No Sul da província moçambicana de Manica, perto do Zimbabué, há mulheres a vender água para sobreviver. São quase todas viúvas, numa terra onde um só homem pode deixar, ao morrer, seis mulheres sem sustento.
Estrada de Machaze, sul de Manica. Três dezenas de mulheres constroem uma longa fila de bidões junto do único mercado local, em frente ao terminal de autocarros. São bidões de 20 litros de água que foram buscar a 20 quilómetros de Chitobe, a sede do distrito. Em média diária conseguem vender dois bidões, a dez meticais cada, cerca de 60 cêntimos. Além da venda de água, são mulheres sem outra ocupação, porque há vários anos que não chove em Machaze, o que impede a agricultura.
"Vender água foi a única alternativa que encontrei para sustentar os meus filhos. "Às vezes vou pilar milho e faço trabalhos domésticos quando alguém me solicita", disse, à Lusa, Nfanei Tiwane, fisicamente jovem , mas que não sabe ao certo a sua idade.
"A poligamia é um princípio cultural em Machaze. Há homens com até seis mulheres, que quando morrem deixam um leque de necessidades de sustento para elas", sublinha Eusébio Sixpenze, porta-voz do Governo do distrito de Machaze.
O problema agrava-se ao somar-se o facto das viúvas serem esquecidas em aspectos relativos ao direito de sucessão, herança e transmissão de bens, além de serem menosprezadas em várias práticas socio-culturais nas comunidades, o que as coloca em situação de extrema pobreza.
JN
Estrada de Machaze, sul de Manica. Três dezenas de mulheres constroem uma longa fila de bidões junto do único mercado local, em frente ao terminal de autocarros. São bidões de 20 litros de água que foram buscar a 20 quilómetros de Chitobe, a sede do distrito. Em média diária conseguem vender dois bidões, a dez meticais cada, cerca de 60 cêntimos. Além da venda de água, são mulheres sem outra ocupação, porque há vários anos que não chove em Machaze, o que impede a agricultura.
"Vender água foi a única alternativa que encontrei para sustentar os meus filhos. "Às vezes vou pilar milho e faço trabalhos domésticos quando alguém me solicita", disse, à Lusa, Nfanei Tiwane, fisicamente jovem , mas que não sabe ao certo a sua idade.
"A poligamia é um princípio cultural em Machaze. Há homens com até seis mulheres, que quando morrem deixam um leque de necessidades de sustento para elas", sublinha Eusébio Sixpenze, porta-voz do Governo do distrito de Machaze.
O problema agrava-se ao somar-se o facto das viúvas serem esquecidas em aspectos relativos ao direito de sucessão, herança e transmissão de bens, além de serem menosprezadas em várias práticas socio-culturais nas comunidades, o que as coloca em situação de extrema pobreza.
JN