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Corpo a 27 metros de profundidade

ninakkida

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Sintra: Mergulhadores resgatam cadáver em condições adversas

Uma tarde de Verão passada numa lagoa aparentemente paradisíaca tornou-se anteontem em tragédia para a família e amigos de Élcio Domingos. O jovem, de 17 anos, estava na antiga Pedreira da Siop, em Pedra Furada, concelho de Sintra, quando escorregou da bóia que o mantinha à superfície. Os amigos ainda o tentaram ajudar, mas Élcio – que não sabia nadar – afogou-se. O corpo foi resgatado ontem de manhã por mergulhadores dos bombeiros a quase 30 metros de profundidade.


Segundo o CM apurou junto de amigos da família – residente no bairro de Guerreiros, em Loures –, esta não foi a primeira vez que o jovem se deslocou até àquela lagoa. "De carro são apenas cinco minutos a chegar, por isso eles preferiam vir para aqui do que ir para a praia", contou ao CM um dos amigos da vítima. Anteontem, o grupo seria composto por quatro jovens que fizeram "uma espécie de piquenique" durante a tarde.

Pelas 16h50, Élcio atirou-se à água. Sem saber nadar, apoiou-se numa pequena bóia, mas es-corregou e perdeu o contacto com o único objecto que o mantinha à tona. Os três amigos, apercebendo-se da situação, tentaram ajudá--lo, mas também eles ficaram em dificuldades e tiveram de ser retirados da água por populares.

Os bombeiros foram imediatamente alertados e as buscas pelo corpo começaram logo pelas 18h00. O cadáver do jovem só viria a ser encontrado ontem de manhã. "Foi muito difícil localizar o corpo. O fundo da lagoa, que era uma antiga pedreira, tem vários socalcos e buracos e a visibilidade é de pouco mais de um metro. Por essa razão foram precisas cerca de seis horas e oito mergulhadores para encontrar o cadáver, que estava numa zona com 27 metros de profundidade", disse ao CM o Comandante Operacional da Protecção Civil de Sintra, Pedro Ernesto Nunes.

O corpo foi enviado para o Instituo de Medicina Legal onde será realizada a autópsia.

HOMICÍDIO OCULTADO NO MESMO LAGO

De acordo com comerciantes da freguesia de Montelavar, onde fica situada a antiga pedreira da Siop, a lagoa foi usada para ocultar o corpo de um homem assassinado há cerca de seis anos. Na altura, "o amante de uma mulher de Negrais foi morto pelo marido dela. Depois, ele e mais uns amigos pegaram no corpo, meteram-no dentro de um carro e atiraram-no para o fundo da lagoa", relatou ao CM o proprietário de um restaurante ali perto. O crime acabaria por ser resolvido pela Polícia Judiciária, que recuperou o corpo e o veículo. Foram encontrados também a quase 30 metros de profundidade. O homicida e os seus cúmplices foram presos.

Actualmente, a pedreira desactivada transformou-se numa lagoa com nascentes subterrâneas, onde é captada água para abastecimento das populações do concelho de Sintra.

PEDREIRA USADA COMO PISCINA HÁ 20 ANOS

"Olhe, eu só estranho é não haver mais gente a morrer aqui na lagoa. Há mais de 20 anos que isto fica cheio de gente nos dias de calor. Se for ao fim-de-semana, nem se consegue por lá um pé", contou ao CM Quitéria Raposo, 62 anos, proprietária da casa mais próxima da antiga pedreira. Na memória, Quitéria retém apenas uma situação semelhante ocorrida "logo quando a pedreira fechou". "Já não sei o ano em que aconteceu, mas lembro-me de ter morrido aqui uma criança pouco depois de a pedreira fechar e encher de água", relata. A lagoa não é considerada praia fluvial e não tem, por isso, qualquer vigilância.

PORMENORES

SILÊNCIO

Vários familiares e dezenas de amigos acompanharam ontem de manhã o resgate do corpo de Élcio. Família não quis falar sobre o caso.

BOMBEIROS

A operação de resgate mobilizou 17 bombeiros – 8 deles mergulhadores – de Montelavar, Colares, Torres Vedras e Alhandra.

PERÍMETRO DE SEGURANÇA

A GNR foi obrigada a isolar o local das buscas devido ao número de pessoas que se concentraram na zona da pedreira.

Fonte: CM
 
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