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Criminalidade sem abrandar

Rotertinho

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Crimes nas cidades: V. N. de Gaia e Matosinhos
Criminalidade sem abrandar

Nos concelhos de Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Maia e Gondomar, a criminalidade violenta e grave passa pelo furto de veículos usados depois em assaltos a espaços comerciais, estações de serviço, bancos, farmácias e residências. O tráfico de droga faz-se pelas urbanizações sociais de Vila D’Este e Olival, em Gaia, pelas ruas dos bairros da Biquinha, em Matosinhos, e do Tardariz, em Gondomar. O crimes não abrandou nos últimos anos.

A segurança nos concelhos limítrofes ao Porto é partilhada pela PSP e GNR, mas há zonas em que ambas as forças actuam. Ainda há cerca de um mês, a GNR de Gaia fez uma grande operação em Vila D’Este, que passou há pouco tempo para a jurisdição da PSP. Apreendeu 35 quilos de haxixe numa das habitações de um dos maiores bairros do País, onde residem 17 mil pessoas. Entre estes, há moradores que fazem da casa ponto de tráfico de estupefacientes. Em Gaia, o bairro do Olival é outro ponto de venda.

Nestes concelhos em redor da cidade do Porto registam-se a maioria dos assaltos a postos de abastecimento de combustíveis, nomeadamente os que estão localizados nas estradas nacionais e municipais. As vias de fácil acesso também facilitam a fuga rápida sem deixar rasto. Os assaltantes actuam em grupos de dois a quatro homens, encapuzados e armados. Os carros que usam nos assaltos são geralmente furtados. Em 2009, o Grande Porto registou 62 ataques postos de venda de combustíveis, a maioria com recurso a arma de fogo para coagir os funcionários. Raramente são disparados tiros.

Segundo os números das autoridades, a criminalidade no distrito aumentou em alguns casos. Carros topo de gama, residências e farmácias são também muito atacados.

Os crimes graves contra as pessoas rondam no distrito do Porto os 35 casos por cada mil habitantes. Em 2009 foram apresentadas às forças de segurança 3846 situações. Alguns destes ataques ocorreram dentro das casas das vítimas.

Um dos novos alvos de roubos no Grande Porto são as máquinas de venda de cigarros e as carrinhas de transporte de tabaco. Alguns assaltos a cafés têm como objectivo levar apenas a máquina do tabaco. O elevado preço dos cigarros representa já um negócio ilegal rentável.

17 MIL RESIDENTES EM VILA D'ESTE

Vila D’Este é uma urbanização construída em finais dos anos 70 e princípio de 80 através do sistema corporativo. Tem mais de duas mil habitações em vários prédios.

Moram lá cerca de 17 mil pessoas. A Câmara de Gaia prevê investir cerca de 20 milhões de euros em obras de reabilitação.

SAIBA MAIS

AGRESSÕES

Os ladrões são cada vez mais agressivos e recorrem com frequência a armas de fogo e a facas para ameaçar e ferir as vítimas.

62

Durante 2009, as autoridades registaram 62 assaltos as posto de venda de combustíveis, só no distrito do Porto.

35

Os crimes contra pessoas praticados no Grande Porto rondam os 35 casos por cada mil habitantes.

TABACO

As máquinas e carrinhas de tabaco são os novos alvos dos ladrões, devido ao elevado preço dos cigarros.

"A LOJA FOI ASSALTADA TRÊS VEZES EM POUCO TEMPO"

Joaquim e Luísa Pereira já foram alvo de vários assaltos. O casal é dono de uma loja de vestuário no centro de Matosinhos e não tem sido poupado pelos ladrões. "Nos últimos anos, a nossa loja já foi assaltada de noite três vezes" disse ao CM Joaquim Pereira, de 76 anos. O comerciante, que também já foi roubado na rua e ficou sem os seus haveres, está revoltado. Maria Luísa, de 50 anos, mulher de Joaquim, viveu as mesmas más experiências e até presenciou outras. "Aqui na loja já apanhei várias pessoas a roubar roupas e algumas conseguiram fugir com elas", contou.

No último fim-de-semana, o casal presenciou o roubo ao interior de um carro estacionado perto da loja. Partiram os vidros e roubaram tudo o que havia lá dentro.

Maria Luísa chega a garantir que cada dia se sente mais insegura. "Acho que há pouca polícia nas ruas a vigiar. A presença da polícia fardada afasta quem anda a rondar as zonas com intenção de roubar", afiançou.

O mesmo sentimento tem Paula Antunes, residente em Gaia. "Até tenho medo de ir meter gasolina à noite por causas dos assaltos às bombas", disse a funcionária de uma repartição de Finanças. Paula nunca foi vítima de qualquer ataque violento mas diz que já sofreu um ataque de pânico por suspeitar de um homem que, pensou por momentos, a iria roubar.

"Foi no multibanco. Fui levantar dinheiro e um sujeito na máquina ao lado estava parado a olhar para mim com um ar muito estranho. Pensei que ia puxar de uma faca mas acabou por sair normalmente", contou ao CM.

Vitória, de 18 anos, também apanhou um susto em Fânzeres, Gondomar, quando foi a casa de um familiar residente numa zona pouco iluminada. "Parou um carro ao meu lado com dois homens lá dentro e eu achei que eram bandidos", recordou a jovem – que desatou a correr, fugindo dos ‘suspeitos’, e ficou sem saber qual seria a razão da abordagem.

DISCURSO DIRECTO

"POLÍCIAS NÃO COMUNICAM": César Nogueira, Associação Profissionais da GNR/Norte

Correio da Manhã – Em concelhos partilhados por GNR e PSP as comunicações entre as duas forças funcionam?

César Nogueira – Não funcionam bem porque ainda temos sistemas de comunicação diferentes. No caso de perseguição a uma viatura suspeita que vá em direcção a uma área da PSP, a informação tem que ser via telefone. Perde-se tempo fundamental.

– Os meios da GNR nesta área de jurisdição são suficientes e operacionais?

– Temos sempre falta de carros- -patrulha. Alguns estão sempre a avariar por estarem velhos. Há carros com mais de 500 mil quilómetros que já não estão muito operacionais.

– Quais são as zonas mais complicadas no Grande Porto?

– Vila Nova de Gaia tem vários problemas porque tem diversos acessos que permitem fugas rápidas às autoridades. A urbanização Vila D’Este, por ter muita gente, é sempre um barril de pólvora. Claro que há boas pessoas a morar lá, mas também há muitos criminosos.

CASOS NA REGIÃO

VIOLÊNCIA

Grupo atacou e roubou Adelaide Rebelo, de 68 anos, em casa, na Madalena, Gaia. Amarraram-lhe os pés e mãos e colaram uma fita adesiva na boca para não gritar.

BANCOS

Onde há dinheiro há ladrões. Os bancos continuam a ser assaltados à luz do dia. Os assaltantes ameaçam os funcionários com armas de fogo para obter os euros em caixa.

TABACO

O assalto a um café em Santa Maria do Avioso, na Maia, acabou com tiroteio dos ladrões contra uma testemunha. Roubaram a máquina de tabaco.

CARROS QUEIMADOS

Automóveis queimados como acto de vandalismo ou vinganças pessoais começam a ser frequentes. Em outros casos ateiam fogo às viaturas furtadas e usadas em assaltos.

ARMAS

Uma das últimas operações da PSP de Espinho apreendeu na feira semanal várias armas ilegais. O armamento é também negócio de alguma venda ambulante.


Correio da Manha
 
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