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Austeridade e cortes nos salários levam médicos espanhóis a abandonar Portugal

aiam

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Mai 11, 2007
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A actual crise económico-financeira que se vive em Portugal e as medidas de austeridade que têm vindo a ser implementadas agudizaram as condições de trabalho de muitos médicos espanhóis que agora optam por abandonar o país.
Com os cortes, os médicos ganharão 20 a 25 por cento menos do que em Espanha .

A Associação de Profissionais da Saúde Espanhóis em Portugal (APSEP) disse à agência de notícias espanhola EFE que actualmente trabalham em Portugal 1800 médicos espanhóis. Quase 2200 exerciam em território nacional há cinco anos.

O presidente do organismo explicou à EFE que com a descida salarial dos funcionários – que pode ir até aos dez por cento para os ordenados mais elevados – incluída pelo executivo de José Sócrates no seu pacote de medidas de austeridade, um médico do sector público ganhará em Portugal entre 20 a 25 por cento menos do que em Espanha.

“O boom de médicos espanhóis ocorreu entre 1999 e 2002, porque em Espanha se dizia que havia profissionais a mais e não abriam concursos. As pessoas optaram então por emigrar para Portugal, Itália e Reino Unido”, explicou Xoán Gómez.

De acordo com o dirigente associativo, Portugal apresentava-se na altura como uma opção atractiva para os médicos espanhóis, pois oferecia “estabilidade e perspectivas de futuro”.

“Muitos médicos vinham de condições precárias em Espanha, com contratos de fins-de-semana ou de meses, enquanto em Portugal se podia entrar como funcionário público”, uma “segurança laboral” que compensava os salários mais baixos.

Até agora, um médico em Portugal recebia entre dez a 15 por cento menos que um médico com a mesma categoria e anos de profissão em Espanha, o que somado ao corte salarial aprovado este mês aumenta ainda mais a diferença salarial entre os dois países.

Na opinião de Xoán Gómez, assiste-se agora em Portugal “ao processo inverso ao de Espanha”, com contratos precários e um agudizar das condições de trabalho, consequência também, entende o dirigente da APSEP, da privatização de alguns hospitais, como o de Braga.

Apesar de reconhecer que ainda é cedo para tirar conclusões, uma vez que a redução salarial é recente, Xoán Gómez considera que as vantagens que Portugal oferecia já não existem e que há agora “mais pressão sobre os médicos” espanhóis.

Na Ordem dos Médicos estão registados cerca de 40 mil médicos, sendo que um em cada dez é estrangeiro e do total de 4400 médicos estrangeiros, mais de metade (2631) vêm da União Europeia.

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