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As armas

jcodigo

GF Ouro
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As armas de caça de possível utilização na Caça Maior são do tipo mais variado. Utilizam-se armas de fogo, arcos e bestas, e armas de mão também conhecidas por "armas brancas" podendo estas últimas apresentar várias formas, distintos comprimentos de lâminas e múltiplos tipos de suporte.
Apesar de tão grande variedade, iremos dedicar mais atenção às armas de fogo, uma vez que são estas as mais utilizadas em Portugal pela maioria dos monteiros. No que se refere aos restantes tipos referenciados apresentaremos algumas formas e modelos exemplificativos, sinal que não nos esquecemos de um grupo restrito de puristas que se dedica a esta modalidade cinegética.

As armas de Fogo
Os Arcos e Bestas
As Armas Brancas
Fonte: apaginadomonteiro​
 

jcodigo

GF Ouro
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As Armas de Fogo

(Fabricantes de Armas e Acessórios)
Podem ser de dois tipos : caçadeiras ou carabinas.

As caçadeiras são armas de um ou de dois canos, de alma lisa, variando os calibres desde o 12 até ao 20. Apesar de serem armas vocacionadas para caça menor em virtude de poderem disparar munições ( cartuchos) de tipos diferentes carregados com chumbo, (também de tamanhos distintos conforme o tipo de animais que se pretende caçar ) são igualmente utilizadas na caça maior com alguma frequência, principalmente quando se trata de atirar a distâncias relativamente curtas ( até aos 40 metros) ou quando o Monteiro não gosta de (ou não pode) atirar com carabina. Utilizam-se nestas armas diferentes acções de carregamento ( semiautomático ou manual ), apenas sendo permitido, nesta modalidade de caça a utilização de cartuchos carregados com bala. Saliente-se que a utilização (ou porte) de cartuchos carregados com zagalotes é estritamente proibida.

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Caçadeiras de Canos Sobrepostos : A - de canos separados para melhor ventilação/arrefecimento. B - de canos ventilados

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Caçadeiras semiautomáticas:
A - de choque fixo; B - de ponteiras

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Caçadeiras de canos laterais amovíveis
A - de platinas inteiras; B - de meias platinas

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Detalhe caçadeira de canoslaterais

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Detalhe caçadeira de canos sobrepostos

As carabinas, por sua vez, são armas de caça maior por vocação e excelência. Trata-se de armas de um ou de dois canos estriados, aptos e especificamente preparados para disparar "munições metálicas". São armas de grande precisão ( que permitem, por exemplo, colocar uma bala dentro de um círculo com 5 cm de diâmetro a uma distância de 150 metros) e de grande efeito de impacto ( derrube) que permitem cobrar um peça de caça de grande porte com um único tiro e sem causar sofrimento desnecessário ao animal, já que provoca morte quase instantânea. Podem utilizar também diferentes acções de carregamento (manual e semiautomático) e disparar munições de calibres variados ( desde os 5mm de diâmetro exterior até aos 11mm ou mais ). As mais usuais são as carabinas de culatra manual ( repetição, de carregamento manual tiro a tiro), as de repetição semiautomática (com carregador adaptado para suportar, no máximo, duas munições ) e as "Express" (carabinas de dois canos justapostos ou sobrepostos).

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Carabina de Culatra Manual ( Sistema Mauser)

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Carabina de Culatra Rectilínea com Mira Telescópica

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Carabina Express de Canos Laterais (Detalhe)

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Carabina Semi Automática

Existe ainda um terceiro tipo de carabina : a monotiro, de sistema de abertura basculante (tal como as caçadeiras) ou de sistema de culatra fixa (falling block), sendo estas armas especialíssimas, de muito pouco peso, grande precisão de tiro e ideais para caça de aproximação em regiões de caça difícil ou extrema. Trata-se de armas para uso exclusivo de especialistas, dada a impossibilidade de repetir o tiro em tempo oportuno - um tiro e nada mais.

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Carabinas Monotiro Basculantes:
A: Com Mira Telescópica B: Sem mira e Modelo Full Stock ( Stutzen)

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Carabina Monotiro de Culatra Fixa ( Falling Block)

Convém ainda referir que, se as armas de cano estriado forem equipadas com uma mira telescópica ( Óptica) se melhoram significativamente as condições de tiro, bem como a precisão dos impactos. Basta lembrar que com uma mira de 5 aumentos um animal que se encontre a 100 metros de distância será visualizado como se estivesse apenas a 20 metros. Este equipamento constitui ainda uma enorme vantagem para quem tem problemas de visão, uma vez que a mira ( retículo) e alvo (animal) se encontram no mesmo plano de imagem e apenas a 10 cm do olho. Contudo convém não descurar a importância da regulação deste tipo de miras.

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Imagem de uma Mira Telescópica com o alvo a 100 metros

Sobre os calibres destas armas estriadas - e sem querer alongar-me demasiado - deve mencionar-se que a designação destes pode aparecer de duas formas distintas: dois valores numéricos unidos pelo sinal (X), ou um valor decimal de três dígitos. A primeira é uma representação característica dos calibres europeus (inventados por fabricantes da Europa) na qual o primeiro valor representa o diâmetro externo do projéctil enquanto o segundo representa o comprimento da cápsula (cartucho metálico); ambos os valores são representados em mm; exemplos: 6,5X55 - 7X57 - 7X64 - 9,3X62 - 9,3X64 - 9,3X74 etc. A segunda é uma representação anglo-saxónica, característica dos calibres Ingleses e Americanos; os três dígitos referem-se ao diâmetro externo do projéctil, apenas, medido em milésimos de polegada ("); exemplos: .243 - .264 - .270 - .280 - .300 - .338 - .375 - .416 - .458, etc. A seguir esta designação podem ainda aparecer outros caracteres que se referem ao fabricante do calibre, tais como R (de Remington), WB (de Weatherby), W (de Winchester). É igualmente usual o símbolo Mg imediatamente a seguir à designação do calibre, o qual significa Magnum (cartucho de maior capacidade de pólvora).

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Munições para Carabinas DAKOTA (USA):

De 7 mm a .330 para espécies até 300 kg ; De .375 a .450 para espécies de Grande Porte e Perigosas ( Africanas)

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Munições Magnum de tipo Weatherby (USA). Note-se o reforço na base da cápsula

Regulação de Miras Telescópicas:

Muitas vezes acontece quando se adquire uma carabina, proceder-se á escolha de uma mira telescópica de boa marca e, de acordo com as sugestões e oferecimentos do armeiro, deixamos tudo no local à responsabilidade do vendedor para que monte e regule a respectiva. Passados alguns dias voltamos lá, levantamos o equipamento e ouvimos o armeiro referir que a mira está "certinha" a ... x metros. Com a maior das convicções, contratamos as primeiras jornadas de caça, sejam elas montarias ou esperas e ... vamos "caçar".

Mais normal ainda é... seguirem-se as desilusões. E questionamo-nos como foi possível errar aquele veado que nos entrou a passo, calmo e apenas a 20 metros, ou como pudemos errar aquele "porco" de 90 kg. parado, a comer no cevador .

Pois é caros companheiros de caça. Erramos porque a arma não estava regulada para nós ( leia-se por nós) mas sim pelo armeiro/vendedor. E para mais, se calhar, nem tivemos o cuidado de lhe perguntar com que munição foi a mira regulada. Porque cada marca de munição, cada tipo de projéctil dentro da mesma marca e cada peso de bala têm regulações distintas ou até muito diferentes. E de acordo com estas informações "cada bala vai bater num local diferente". Além disto cada pessoa tem também diferentes formas de pegar na arma e igualmente uma reacção diferente no momento do tiro, alterando de igual modo o ponto de impacto. Estas situações são tão importantes que quando as refiro e noto alguma admiração nos ouvintes, costumo acrescentar que estes procedimentos fazem a diferença entre cada tiro ser um animal cobrado, ou não ( como dizem os americanos : One shot, one kill).

Aqui ficam pois os procedimentos a respeitar, meticulosamente , para a regulação de miras telescópicas:

Antes de ir para a carreira de tiro:

1. Escolha cuidadosamente o tipo de projéctil de acordo com o tipo de animais que vai caçar optando sempre por uma bala de peso médio dentro das diferentes disponibilidades para o calibre da sua arma.

2. Adquira um número razoável dessas munições (recomenda-se 100). Lembre-se que cada mudança ou alteração implicará sempre nova regulação.

3. Consulte atentamente a tabela balística que acompanha cada caixa de munições, para conhecer a diferença dos impactos a 50 metros e a 100 metros. ( + significa acima do local onde se aponta e, e - abaixo desse mesmo local.)

4. Consulte o manual explicativo da mira telescópica para saber a quantos milímetros corresponde cada click quer na regulação em altura, quer na regulação em direcção ( nem sempre os valores são os mesmos). Atente ainda a que, normalmente, esta referência vem em meios, quartos ou oitavos de polegada - faça a conversão para milímetros.

5. Se possível utilize um colimador ( pessoalmente prefiro os clássicos, de quadriculado 10x10) e faça uma pré regulação da mira fazendo coincidir o retículo com a cruz central do colimador; vai ver quantas munições poupa quando fizer a regulação final a tiro.

Na carreira de tiro:

1. Utilize uma mesa estável, e um apoio para o fuste da carabina ou a mão que segura o fuste ( tipo saco de areia ou com outro enchimento maleável). Não utilize apoios fixos nos quais o fim da coronha se encosta num batente porque pode danificar irremediavelmente o óculo, partir a madeira da coronha nas fixações internas, obtendo, para além do referido, uma regulação irreal e deficiente.

2. Coloque dois alvos iguais: um a 50 e outro a 100 metros. No primeiro (50 metros) será onde vai fazer a regulação de pormenor; no segundo (100 metros) fará a verificação final.

3. Se a sua mira tiver aumentos variáveis fixe-a a metade dos aumentos. ( p.ex. numa mira 3 - 12 aumentos, coloque-a em 6 aumentos)

4. Atire sempre sentado e o mais descontraído possível.

5. Comece por fazer três tiros a 50 metros, controlando a respiração e tentando não fazer "gatilhada" ( o gatilho da carabina é diferente do das caçadeiras).

6. Se tudo correr bem os impactos deverão encontrar-se na mesma zona do alvo ligeiramente separados uns dos outros ( 3cm no máximo é uma variação aceitável ).

7. Proceda ás correcções necessárias, utilizando para o efeito as torretas de regulação da mira, tendo sempre por base as informações mencionadas nos pontos 3. e 4. do capítulo anterior ( se os impactos estiverem baixos em relação ao ponto desejado, desloque a torreta os clicks necessários no sentido UP para subir o tiro; se estiverem á esquerda desloque a outra a torreta no sentido RIGHT)

8. Faça agora conjuntos de dois tiros para verificar se os impactos se encontram no ponto desejado, voltando a repetir as correcções nas torretas se necessário.

9. Quando entender que a mira "está certa" a 50 metros deverá utilizar o alvo dos 100 metros para a verificação final. Faça novamente um conjunto de 3 tiros neste alvo e verifique se o distanciamento entre os impactos se encontra dentro dos limites aceitáveis e no ponto desejado. Se não, proceda a novas correcções mas agora com maiores cuidados ( a distância ao alvo é muito maior ! ).

Repare-se agora no exemplo que se segue. Para este calibre ( 243 W.) e peso de bala, a referência balística era que, para uma regulação a 200 metros, os impactos deveriam estar 0,8 cm acima do centro a 50 metros e 2,5 cm acima do centro a 100 metros. O alvo ( tamanho A4 ) que se segue foi utilizado na verificação dos 100 metros e a numeração corresponde á ordem sequencial dos tiros, com as respectivas correcções.

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Note-se que os impactos finais ( 4,5,6 e 7) se encontram exactamente 2,5cm acima do centro ( cada quadrícula equivale a 1 cm ) e perfeitamente alinhados com o centro do alvo. Se nos lembrar-mos que a mão nunca é tão firme quanto desejamos, podemos considerar que, devido ao facto dos impactos se encontrarem colados uns aos outros e no local desejado, estamos em presença de uma regulação perfeita. Sendo que esta regulação nos vai permitir atingir a área vital de qualquer espécie de caça maior portuguesa até aos 250 metros de distância ( !!! ), sem ter que dar descontos.

Feita pelo próprio, que assim fica a"conhecer" a sua arma e ter a confiança necessária para saber o que pode fazer com ela.

Finalmente deve-se salientar que a munição com que se regula a mira é aquela com que se caça.

E, mais uma vez ESTA É A DIFERENÇA ENTRE CADA TIRO SER UM BICHO……OU NÃO!
 

jcodigo

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Os Arcos e as Bestas

Os arcos e as flechas foram as primeiras armas inventadas pelo Homem como armas de caça e depois como armas de defesa. O seu aparecimento remonta ao princípio dos tempos e segundo várias referências de base científica, os arcos apareceram desde que há memória da existência de seres humanos. Contudo só é possível atribuir datas, para qualquer facto ou acontecimento, até à cerca de 25 000 anos atrás. A atestar este facto foi a referência que obtivemos através de uma consulta na Wikipédia :

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"Podemos precisar a data de origem de todos os esportes conhecidos nos tempos modernos e antigos, mas com o arqueirismo isso não aconteceu pois todas as informações que possuímos se perdem nas origens mais remotas da civilização humana. Pesquisas feitas em restos arqueológicos trançando-se a presença de Carbono 14, informam a presença do arqueirismo cerca de 25.000 anos atrás, tão antigo portanto como as mais remotas manifestações de civilização, e a descoberta dessa arma formidável pelo homem primitivo assegurou a sua sobrevivência , permitindo caçar, e a se defender ou atacar outros grupos hostis, nas guerras tribais de outrora. Podemos afirmar sem medo de erro, que somente a descoberta do fogo se ombreou em importância com a do arqueirismo, permitindo a ascensão da espécie humana na superfície do planeta."

Como se verifica, não só se comprova o momento em que estas armas se consolidaram, como igualmente se atesta a importância da sua utilização. No entanto refira-se que não é fácil utilizar uma arma desta natureza. Primeiro pelas suas dimensões e processo de "carregamento", (retirar a flecha do seu suporte, colocá-la em posição no centro do arco, encaixá-la na corda, apontar, esticar a corda e finalmente disparar) e em segundo lugar pela dificuldade de se colocarem as flechas no alvo desejado (facto que requer conhecimento e muito treino). No entanto é também verdade que, apesar de todas estas condições, os senhores da guerra ultrapassaram as questões do tempo necessário para o treino e da precisão do tiro, recorrendo á quantidade de arqueiros; não havia exército da Idade Média normalmente estruturado que não contasse com pelo menos meia centena de arqueiros que, quando eram mandados para a frente da batalha enviavam vagas sucessivas de flechas pelo ar, que caíam onde calhava, mas que normalmente faziam grandes "estragos" no inimigo.

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Mas estamos aqui para falar de caça e não de técnicas militares. Por tanto acrescente-se que, para além das dificuldades enunciadas, os arcos e flechas quando usados em actos de caça, necessitam, para serem eficazes, de ser disparados a distâncias bastante curtas. Isto implicava que o caçador tivesse de se acercar o máximo possível das suas presas. Compreende-se também que fosse necessário (ou pelo menos desejável) que o animal estivesse imóvel.

E a sua utilização como arma de caça atravessa toda a Idade Média, até chegar aos tempos modernos.

Constatadas as dificuldades sentidas na sua utilização, aparece (ainda na Idade Média) uma tentativa de solucionar um dos grandes problemas do arco - a dificuldade em apontar e a consequente precisão do tiro. E a solução inventada é a Besta.

A besta mais não é do que um arco de pequenas dimensões montado numa peça de madeira (que se pode considerar como a antecessora das actuais coronhas das armas de fogo) munida de um mecanismo de disparo, que facilmente se encara permitindo apontar com muito mais facilidade do que com um arco. Para além disso a Besta pode disparar flechas mais curtas mas também mais pesadas, não sendo estas tão susceptíveis à influência do vento como as flechas disparadas pelo arco. E se os utilizadores do arco se designavam por Arqueiros, os utilizadores da besta designam-se por Besteiros.

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Modelo de Besta Medieval

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Besteiro

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Besta de Mão

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Besta, Aljava e Besteiro

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Besta moderna para treino

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Besta de caça completamente equipada

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Como armar uma besta moderna

Apesar da invenção das bestas, os arcos não perderam a sua importância e operacionalidade ao longo dos séculos. Como arma primitiva foi evoluindo, primeiro pela escolha cuidada e qualidade das madeiras com que se fabricava, depois na consistência e durabilidade das cordas que os armavam, passando pela qualidade e resistência das varas com que se fabricavam as flechas e finalmente na diferente forma das pontas de metal que nelas eram montadas. Estas últimas podiam ser mais perfurantes, mais destruidoras ou simplesmente com maior efeito de choque sem penetrarem muito no corpo dos animais. E esta evolução acompanhou os séculos até à Idade Moderna.

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Arco antigo e simples ainda usado em algumas regiões
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Flechas de modelo artesanal, ainda utilizadas

Hoje a caça com arco é praticada por um número imenso de caçadores por todo o Mundo, que consideram este tipo de arma como mais desportivo, dando mais vantagens aos animais. Pelo facto de se necessitar de distâncias curtas de tiro (até aos 40/50 metros no máximo), pela necessidade de considerar os efeitos do vento lateral, pelas compensações necessárias no processo de apontar, etc, etc, consideram estes caçadores que lutam quase de igual para igual com os animais.

Diferentes modelos de Arcos Modernos
A
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B
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C
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D
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LEGENDA:

A - Arco simples de Madeira e Fibra

B - Arco Moderno de Composito e Roldanas

C - Arco de Composito e Roldanas equipado com estabilizador e miras

D - Idem de C mas mais potente e completo.

No continente Americano, por exemplo, os utilizadores deste tipo de arma de caça são tantos que a legislação federal considera, para todos os estados da América do Norte e Central, um período específico para caça com Arco; refira-se ainda que, dadas as limitações mencionadas, este período de caça é o primeiro a abrir em cada nova época. Segue-se um período de caça para armas de pólvora preta e só depois vem o período de caça para armas de fogo modernas/tradicionais.

E tanto se pode praticar caça maior com arco, como caça menor; esta última muito mais difícil porque se trata de animais em fuga, de muito pequeno porte, com movimentos de deslocação nem sempre rectilíneos e logo, muito, mas muito mais difícil de se lhes acertar. Para a caça menor as pontas das flechas são de tipo diferente das de caça maior; enquanto as primeiras podem ter a forma de "pés de aranha" ou arredondadas para provocar forte impacto apenas, as segundas são sempre munidas de lâminas de aço em forma triangular (duas, três ou quatro lâminas) muito cortantes, com o objectivo de penetrarem no corpo do animal e destruírem os órgãos, provocando ao mesmo tempo grande hemorragia.

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LEGENDA:

1 - Flechas de madeira com pontas de caça maior

2 - Pormenor do estabilizador e da ponta das flechas.

3 - Flechas de carbono com estabilizador de plástico ( amarelo/laranja) e de penas.

Mas desenganem-se todos os que pensam que a arco e a flecha (ou a besta e o virotão), são armas de fraca potência e que pouco "estrago" produzem nos tecidos animais. Os estudos efectuados para comparação do impacto por centímetro quadrado produzido por uma flecha ou por uma bala de carabina dão resultados muito semelhantes ( tendo em consideração as distâncias normais de tiro, para cada uma - 25 metros para arco e flecha e 100 metros para carabina) pelo que, ressalvando o factor distância, a eficácia do arco se assemelha à eficácia da arma de fogo. Com a vantagem dos arcos ou bestas serem quase silenciosos no momento do tiro.

Porque, como se referiu, é necessária uma técnica muito aperfeiçoada para caçar com este equipamento, deixam-se, a seguir, algumas indicações técnicas para iniciados que pretendam vir a utilizar o arco para tiro.

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1 - Como segurar a corda 2 - Esticar a corda e apontar 3 - Como segurara a flecha​

Para caçar com arcos ou bestas é necessário, para além da técnica na utilização do material, ser capaz de implementar todas as precauções já enunciadas para caça de aproximação, como ainda ser igualmente capaz de se aproximar dos animais, sem ser detectado, até às distâncias exigidas para o tiro; o que nem sempre é possível. Para esse efeito é fundamental usar diferentes tipos de camuflagem, deslocar-se muito lenta e silenciosamente e ainda saber esperar por uma posição favorável do animal, quer para preparar o tiro, quer para disparar.

Tudo muito desportivo até aqui, não fora o posterior sofrimento do animal, numa agonia de morte por hemorragia.

Pessoalmente, considero este tipo de arma como pouco desportiva porque tratando-se de CAÇA, trata-se igualmente da apropriação do animal através da sua morte e esta deve, por questões mais que óbvias, provocar o mínimo sofrimento possível. Ora a morte dos animais atingidos com flechas sobrevém ao cabo de algum tempo - dependendo da corpulência do animal e dos órgãos vitais atingidos pela flecha - devido à progressiva perda de sangue. Com a correspondente dose de sofrimento e lenta agonia.

Comecei por referir, na definição das armas para caça maior, que o arco e a besta eram armas utilizadas por puristas. É certo que assim é porque se com arma de fogo já é bastante difícil cobrar grandes troféus, imagine-se o que é consegui-los com arco ou besta a distâncias tão curtas como as mencionadas. As imagens que se seguem servem para mostrar que também é possível caçar com este tipo de armas, apesar de serem provenientes do continente americano onde se caça de formas diferentes das nossas; alguns dos troféus exibidos foram conseguidos caçando de espera em posto elevado de árvore (treestand), com múltiplos atraentes espalhados na base desta, para mais facilmente atrair os animais.

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As Armas Brancas

A designação Armas Brancas refere-se de uma forma geral ás facas e lanças que, pelas suas características e de acordo com a recente legislação de armas, apenas podem ser utilizadas em processos de caça. Tal significa que o seu transporte ( porte) apenas é possível quando em deslocação para actos ou jornadas de caça, devidamente enfundadas. São, por outro lado, proibidas se usadas ou transportadas fora destas condições.

São normalmente utilizadas pelos monteiros mas mais especialmente pelos matilheiros, sendo estas a sua única arma de caça durante as montarias.

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Faca de remate: Lâmina de 27 cm, dois gumes e punho em Haste de veado

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Faca de remate: Lâmina de 27 cm, dois gumes e cânula sangradora central

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Faca de remate: Lâmina de 29 cm e um gume

Na Caça Maior este armas têm uma única funcionalidade: permitir o remate de uma rês ferida ou simplesmente agarrada pelos cães das matilhas ( quando em processo de Montaria). São facas de lâmina comprida, normalmente com duas linhas de corte e eventualmente cânula sangradora central ( linha afundada no centro da lâmina, destinada a possibilitar uma mais fácil e rápida saída de sangue através do golpe). Devem ser usadas com extremo cuidado e precaução pois, devido á sua forma (agudeza e afio ), são extraordinariamente cortantes; Infelizmente já tive oportunidade de ver alguns amigos e companheiros de caça magoados com mais ou menos gravidade devido a descuidos ou usos indevidos destes equipamentos.

Podem contudo ter outro tamanhos de lâmina mais reduzidos ou formas variadas, destinando-se assim a outras funcionalidades, como por exemplo o uso comum, abrir e esventrar rezes ou simplesmente esfolar.

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A

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B

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C

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D

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E

A - Faca de caça genérica: lâmina de 20 cm, um gume e punho em haste de veado.

B - Faca de caça genérica: lâmina de 18 cm, um gume e punho em madeira de oliveira.

C - Faca de caça para abrir e esventrar : lâmina larga de 13 cm e punho em haste de veado.

D - Faca de caça sueca, flutuante : lâmina de 18 cm e punho em madeira de bétula.

E - Faca de abrir e esfolar : lâmina de 13 cm larga, com apoio para polegar e gancho de abrir na lateral oposta do corte.

E porque não servir também de talher ao almoço ?

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Navalha de caça: lâmina de 12 cm e um gume

E, finalmente, nem sempre temos de procurar fora de Portugal o que precisamos para caçar. No que se refere a cutelarias também as temos de grande qualidade, fabricadas na Benedita. Para exemplo, aqui ficam dois modelos desta fábrica: o primeiro com mais de 50 anos de uso ( foi à guerra do ultramar e voltou sã e salva ) e um outro, sob a forma de punhal, muito raro mas tão útil como os demais (adquirida numa loja de ferragens de Beja em 1978).

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