos.

O Ministério Público de Vila do Conde está a investigar várias queixas por burla contra um casal de empresários. A actuação consiste em vendas simuladas de casas para ajudar em empréstimos. Tudo termina da pior maneira para quem quis ajudar.

Ele, 40 anos, faz-se chamar de "engenheiro"; ela, 37 anos, de "doutora". Transportando-se em Mercedes e BMW, apresentam-se como empresários, donos de uma empresa de construção com projectos em curso. Simpáticos e muito atenciosos com pessoas acabadas de conhecer, conquistam amizades com facilidade. Levam os amigos, solitários mas com algumas posses, a almoçar, jantar ou simplesmente tomar café no Hotel Sheraton ou no D. Henrique. E se há problemas de saúde, então, apoiam como nem a própria família ajuda.

Passado algum tempo, a amizade passa a parecer de longa data. E eterna. Segue-se a fase dois: dizem estar com dificuldades financeiras por causa de um terreno em Gondomar e pedem encarecidamente o favor de "passar uma casa" para o nome deles. Isto é , uma venda simulada que possibilite apresentar um imóvel como hipoteca para empréstimo bancário. Mas o que seria temporário torna-se definitivo.

Esta história terá ocorrido com várias pessoas. Pelo menos, uma farmacêutica, o respectivo filho, uma cartomante e um engenheiro. Envolvendo o mesmo casal, há também histórias de negócios com incumprimentos que parecem premeditados. É o caso de um guarda prisional, de um funcionário judicial e do dono de um terreno em Gondomar. Este, de 200 mil euros, recebeu só 30 mil, por ter aceite fazer uma escritura sem o dinheiro todo na mão (ver texto à parte).

Fernanda Regina Oliveira, 62 anos, farmacêutica no Hospital de Santo António, Porto, não tem problemas em assumir ao JN ter sido enganada. E as dificuldades que agora atravessa. "Tenho um terço do ordenado penhorado por causa de dívidas que não são minhas. E a minha casa, que aceitei vender sob simulação para os ajudar a obter um empréstimo, foi vendida em Janeiro em hasta pública porque eles não pagaram nem a devolveram. Estou prestes a ficar sem tecto!", conta.

Fernanda Regina conheceu o "engenheiro" quando, em Dezembro de 2002, um pneu do seu carro rebentou devido a um buraco na estrada, perto do Jumbo da Maia. O homem parou na estrada para lhe perguntar se precisava de ajuda. Respondeu que não, por estar à espera do filho. Mas ficou sensibilizada com a simpatia e atitude do indivíduo. "Se precisar de algo, trabalho no Hospital Santo António...", disse.

Fernanda acabara de se separar, após um casamento de 30 anos, sentia-se sozinha e o casal conseguiu, ao fim de um ano, conquistar-lhe a amizade e levá-la a ceder o seu património, e do filho, para ajudar.

Em Abril de 2004, aceitou vender a casa, por 107 mil euros, valor pedido emprestado à Caixa pelos "compradores". "Nunca recebi. Pagaram 17 mil euros que faltavam do empréstimo ao meu banco e ficaram com 90 mil euros de lucro".

Contas feitas, incluindo o negócio de um andar com o filho, de 36 anos, ficou sem casa, que estava quase paga ao banco, e com dívidas de 176 mil euros. Estas incluem um empréstimo em nome do filho em que é fiadora. Ao fim de tudo isto, para cúmulo e surpresa, o casal ainda lhe colocou uma acção cível exigindo-lhe sair de casa e uma renda de 600 euros por mês. Na mesma acção, a farmacêutica contra-ataca, diz-se enganada e pede indemnização.

Enquanto isto, e perante o avolumar de queixas por alegadas burlas, foram reunidos vários casos no Ministério Público de Vila do Conde, numa investigação ainda pendente. Isto porque, isoladamente, os casos podem ser classificados como maus negócios ou meros incumprimentos por parte dos suspeitos. Mas, se forem analisados em conjunto - explica ao JN um jurista conhecedor do caso -, podem ser encontrados indícios de crime.

Contactado pelo JN, Brás Marques, advogado dos denunciados, explicou que o casal tem sido "sempre absolvido" em vários processos, mas recusou prestar esclarecimentos, alegando sigilo profissional.

JN
 
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