• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Obras por pagar em Angola fazem trabalhadores regressar

florindo

Administrator
Team GForum
Entrou
Out 11, 2006
Mensagens
38,985
Gostos Recebidos
346
Trabalhadores da construção civil portugueses que partiram para Angola na tentativa de driblar a crise que afecta o sector em Portugal e Espanha, estão a regressar em massa. Tempos de pagamento demasiado longos levam as empresas a desistir ou a parar as obras.

"São centenas os trabalhadores da construção que estão a regressar de Angola porque também lá há problemas com muitas empresas que, neste momento, têm dificuldade em cumprir as suas obrigações e pagar os salários, porque não recebem o dinheiro das entidades governamentais e de alguns consórcios [algumas grandes empresas também não estão a pagar às pequenas]. Há dias, vieram mais de 80 trabalhadores da zona de Fafe, de Basto e de Vila Real, e estão a regressar também agora muitos da zona de Barcelos, Paredes de Coura, Arcos de Valdevez e Ponte de Lima, todos com as mesmas dificuldades", revela Adão Mendes, da União de Sindicatos no distrito de Braga e membro do Conselho Sindical Interregional Galiza-Norte de Portugal.

Estes dois organismos há muito acompanham de perto os fluxos de trabalhadores da construção civil lusos, primeiro para Espanha e, mais recentemente, para outros destinos, desde que, por volta de 2008, o sector do outro lado da fronteira começou a cair na "estagnação" por causa da crise.

"Nessa altura, muitos trabalhadores do Minho regressaram, mas emigraram logo de seguida, particularmente em grande número para Angola e também, embora em menor grau, para as zonas de Andorra, Luxemburgo, Suíça e Canadá, mas há pouco tempo tomámos conhecimento desta nova situação", refere, aludindo à recente chegada de vários grupos de homens que ficaram sem trabalho em território angolano.

"Falámos com alguns trabalhadores que nos disseram que agora vieram oitenta e tal, mas que vem para aí uns 800 a 900 a caminho, porque está muita gente parada e as empresas não conseguem continuar com as obras sem financiamentos", adianta.
"Dentro dos próximos meses poderemos ter já aqui um crescendo do desemprego por causa disto e os problemas sociais vão-se agravar, até porque na Galiza, que sempre foi a almofada dos milhares de trabalhadores do Minho, também não se vislumbra para já uma retoma no sector".

Dos 90 mil trabalhadores portugueses que estão expatriados em Angola em várias empresas portuguesas de diversos sectores de actividade, o secretário-geral da Associação Nacional de Empreiteiros de Obras Públicas (ANEOP), Manuel Agria, estima que entre 50% e 60% estarão afectos ao sector da construção civil. Manuel Agria não tem conhecimento do movimento de regresso de muitos deles, mas assegura que se isso está a acontecer não é "uma surpresa".

"Angola foi um mercado muito atractivo e há empresas que estão naquele mercado há muitos anos. Mas o cenário mudou. Há atrasos nos pagamentos e obras congeladas. Por isso, é natural que as empresa façam regressar os trabalhadores porque não há obras", refere o secretário-geral da ANEOP.

Fonte JN
 
Topo