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"Os portugueses estão a ser exauridos para pagar situações inaceitáveis

Matapitosboss

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Set 24, 2006
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O desperdício do Estado “é um pecado social gravíssimo”, ainda mais numa altura em que a “carga fiscal está a chegar ao limite da implosão, da capacidade de pressionar a economia”, defendeu hoje António Pinto Leite, que assumiu esta tarde a presidência da direcção da ACEGE. O “Estado é um mau exemplo e um mau gestor” e é com as contas públicas que deveríamos estar preocupados, não com os bónus do sector privado, defendeu.

Os comentários de António Pinto Leite – advogado, empresário e ex-dirigente do PSD, foram feitos esta manhã, antes de assumir a direcção da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) em substituição de João Alberto Pinto Basto, para um mandato que, como contabilizou Pinto Leite, vai coincidir com o Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC).

“Nós temos neste momento uma infecção galopante da divida externa. E se o antibiótico não chega a tempo vamos ter um problema gravíssimo pela frente”, frisou Pinto Leite, considerando que a “ideia ilusória de pedir impostos a quem ganha mais. ou à classe média, é uma solução vai acabar tragicamente para a economia portuguesa”. Até porque, na sua opinião, a carga fiscal está já a chegar ao limite da ruptura”, pressionando o crescimento da economia, num contexto de clara má gestão do Estado. “O estado é um mau exemplo e também um mau gestor. “Devíamos ter politicas sociais mais avançadas, mas o dinheiro desaparece”, lamentou.

Para António Pinto Leite, esta sim deveria ser a grande preocupação nacional. O País deveria estar preocupado com o potencial de poupança que poderia ser feita se os dinheiros públicos fossem melhor geridos, e não com “quanto ganham três ou quatro gestores em Portugal”. “Não são os salários desses gestores que poderão mudar a nossa vida, mas sim a poupança que deveria estar a ser feita”.

Ganharam o dinheiro honestamente? Pagaram os seus impostos?

“Não se deve entrar numa onda de criticismo quando as pessoas foram contratadas e mudaram as suas vidas com base nesses contratos. Há valores que nos podem impressionar – poderia ter havido mais moderação – mas mesmo nas empresas cotadas onde o Estado tem uma participação julgo que é injusto colocar em cheque pessoas que superaram os objectivos que lhes foram colocados, e com os quais o Estado também vai beneficiar altamente como accionista e como colector de impostos”. Esta análise de Pinto Leite surge em véspera das assembleias geral da EDP e da PT, empresas nas quais o Estado deverá propor amanhã cortes salariais e suspensão de prémios nos próximos anos.

António Mexia e Zeinal Bava – cujos prémios de gestão têm estado em foco – ganham muito ou pouco? “A primeira pergunta que se deve fazer a quem ganha muito dinheiro é se o ganhou honestamente e se pagou impostos. E provavelmente estamos a falar das pessoas que mais pagaram impostos em Portugal”, apontou António Pinto Leite, um defensor da divulgação dos salários individualizados dos administradores das cotadas.

No caso da EDP, por exemplo, estamos perante um grupo de gestores “que conseguiu superar altamente os objectivos que lhes foram fixados, e muitas vezes com estratégias que não estavam pensadas antes, com estratégias de internacionalização muito bem feitas, com grande pontaria método, e sucesso. Eu nunca olho para o quanto o outros ganham. Quero é que eles paguem os impostos, tal como eu pago os meus”, defendeu, argumentando ainda que alguns dos salários de topo que têm estado debaixo de foco têm que ser contextualizados à luz dos segmentos de alinhamento internacional onde se insere. O talento tem o seu preço.

O salário mínimo não é justo

Mesmo assim, Pinto Leite espera que todo o debate público possa ter a virtualidade de criar uma dinâmica no interior da empresas que, eventualmente, possa até “corrigir alguns excessos”.

Apesar de tudo, os empresários têm uma missão de generosidade nas suas empresas e devem, neste momento de crise, que exige forte racionalidade económica, esforçar-se por proteger o emprego e aqueles que têm os salários mais baixos. “O desemprego deve ser sempre a última solução e, ainda que incorrendo em politicas de alguma flexibilidade, os empresários devem olhar com generosidade para aqueles que têm salários mais baixos. O salário mínimo, a partir do momento em que é um indicador que mantém as pessoas num risco de pobreza, não é um salário justo”, defendeu o novo presidente da ACEGE.

A nova direcção, ontem eleita para o triénio 2010-2013, conta também com Nuno Fernandes Thomaz, Francisco Mello e Castro, João de Mello, Ana Paula Carvalho e Armindo Monteiro. António Horta Osório fica a presidir à mesa da assembleia geral.


Fonte: Jornal de Negócios
 
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