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Duas famílias, separadas há décadas por uma rivalidae mortal, reecontram-se no tempo presente para um último ajuste de contas. No seio desde rancor antigo, no turbilhão da escalada de vingança, dois jovens vão viver um amor impossível, cujo desenlace poderá ser fatal.
Zé, é uma mulher jovem, independente, com uma beleza selvagem a que ela própria é indiferente. Zé nunca imaginou ver os seus sentimentos fraquejarem por um homem, por isso, é surpreendida ao sentir algo por alguém que é o seu oposto: Rafael, um jovem bem-parecido e um pouco leviano, filho do patrão, Joaquim Figueira, que a recolheu com a mãe adoptiva, há quase duas décadas no Uruguai. Apesar da atracção entre Zé e Rafael ser inevitável, no ínicio nenhum o quer admitir. Rafael, apesar de fascinado por Zé, está noivo; e Zé, coerente com a sua independência e rebeldia, mantém a sua distância que, no caso do seu espírito indomável, passa por pegar numa espingarda se tal for preciso.
Foi no Uruguai que, há vinte anos atrás, uma amizade acabou em tragédia transformando-se num antagonismo mortal.
Joaquim e o seu melhor amigo Rodrigo Monteiro Castro, emigraram para o Uruguai onde fizeram a sua fortuna tornando-se proprietários das maiores fazendas de criação de gado da região. As duas famílias viveram lado a lado. As crianças cresceram como irmãos. Mas a ambição desmedida de Monteiro Castro encontra um travão indesejável na honestidade de Figueira e a amizade de ambos torna-se numa brutal rivalidade, atingindo o climax quando Rodrigo descobre que a sua mulher, Teresa, vive um romance com Joaquim. A tragédia abate-se no dia em que Teresa, decidida a acabar com o casamento infeliz, foge de casa com os filhos. Rodrigo enceta uma perigosa perseguição que acaba com a queda do carro de Teresa ao rio e o desaparecimento de Constança, a filha ainda bebé, que é dada como morta.
A família Monteiro Castro muda-se para Portugal, assim como Beatriz, a mulher de Joaquim, que traz o filho mais velho do casal, Rafael, e a sua irmã, Joana. Joaquim permanece pelo Uruguai com o seu outro filho, Júnior.
Duas décadas depois, durante uma visita de Rafael ao pai e irmão, Júnior é morto a tiro por um atirador furtivo, durante uma caçada com Rafael. Joaquim tem a certeza de ter sido obra do seu inimigo Rodrigo, regressado ao Uruguai para se vingar. Consequentemente, Joaquim decide mudar-se para Portugal para uma herdade em Coruche, onde tal como o inimigo se irá dedicar ao negócio do gado e da cortiça. Compra a propriedade vizinha à de Rodrigo, com o intuito de o arruinar, reactivando a guerra sem tréguas que opõe as duas famílias.
É nesta circunstância que Rafael e Zé se vão encontrar. Mas quando Rafael consegue finalmente derrubar as defesas de Zé, ambos descobrem que estão, fatalmente, em lados opostos de uma guerra. Será que o amor vai ser mais forte que o sangue?
Zé corre descalça na erva e, destemida, aproxima-se de um penhasco, de repente ouve-se a voz de Hermínia. Ela olha para a mãe que se aproxima com um sorriso. Zé abre os braços e rodopia dizendo que queria sentir o vento na sua cara. Através dos olhos de Zé, vemos o prado e as casas a mudarem gradualmente para vinte anos antes.
Joaquim galopa pelo prado. Ao longe, debaixo de uma árvore, ele avista uma bela mulher segurando as rédeas de um cavalo. Joaquim sorri e incita mais o cavalo, ansioso por se encontrar com ela. Ao chegar junto de Teresa, desmonta. Os dois olham-se ansiosamente por instantes, até que se lançam nos braços um do outro, beijando-se apaixonadamente.
Joaquim e Teresa estão num casebre humilde mas acolhedor longe da casa principal, escondido no mato. Teresa ouve um avião e diz-lhe que Rodrigo deve estar de volta, e tem que se ir embora. Teresa despede-se e sai, Joaquim sai atrás dela.
Ao sair do casebre Teresa fica petrificada. Joaquim que vem atrás dela, gela ao ouvir armas a engatilhar. À sua frente estão Rodrigo e vários Trabalhadores da família Monteiro Castro de armas apontadas a ele. Joaquim tenta avançar para Teresa, mas um trabalhador aponta-lhe uma arma à cabeça. Rodrigo esmurra Joaquim, que cai por terra. Teresa chora sem poder fazer nada. Rodrigo ameaça Joaquim com uma arma. Digno, Joaquim ergue-se e enfrenta-o dizendo que o mate e confessando o amor que ele e Teresa sentem um pelo outro. Teresa solta-se do trabalhador que a prende e lança-se para a frente de Joaquim de braços abertos, defendendo-o.
Atrás de um arbusto, está um rapaz com cerca de dez anos a espreitar a cena assustado, e sai a correr para junto dos peões que ali estão. O rapaz diz-lhes algo e os peões saem de imediato e correm para ir buscar os cavalos e as armas. Rodrigo está furioso por Teresa se ter posto à frente de Joaquim. Teresa pede para Rodrigo deixar Joaquim e Rodrigo ameaça dar-lhe um tiro. Joaquim assusta-se e tenta sair detrás de Teresa, mas ela segue-o. Joaquim diz a Rodrigo que os problemas são com ele e se quiser que o mate mas deixe ir Teresa. Rodrigo ameaça matar os dois e quando vai disparar, nesse momento aparecem os peões a galope e põem-se ao lado de Joaquim. A situação é bastante tensa. Teresa joga-se aos pés de Rodrigo a dizer que vai com ele. Rodrigo monta a cavalo e põe Teresa na garupa. Teresa e Joaquim olham-se angustiados.
Joaquim não revela o verdadeiro motivo mas conta a Beatriz que o Monteiro Castro veio provocá-lo e acusá-lo como de costume, Beatriz fica indignada.
Joaquim recebe um bilhete rabiscado à pressa escrito por Teresa. Diz-lhe que vai fugir com os filhos e que se acabou tudo. Teresa está a pôr João, Eduardo e Constança dentro de um carro, muito nervosa e amedrontada. João pergunta-lhe onde vão e Teresa responde que vão começar uma vida nova. Joaquim acelera estrada fora e mais à frente, cruza-se com o carro de Teresa. Travam os dois e Joaquim salta do jipe e corre para ela. Joaquim procura desesperadamente uma solução quando soam tiros. Três jipes aproximam-se a grande velocidade com trabalhadores da família Monteiro Castro empoleirados nas estruturas a dispararem contra eles. Rodrigo vem no primeiro jipe, armado e descontrolado. No meio do tiroteio Joaquim perde o controlo da viatura e despista-se para o rio, mergulhando nas águas escuras. Joaquim liberta-se do cinto de segurança. Rodrigo corre para a margem e diz aos trabalhadores para matarem os dois. Quando Rodrigo vê Teresa e Joaquim virem à superfície com Eduardo e João, impede os trabalhadores de dispararem. Teresa dá por falta de Constança, Joaquim volta a mergulhar e Rodrigo vai imediatamente atrás dele. Joaquim e Rodrigo aproximam-se do carro submerso, mas este está vazio e não há sinal de Constança. Teresa chora abraçada a Eduardo e João que estão muito abalados.
Hermínia caminha pela margem do rio e encontra Constança sentada, ensopada e a tremer de frio. Hermínia enternece-se, pega na bebé e afasta-se apressadamente. Ao chegar à sua cabana, diz a Hugo que a bebé se chama Zé e é a sua nova irmã, Hugo sorri.
Quatro homens aproximam-se sorrateiramente da cabana de Hermínia com archotes acesos. Atiram-nos para o telhado e afastam-se a correr, enquanto a cabana começa a incendiar-se. Hermínia corre até uma janela e consegue abri-la, Hugo salta e de seguida Hermínia também salta com Zé ao colo e conseguem fugir.
Rodrigo, Teresa, João e Eduardo entram em casa. Rodrigo diz a Teresa entre dentes que nunca a vai perdoar e que vão para Portugal.
Joaquim olha tristemente pela janela. Beatriz aproxima-se, e diz aos filhos para se despedirem do Pai. Rafael e Joana vão abraçar e beijar o Pai. Júnior corre para Joaquim e agarra-o dizendo que não quer ir. Joaquim pede a Beatriz que o deixe ficar com ele. Beatriz hesita, mas tanto Joaquim como Júnior imploram com o olhar e ela acaba por ceder também emocionada. Os olhos de Joaquim enchem-se de lágrimas ao ver a família partir. Nesse momento avista três vultos. É Hermínia que traz Zé, que é a Constança ao colo e Hugo pela mão. Joaquim não reconhece a menina.
Passados 20 anos
Rafael chega com Susana à Fazenda Todos os Santos. O seu olhar recai sobre Zé que se mantém afastada e desconfiada.
Zé sente-se desafiada por Rafael e não gosta das coisas que este lhe diz e num gesto rápido puxa a caçadeira que está dentro do jipe e aponta-a a Rafael. Júnior tenta acalmar a amiga, entretanto Joaquim chega bem-humorado e cumprimenta -os com um sorriso na cara. Zé baixa a arma quando Joaquim lhe pede. Joaquim encaminha Rafael para o jipe.
Zé caminha pelo bosque. Ouve um barulho na folhagem e sobressalta-se. Fica em alerta e preparada para se defender. Tenta ver por entre a folhagem e quase apanha o intruso, mas ele esconde-se. De repente o Homem surge detrás de uma árvore. Zé grita e ele tapa-lhe a boca, esta luta para se libertar e consegue soltar-se, o homem foge antes de ser identificado.
Hermínia e Joaquim circulam e conversam com os convidados. Júnior dança com uma rapariga bonita, enquanto Rafael dança com Susana, começam a ouvir tiros de caçadeira no exterior. Todos param de dançar e olham para a porta. Zé aparece suja, desgrenhada, com a roupa rasgada e alguns arranhões e uma caçadeira na mão. Joaquim acalma os convidados e diz que não precisam de ter medo, pois está tudo controlado.
Zé, Rafael, Hugo, Susana, Júnior, Hermínia e os convidados observam, tensos, o confronto entre Joaquim e Rodrigo. Joaquim pergunta-lhe o que ele está a fazer no Uruguai, Rodrigo responde-lhe que veio tratar de negócios e visitar a campa da Constança, e acaba por provocar, dizendo-lhe se ele não vai perguntar por Teresa. Rodrigo lembra-o que a história deles ainda não acabou. Zé detecta que ele tem uma pistola, e aponta a caçadeira ao mesmo tempo que Hugo, Ambrósio e João apontam as suas pistolas. Rodrigo deixa a ameaça no ar dizendo a Joaquim para não se esquecer dele porque ele também não iria esquecê-lo.
Júnior vai desafiar Rafael para irem caçar. Júnior e Rafael estão tranquilos a falar quando de repente, o jipe começa a ser alvejado. Júnior continua a conduzir aos esses para dificultar a vida ao atirador furtivo.
O jipe de Rafael e Júnior está imobilizado na margem do rio, virado ao contrário. Júnior está caído e Rafael atordoado. Os tiros continuam, Rafael vê a caçadeira caída fora do jipe e calcula as possibilidades de a alcançar. Rafael agarra na caçadeira, mas está a mercê do inimigo invisível. De repente Zé surge a cavalo e faz o animal empinar-se entre Rafael e os atiradores, protegendo-o e os tiros cessam repentinamente. Zé salta do cavalo e corre para junto de Rafael, que lhe diz que tem de ajudar o irmão que está preso no jipe. Um tiro acerta no depósito, fazendo o jipe explodir com Júnior lá dentro.
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