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Grande Porto: Mau tempo provoca estragos e transbordo do Rio Tinto
“Parecia o fim do mundo” (COM VÍDEO)
Chuvas torrenciais, ventos fortes, trovões e relâmpagos deixaram ontem o Grande Porto num autêntico caos. Todos os esforços dos bombeiros do distrito não chegaram para acudir aos 300 pedidos de ajuda que chegaram à Protecção Civil, entre carros atolados nas estradas e casas inundadas. As situações mais graves ocorreram na freguesia de Rio Tinto, Gondomar. O rio transbordou e inundou habitações em várias ruas. Quinze famílias chegaram mesmo a ter de dormir na casa de familiares. A culpa, dizem, é das obras do Metro.
"Foi uma coisa tremenda. Parecia o fim do mundo", contou ao CM a moradora Júlia Rodrigues, que viu a água do rio ocupar até um metro de altura o primeiro piso da sua casa, na rua Padre Joaquim das Neves. Na rua da Arrifana, na mesma freguesia, o temporal foi suficiente para alagar carros estacionados, garagens, habitações e até a escola primária da Boavista. "Já estava a prever porque moro aqui perto. Encheu em dez minutos", disse a funcionária Carla Dias. Três anexos pré-fabricados foram arrastados pela corrente.
As três pontes pedonais submersas pelo rio Tinto vão ser derrubadas por questões de segurança. "Não há pessoas desalojadas e a Metro do Porto vai resolver os problemas", explicou o membro do executivo daquela Junta de Freguesia, José Carlos Rocha, depois da reunião com a Câmara de Gondomar e a Protecção Civil.
No centro do Porto o cenário não era melhor. Na VCI, houve faixas de rodagem inundadas e viaturas imobilizados, para além de dezenas de acidentes. No bairro do Outeiro, o Bloco I foi devastado por culpa de obras que, segundo os vizinhos, foram responsáveis pelo alagamento.
"Sou doente do coração, ainda vou para o cemitério antes de conseguir limpar a casa", disse ao CM Fernanda Moreira, de 74 anos, já sem força perante a lama que inundou o seu rés-do-chão.
"Temos 50 chamadas em lista de espera", contou fonte da PSP do Porto, pelas 03h00 de ontem, num discurso similar ao dos Sapadores do Porto. "Não conseguimos responder a toda a gente ao mesmo tempo", disse o chefe António Oliveira, recordando o auxílio prestado a um sem-abrigo em hipotermia na praça 9 de Abril.
Em Custóias, Matosinhos, uma inundação obrigou a retirar 150 pessoas da igreja, na altura em que se realizava um velório.
Devido ao agravamento do estado do tempo, com chuva, neve e vento, a Autoridade Nacional de Protecção Civil colocou todos os distritos do continente em alerta amarelo até às 14h00 de amanhã.
"ESTRAGOU-SE TUDO O QUE ESTAVA A 1,20 METROS DO CHÃO"
Edmundo Rainho nem queria acreditar no que viu ontem de manhã na sua drogaria, situada na rua Padre Joaquim das Neves, em Rio Tinto, Gondomar. "Estragou-se tudo o que estava a 1,20 metros do chão", descreveu ao CM o proprietário da loja. Os vizinhos alertaram Edmundo por volta da 01h30 sobre a subida das águas do rio Tinto. Quando chegou à drogaria, já não conseguia entrar. "Estava com mais de um metro de altura. Era uma corrente enorme", lembrou. Já de manhã voltou à loja, arrombou a porta e começou a avaliar os estragos. "Foi um prejuízo de mais de cem mil euros. Tenho seguro do recheio, mas não sei se pagam", desabafou, lamentando ainda que tudo tenha acontecido na "melhor semana de vendas do ano".
MARINA DE FREIXO FICOU DESTRUÍDA COM TEMPORAL
Barcos virados, submersos e afundados. Foi este o cenário com que se depararam ontem os proprietários das embarcações atracadas na marina do Freixo, no Porto. A tromba-de’água que atingiu a área metropolitana durante a noite e a madrugada provocou a subida do leito dos rios Tinto e Torto.
Os estragos eram visíveis. Para além de alguns barcos se terem virado e ficado submersos com o lixo trazido pelas águas, outros foram ao fundo. Os trabalhos de remoção das embarcações foram efectuados pelos Bombeiros Sapadores do Porto. "Levámos uma viatura dos mergulhadores, mas obviamente aqueles não entraram na água, por questões de segurança", contou ao CM fonte dos Sapadores.
O resgate dos barcos foi feito com o auxílio de duas gruas. "Estivemos com uma grua, mas foi complicado. Tivemos de mandar outra às 18h00", disse o mesmo elemento.
Alguns proprietários dos barcos e vários curiosos assistiam, consternados, às operações. Não são ainda conhecidos os prejuízos causados pelo mau tempo.
PORMENORES
-5º C NA TORRE
Ontem não nevou na serra da Estrela, pelo que as estradas de acesso à Torre estiveram sempre transitáveis. Os termómetros baixaram para os-5º C. Para hoje prevê-se neve.
AUTARCA ACUSA GNR
O presidente da Câmara da Guarda, Joaquim Valente, acusou a GNR e o Centro Distrital de Operações de Socorro de terem provocado o caos no trânsito da cidade quando fecharam a circulação na A25, no passado dia 16.
TÚNEL DE PEÕES ALAGADO
A passagem de peões por baixo da Av. da Índia, Alcântara, esteve cortada devido a uma inundação no interior do túnel. Os Sapadores Bombeiros estiveram no local.
INUNDAÇÕES NO ALGARVE
Em cinco concelhos do Algarve registaram-se algumas inundações de casas e garagens devido às chuvas intensas sentidas na madrugada de ontem.
DIA DE NATAL FRIO COM ALGUM SOL E TAMBÉM NEVE
Vai ser uma quadra natalícia para todos os gostos: de acordo com as previsões do Instituto de Meteorologia (IM), o dia de Natal será de céu muito nublado, apresentando-se pouco nublado ou limpo no Norte. No Sul deve chover, com mais intensidade no Algarve. Segundoo IM, até dia 26 a precipitação que ocorrer acima dos 600/800 metros será na forma de neve. Está previsto um arrefecimento na noite de Consoada e um dia de Natal frio. As temperaturas mínimas vão situar--se entre os -5 graus em Bragançae os 12 graus em Faro.
Fonte Correio da Manhã
“Parecia o fim do mundo” (COM VÍDEO)
Chuvas torrenciais, ventos fortes, trovões e relâmpagos deixaram ontem o Grande Porto num autêntico caos. Todos os esforços dos bombeiros do distrito não chegaram para acudir aos 300 pedidos de ajuda que chegaram à Protecção Civil, entre carros atolados nas estradas e casas inundadas. As situações mais graves ocorreram na freguesia de Rio Tinto, Gondomar. O rio transbordou e inundou habitações em várias ruas. Quinze famílias chegaram mesmo a ter de dormir na casa de familiares. A culpa, dizem, é das obras do Metro.
"Foi uma coisa tremenda. Parecia o fim do mundo", contou ao CM a moradora Júlia Rodrigues, que viu a água do rio ocupar até um metro de altura o primeiro piso da sua casa, na rua Padre Joaquim das Neves. Na rua da Arrifana, na mesma freguesia, o temporal foi suficiente para alagar carros estacionados, garagens, habitações e até a escola primária da Boavista. "Já estava a prever porque moro aqui perto. Encheu em dez minutos", disse a funcionária Carla Dias. Três anexos pré-fabricados foram arrastados pela corrente.
As três pontes pedonais submersas pelo rio Tinto vão ser derrubadas por questões de segurança. "Não há pessoas desalojadas e a Metro do Porto vai resolver os problemas", explicou o membro do executivo daquela Junta de Freguesia, José Carlos Rocha, depois da reunião com a Câmara de Gondomar e a Protecção Civil.
No centro do Porto o cenário não era melhor. Na VCI, houve faixas de rodagem inundadas e viaturas imobilizados, para além de dezenas de acidentes. No bairro do Outeiro, o Bloco I foi devastado por culpa de obras que, segundo os vizinhos, foram responsáveis pelo alagamento.
"Sou doente do coração, ainda vou para o cemitério antes de conseguir limpar a casa", disse ao CM Fernanda Moreira, de 74 anos, já sem força perante a lama que inundou o seu rés-do-chão.
"Temos 50 chamadas em lista de espera", contou fonte da PSP do Porto, pelas 03h00 de ontem, num discurso similar ao dos Sapadores do Porto. "Não conseguimos responder a toda a gente ao mesmo tempo", disse o chefe António Oliveira, recordando o auxílio prestado a um sem-abrigo em hipotermia na praça 9 de Abril.
Em Custóias, Matosinhos, uma inundação obrigou a retirar 150 pessoas da igreja, na altura em que se realizava um velório.
Devido ao agravamento do estado do tempo, com chuva, neve e vento, a Autoridade Nacional de Protecção Civil colocou todos os distritos do continente em alerta amarelo até às 14h00 de amanhã.
"ESTRAGOU-SE TUDO O QUE ESTAVA A 1,20 METROS DO CHÃO"
Edmundo Rainho nem queria acreditar no que viu ontem de manhã na sua drogaria, situada na rua Padre Joaquim das Neves, em Rio Tinto, Gondomar. "Estragou-se tudo o que estava a 1,20 metros do chão", descreveu ao CM o proprietário da loja. Os vizinhos alertaram Edmundo por volta da 01h30 sobre a subida das águas do rio Tinto. Quando chegou à drogaria, já não conseguia entrar. "Estava com mais de um metro de altura. Era uma corrente enorme", lembrou. Já de manhã voltou à loja, arrombou a porta e começou a avaliar os estragos. "Foi um prejuízo de mais de cem mil euros. Tenho seguro do recheio, mas não sei se pagam", desabafou, lamentando ainda que tudo tenha acontecido na "melhor semana de vendas do ano".
MARINA DE FREIXO FICOU DESTRUÍDA COM TEMPORAL
Barcos virados, submersos e afundados. Foi este o cenário com que se depararam ontem os proprietários das embarcações atracadas na marina do Freixo, no Porto. A tromba-de’água que atingiu a área metropolitana durante a noite e a madrugada provocou a subida do leito dos rios Tinto e Torto.
Os estragos eram visíveis. Para além de alguns barcos se terem virado e ficado submersos com o lixo trazido pelas águas, outros foram ao fundo. Os trabalhos de remoção das embarcações foram efectuados pelos Bombeiros Sapadores do Porto. "Levámos uma viatura dos mergulhadores, mas obviamente aqueles não entraram na água, por questões de segurança", contou ao CM fonte dos Sapadores.
O resgate dos barcos foi feito com o auxílio de duas gruas. "Estivemos com uma grua, mas foi complicado. Tivemos de mandar outra às 18h00", disse o mesmo elemento.
Alguns proprietários dos barcos e vários curiosos assistiam, consternados, às operações. Não são ainda conhecidos os prejuízos causados pelo mau tempo.
PORMENORES
-5º C NA TORRE
Ontem não nevou na serra da Estrela, pelo que as estradas de acesso à Torre estiveram sempre transitáveis. Os termómetros baixaram para os-5º C. Para hoje prevê-se neve.
AUTARCA ACUSA GNR
O presidente da Câmara da Guarda, Joaquim Valente, acusou a GNR e o Centro Distrital de Operações de Socorro de terem provocado o caos no trânsito da cidade quando fecharam a circulação na A25, no passado dia 16.
TÚNEL DE PEÕES ALAGADO
A passagem de peões por baixo da Av. da Índia, Alcântara, esteve cortada devido a uma inundação no interior do túnel. Os Sapadores Bombeiros estiveram no local.
INUNDAÇÕES NO ALGARVE
Em cinco concelhos do Algarve registaram-se algumas inundações de casas e garagens devido às chuvas intensas sentidas na madrugada de ontem.
DIA DE NATAL FRIO COM ALGUM SOL E TAMBÉM NEVE
Vai ser uma quadra natalícia para todos os gostos: de acordo com as previsões do Instituto de Meteorologia (IM), o dia de Natal será de céu muito nublado, apresentando-se pouco nublado ou limpo no Norte. No Sul deve chover, com mais intensidade no Algarve. Segundoo IM, até dia 26 a precipitação que ocorrer acima dos 600/800 metros será na forma de neve. Está previsto um arrefecimento na noite de Consoada e um dia de Natal frio. As temperaturas mínimas vão situar--se entre os -5 graus em Bragançae os 12 graus em Faro.
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Fonte Correio da Manhã