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RoterTeufel
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“Há pessoas a falar que não o deveriam fazer”
António Cluny, ex-presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, fala ao CM sobre a polémica na justiça portuguesa.
Correio da Manhã – De que forma encara esta homenagem do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público?
António Cluny – Pensei muito sobre ela. As homenagens devem ser feitas a quem desenvolve actividades cívicas e não a quem as pratica. Sendo uma actividade de defesa dos direitos dos homens, pensei que se calhar era importante este pretexto para falar sobre alguns aspectos associados a essa defesa. Fui presidente do sindicato seis vezes. A minha geração deu origem a mais três presidentes. Eu só estive mais tempo. Acho que é toda uma geração que está a ser homenageada através da minha pessoa. Fazemos parte de uma geração que a certa altura teve oportunidade de seguir a carreira de juiz e optou por permanecer no Ministério Público.
– Como analisa toda esta polémica entre Procuradoria-Geral da República e Supremo Tribunal de Justiça?
– Julgo que há demasiado ruído. Não quero acrescentar ruído ao que já existe. Sobre determinados processos, fala quem deve e pode. Vejo muita gente a falar sobre processos que ou não sabem do que falam – mas falam, só por falar –, ou sabem do que falam – mas não era suposto e não deveriam saber – e então falam. O que é muito estranho. Há muitas pessoas a falar sobre o assunto que não o deveriam fazer. Depois são essas mesmas pessoas, que alimentam todo este ruído, a pedir contenção. Que fale quem sabe e pode e que se cale quem não sabe ou então não pode falar.
– O que falta para acabar com a ideia de impunidade de pessoas influentes perante a justiça?
– São necessárias leis mais claras e mais rigorosas que não deixem margem de manobra para a duplicidade de interpretações. Falta coragem política para que essas leis entrem em vigor. Menor ambiguidade dos textos. Independência. Ainda falta muita coisa. O mundo não é perfeito, mas também não acaba amanhã.
Fonte Correio da Manhã
“Há pessoas a falar que não o deveriam fazer”
António Cluny, ex-presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, fala ao CM sobre a polémica na justiça portuguesa.
Correio da Manhã – De que forma encara esta homenagem do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público?
António Cluny – Pensei muito sobre ela. As homenagens devem ser feitas a quem desenvolve actividades cívicas e não a quem as pratica. Sendo uma actividade de defesa dos direitos dos homens, pensei que se calhar era importante este pretexto para falar sobre alguns aspectos associados a essa defesa. Fui presidente do sindicato seis vezes. A minha geração deu origem a mais três presidentes. Eu só estive mais tempo. Acho que é toda uma geração que está a ser homenageada através da minha pessoa. Fazemos parte de uma geração que a certa altura teve oportunidade de seguir a carreira de juiz e optou por permanecer no Ministério Público.
– Como analisa toda esta polémica entre Procuradoria-Geral da República e Supremo Tribunal de Justiça?
– Julgo que há demasiado ruído. Não quero acrescentar ruído ao que já existe. Sobre determinados processos, fala quem deve e pode. Vejo muita gente a falar sobre processos que ou não sabem do que falam – mas falam, só por falar –, ou sabem do que falam – mas não era suposto e não deveriam saber – e então falam. O que é muito estranho. Há muitas pessoas a falar sobre o assunto que não o deveriam fazer. Depois são essas mesmas pessoas, que alimentam todo este ruído, a pedir contenção. Que fale quem sabe e pode e que se cale quem não sabe ou então não pode falar.
– O que falta para acabar com a ideia de impunidade de pessoas influentes perante a justiça?
– São necessárias leis mais claras e mais rigorosas que não deixem margem de manobra para a duplicidade de interpretações. Falta coragem política para que essas leis entrem em vigor. Menor ambiguidade dos textos. Independência. Ainda falta muita coisa. O mundo não é perfeito, mas também não acaba amanhã.
Fonte Correio da Manhã