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Iates de luxo atracam no turismo do Douro

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GF Ouro
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Mai 27, 2007
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Milhares de pessoas já cruzaram o Douro em grandes embarcações turísticas. As viagens pelo rio popularizaram-se nos últimos anos e abriram a porta à forma mais exclusiva de fruir a região: os iates de luxo.

Não são para todas as bolsas, mas este tipo de turismo fluvial está a despontar no Porto sem ser beliscado pela crise. O conceito é simples: em vez de seguir um trajecto pré-definido num barco com dezenas de passageiros, compra a intimidade e a liberdade de explorar o Douro na companhia desejada, podendo atracar até nos ancoradouros mais pequenos existentes ao longo do rio entre o Porto e Vega Terron, em Espanha. "Sai do conceito tradicional de excursão e é algo que está a começar a atrair clientes", atenta Barros Vale, presidente do Sport Club do Porto, que se estreia no negócio este Verão com um iate a motor para o Douro e outro à vela para viagens no mar entre Algarve e Galiza.

São ainda poucos os operadores para um "nicho de mercado" que, garantem, combina com as ofertas de hotelaria e de restauração mais qualificadas já instaladas na região e destinadas a visitantes com maiores posses. Embora os iates de luxo tenham três quartos que asseguram alojamento para seis pessoas e capacidade de transporte até 10 turistas, muitos optam por pernoitar nos hotéis com cais fluvial.

"Os cruzeiros no Douro posicionam-se no segmento médio-baixo e há pouca oferta num segmento alto e com exclusividade. As pessoas podem desenhar o seu percurso. É como ir ao alfaiate. O fato é feito à medida", apesar dos operadores oferecerem programas bases, como explica Gonçalo Correia dos Santos, um dos sócios da Pipadouro. A empresa foi criada em Junho de 2007 por dois amigos, amantes de barcos desde miúdos.

Então, adquiriram duas embarcações antigas de madeira ("gentleman vintage boats") para restauro. O primeiro - o Friendship I é um barco dos anos 50 com 66 pés que transportou almirantes ingleses até à década de 70 - já navega no Douro desde Setembro de 2008. "´É um serviço com tripulação própria como se estivesse num hotel de charme. A nossa expectativa inicial tem sido ultrapassada. Temos tido bastantes solicitações e fidelizado clientes", continua. A meteorologia comanda o negócio. A procura aumenta no Verão e nos fins-de-semana prolongados, havendo bom tempo. As vindimas em Setembro também atraem muitos turistas.

Os iates são procurados por diferentes razões: férias, operações de charme de empresas para investidores, provas de vinhos, almoços de negócios e até pedidos de casamento ao pôr do Sol no Estuário do Douro. Os programas de fim-de-tarde, que incluem desde uma hora e meia a quatro horas de navegação entre as pontes do Porto, são populares. "Também já tivemos um casal de noivos que ia casar-se na Régua e subiu o rio de barco com os pais e os padrinhos", recorda Cristina Dias, da Pipadouro.

Os programas de fim-de-tarde são os mais baratos com ofertas entre os 399 e os 1200 euros. Um dia de aluguer à semana fica mais em conta do que ao fim-de-semana. Os preços vão desde os 700 aos 1600 euros. Em alguns casos, o custo de combustível é uma despesa adicional entre 75 a 95 euros por hora de navegação. Por exemplo, na Douro Azul, um fim-de-semana de dois dias não fica por menos de 2499 euros, enquanto uma semana de aluguer ascende a 7495 euros.

Tudo depende do desejo e da carteira do grupo. "O limite está na imaginação de cada um", sustenta Mário Ferreira, da Douro Azul que adquiriu, há cinco anos, o iate Enigma de 46 pés, a pensar no exemplo de Sul de Espanha. Nos primeiros tempos, o Enigma navegava mais pelo mar do que pelo rio. "Tivemos dificuldades. Queríamos que o barco estivesse no Douro, mas as pessoas pediam-nos para alugá-lo e levá-lo para o Algarve. Até esteve em Ibiza". Entretanto, a procura aumentou e hoje é fiel ao rio.

Porém, ao contrário dos navios-hotéis da empresa, a maioria dos clientes do iate não é estrangeira. Conta-se um misto de turistas portugueses e internacionais. Quase todos os operadores traçam o mesmo retrato. "O mercado natural é o português e o espanhol, mas queremos cativar os franceses, os ingleses, os alemães, os brasileiros e os japoneses", adianta Gonçalo Correia dos Santos. "Os três segmentos principais são os executivos, as famílias com crianças e os casais para viagens ao pôr-do-sol. As caves de Vinho do Porto também usam os iates para transportar clientes", destaca Mário Ferreira: "Os programas mais vendidos no Verão são dois dias de fim-de-semana e uma semana. Quando alugam o iate por uma semana, costuma vir mais do que uma família para dividir os custos e, depois, alguns dormem em hotéis".

Entre os estrangeiros, a Douro Azul destaca a atracção dos britânicos, alemães e espanhóis. Já João Resende, da Rent Douro que começou a alugar iates em 2001, assinala o maior interesse de estrangeiros do que portugueses. "São muito procurados por espanhóis, franceses, alemães, ingleses e holandeses. Geralmente, as pessoas querem ir à procura do desconhecido".

JN
 
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