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Inflação da Zona Euro pela primeira vez a 0%

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Mai 27, 2007
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Pela primeira vez a Zona Euro registou uma variação de preços nula, com a estimativa rápida do Eurostat a apontar para uma inflação de 0% em Maio. A fraca procura e a descida do preço do petróleo explicam esta evolução.

A taxa de inflação terá baixado em Maio para 0,0%, descida que, a confirmar-se, supera a expectativa dos analistas, que apontavam para uma taxa de inflação homóloga da ordem dos 0,2%. Nunca o nível de preços desceu tão baixo desde que a Zona Euro foi criada, em 1999, ou desde que os dados começaram a ser compilados, em 1996. Ainda assim, um cenário de deflação - que se traduz numa quebra acentuada e continuada dos preços - parece estar afastado.

A quebra da procura e a descida dos preços da generalidade das matérias-primas, principalmente dos combustíveis, explicam esta evolução da inflação, que caiu de 0,6% homólogos em Abril para 0,0% este mês.

João Loureiro, Professor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP), salienta o facto desta taxa de inflação de 0,0% ser especialmente influenciada pela evolução dos preços dos combustíveis, uma vez que compara o preço do barril de crude em Maio deste ano com o de há um ano atrás - altura em que a cotação do petróleo não parava de subir e de bater "recordes" sucessivamente.

Este mesmo motivo deverá fazer com que a partir do último trimestre deste ano a taxa de inflação homóloga recupere, pois nessa altura já a comparação do preço dos combustíveis não terá uma discrepância tão grande como agora se verifica.

O outro factor que está a contribuir para a descida da taxa de inflação é a procura anémica. "A recessão faz abrandar a procura e as empresas, para não prejudicarem mais as suas vendas, não aumentam os preços", precisa João Loureiro. E esta manutenção dos preços acaba naturalmente por influenciar a descida da taxa de inflação.

Apesar dos valores da taxa de inflação esperados para Maio e de toda a incerteza actual, aquele economista não acredita que haja perigo de a Zona Euro entrar numa situação de deflação. "Tudo dependerá de como a crise vai evoluir", refere, para acrescentar que há já alguns sinais positivos, de recuperação. Um desses sinais tem tido expressão na ligeira recuperação das bolsas e também na subida do preço dos combustíveis. "Se há especulação [nos preços do petróleo] é porque alguém está disponível para pagar mais porque acredita que a procura vai subir", precisou João Loureiro ao JN.

Ontem, o secretário-geral da OPEP afirmou que a recente escalada do petróleo está a ser conduzida não pela procura mas pela melhoria do sentimento sobre a economia mundial. "A especulação está a voltar, não apenas ao petróleo mas a todas as matérias-primas", referiu Abdalah El Badri, citado pela Bloomberg.

Nos últimos tempos têm-se intensificado as declarações públicas de que há já alguns sinais de recuperação, ainda que tudo seja ainda muito incerto. Ainda ontem, o presidente do Banco Central Europeu salientou que a situação económica "é muito difícil" . Já o presidente do FMI manifestou a sua convicção de que o regresso ao crescimento pode acontecer já em 2010, mas ressalvou que a saída da crise vai demorar mais tempo.
 
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