R
RoterTeufel
Visitante
Mau tempo: Protecção Civil registou mais de 4600 ocorrências no País
Tragédia no adro da igreja
Paulo Sérgio Pacheco, de dez anos, sorria enquanto jogava futebol, ontem ao início da tarde, com dois amigos, no adro da Igreja de Paredes, no distrito do Porto, antes da catequese começar. Um dos meninos chutou a bola.
Alegre, Paulo recuou para a receber e o pior aconteceu: uma árvore centenária caiu nas costas da criança, que acabou por morrer. ‘Paulinho’, como carinhosamente era conhecido, foi a única vítima mortal do mau tempo que ontem assolou o País. Os ventos fortes acabaram por deixar 24 desalojados e pelo menos um milhão de pessoas sem electricidade. Na Pampilhosa da Serra registaram-se rajadas de vento a 140 km/hora.
'Estava à janela. Vi o menino a jogar futebol com dois amigos. A criança ia apanhar a bola e a árvore caiu-lhe nas costas. Chamei os bombeiros e fui ajudar a libertá-lo. Tinha sangue no joelho e na cabeça', contou Jorge Nunes, morador em Paredes.
Àquela hora, cerca das 14h00, muitas crianças estavam junto à igreja, à espera do início da catequese. O acidente deixou em estado de choque todos os meninos. 'Devido ao mau tempo cancelámos uma caminhada e íamos visionar um filme quando a tragédia aconteceu', disse Beatriz Merino, animadora da catequese.
O INEM tentou reanimar a criança, mas meia hora depois Paulo sucumbiu aos ferimentos. Os pais da criança, que têm outra filha de 12 anos, estavam inconsoláveis. No Hospital de Penafiel, onde se concentrou a família, a mãe entrou em desespero. 'O meu menino morreu. Perdi o meu menino', gritava em pranto.
Também um tio do menino estava incrédulo. 'Por mais incrível que pareça isto aconteceu no adro de uma igreja', desabafou ao CM.
A árvore que vitimou o menino foi apenas uma das mais de 2500 que caíram em todo o País, sobretudo à tarde. Ontem, as autoridades contabilizaram mais de 4600 ocorrências relacionadas com o mau tempo e todas as corporações de bombeiros do País receberam milhares de pedidos de ajuda.
OUTROS CASOS
CIDADES SEM LUZ
As cidades de Lamego, Vila Nova de Gaia e Vila Real ficaram ontem à tarde sem electricidade durante várias horas.
DESALOJADOS E FERIDOS
Temporal causou nove feridos, sete deles bombeiros e 24 desalojados (3 em Matosinhos, 10 em Gaia, 4 em Montemor-o-Novo, 2 em Leiria, Famalicão e Barcelos, e 1 em Ferreira do Zêzere).
VIANA DO CASTELO E OVAR
Em Viana do Castelo o telhado de uma escola caiu. Um cemitério foi ainda fechado devido à queda de duas árvores. Em Ovar, uma mulher ficou em estado grave quando caiu a arranjar um telhado.
QUATRO CARROS DESTRUÍDOS
A força do vento arrancou ontem à tarde o painel com o logotipo do hipermercado Modelo, na Trofa, que acabou por cair em cima de quatro carros que estavam no parque de estacionamento. Apesar da grande dimensão do painel, não se registaram feridos.
'Se estivesse alguma pessoa matava-a logo', começou por dizer Adélio Silva, proprietário de um dos veículos danificados. O homem contou que estava a fazer compras quando um funcionário chamou os donos dos quatro automóveis. O placard com as letras do hipermercado foi arrancado pelo vento e tombou. 'Caiu na parte das malas. A traseira ficou bastante estragada', descreveu Adélio, sem tirar os olhos do seu Ford Fiesta.
Na altura do incidente, por volta das 16h00, e porque chovia e o vento era muito forte, não estava ninguém no parque de estacionamento. 'Foi uma sorte', comentaram em uníssono os clientes.
Ao que o CM apurou, os estragos nas quatro viaturas foram avaliados e serão pagos pelo seguro do hipermercado.
NOTAS
MARCO DE CANAVESES: TELHADO CEDE
Parte dos painéis do telhado da Escola Primária de Toutosa, em Marco de Canaveses, foi levado pelo vento. De acordo com a Protecção Civil, não se registaram quaisquer feridos
TMN: PROBLEMAS DE REDE
Devido ao temporal, a operadora móvel TMN apresentou ontem graves problemas na cobertura de rede. As zonas de Celorico de Basto e Póvoa de Lanhoso foram das mais afectadas
DOURO: CIRCULAÇÃO SUSPENSA
A queda de uma pedra cortou ontem a circulação na linha do Douro, entre a Régua e o Pinhão. A situação será resolvida hoje: será usado dinamite para partir a pedra
Fonte Correio da Manhã
Tragédia no adro da igreja
Paulo Sérgio Pacheco, de dez anos, sorria enquanto jogava futebol, ontem ao início da tarde, com dois amigos, no adro da Igreja de Paredes, no distrito do Porto, antes da catequese começar. Um dos meninos chutou a bola.
Alegre, Paulo recuou para a receber e o pior aconteceu: uma árvore centenária caiu nas costas da criança, que acabou por morrer. ‘Paulinho’, como carinhosamente era conhecido, foi a única vítima mortal do mau tempo que ontem assolou o País. Os ventos fortes acabaram por deixar 24 desalojados e pelo menos um milhão de pessoas sem electricidade. Na Pampilhosa da Serra registaram-se rajadas de vento a 140 km/hora.
'Estava à janela. Vi o menino a jogar futebol com dois amigos. A criança ia apanhar a bola e a árvore caiu-lhe nas costas. Chamei os bombeiros e fui ajudar a libertá-lo. Tinha sangue no joelho e na cabeça', contou Jorge Nunes, morador em Paredes.
Àquela hora, cerca das 14h00, muitas crianças estavam junto à igreja, à espera do início da catequese. O acidente deixou em estado de choque todos os meninos. 'Devido ao mau tempo cancelámos uma caminhada e íamos visionar um filme quando a tragédia aconteceu', disse Beatriz Merino, animadora da catequese.
O INEM tentou reanimar a criança, mas meia hora depois Paulo sucumbiu aos ferimentos. Os pais da criança, que têm outra filha de 12 anos, estavam inconsoláveis. No Hospital de Penafiel, onde se concentrou a família, a mãe entrou em desespero. 'O meu menino morreu. Perdi o meu menino', gritava em pranto.
Também um tio do menino estava incrédulo. 'Por mais incrível que pareça isto aconteceu no adro de uma igreja', desabafou ao CM.
A árvore que vitimou o menino foi apenas uma das mais de 2500 que caíram em todo o País, sobretudo à tarde. Ontem, as autoridades contabilizaram mais de 4600 ocorrências relacionadas com o mau tempo e todas as corporações de bombeiros do País receberam milhares de pedidos de ajuda.
OUTROS CASOS
CIDADES SEM LUZ
As cidades de Lamego, Vila Nova de Gaia e Vila Real ficaram ontem à tarde sem electricidade durante várias horas.
DESALOJADOS E FERIDOS
Temporal causou nove feridos, sete deles bombeiros e 24 desalojados (3 em Matosinhos, 10 em Gaia, 4 em Montemor-o-Novo, 2 em Leiria, Famalicão e Barcelos, e 1 em Ferreira do Zêzere).
VIANA DO CASTELO E OVAR
Em Viana do Castelo o telhado de uma escola caiu. Um cemitério foi ainda fechado devido à queda de duas árvores. Em Ovar, uma mulher ficou em estado grave quando caiu a arranjar um telhado.
QUATRO CARROS DESTRUÍDOS
A força do vento arrancou ontem à tarde o painel com o logotipo do hipermercado Modelo, na Trofa, que acabou por cair em cima de quatro carros que estavam no parque de estacionamento. Apesar da grande dimensão do painel, não se registaram feridos.
'Se estivesse alguma pessoa matava-a logo', começou por dizer Adélio Silva, proprietário de um dos veículos danificados. O homem contou que estava a fazer compras quando um funcionário chamou os donos dos quatro automóveis. O placard com as letras do hipermercado foi arrancado pelo vento e tombou. 'Caiu na parte das malas. A traseira ficou bastante estragada', descreveu Adélio, sem tirar os olhos do seu Ford Fiesta.
Na altura do incidente, por volta das 16h00, e porque chovia e o vento era muito forte, não estava ninguém no parque de estacionamento. 'Foi uma sorte', comentaram em uníssono os clientes.
Ao que o CM apurou, os estragos nas quatro viaturas foram avaliados e serão pagos pelo seguro do hipermercado.
NOTAS
MARCO DE CANAVESES: TELHADO CEDE
Parte dos painéis do telhado da Escola Primária de Toutosa, em Marco de Canaveses, foi levado pelo vento. De acordo com a Protecção Civil, não se registaram quaisquer feridos
TMN: PROBLEMAS DE REDE
Devido ao temporal, a operadora móvel TMN apresentou ontem graves problemas na cobertura de rede. As zonas de Celorico de Basto e Póvoa de Lanhoso foram das mais afectadas
DOURO: CIRCULAÇÃO SUSPENSA
A queda de uma pedra cortou ontem a circulação na linha do Douro, entre a Régua e o Pinhão. A situação será resolvida hoje: será usado dinamite para partir a pedra
Fonte Correio da Manhã