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Leila é ex-nadadora paralímpica, médica e dirigente desportiv

ze.gaspar

GF Prata
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Jun 7, 2009
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Leila nasceu há 28 anos com uma malformação congénita no antebraço direito. Nada que a impedisse de representar Portugal nos Jogos Paralímpicos, frequentar a especialidade de Medicina Geral e Familiar e ser presidente da Federação Portuguesa de Desporto para Deficientes.
Quando pequena, nunca recebeu uma "explicação concreta" para a sua deficiência. Aos poucos aprendeu pelos pais que tinha uma "diferença, mas que não traria inconvenientes" desde que ela acreditasse que era "capaz e que tivesse sempre por trás o apoio daqueles que lhe eram queridos".

Desde os três anos de idade frequentou aquela que viria a ser a sua escola primária, onde a mãe já dava aulas. Como visitante regular, nunca encontrou olhos interrogadores, mas na turma nova, que ainda não a conhecia, Leila sentiu algum "choque".

"Algum distanciamento, alguma dificuldade em compreender. Foi realmente o primeiro grande impacto que senti de ser diferente dos restantes", conta à Lusa. As brincadeiras típicas entre crianças fizeram ultrapassar as barreiras.

A vida social viveu-se sem percalços. A educação e o desporto fizeram com que encarasse da melhor forma o seu corpo. "O facto de se praticar natação (foi finalista em vários Jogos Paralímpicos) e o corpo estar completamente exposto na piscina fez-me ganhar confiança. Em qualquer relacionamento que tive nunca houve esse medo no contacto físico", garante.

Mais complicada foi a altura em que teve de entrar para a faculdade e encontrou médicos que se negaram a atestar as suas condições físicas para o curso de Medicina.

"Outro embate que também se ultrapassou" após uma conversa com um professor da Faculdade de Medicina de Lisboa, que esclareceu que Cirurgia estaria fora das opções, mas que todas as outras especialidades seriam possíveis.

Acabou o curso de Medicina em 2004 e está agora a terminar a especialidade em Medicina Geral e Familiar. Atende utentes no Centro de Saúde de Odivelas e as "reacções são engraçadas".

E se encontra crianças sem problemas, outras há que "choram e gritam e nem sequer querem que os dois corpos se aproximem", às quais "os pais em vez de tentarem esclarecer não sabem como lidar com a situação", lamenta.

Os "velhotes gostam de perguntar muito" e os receios surgem mais em hospitais, por exemplo, nas colheitas de sangue. "Mas depois rapidamente percebem que eu estou à vontade e ficam descansados", refere.

Em Pequim2008 Leila despediu-se da natação de alta competição e em Abril assumiu a presidência da Federação Portuguesa de Desporto para Deficientes e só consegue cumprir o seu horário "mesmo com muita correria


in Diário de Noticias
 
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