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Venda de pílulas do dia seguinte e preservativos dispara

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A estação que se aproxima é a época do ano em que os portugueses consomem mais contraceptivos. Segundo dados a que o DN teve acesso, Julho e Agosto batem recordes. Em 2008, nos dois meses venderam-se nas farmácias 37 mil pílulas de emergência e 125 647 camisinhas em todo o País

O Verão está associado à praia, ao calor, mas também aos amores passageiros. A prová-lo está o aumento da venda de pílulas e preservativos naquele período do ano. E, segundo os dados da IMS Health, a que o DN teve acesso, o consumo de contraceptivos de emergência também dispara nos meses mais quentes.

Nos últimos dois anos, foi no Verão que se venderam mais pílulas de emergência. Em 2008, o mês com mais consumo foi Julho (19 755), seguido de Agosto (17 240). Já em 2007, se tinha verificado a mesma tendência: em Julho registou-se a venda de 16 228 pílulas do dia seguinte, um número que aumentou para 21 543 no mês seguinte.

Também a maior quantidade de preservativos é vendida em tempo de férias. No ano passado, os portugueses compraram 663.48 mil preservativos nas farmácia e o mês com maior venda foi Julho ( 66.362).

Estes números parecem justificar a maior atenção que os próprios especialistas dão à época. "No Verão as pessoas estão mais disponíveis e é um bom período para se apostar nas campanhas de métodos contraceptivos", reconhece o director executivo da Associação para o Planeamento da Família (APF), Duarte Vilar, que está a preparar uma campanha para lançar já no Verão.

Também a ginecologista Fátima Palma, da Maternidade Alfredo da Costa, reconhece que nos meses mais quentes "as pessoas costumam associar esta época a mais relações porque há mais disponibilidade". A mesma opinião tem o psiquiatra especializado em sexolo- gia, Júlio Machado Vaz: "Temos a noção de que é possível saltar uma faísca."

Mas o Verão não é o único factor que faz aumentar os encontros sexuais. As férias contribuem em grande parte para isso, porque "são um intervalo no quotidiano e comportamo-nos de forma diferente", considera .

Por isso, os médicos falam da importância do uso de métodos contraceptivos. "É importante a utilização de contracepção e de um método que também previna as doenças sexualmente transmissíveis quando se inicia uma relação nova", lembra Fátima Palma, que coordena o projecto "mais vale prevenir", dirigido às populações mais jovens.

As vendas de contraceptivos mostram que os portugueses os usam de forma expressiva. De facto "88% das mulheres em idade fértil usam contracepção, mas muitas utilizam-na mal. Daí as gravidezes indesejadas ou a transmissões de doenças", alerta Fátima Palma. Por isso, a divulgação continua a ser importante, garantem os especialistas.

A maioria das portuguesas prefere usar a pílula convencional como método para evitar a gravidez. As vendas nas farmácias provam isso mesmo. Entre Abril de 2007 e Março de 2009 foram compradas 15 310 643 pílulas, de acordo com a IMS Health. Os meses com maiores vendas foram novamente os do verão: Agosto de 2007 (781 052 unidades) e Julho de 2008 (799 954).

Mas para o aumento de consumo de pilula no verão, os médicos têm duas explicações: as mulheres tomam o comprimido sem interrupção para evitar ter a menstruação durante as férias (ver caixa) e também devido às emigrantes que passam cá o Verão. "Tenho muitas pacientes emigrantes que quando vêm a Portugal aproveitam para comprar a pílula para o ano inteiro", justifica Miguel Oliveira e Silva.

De fora das preferências nacionais ficam os métodos mais recentes como o implante, o adesivo, o anel vaginal ou o preservativo feminino. Embora Miguel Oliveira e Silva considere que "o implante tem tido imenso sucesso".

Para este médico, as principal causa para a falta de adesão a estes métodos é o preço: "São mais caros e não são comparticipados."

Já Fátima Palma lembra as características da sociedade. "A portuguesas, à semelhança das outras mulheres latinas são mais resistentes a métodos que as levam a não ficar menstruadas", explica, acrescentando: "Elas precisam de ter a menstruação para saber que são férteis e que não estão grávidas."
 
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