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Derrames e Varizes

maioritelia

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Tem uma sensação de peso e cansaço nas pernas? Fique atento, pois pode sofrer de derrames ou varizes. Entrevista a José Daniel Menezes, especialista em angiologia e cirurgia vascular
Muitas pessoas sofrem de derrames e varizes. E, com a chegada do bom tempo, chegam também mais queixas, tanto a nível estético como clínico. Mas aquilo que poderá inicialmente ser uma preocupação estética, pode vir a tornar-se num problema de saúde sério. Fique, por isso, atento aos sintomas e conheça mais sobre derrames e varizes, pela voz de José Daniel Menezes, especialista em angiologia e cirurgia vascular e secretário-geral da Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular (SPACV).

Qual a diferença entre derrames e varizes?

São fórmulas distintas da mesma doença. Os derrames representam dilatações de capilares na derme, enquanto que as varizes são veias dilatadas e tortuosas de localização subcutânea, causadas por alterações da estrutura das suas paredes, que as tornam frágeis e, por isso, vulneráveis à influência de múltiplos factores de agravamento. Assim, os derrames são pequenos vasos sanguíneos (capilares), de tom vermelho, arroxeado ou azulado, com o que pequenos fios muito superficiais, enquanto que as varizes são dilatações venosas.

Quais são os principais sintomas dos derrames e varizes?

Os principais sintomas, tanto nos derrames como nas varizes, são a sensação de peso, cansaço e dores nas pernas. No entanto, não existe relação directa entre a gravidade da doença e a intensidade dos sintomas. Grandes varizes podem não ter sintomas e alguns derrames tê-los.

O que causa a doença e quais os factores e comportamentos de risco?

A principal causa corresponde a alterações congénitas da composição estrutural das paredes das veias que se tornam frágeis e de funcionamento deficiente, agravados por diversos factores, alguns deles comportamentais, entre os quais, o excesso de peso, calor, ortostatismo prolongado, sedentarismo, estrogéneo, gravidez ,etc..

Existe alguma componente hereditária à qual não se pode fugir?

A hereditariedade, ou seja os pais terem varizes (especialmente os dois), parece também ser um factor predisponente. Este facto apoia o factor genético.

Quais são os tratamentos mais eficazes actualmente?

Para os derrames, existem duas opções: a escleroterapia, mais conhecida como secagem, e a laserterapia. Na primeira, introduz-se dentro da veia uma substância química, que vai provocar a esclerose e a consequente “involução” do derrames, levando ao seu desaparecimento. A laserterapia funciona do mesmo modo, mas é feita através de uma reacção térmica.

Para as varizes, os melhores métodos de tratamento são a esclerose, em casos menos graves, e a cirurgia nos restantes casos, em que se faz a remoção total ou parcial da veia. Contudo, hoje recorre-se já, em alguns casos, à utilização do cateter electromagnético (VNUS) e ao laser endovascular. Os bons resultados já obtidos com estas técnicas prometem no futuro a sua ampla utilização e, para já, um escrutínio clínico comparando-os com a cirurgia convencional.

O carácter aparentemente menos traumático, o cariz ambulatório a elas associado e eventuais menores complicações pós-operatório parecem constituir algumas das suas vantagens. Tanto nas varizes como nos derrames, é necessário não só combater os factores de agravamento, como também utilizar os medicamentos flebotónicos e compressão elástica (meia elástica) que aliviam os sintomas e ou controlam a progressão da doença .
Por onde passa o sangue quando uma determinada veia é retirada ou laqueada?

As veias superficiais não contribuem significativamente para o retorno venoso e muito menos quando estão “doentes”, como é o caso das varizes, podendo, e devendo por isso, ser tratadas.

Que novos tratamentos estão em estudo?

Como disse, a fulguração endoluminal com cateter electromagnético (VNUS), o endolaser e a esclerose com espuma eco-guiada.

Que percentagem da população portuguesa sofre de varizes e em que faixa etária é prevalente?

A prevalência da doença venosa em todas as suas formas de apresentação das menos ás mais graves é maior nas mulheres (2/1) e varia com a idade podendo-se admitir que cerca de 20% do total da população adulta a apresente. O pico da incidência da doença situa-se entre os 40 e 60 anos (cerca de 35% nas mulheres e 17% nos homens), sendo que a partir dos 15 já se verificam incidências altas, especialmente no sexo feminino, no qual existe preponderância das formas menos graves. As formas mais graves da doença aparecem mais tarde, entre os 50 e 60 anos, afectando de maneira idêntica os dois sexos.

Como se pode prevenir a doença?

Combatendo o sedentarismo, o excesso de peso e o excesso de calor é a regra básica para evitar o aparecimento e a evolução dos derrames e das varizes. Inscreva-se num ginásio, mas evite a sauna ou outros locais de muito calor. Os anticonceptivos orais podem também ser prejudiciais.

Que conselhos dá para aliviar os sintomas a quem tem varizes e como se pode impedir a progressão da doença?

Não engorde, faça exercício, evite o ortostatismo prologado e a exposição exagerada ao calor e consulte o seu médico que o aconselhará e medicará ,enviando-o, em caso de necessidade, a um especialista.

Quando está em estado avançado, já não é possível corrigir o problema? Existe cura?

É sempre possível tratar as varizes, melhorar os sintomas e impedir a evolução para as formas mais graves, mas não é possível curar a insuficiência venosa crónica de forma definitiva.



sp.
 
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