• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Presa por recusar pagar multa pelo uso de calças

Amorte

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Mai 27, 2007
Mensagens
7,461
Gostos Recebidos
0
A jornalista sudanesa Lubna Ahmed al-Hussein, ontem condenada a pagar uma multa de 140 euros por vestir "roupa indecente", foi presa depois de se ter negado a pagar a quantia, disse um dos seus advogados.
ng1188619.jpg

foto ASHRAF SHAZLY/AFP
Presa por recusar pagar multa pelo uso de calças
Jornalista sudanesa a caminho do tribunal


Nadil Adib informou que a sua cliente permanecerá um mês na prisão por se negar a pagar a multa ontem decretada por um Tribunal Penal de Cartum. A jornalista, que arriscava ser chicoteada, acabou por ser condenada a uma multa de 500 libras sudanesas (140 euros). Os advogados aconselharam-na a pagar a multa e a recorrer da sentença, mas Lubna Ahmed al-Hussein não cedeu. "Não vou pagar a multa, prefiro ir para a cadeia", declarou Lubna à AFP, por telefone.

Lubna foi detida pela Polícia, no início de Julho, num restaurante de Cartum, juntamente com 12 outras mulheres, por usar "vestuário impróprio", vestia calças largas e uma blusa comprida. Dez das mulheres detidas na mesma altura foram chicoteadas 10 vezes cada uma.

A jornalista, que publica textos regularmente no jornal de Esquerda "Al-Sahafa" e também trabalha para a Missão das Nações Unidas no Sudão, poderia ter sofrido a mesma punição, mas contestou a acusação e iniciou uma campanha pública para abolir a lei controversa. "Sou muçulmana e compreendo a lei muçulmana. Mas que passagem do Corão é que diz que as mulheres não podem andar de calças?

O artigo 152 do Código Penal sudanês de 1991, que entrou em vigor dois anos após o golpe de Estado do actual presidente. Omar el-Béchir, prevê uma pena máxima de 40 chicotadas para quem "cometa um acto indecente, viole a moral pública ou vista roupas indecentes".

Cerca de cem pessoas, a maioria mulheres de calças, manifestaram-se ontem de manhã, antes de ser conhecida a sentença, em frente ao tribunal de Cartum, em apoio a Lubna Ahmed al-Hussein.

"Liberdade, liberdade", gritavam os manifestantes, enquanto outros empunhavam cartazes contra a flagelação.

A Polícia proibiu os fotógrafos e os operadores de câmara de filmarem a manifestação. Segundo o correspondente da AFP à "France Press", a Polícia, munida de escudos e bastões, dispersou os manifestantes recorrendo à força física. Cerca de 40 mulheres foram detidas.
JN
 
Topo